Sermos é termos sido,
sermos e virmos a ser,
não somente virmos a ser.
Querer eliminar o oposto,
que é a nossa continuação,
a nossa complementação, é uma aberração.
Lutar por sermos algo
é outro engano: já somos
esse algo: insistindo, só pior nos pomos.
A essência da morte
é pois a luta pelo engano, pela ilusão:
todo o vir a ser é desintegração.
Tendo tão perto chegado
tu, irónico e brincalhão do relógio
budista com toda a hora
sempre agora, toma nota:
tira também o ponteiro,
tira também o agora:
então terás integração!
Grosseiro e sensível, refinado
também um são, também
se completam, como assim assim e bem.
Vermos, compreendermos
a estupidez das nossas mentes,
não lutarmos para sermos inteligentes...
Onde há amor não há distinções,
discriminações, crises, desuniões:
vermos, compreendermos do amor
a falta, a única crise,
não lutarmnos por termos amor!...
Não há beleza onde não
existe amor e compaixão,
que são
a inteligência
e a dignidade inimagináveis,
indescritiíveis.
E, onde há amor o eu,
a atividade egocêntrica estão
ausentes, o que é o silêncio,
o vazio de tudo. Isto é
o infinito e a energia
inesgotável, Amável.
Realidade e imagem também
um são...
E, se o futuro é a continuidade
retocada, a felicidade
é o equilíbrio,
a totalidade...
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