... Que pena demasiadas vezes não haver equilíbrio entre a divisão e a união.
A crença mais não é do que uma fuga à realidade; temos de viver a vida sempre nova, minuto a minuto, sem a reação condicionante do passado, sem o efeito cumulativo que funciona como barreira entre nós e a realidade.
Se estamos pobres, em sofrimento, nos sentimos sós... não podemos deixar-nos apanhar ou fugir para uma crença (e, há sempre uma crença, nova ou velha, religiosa, política, desportiva, familiar, nacional... ao virar da esquina, em qualquer canal...): temos é de lidar com o que somos. Quantas vezes, compreendendo pelo amor que também somos pobreza, dor, solidão, a pobreza, a dor e a solidão não cessam!
A mente crente, fixada é incapaz de descobrir a verdade, qualquer que ela seja: só à mente livre e liberta, dentro de certos limites, a Verdade do gozo e da alegria se descobre!
Thursday, June 30, 2011
Wednesday, June 29, 2011
Morte é a cessação de todas as coisas conhecidas.
E, viver é pôr fim à luta perene para achar no que está sempre a mudar, algo que continue a existir. Viver é conhecer o incognoscível, o estado mental de morte enquanto vivos: é pôr de lado todas as descrições lidas, ouvidas ou ditadas pelo nosso desejo inconsciente de conforto, e, provar ou experimentar agora mesmo aquele estado extraordinário. Experimentando tal estado agora, viver e morrer são a mesma coisa.
Vivendo com o "eu" sempre terminando agora, vivendo sem eu, portanto, não fazem mais sentido as perguntas sobre a morte e a continuidade. A pessoa que morre e reencarna a cada momento, que não se preocupa com a continuidade, é a que não cessa...
Há uma coisa mais urgente e mais importante do que sabermos se reencarnamos no futuro: é morrermos e reencarnarmos para o eu a cada momento. A continuidade não leva à imortalidade: só o que finda se renova, só o que nasce, morre e renasce é imortal!... Imortal é aquele(a) em que o tempo, como continuidade do eu, não existe!
E, viver é pôr fim à luta perene para achar no que está sempre a mudar, algo que continue a existir. Viver é conhecer o incognoscível, o estado mental de morte enquanto vivos: é pôr de lado todas as descrições lidas, ouvidas ou ditadas pelo nosso desejo inconsciente de conforto, e, provar ou experimentar agora mesmo aquele estado extraordinário. Experimentando tal estado agora, viver e morrer são a mesma coisa.
Vivendo com o "eu" sempre terminando agora, vivendo sem eu, portanto, não fazem mais sentido as perguntas sobre a morte e a continuidade. A pessoa que morre e reencarna a cada momento, que não se preocupa com a continuidade, é a que não cessa...
Há uma coisa mais urgente e mais importante do que sabermos se reencarnamos no futuro: é morrermos e reencarnarmos para o eu a cada momento. A continuidade não leva à imortalidade: só o que finda se renova, só o que nasce, morre e renasce é imortal!... Imortal é aquele(a) em que o tempo, como continuidade do eu, não existe!
Tuesday, June 28, 2011
Nem o Um é sem se dividir\multiplicar e unir, o Um que não é separado do Universo: somos sós e somos unidos: se não compreendemos isto não há Deus/deus que nos valha.
Mesmo que teu pai/mãe ou meu(s) não reencarnem, a relação pai/mãe-filho(a)- mãe\pai irá perdurar: não podemos fugir do(s) fato(s) da(s) relação(ões) para criações, crenças injustas e irreais. Como podia ser real um Deus que suportasse a aldrabice, a exploração, o roubo, a opressão, o asssassínio... mesmo que esses seus adoradores Lhe fizessem templos, genoflexões, estátuas ou que dessem umas migalhas aos explorados e oprimidos? Cuidado, que Deus é Outro, e, é da Relação e da Reencarnação, na mãe, no pai,nos filhos...
Claro que as diferenças se completam, são-somos Um! Que estupidez a não aceitação das diferenças!
Causa-efeito-causa... É o mesmo que carma: em princípio, se amamos somos amados, se perdoamos somos perdoados... mas, podemos amar A e ser amados por B, sendo que A fica em débito (a ordem do amor da compreensão é importantíssima) e vai ter de pagar, a bem ou a mal! Isto é um facto, isto é justo, isto é divino, isto é belo, isto é perfeito!...
Mesmo que teu pai/mãe ou meu(s) não reencarnem, a relação pai/mãe-filho(a)- mãe\pai irá perdurar: não podemos fugir do(s) fato(s) da(s) relação(ões) para criações, crenças injustas e irreais. Como podia ser real um Deus que suportasse a aldrabice, a exploração, o roubo, a opressão, o asssassínio... mesmo que esses seus adoradores Lhe fizessem templos, genoflexões, estátuas ou que dessem umas migalhas aos explorados e oprimidos? Cuidado, que Deus é Outro, e, é da Relação e da Reencarnação, na mãe, no pai,nos filhos...
Claro que as diferenças se completam, são-somos Um! Que estupidez a não aceitação das diferenças!
Causa-efeito-causa... É o mesmo que carma: em princípio, se amamos somos amados, se perdoamos somos perdoados... mas, podemos amar A e ser amados por B, sendo que A fica em débito (a ordem do amor da compreensão é importantíssima) e vai ter de pagar, a bem ou a mal! Isto é um facto, isto é justo, isto é divino, isto é belo, isto é perfeito!...
Quando há vontade, sinceridade e simpatia, nem num milhão de assuntos fica algum por resolver ou mal resolvido.
Não afastando-nos do desejo, mas, operando apaixonadamente sem desejos...
Ninguém é só empregado nem ninguém é só patrão/chefe: somos um pouco de tudo e de todos. Não de um só lugar, sentido, pessoa... o que é parcialidade, mas de todos os lugares, sentidos, pessoas... o que é totalidade.
Mente fixa é mente pequenina, mas, o espaço infinito existe...
Mente não fixada, nem em pensamentos, é mente libertada,é super-mente para quando temos mesmo de usá-la!
Não afastando-nos do desejo, mas, operando apaixonadamente sem desejos...
Ninguém é só empregado nem ninguém é só patrão/chefe: somos um pouco de tudo e de todos. Não de um só lugar, sentido, pessoa... o que é parcialidade, mas de todos os lugares, sentidos, pessoas... o que é totalidade.
Mente fixa é mente pequenina, mas, o espaço infinito existe...
Mente não fixada, nem em pensamentos, é mente libertada,é super-mente para quando temos mesmo de usá-la!
Monday, June 27, 2011
Não alimentando ressentimentos;não culpando;
não sendo indecentes, mas, corretos; não negligenciando
as nossas tarefas; sendo justos.
Nada é tão evidente como aquilo que mal se vê:
mesmo só mentalmente vendo os nossos desequilíbrios,
então toda a gente os pode ver.
Se não formos equilibrados nos desejos pessoais
e no orgulho... ao invés da riqueza e da paz abundarão
a pobreza e o conflito.
O propósito da vida é vida abundante e longa, não as perdendo nem por abuso do desejo nem por resistência ao desejo.
Mantermos a retidão da mente é esquecermo-nos de nós mesmos
no insulto do momento: mais, se nos insultam muito provavelmente é porque a nossa
mente/nós não fomos corretos no relacionamento com os demais.
Retidão da mente é também o caminho, a compaixão, a virtude, o decoro...
A sinceridade do âmago da mente consiste em receber e retribuir favores, o que é diferente da luta\esforço pelo nome, fama, benefício, lucro... nascidos do desejo.
não sendo indecentes, mas, corretos; não negligenciando
as nossas tarefas; sendo justos.
Nada é tão evidente como aquilo que mal se vê:
mesmo só mentalmente vendo os nossos desequilíbrios,
então toda a gente os pode ver.
Se não formos equilibrados nos desejos pessoais
e no orgulho... ao invés da riqueza e da paz abundarão
a pobreza e o conflito.
O propósito da vida é vida abundante e longa, não as perdendo nem por abuso do desejo nem por resistência ao desejo.
Mantermos a retidão da mente é esquecermo-nos de nós mesmos
no insulto do momento: mais, se nos insultam muito provavelmente é porque a nossa
mente/nós não fomos corretos no relacionamento com os demais.
Retidão da mente é também o caminho, a compaixão, a virtude, o decoro...
A sinceridade do âmago da mente consiste em receber e retribuir favores, o que é diferente da luta\esforço pelo nome, fama, benefício, lucro... nascidos do desejo.
Sunday, June 26, 2011
O amor é sem crenças,
falo do amor compaixão:
urgente não é saber se há reencarnação,
é compaixão até pelo que oprime, como que com prensas.
Se estivessem libertos não nos oprimiam, mas como não
estão, não cessam de nos atacar com as espadas
dos juros e dos impostos: não
nos fixemos nas espadas, avancemos e tiremos-lhes as espadas.
E, se não destruirmos o nosso oponente
que é a nossa continuação, o nosso complemento
as espadas se transformam, imediatamente,
em ferramentas, em máquinas-jumento.
falo do amor compaixão:
urgente não é saber se há reencarnação,
é compaixão até pelo que oprime, como que com prensas.
Se estivessem libertos não nos oprimiam, mas como não
estão, não cessam de nos atacar com as espadas
dos juros e dos impostos: não
nos fixemos nas espadas, avancemos e tiremos-lhes as espadas.
E, se não destruirmos o nosso oponente
que é a nossa continuação, o nosso complemento
as espadas se transformam, imediatamente,
em ferramentas, em máquinas-jumento.
Carma, pena,
espada, mente não
fixada, rima não
pensada, reencarnação.
Incriado,
não agitado,
perfeito,
rápido, vivo.
Fundamental
é dar e receber
o que cada um quer,
precisa.
Sem meta, sem ideal,
sem ..., sem medo,
sem hierarquia, calado.
Curioso, carvalhoso,
vergonhoso, invejoso,
religioso, manhoso,
custoso, duvidoso,
caridoso, moroso,
Montargil...
espada, mente não
fixada, rima não
pensada, reencarnação.
Incriado,
não agitado,
perfeito,
rápido, vivo.
Fundamental
é dar e receber
o que cada um quer,
precisa.
Sem meta, sem ideal,
sem ..., sem medo,
sem hierarquia, calado.
Curioso, carvalhoso,
vergonhoso, invejoso,
religioso, manhoso,
custoso, duvidoso,
caridoso, moroso,
Montargil...
Friday, June 24, 2011
Criação quer dizer original,
não mera repetição,
não somente intelectual,
que dá satisfação...
O findar do eu é o acabar
da ofensa, do egoísmo e do lutar,
mas, não do amar.
"Votem em mim porque sou
melhor para vós do que ele(a)" é
a essência não só da democracia
como de várias falsidades: desde logo,
porque só as crianças e afins precisam
que tratemos delas; de seguida, porque até
uma criança só precisa que tratem dela
se for com amor; depois, porque quem é
melhor do que outro(a) não vai querer
que a outra(o)seja destituída para ir
para o seu lugar... O que não dizer
que uma pessoa boa não possa ser
político.
Quanto ao poder, é
só um mas com muitas manifestações:
feliz o(a) que o usa somente para o bem
e para a justiça!
não mera repetição,
não somente intelectual,
que dá satisfação...
O findar do eu é o acabar
da ofensa, do egoísmo e do lutar,
mas, não do amar.
"Votem em mim porque sou
melhor para vós do que ele(a)" é
a essência não só da democracia
como de várias falsidades: desde logo,
porque só as crianças e afins precisam
que tratemos delas; de seguida, porque até
uma criança só precisa que tratem dela
se for com amor; depois, porque quem é
melhor do que outro(a) não vai querer
que a outra(o)seja destituída para ir
para o seu lugar... O que não dizer
que uma pessoa boa não possa ser
político.
Quanto ao poder, é
só um mas com muitas manifestações:
feliz o(a) que o usa somente para o bem
e para a justiça!
Thursday, June 23, 2011
Sermos é termos sido,
sermos e virmos a ser,
não somente virmos a ser.
Querer eliminar o oposto,
que é a nossa continuação,
a nossa complementação, é uma aberração.
Lutar por sermos algo
é outro engano: já somos
esse algo: insistindo, só pior nos pomos.
A essência da morte
é pois a luta pelo engano, pela ilusão:
todo o vir a ser é desintegração.
Tendo tão perto chegado
tu, irónico e brincalhão do relógio
budista com toda a hora
sempre agora, toma nota:
tira também o ponteiro,
tira também o agora:
então terás integração!
