Agir sem ideia é o caminho do amor
O pensamento está sempre limitado pelo pensador, que está condicionado; o pensador está sempre condiconado e nunca é livre; quando ocorre um pensamento, segue-se imediatamente uma ideia. A ideia como meio para a ação só pode´dar origem a mais confusão. Estando conscientes de tudo isto, será possível agirmos sem ideia? Sim, é o caminho do amor. O amor não é uma ideia; não é uma sensação; não é uma memória; não é um sentimento de adiamento, um dispositivo de autoproteção. Só podemos estar despertos para o caminho do amor quando compreendemos todo o processo da ideia (podemos dizer que a ideia, o pensamento era um com a inteligência, e, juntos não eram egoistas, não erravam; depois o pensamento afastou-se da inteligência, por causa do prazer, da sensação, e, começou o sofrimento...). Agora, será possível abandonar os outros caminhos e conhecer o caminho do amor, que é a única redenção que existe? Nenhum outro caminho, político ou religioso, irá resolver o problema...
Existe ideia quando amamos? Observemos, examinemos, investiguemos profundamente; porque já tentamos todos os outros caminhos, e não deram qualquer resposta para o sofrimento. Os políticos podem prometê-lo; as assim chamadas organizações religiosas podem prometer uma felicidade futura; mas não a temos no presente, e o futuro tem uma importância muito relativa qaundo alguém está faminto. Tentámos todos os outros caminhos; e só podemos conhecer o caminho do amor se conhecermos o caminho da ideia e abandonarmos a ideia, o que é agir, amando!
O amor não é o eu. O eu não pode reconhecer o amor. Vocês dizem «amo», mas então, no próprio ato de o dizerem, no próprio acto de o experimentarem, não há amor. Mas, quando conhecemos o amor, não há eu. Quando há amor não há eu.
A ganância implica desejar, adquirir, expandir(-se); e quando a mente vê que ser gananciosa não compensa, começa a desejar deixar de ser gananciosa, portanto, o motivo continua a ser o mesmo, o de ser ou de adquirir algo... Portanto, a bondade não é o oposto do mal... É óbvio que a bondade não tem motivo, porque o motivo é o movimento egocêntrico da mente. E, só existe bondade quando há atenção (não concentração, que é exclusivista) total. A atenção não tem motivo. Se presto atenção por querer adquirir... isso é distração, não atenção! Existe bondade, amor quando há uma totalidade de atenção na qual não se verifica
nenhum esforço para ser/ter ou para não ser/ter.
Krishnamurti
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