Tuesday, May 04, 2010

"Mas poderá a ação alguma vez libertar-se do tempo, de modo que não resulte arrependimento nem antecipação (o movimento de busca para trás ou para a frente) da ação?
Perceber é agir. Não se trata de primeiro perceber e depois agir, mas antes de um perceber que em si mesmo é ação; não existe elemento nenhum de tempo nisso, de modo que a mente é sempre livre.
Esta manhã a qualidade da meditação era inexistente, esvaziamento total do tempo e do espaço. Isso era um facto e não uma ideia nem paradoxo da especulação contraditória (esta é incrível, a do facto, que é tudo, de que percebimento é BOA ação sem tensão, conflito; de que o paradoxo taoista ou zen nada interessa, só faz mal, mesmo e acima de tudo o de que o bem está no mal e o mal no bem). Sentimos essa estranha vacuidade quando a raiz de todos os problemas se desvanece. Essa raiz é o pensamento, o pensamento que divide e sustenta. Na meditação a mente torna-se verdadeiramente vazia do passado, porém pode utilizar esse passado como pensamento (mas haverá um pensamento bom, o pensamento que atua juntamente com todo o nosso ser, da compreensão profunda de o "que é", da atenção total, momento a momento). Isso ocorre o dia todo e durante a noite o sono consiste no esvaziamento do ontem, e portanto a mente raia aquilo que é intemporal.
Trata-se na verdade de um rio maravilhoso de tão largo e profundo, rodeado de cidades nas suas margens, tão descuidado e livre sem jamais se abandonar! Vivia-se toda uma vida nas suas margens, com campos verdes, florestas, casas solitárias, morte e destruição; lá se situavam algumas pontes largas e compridas, graciosas, bem empregues...." - K e j

http://www.esnips.com/doc/1088413e-9239-4fe1-973d-0d00b4047884/Krishnamurti---A-Arte-da-Medita%C3%A7%C3%A3o

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