Grosseiro e sensível, refinado
também um são, também
se completam, como assim assim e bem.
Vermos, compreendermos
a estupidez das nossas mentes,
não lutarmos para sermos inteligentes...
Onde há amor não há distinções,
discriminações, crises, desuniões:
vermos, compreendermos do amor
a falta, a única crise,
não lutarmnos por termos amor!...
Não há beleza onde não
existe amor e compaixão,
que são
a inteligência
e a dignidade inimagináveis,
indescritiíveis.
E, onde há amor o eu,
a atividade egocêntrica estão
ausentes, o que é o silêncio,
o vazio de tudo. Isto é
o infinito e a energia
inesgotável, Amável.
Realidade e imagem também
um são...
E, se o futuro é a continuidade
retocada, a felicidade
é o equilíbrio,
a totalidade...
sermos e virmos a ser,
não somente virmos a ser.
Querer eliminar o oposto,
que é a nossa continuação,
a nossa complementação, é uma aberração.
Lutar por sermos algo
é outro engano: já somos
esse algo: insistindo, só pior nos pomos.
A essência da morte
é pois a luta pelo engano, pela ilusão:
todo o vir a ser é desintegração.
Tendo tão perto chegado
tu, irónico e brincalhão do relógio
budista com toda a hora
sempre agora, toma nota:
tira também o ponteiro,
tira também o agora:
então terás integração!
Grosseiro e sensível, refinado
também um são, também
se completam, como assim assim e bem.
Vermos, compreendermos
a estupidez das nossas mentes,
não lutarmos para sermos inteligentes...
Onde há amor não há distinções,
discriminações, crises, desuniões:
vermos, compreendermos do amor
a falta, a única crise,
não lutarmnos por termos amor!...
Não há beleza onde não
existe amor e compaixão,
que são
a inteligência
e a dignidade inimagináveis,
indescritiíveis.
E, onde há amor o eu,
a atividade egocêntrica estão
ausentes, o que é o silêncio,
o vazio de tudo. Isto é
o infinito e a energia
inesgotável, Amável.
Realidade e imagem também
um são...
E, se o futuro é a continuidade
retocada, a felicidade
é o equilíbrio,
a totalidade...
Floresce
e fenece
o pensamento
desatento;
por todo o lado
é desvendado
o homem enganado,
explorado, atrasado.
Conhecido
equilibrar
com desconhecido,
ou menos conhecido
é total união
e, afeição.
Controlador
e controlado
também um são:
não
há nada/ninguém
para controlar,
portanto, a grande liberdade
há-de
ser
isto compreender,
compreensão
esta que estabelece
ordem,
que é virtude
desde que amanhece
até que amanhece,
sem cessar...
e fenece
o pensamento
desatento;
por todo o lado
é desvendado
o homem enganado,
explorado, atrasado.
Conhecido
equilibrar
com desconhecido,
ou menos conhecido
é total união
e, afeição.
Controlador
e controlado
também um são:
não
há nada/ninguém
para controlar,
portanto, a grande liberdade
há-de
ser
isto compreender,
compreensão
esta que estabelece
ordem,
que é virtude
desde que amanhece
até que amanhece,
sem cessar...
Wednesday, June 22, 2011
Sós, não influenciados,
sem dependências de qualquer espécie.
Inquirindo, mas com dúvidas bem seguras.
Sempre aprendendo, totalmente silenciosos,
sem nenhum esforço, sem distorção, sem controlo,
sem pensamento...
Equilibradamente,
saudavelmente,
libertos da agitação do pensamento,
Sem violência
e sem não violência,
que também é violência.
sem dependências de qualquer espécie.
Inquirindo, mas com dúvidas bem seguras.
Sempre aprendendo, totalmente silenciosos,
sem nenhum esforço, sem distorção, sem controlo,
sem pensamento...
Equilibradamente,
saudavelmente,
libertos da agitação do pensamento,
Sem violência
e sem não violência,
que também é violência.
Tuesday, June 21, 2011
Tempo é passado,
é pensamento,
e, matéria condensamento
da energia. Espírito
é energia, que é pensamento,
que é corpo, cérebro.
Mas, não somos continuidade,
somos descontínua continuidade.
Que estupidez querermos ser
só continuidade
ou só descontinuidade,
raramente querermos ser
o que somos: uma e outro!
Pobre, vaidoso,
orgulhoso
pensamento:
de ti próprio
sendo vítima,
e, acusando
teu casamento!
Projetas
o que desejas
real seja,
e, o endeusas:
que ilusão,
que contradição
que sofrimento:
libertação,
só pela compreensão,
disto!
é pensamento,
e, matéria condensamento
da energia. Espírito
é energia, que é pensamento,
que é corpo, cérebro.
Mas, não somos continuidade,
somos descontínua continuidade.
Que estupidez querermos ser
só continuidade
ou só descontinuidade,
raramente querermos ser
o que somos: uma e outro!
Pobre, vaidoso,
orgulhoso
pensamento:
de ti próprio
sendo vítima,
e, acusando
teu casamento!
Projetas
o que desejas
real seja,
e, o endeusas:
que ilusão,
que contradição
que sofrimento:
libertação,
só pela compreensão,
disto!
