“ A morte que a meditação produz é a imortalidade do novo.
É de manhã cedo e o ambiente está muito sereno, e nem um único pássaro ou folha mexe. A meditação que se inicia em profundezas desconhecidas e continua com intensidade e amplitude crescentes entalha o cérebro num silêncio total, escavando as profundezas do pensamento e desenraizando o sentimento, esvaziando o cérebro do conhecido e da sua sombra. É uma operação sem operador, sem cirurgião, que avança qual bisturi que corta um cancro, recortando todo o tecido contaminado, sem o que a contaminação (desequilíbrio na reprodução celular na maior parte dos casos, parece) pode alastrar de novo. Essa meditação avança por uma hora do relógio e constitui meditação sem meditador. O meditador interfere com a sua estupidez e vaidade, ambição e cobiça. O meditador é pensamento alimentado por estes conflitos e ofensas, mas o pensamento tem de cessar completamente na meditação. Isso forma a base para a ocorrência de toda a meditação.
A meditação nesta altura significa liberdade e assemelha-se a penetrar um mundo de beleza e quietude desconhecidos; é um mundo sem imagens nem símbolos, nem palavras, nem ondas da lembrança. O amor é a morte (pela atenção) de cada minuto e cada morte é a renovação do amor; não é apego e não tem raízes. É a chama que floresce e consome as margens e cercas da consciência cuidadosamente construídas, chama essa destituída de causa (e efeito). É uma beleza para lá do pensamento e do sentimento; não está colocada na tela, em palavras nem no mármore. A meditação (isto é meditar!) é alegria e com ela vem a bênção” – K e J
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment