Monday, May 17, 2010

“Esta meditação não pode ser aprendida por ninguém; deveis começar desconhecendo tudo sobre ela, e, mover-vos no campo da inocência. O campo em que a mente meditativa pode ter início é o campo da vida do dia a dia; o conflito, a dor e a alegria fugaz. Ela deve começar a produzir ordem aí, e, a partir daí mover-se infinitamente. Mas se vos empenhardes somente no estabelecimento da ordem então essa mesma ordem produz a sua própria limitação, e a mente será sua prisioneira. Em todo este movimento deveis, de algum modo, começar da “outra ponta” – da outra margem - e não estardes sempre preocupados com esta, ou em “como atravessar o rio”. Deveis dar um mergulho (talvez tapando o nariz) nessa água, mesmo não sabendo nadar. Além disso, a beleza da meditação está em nunca sabermos onde estamos, nem onde vamos, nem qual o fim.
Surgirá uma nova experiência através da meditação? O desejo de experiência – a experiência mais elevada que se situa acima e além do diário e do vulgar é o que mantém esse estado de florescimento vazio (por acontecer). A ânsia de mais experiências, visões, percepções mais elevadas uma ou outra forma de realização, isso leva a que a mente olhe para o exterior, o que não é distinto da sua dependência do meio em que se insere e das pessoas.
Outra parte curiosa de meditação é a de que uma ocorrência não se transforma em experiência; situa-se ali, tal como uma nova estrela nos céus, sem que a memória se aposse dela e a sustente (e a mate) e sem o processo habitual do reconhecimento, em termos de preferência ou aversão. A nossa busca é sempre extrovertida: ao buscarmos uma experiência qualquer a mente é sempre extrovertida. Verdadeira introspeção significa não buscar, absolutamente, mas, sim perceber. A resposta (à busca) é sempre repetitiva porque procede sempre da mesma “base de dados” da memória.” K e j

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