Monday, June 20, 2011
AROMAS dos VINHOS
1. Limão
2. Toranja
3. Laranja
4. Ananás
5. Banana
6. Líchia
7. Melão
8. Moscatel
9. Maçã
10. Pêra
11. Marmelo
12. Morango
13. Framboesa
14. Groselha
15. Groselheira
16. Mirtilo
17. Amora
18. Cereja
19. Alperce
20. Pêssego
21. Amêndoa (caroço)
22. Ameixa
23. Noz
24. Espinheiro alvar
25. Acácia
26. Tília
27. Mel
28. Rosa
29. Violeta
30. Pimento verde
31. Cogumelo
32. Trufa
33. Levedura
34. Cedro
35. Pinheiro
36. Alcaçus
37. Rebentos de groselheira
38. Feno cortado
39. Tomilho
40. Baunilha
41. Canela
42. Cravo da India
43. Pimenta
44. Açafrão
45. Couro
46. Almíscar
47. Manteiga fresca
48. Pão torrado
49. Amêndoa torrada
50. Noz torrada
51. Caramelo
52. Café
53. Chocolate preto
54. Toque fumado
http://www.aromes-de-vin.com/portugues/nez_du_vin.aspx
1. Limão
2. Toranja
3. Laranja
4. Ananás
5. Banana
6. Líchia
7. Melão
8. Moscatel
9. Maçã
10. Pêra
11. Marmelo
12. Morango
13. Framboesa
14. Groselha
15. Groselheira
16. Mirtilo
17. Amora
18. Cereja
19. Alperce
20. Pêssego
21. Amêndoa (caroço)
22. Ameixa
23. Noz
24. Espinheiro alvar
25. Acácia
26. Tília
27. Mel
28. Rosa
29. Violeta
30. Pimento verde
31. Cogumelo
32. Trufa
33. Levedura
34. Cedro
35. Pinheiro
36. Alcaçus
37. Rebentos de groselheira
38. Feno cortado
39. Tomilho
40. Baunilha
41. Canela
42. Cravo da India
43. Pimenta
44. Açafrão
45. Couro
46. Almíscar
47. Manteiga fresca
48. Pão torrado
49. Amêndoa torrada
50. Noz torrada
51. Caramelo
52. Café
53. Chocolate preto
54. Toque fumado
http://www.aromes-de-vin.com/portugues/nez_du_vin.aspx
Sem sombra de problema com o mundo;
com todos os sentidos;
sempre com mais mundo;
jamais negando os grandes tempos idos.
Não alternância
entre esquerda e direita,
mas, obra feita
sem ganância.
Não somente o sistema
mas também a pessoa;
não só o teorema
mas também coisa que não doa.
Não amanhã
mas agora:
se não de manhã,
quando, Dora?
com todos os sentidos;
sempre com mais mundo;
jamais negando os grandes tempos idos.
Não alternância
entre esquerda e direita,
mas, obra feita
sem ganância.
Não somente o sistema
mas também a pessoa;
não só o teorema
mas também coisa que não doa.
Não amanhã
mas agora:
se não de manhã,
quando, Dora?
Sunday, June 19, 2011
ODORES
http://www.jardimdeflores.com.br/
A CRIANÇA E O CHEIRO
http://www.todopapas.com.br/criancas/desenvolvimento-infantil/descobrir-os-cheiros-2868
AROMATERAPIA PARA USO EM ANIMAIS
Dra. Martha Follain
foto: Regina Kalman
Compreendemos o mundo através de nossos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão.
O olfato e o paladar nos informam sobre a natureza química do que nos cerca. O nariz e a boca colhem as informações, e o cérebro as interpreta. O olfato e o paladar estão ligados.
O olfato é o resultado da interação físico-química entre as moléculas que estão presentes no ar que respiramos e de certos receptores localizados dentro de uma pequena área dentro do nariz. Essa área dentro do nariz tem o nome de epitélio olfativo e, é muito sensível: poucas moléculas são suficientes para estimulá-lo, produzindo a sensação de odor. Esses receptores transformam a informação olfativa em linguagem especial (impulso nervoso), capaz de ser compreendida pelo cérebro. O olfato humano é menos desenvolvido, em relação ao de outros mamíferos.
O olfato foi, até há bem pouco tempo atrás, o sentido menos pesquisado. Somente há quinze anos foi estudado mais profundamente. Heinz Breer, neurofisiólogo alemão, da Universidade de Stuttgart-Hohenheim, é o responsável por um importante estudo: ele pesquisou como os estímulos químicos que chegam ao nariz são transformados em sinais elétricos que o cérebro capta para transformar em sensação. Por esta pesquisa, Breer recebeu o Prêmio Leibniz da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG).
Olfato nos animais: Através dos cheiros os animais podem reconhecer e localizar alimentos, fugir de predadores e encontrar parceiros para o acasalamento. Nessa hora, os animais liberam uma secreção com algumas substâncias que atraem o parceiro - são os feromônios.
Mas nem todos os animais sentem os cheiros da mesma maneira. Os que possuem um sistema olfativo extremamente desenvolvido são chamados de hipermacrosmáticos, como, por exemplo, o ornitorrinco, o gambá, o canguru e o coala. O porco também tem um excelente olfato, embora menor que o grupo anterior. Ele e todos os animais carnívoros e ungulados (mamíferos cujos dedos têm cascos) são considerados macrosmáticos.
O sistema olfativo dos humanos e dos primatas é pouco desenvolvido, ou seja, nós e os macacos somos microsmáticos. Existem também alguns animais que não possuem esse sistema, como o golfinho e a baleia, que são anosmáticos (não sentem cheiros).
Tato: É a percepção da pressão pelas terminações nervosas existentes na pele - essas terminações nervosas são os receptores táteis. O sentido do tato não está na camada externa da pele (epiderme), mas na segunda (derme). A camada externa está morta e, se desmancha com facilidade. Abaixo da pele, os neurônios sensoriais registram as sensações percebidas. A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano (corresponde a 15% do peso corporal). A pele é também o principal órgão da regulação da temperatura corporal, através de diversos mecanismos. A pele absorve os óleos essenciais através da massagem, que são transportados para a corrente sangüínea. A Aromaterapia utiliza dois sentidos - olfato (inalação) e o tato (massagem).
Tato nos animais: Todos os animais respondem ao tato, às carícias. Neurologistas descobriram que, quando a mãe lambe os filhotes, provoca modificações químicas neles. Se o filhote é separado de sua mãe, diminuem seus hormônios de crescimento. Para esses filhotes, o melhor tratamento foi com uma massagem mais vigorosa, com um pincel, que simulava a língua da mãe.
A Aromaterapia é a utilização terapêutica dos óleos essenciais, que são compostos voláteis extraídos das plantas por processos que variam desde a destilação até a extração por solventes. Os óleos essenciais são considerados os "hormônios" da planta - sua síntese. São, quimicamente, bem diversificados assim como possuem diferentes atuações.
O termo Aromaterapia foi criado em 1928, por René Maurice Gattefossé, químico francês. É formado por duas palavras: “aroma” que significa “cheiro agradável”, e “terapia”, que é o “tratamento que visa a cura de uma indisposição mental ou física”. A descoberta de Gattefossé aconteceu quando queimou suas mãos devido a uma explosão em seu laboratório. Mergulhou-as imediatamente em essência de lavanda e percebeu que a queimadura sarou muito rapidamente, sem ocorrer nenhuma infecção ou cicatriz. Passou então a estudar sobre as propriedades antissépticas, bactericidas e anti-inflamatórias dos óleos essenciais.
