Tuesday, April 20, 2010

“ Não se trata do produto ou resultado do desejo, nem pode ser congregado pela vontade.
A consciência no seu todo é um movimento incansável e ruidoso estabelecido dentro das fronteiras da sua própria formação. Dentro destas, o silêncio e a quietude representam o término momentâneo da tagarelice, porém trata-se de uma qualidade de silêncio tocada pelo tempo. O tempo é memória e nele o silêncio pode ser curto ou extenso porque ele pode medi-lo, e dar-lhe espaço e continuidade; e nesse caso torna-se numa outra forma de entretenimento. Todavia isso não é silêncio. Tudo o que for congregado pela ação do pensamento ainda se encontra dentro da área do ruído, mas o pensamento não pode, de modo nenhum, tornar-se tranquilo. Ele pode construir um retrato do silêncio, e dar-lhe forma e adorá-lo, do mesmo modo que faz com tantas outras imagens da sua criação. Mas a forma desse silêncio é a sua própria negação; os seus símbolos representa a verdadeira negação da realidade.
O pensamento deve permanecer imóvel a fim do silêncio poder ocorrer. O silêncio é sempre novo, mas o pensamento não o é, e, sendo velho provavelmente não poderá penetrar no silêncio. O verdadeiro anonimato é procedente deste silêncio; não existe outra forma de humildade. Os vaidosos serão sempre vaidosos ainda que enverguem os trajes da humildade, que os torna ásperos e frágeis.
Neste silêncio, a palvra amor adquire um significado completamente diferente. Este silêncio não está acolá mas onde o observador está ausente.
Somente a inocência pode ter ardência. O indivíduo inocente não sofre, pois não encerra sofrimento nenhum, muito embora possa ter vivenciado um milhar de experiências. Não são as experiências que corrompem a mente mas aquilo que deixa para trás, os resíduos e as cicatrizes e lembranças que se acumulam e amontoam e desse modo dão origem à mágoa. Esse sofrimento é tempo, e onde existir tempo não pode haver inocência.”

Krish.

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