Monday, May 17, 2010
“Após aquelas chuvadas as colinas achavam-se esplêndidas (como é bom voltar à natureza, às matas, às fontes!...); ainda estavam queimadas pelo sol de Verão, mas agora todas as coisas verdes brotariam de novo. O céu ainda se achava nublado e no ar pairava um odor a sumagre, salva e eucalipto.Era esplêndido encontrarmo-nos em meio a isso, possuídos por uma estranha calma ao contrário do mar, que ficava lá longe e em baixo, aquelas colinas encontravam-se completamente calmas. À medida que observávamos ao redor, naquela casa, tínhamos deixado para rãs – as novas roupas, os nossos pensamentos e todos os estranhos modos de vida. Aqui viajávamos muito leves, sem nenhum pensamento, sem nenhum fardo e com um sentimento de completo vazio e beleza. Os pequenos arbustos adquiriram em breve uma tonalidade de um verde mais acentuado e no espaço de algumas semanas fariam brotar u aroma mais forte. As codornizes chamavam-se entre si.Sem o saber, a mente encontrava-se em estado de meditação, no qual o amor desabrochava. Afinal, aquilo nos perseguia pela noite dentro; quando acordámos, muito antes do sol se erguer, aquilo ainda lá estava no nosso coração, com a sua incrível alegria destituída de razão (motivo). Ali surgia sem causa anenhuma, completamente intoxicável (intoxicante). Haveria de ficar por todo o dia sem que o pedíssemos ou o convidássemos a permanecer conosco.Durante a noite e o dia tinha chovido intensamente e lá pelas ravinas corria uma torrente de água enalmeada em direção ao mar, torrente que se tornava castanha, cor de chocolate. À medida que caminhávamos pela praia, vagas enormes espraiavam-se com estrondo, traçando curvas magníficas na areia. Caminhávamos contra o vento e subitamente sentíamos que não havia nada entre nós e o céu, e essa abertura era o céu.” K e j
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