Aromaterapia é uma forma de se tratar desequilíbrios, através da inalação e da aplicação externa de óleos essenciais. A ação terapêutica das essências se dá num nível elevado, mais sutil, que o da planta inteira ou de seu extrato, tendo, em geral, um efeito mais pronunciado sobre a mente e as emoções. É um ramo da osmologia, que consiste em tratamento baseado no efeito que os aromas de plantas são capazes de provocar em animais e humanos.
Os animais, por terem o olfato muito desenvolvido (e o tato também), reagem muito positiva e rapidamente ao tratamento. É considerada uma terapia complementar, embora seja um tratamento bastante antigo, que surgiu da fitoterapia e que é comumente usada em conjunto com esta. É utilizada no tratamento das mais variadas enfermidades e desequilíbrios, sendo considerada uma terapia holística.
Dra. Martha Follain
Colunista do site GREEPET. Formada em Direito. Especialista em Florais de Bach para animais e humanos pelo Instituto Bach. Possui ainda formação em Aromaterapia, Florais de Minas, Fitoterapia Brasileira, Terapia Ortomolecular, Bioeletrografia, Cristaloterapia, Cromoterapia, Terapia de Integração Craniossacral, Psicoterapia Hoística, Neurolingüística, Master Practitioner, Hipnose, Regressão e Reiki. CRT: 21524
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* este artigo pode ser publicado livremente em Revistas, Jornais, Newsletters e outros meios de comunicação, desde que a biografia do autor permaneça intacta e a fonte do artigo seja citada. Fonte do Artigo: www.greepet.vet.br
http://www.jardimdeflores.com.br/
A CRIANÇA E O CHEIRO
http://www.todopapas.com.br/criancas/desenvolvimento-infantil/descobrir-os-cheiros-2868
AROMATERAPIA PARA USO EM ANIMAIS
Dra. Martha Follain
foto: Regina Kalman
Compreendemos o mundo através de nossos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão.
O olfato e o paladar nos informam sobre a natureza química do que nos cerca. O nariz e a boca colhem as informações, e o cérebro as interpreta. O olfato e o paladar estão ligados.
O olfato é o resultado da interação físico-química entre as moléculas que estão presentes no ar que respiramos e de certos receptores localizados dentro de uma pequena área dentro do nariz. Essa área dentro do nariz tem o nome de epitélio olfativo e, é muito sensível: poucas moléculas são suficientes para estimulá-lo, produzindo a sensação de odor. Esses receptores transformam a informação olfativa em linguagem especial (impulso nervoso), capaz de ser compreendida pelo cérebro. O olfato humano é menos desenvolvido, em relação ao de outros mamíferos.
O olfato foi, até há bem pouco tempo atrás, o sentido menos pesquisado. Somente há quinze anos foi estudado mais profundamente. Heinz Breer, neurofisiólogo alemão, da Universidade de Stuttgart-Hohenheim, é o responsável por um importante estudo: ele pesquisou como os estímulos químicos que chegam ao nariz são transformados em sinais elétricos que o cérebro capta para transformar em sensação. Por esta pesquisa, Breer recebeu o Prêmio Leibniz da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG).
Olfato nos animais: Através dos cheiros os animais podem reconhecer e localizar alimentos, fugir de predadores e encontrar parceiros para o acasalamento. Nessa hora, os animais liberam uma secreção com algumas substâncias que atraem o parceiro - são os feromônios.
Mas nem todos os animais sentem os cheiros da mesma maneira. Os que possuem um sistema olfativo extremamente desenvolvido são chamados de hipermacrosmáticos, como, por exemplo, o ornitorrinco, o gambá, o canguru e o coala. O porco também tem um excelente olfato, embora menor que o grupo anterior. Ele e todos os animais carnívoros e ungulados (mamíferos cujos dedos têm cascos) são considerados macrosmáticos.
O sistema olfativo dos humanos e dos primatas é pouco desenvolvido, ou seja, nós e os macacos somos microsmáticos. Existem também alguns animais que não possuem esse sistema, como o golfinho e a baleia, que são anosmáticos (não sentem cheiros).
Tato: É a percepção da pressão pelas terminações nervosas existentes na pele - essas terminações nervosas são os receptores táteis. O sentido do tato não está na camada externa da pele (epiderme), mas na segunda (derme). A camada externa está morta e, se desmancha com facilidade. Abaixo da pele, os neurônios sensoriais registram as sensações percebidas. A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano (corresponde a 15% do peso corporal). A pele é também o principal órgão da regulação da temperatura corporal, através de diversos mecanismos. A pele absorve os óleos essenciais através da massagem, que são transportados para a corrente sangüínea. A Aromaterapia utiliza dois sentidos - olfato (inalação) e o tato (massagem).
Tato nos animais: Todos os animais respondem ao tato, às carícias. Neurologistas descobriram que, quando a mãe lambe os filhotes, provoca modificações químicas neles. Se o filhote é separado de sua mãe, diminuem seus hormônios de crescimento. Para esses filhotes, o melhor tratamento foi com uma massagem mais vigorosa, com um pincel, que simulava a língua da mãe.
A Aromaterapia é a utilização terapêutica dos óleos essenciais, que são compostos voláteis extraídos das plantas por processos que variam desde a destilação até a extração por solventes. Os óleos essenciais são considerados os "hormônios" da planta - sua síntese. São, quimicamente, bem diversificados assim como possuem diferentes atuações.
O termo Aromaterapia foi criado em 1928, por René Maurice Gattefossé, químico francês. É formado por duas palavras: “aroma” que significa “cheiro agradável”, e “terapia”, que é o “tratamento que visa a cura de uma indisposição mental ou física”. A descoberta de Gattefossé aconteceu quando queimou suas mãos devido a uma explosão em seu laboratório. Mergulhou-as imediatamente em essência de lavanda e percebeu que a queimadura sarou muito rapidamente, sem ocorrer nenhuma infecção ou cicatriz. Passou então a estudar sobre as propriedades antissépticas, bactericidas e anti-inflamatórias dos óleos essenciais.
