Friday, April 16, 2010

“Agora despedaçai a flor em pedaços, seja verbalmente ou por via de fato e ela deixará de ser uma flor, somente a lembrança do que era (mas/e, uns restos, imediatamente a serem uma nova coisa…) – o que certamente (É e ) não é a flor.
A meditação é a ausência da consciência, não pode de forma nenhuma provocar este silêncio. O término desse intrincado e subtil mecanismo deve ser espontâneo, sem depender de nenhuma recompensa nem garantia. É o único modo de o cérebro permanecer sensível, vital e sereno.
Faz parte da meditação o cérebro compreender as suas atividades superficiais e ocultas; nisso consiste a base da meditação, sem o que ela se torna uma actividade vazia de significado, conducente à auto-ilusão e à auto-hipnose. O silêncio é essencial para que ocorra a explosão da criação.
A meditação floresce na bondade. Sem ser propriamente virtude – cujo lento cultivo exige tempo – nem ser expressão de respeitabilidade social e sem representar a chancela da autoridade, a beleza da meditação está na beleza do perfume do seu desabrochar. Como poderá haver alegria na meditação se ela provier do desejo e do sofrimento? Como poderá ela florir se a procurarmos através do controle, da repressão ou do sacrifício? Como poderá desabrochar das sombras do medo ou da ambição, do desejo de fama? Como poderá florescer à sombra da esperança ou do desespero? Tudo isso deve ser abandonado de modo espontâneo e natural, sem remorsos.
A meditação não se presta a erguer muros de defesa ou de resistência, para em seguida fenecerem; tampouco é ela talhada segundo um método ou sistema. Qualquer sistema padroniza o pensamento, mas todo o conformismo impede o florescimento da meditação. Para que ela desabroche é preciso haver liberdade e FINDAR DAQUILO QUE É. Sem liberdade não há auto-conhecimento, e sem auto-conhecimento a meditação não pode ocorrer. Por mais vasto que seja o alcance do pensamento na sua busca de conhecimento, ele continuará a ser estreito e medíocre. A meditação não reside no processe aquisitivo e expansivo do saber, mas viceja na liberdade total, e termina no desconhecido. A meditação não tem assento no tempo, o tempo não pode produzir a mutação.”

Fonte: http://www.esnips.com/doc/1088413e-9239-4fe1-973d-0d00b4047884/Krishnamurti---A-Arte-da-Medita%C3%A7%C3%A3o

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