Thursday, April 29, 2010

“ Se tomarmos uma atitude deliberada fim de meditarmos, isso torna-se num brinquedo da mente. Se nos determinarmos a pôr fim à confusão e à tristeza da vida, isso torna-se uma experiência da imaginação, mas não é meditação. Tanto a mente consciente como a inconsciente não devem tomar parte no seu processo; não devemos nem mesmo ter noção da extensão da beleza da meditação, porque se tivermos, bem que podemos ir ver uma novela romântica, que tem o mesmo valor.
Na atenção total da meditação não há lugar para o saber, para o reconhecimento nem para a lembrança do que ocorreu. Tanto o tempo como o pensamento terão terminado completamente, porque isso forma o centro que delimita a sua própria percepção. Num momento de clareza o pensamento desvanece-se, mas o esforço consciente para o experimentar – e a sua lembrança – consiste na palavra do que foi. A palavra nunca é o facto (em Portugal, fato é terno). Nesse momento, que não pertence ao tempo, o fim é imediato, mas esse fim não tem símbolo, e não pertence a nenhuma pessoa, a nenhum deus.
Meditar é descobrir a existência de um campo não contaminado pelo conhecido.
Meditação é o desabrochar da compreensão; esta não se situa nos limites do tempo, porque o tempo jamais traz entendimento. A compreensão não é um processo gradual de reunir pouco a pouco, através da paciência e do cuidado. A compreensão é agora ou nunca; é um clarão destrutivo (e construtivo) e não uma coisa insípida. Tememos esse despedaçar (ou re-ligar, donde vem religião verdadeira) e por isso, consciente ou inconscientemente tratamos de o evitar (ou não).
A compreensão pode alterar todo o curso da nossa vida, o modo de pensarmos e agirmos. Pode ser agradável ou não, porém, constitui um perigo (ou\e uma extraordinária bênção) para todo o relacionamento. Mas, sem compreensão, o sofrimento (do prazer), só se prolonga; o sofrimento termina unicamente por intermédio do auto-conhecimento – o conhecimento de todo o pensamento e sentimento, todo o movimento do consciente e daquilo que permanece oculto.” - Krish

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