Aromaterapia é uma forma de se tratar desequilíbrios, através da inalação e da aplicação externa de óleos essenciais. A ação terapêutica das essências se dá num nível elevado, mais sutil, que o da planta inteira ou de seu extrato, tendo, em geral, um efeito mais pronunciado sobre a mente e as emoções. É um ramo da osmologia, que consiste em tratamento baseado no efeito que os aromas de plantas são capazes de provocar em animais e humanos.
Os animais, por terem o olfato muito desenvolvido (e o tato também), reagem muito positiva e rapidamente ao tratamento. É considerada uma terapia complementar, embora seja um tratamento bastante antigo, que surgiu da fitoterapia e que é comumente usada em conjunto com esta. É utilizada no tratamento das mais variadas enfermidades e desequilíbrios, sendo considerada uma terapia holística.
Dra. Martha Follain
Colunista do site GREEPET. Formada em Direito. Especialista em Florais de Bach para animais e humanos pelo Instituto Bach. Possui ainda formação em Aromaterapia, Florais de Minas, Fitoterapia Brasileira, Terapia Ortomolecular, Bioeletrografia, Cristaloterapia, Cromoterapia, Terapia de Integração Craniossacral, Psicoterapia Hoística, Neurolingüística, Master Practitioner, Hipnose, Regressão e Reiki. CRT: 21524
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* este artigo pode ser publicado livremente em Revistas, Jornais, Newsletters e outros meios de comunicação, desde que a biografia do autor permaneça intacta e a fonte do artigo seja citada. Fonte do Artigo: www.greepet.vet.br
Uma curiosa pesquisa encomendada a consultoria OnePoll, revelou quais os tipos de odores que os homens e mulheres mais apreciam. A pesquisa contou com a participação de mais de 4.000 pessoas e concluiu que o cheiro de Pão Fresco é o que mais agrada aos narizes alheios.
1º. Pão fresco
2º. Lençóis limpos
3º. Grama recém cortada
4º. Flores frescas
5º. Café acabado de ser moído
6º. O ar fresco depois da chuva
7º. Baunilha
8º. Chocolate
9º. Peixe e batatas fritas
10º. Bacon frito
http://lista10.org/miscelanea/os-10-cheiros-que-deixam-as-pessoas-mais-felizes/
1º. Pão fresco
2º. Lençóis limpos
3º. Grama recém cortada
4º. Flores frescas
5º. Café acabado de ser moído
6º. O ar fresco depois da chuva
7º. Baunilha
8º. Chocolate
9º. Peixe e batatas fritas
10º. Bacon frito
http://lista10.org/miscelanea/os-10-cheiros-que-deixam-as-pessoas-mais-felizes/
Divisão, paixão
causa o problema:
a compreensão
resolve o problema.
(Têm medo do novo, nomeadamente de que é a divisão/paixão que causa o problema; mas, compreendendo isto, acabam imediatamente os problemas\divisões).
Esperar, demora
não é nada:
Vida é agora,
não ontem, Ada!
(Cesse também todo o esperar, toda a esperança: quase toda a vida é agora, não ontem ou amanhã.)
Solve-se problema
já, não quando chover:
no céu não há problema
por tempo não haver.
(Porque é que não há problema com Deus, no Céu? Por que não há tempo! Os problemas alimentam-se do tempo, cortando-lhes a fonte de alimentação, o tempo, eles acabam, felizes..)
Adiar solução
é aumentar dor,
pois, de relação
é o problema, doutor.
(Pensar que necessitamos do tempo para resolver os problemas é afastarmo-nos, fugirmos deles, e agravá-los, pois, o problema é sempre de relação. Sem amor, sem bom relacionamento, sem grande afeição, que são o supremo gozo,nada de bom, só dor, só problemas. E, com esforço também não: afeição não tem nada a ver com luta, com ciúme).
Portanto,solução
é amor sem ciúme,
grande afeição
sempre no cume!
causa o problema:
a compreensão
resolve o problema.
(Têm medo do novo, nomeadamente de que é a divisão/paixão que causa o problema; mas, compreendendo isto, acabam imediatamente os problemas\divisões).
Esperar, demora
não é nada:
Vida é agora,
não ontem, Ada!
(Cesse também todo o esperar, toda a esperança: quase toda a vida é agora, não ontem ou amanhã.)
Solve-se problema
já, não quando chover:
no céu não há problema
por tempo não haver.
(Porque é que não há problema com Deus, no Céu? Por que não há tempo! Os problemas alimentam-se do tempo, cortando-lhes a fonte de alimentação, o tempo, eles acabam, felizes..)
Adiar solução
é aumentar dor,
pois, de relação
é o problema, doutor.
(Pensar que necessitamos do tempo para resolver os problemas é afastarmo-nos, fugirmos deles, e agravá-los, pois, o problema é sempre de relação. Sem amor, sem bom relacionamento, sem grande afeição, que são o supremo gozo,nada de bom, só dor, só problemas. E, com esforço também não: afeição não tem nada a ver com luta, com ciúme).
Portanto,solução
é amor sem ciúme,
grande afeição
sempre no cume!
Saturday, June 18, 2011
Identificando-nos, sim, com a flor, com a formiga, com o que sofre, com o que goza, com o belo, com o feio, com tudo, com todos... Só assim surgem o belo, o bom generalizados.
Nem controlo nem libertinagem, mas, observação, aprendizagem com toda a clareza.
Não desejando uma coisa e fazendo outra; sem sermos influenciados a não ser pela verdade, descobrindo por nós próprios, sem ilusões... E, ótimo e bom também são um!
Mui atentos no relacionamento, sem registos, sem formação de imagens, com amor... E, "a porta se abre": o que se segue é indescritível!
Temos de compreender, viver por nós próprios. Não o que outros disseram\experimentaram\dizem|experimentam, mas, a nossa vida, a nossa verdade, sem imposições!
Querermos ser velhos quando somos novos, e, novos quando somos velhos só prova que o tempo não é quase nada e que os processos são quase tudo: somos um todo com todos/tudo: nunca sofremos sós, nunca gozamos sós: a dor acaba, e, o prazer do bem estar, do belo, da coisa certa, da justiça, do amor, da igualdade é soberano.
Nem controlo nem libertinagem, mas, observação, aprendizagem com toda a clareza.
Não desejando uma coisa e fazendo outra; sem sermos influenciados a não ser pela verdade, descobrindo por nós próprios, sem ilusões... E, ótimo e bom também são um!
Mui atentos no relacionamento, sem registos, sem formação de imagens, com amor... E, "a porta se abre": o que se segue é indescritível!
Temos de compreender, viver por nós próprios. Não o que outros disseram\experimentaram\dizem|experimentam, mas, a nossa vida, a nossa verdade, sem imposições!
Querermos ser velhos quando somos novos, e, novos quando somos velhos só prova que o tempo não é quase nada e que os processos são quase tudo: somos um todo com todos/tudo: nunca sofremos sós, nunca gozamos sós: a dor acaba, e, o prazer do bem estar, do belo, da coisa certa, da justiça, do amor, da igualdade é soberano.
Não é apego ou desapego, mas, compaixão, amor por todas as pessoas e seres: a análise pode ou não ser importante, mas, seguramente que a Totalidade o é sempre.
Sem tempo, iluminados, absolutos, incorruptíveis... Mas, sem jejuns, sem auto-torturas, sem comportamentos neuróticos, sem adoração de mitos, de tradições e de heróis, tudo absurdo, irracional e sem o mínimo de valor.
Não somos só intelecto, somos também percepção, intuição, sentimento...
Até o mais pequenino agente de religião é um explorador, apesar de, na actual conjuntura, os políticos serem os piores enganadores. E, é tão fácil enganarem sucessivamente as multidões vazias, indolentes!...
Temos de ver o falso como falso, a verdade no falso, a verdade mentirosa,e, a Verdade como verdade.
A Verdade está no que fazemos, na nossa conduta, não em atitudes extravagantes, não longe... Basta bem observarmos, desfrutarmos... Dando, recebendo, dando...
Sem tempo, iluminados, absolutos, incorruptíveis... Mas, sem jejuns, sem auto-torturas, sem comportamentos neuróticos, sem adoração de mitos, de tradições e de heróis, tudo absurdo, irracional e sem o mínimo de valor.
Não somos só intelecto, somos também percepção, intuição, sentimento...
Até o mais pequenino agente de religião é um explorador, apesar de, na actual conjuntura, os políticos serem os piores enganadores. E, é tão fácil enganarem sucessivamente as multidões vazias, indolentes!...
Temos de ver o falso como falso, a verdade no falso, a verdade mentirosa,e, a Verdade como verdade.
A Verdade está no que fazemos, na nossa conduta, não em atitudes extravagantes, não longe... Basta bem observarmos, desfrutarmos... Dando, recebendo, dando...
Friday, June 17, 2011
O problema do desejo, como o do prazer, é claro, é quase sempre terminarem em desilusão e em dor. Apesar de não ser assim como o prazer supremo, o êxtase, da vivência do eterno, do infinito... Comunhão que é relação.
Realmente, a correcta relação com pessoas, animais, coisas e árvores é fundamental, básica.E, relação correta é, não nos cansamos de o dizer, relação sem conflito e não condicionada, partindo do princípio de que já estamos perfeitamente integrados, não divididos, em nós próprios, sendo que só o fragmentado pode ser corrupto.
Quanto à luz, repetimos também, temos de ser a luz de nós próprios, não andar seguindo, muito menos roubando, a luz de outros, nem permitindo que outros nos sigam cegamente.
Já a atenção, também muitíssimo importante, é silêncio, é paragem... Que é o modo de descobrirmos o sentido profundo e completo das coisas e seres, indo para além da superfície, da palavra, do gesto, do silêncio, da ação... Chegando ao cerne e a tudo. Atenção é ainda ausência de desejo, de atingir, de chegar, de vir a ser... De vontade... Que é união, harmonia entre conhecido e desconhecido.
Nem oposição de esquerda, nem de direita, nem outra qualquer é necessária, pois, oposição é obstrução, atrito que só complica o bom e são funcionamento do Todo. E, sendo a oposição, do impedimento, da direção, da moldagem, da formatação, da imitação fruto do passado, basta a cessação deste para que cesse toda a oposição, tanto de governo como da oposição.
Realmente, a correcta relação com pessoas, animais, coisas e árvores é fundamental, básica.E, relação correta é, não nos cansamos de o dizer, relação sem conflito e não condicionada, partindo do princípio de que já estamos perfeitamente integrados, não divididos, em nós próprios, sendo que só o fragmentado pode ser corrupto.
Quanto à luz, repetimos também, temos de ser a luz de nós próprios, não andar seguindo, muito menos roubando, a luz de outros, nem permitindo que outros nos sigam cegamente.
Já a atenção, também muitíssimo importante, é silêncio, é paragem... Que é o modo de descobrirmos o sentido profundo e completo das coisas e seres, indo para além da superfície, da palavra, do gesto, do silêncio, da ação... Chegando ao cerne e a tudo. Atenção é ainda ausência de desejo, de atingir, de chegar, de vir a ser... De vontade... Que é união, harmonia entre conhecido e desconhecido.
Nem oposição de esquerda, nem de direita, nem outra qualquer é necessária, pois, oposição é obstrução, atrito que só complica o bom e são funcionamento do Todo. E, sendo a oposição, do impedimento, da direção, da moldagem, da formatação, da imitação fruto do passado, basta a cessação deste para que cesse toda a oposição, tanto de governo como da oposição.
Thursday, June 16, 2011
Cérebro que não regista é cérebro muito tranquilo, rejuvenescido: cérebro cheio de antiguidades é cérebro envelhecido.
Perceber o problema é dissolver o problema, nomeadamente de querer ser como/o(a) ou de não querer ser o(a)/como...
E, se digo que não vou vou culpar passado, já o culpo!
Menos futuro e menos passado é mais e melhor presente, e, mais e melhor futuro!
E o desconhecido, que também é o novo, é o oculto, o velado, o não descoberto, (a)o que se esconde!...
Querer alcançar, querer vir a ser, querer melhorar... Eis a essência do tempo. Mas, eternidade, ser eterno, não é prolongar um tempo ou tempos indefinidamente: é ser sem tempo, que é não desejar, pela percepção e pela compreensão profundas.
Sistema é padrão,
é rotina, é escravidão!
Vamos lá, patrão:
cessa tua opressão!
Memória também é opressão,
destruição das células cerebrais:
vamos lá cérebros oprimidos,
cheios de gemidos e de ais:
deitai memórias fora, libertai-vos!
E, esses trilhos, esses sulcos, essas estreitas veredas cerebrais,
sempre só numa direção,quando já se vai à lua! Mas, podemos ir\observar em todas as direções, ou, sem direção, que é o mesmo, e, sem motivo, que é grande libertação.
Cesse pois toda a dependência, todo o apego, todo o medo, todo o ciúme, toda a ansiedade, toda a tortura!...
E não temas, que, sem memória de modo algum nos tornamos num vegetal qualquer! O que acontece é que o cérebro, levíssimo,passa então a funcionar no modo da grande percepção e da super-inteligência, que são ação ultra-rápida e mais do que perfeita!!
Perceber o problema é dissolver o problema, nomeadamente de querer ser como/o(a) ou de não querer ser o(a)/como...
E, se digo que não vou vou culpar passado, já o culpo!
Menos futuro e menos passado é mais e melhor presente, e, mais e melhor futuro!
E o desconhecido, que também é o novo, é o oculto, o velado, o não descoberto, (a)o que se esconde!...
Querer alcançar, querer vir a ser, querer melhorar... Eis a essência do tempo. Mas, eternidade, ser eterno, não é prolongar um tempo ou tempos indefinidamente: é ser sem tempo, que é não desejar, pela percepção e pela compreensão profundas.
Sistema é padrão,
é rotina, é escravidão!
Vamos lá, patrão:
cessa tua opressão!
Memória também é opressão,
destruição das células cerebrais:
vamos lá cérebros oprimidos,
cheios de gemidos e de ais:
deitai memórias fora, libertai-vos!
E, esses trilhos, esses sulcos, essas estreitas veredas cerebrais,
sempre só numa direção,quando já se vai à lua! Mas, podemos ir\observar em todas as direções, ou, sem direção, que é o mesmo, e, sem motivo, que é grande libertação.
Cesse pois toda a dependência, todo o apego, todo o medo, todo o ciúme, toda a ansiedade, toda a tortura!...
E não temas, que, sem memória de modo algum nos tornamos num vegetal qualquer! O que acontece é que o cérebro, levíssimo,passa então a funcionar no modo da grande percepção e da super-inteligência, que são ação ultra-rápida e mais do que perfeita!!
Eternos mutantes
na unidade;
muitas variantes
na totalidade.
Alguém odiar,
alguém agredir
ou alguém matar,
é auto-destruir.
Sentir unidade
da vida urgente
é logo, se há-de
vida ser ciente.
Ciúme, agressão,
medo, comparação,
inveja, imposição...
do apego são.
Auto-percebimento
com toda a atenção
com esquecimento
é libertação!
A imitação
é do conhecido;
e, a criação
do desconhecido.
O mui criativo
não envelhece;
o imitativo
é o que fenece.
E não registar
insultos,pressões,
louvores... Amar´
é das atenções.
Mas, imitador
e o criativo,
um são, na dor
e no mui festivo!
na unidade;
muitas variantes
na totalidade.
Alguém odiar,
alguém agredir
ou alguém matar,
é auto-destruir.
Sentir unidade
da vida urgente
é logo, se há-de
vida ser ciente.
Ciúme, agressão,
medo, comparação,
inveja, imposição...
do apego são.
Auto-percebimento
com toda a atenção
com esquecimento
é libertação!
A imitação
é do conhecido;
e, a criação
do desconhecido.
O mui criativo
não envelhece;
o imitativo
é o que fenece.
E não registar
insultos,pressões,
louvores... Amar´
é das atenções.
Mas, imitador
e o criativo,
um são, na dor
e no mui festivo!
Wednesday, June 15, 2011
Cérebro vazio é cérebro sem pensamento,
é cérebro pleno de energia.
Convém sermos nada, que é sermos livres,
e, isto é não é loucura, é de um enorme realismo,
de uma tremenda verdade: não nos resumimos a um punhado
de cinza? Apesar de sermos nada ser sermos tudo/todos... Uma incrível energia,
uma extraordinária ordem, uma estabilidade fundamental!
Se há medo, se há conflito, qualquer espécie de conflito, de confusão não pode existir ordem... Mas,não uma ordem que nasce da disciplina, de uma qualquer espécie de iluminação, do limitado pensamento.
Verdadeiramente, o pensamento só cria desordem, por meio do conflito entre o que é e o que deveria ser, entre o real e o teórico, entre o que existe e o que não existe. E, isto é verdade, isto é a lei, não uma mera ideia!
A ordem de que falamos é sem opostos, como meio de de escape, de entendimento ou de progresso, e, surge quando vemos o que é sem ideais, sem opostos.
Por exemplo: ver o sem abrigo, o sequeiro, o agressor, o invejoso... sem a casa, sem a água, sem a paz, sem o desapego... é dar-lhes casa, água, paz, desapego...
é cérebro pleno de energia.
Convém sermos nada, que é sermos livres,
e, isto é não é loucura, é de um enorme realismo,
de uma tremenda verdade: não nos resumimos a um punhado
de cinza? Apesar de sermos nada ser sermos tudo/todos... Uma incrível energia,
uma extraordinária ordem, uma estabilidade fundamental!
Se há medo, se há conflito, qualquer espécie de conflito, de confusão não pode existir ordem... Mas,não uma ordem que nasce da disciplina, de uma qualquer espécie de iluminação, do limitado pensamento.
Verdadeiramente, o pensamento só cria desordem, por meio do conflito entre o que é e o que deveria ser, entre o real e o teórico, entre o que existe e o que não existe. E, isto é verdade, isto é a lei, não uma mera ideia!
A ordem de que falamos é sem opostos, como meio de de escape, de entendimento ou de progresso, e, surge quando vemos o que é sem ideais, sem opostos.
Por exemplo: ver o sem abrigo, o sequeiro, o agressor, o invejoso... sem a casa, sem a água, sem a paz, sem o desapego... é dar-lhes casa, água, paz, desapego...
Nenhum bem pode vir
do mal; nenhum prazer
pode vir da dor; cesse
pois todo o sofrimento:
o grande infinito
tem então seu lugar.
Cesse tagarelar
interior também,
e, toda a atividade:
observemos desordem,
observar a desordem
é ficar ordenado
com toda a ordem cósmica.
Resolvamos probelma
logo que ele surge;
não pensemos em como
não estar ocupados:
as mentes ocupadas
são mentes destrutivas,
não são as mentes
livres, cheias d' espaço!
Não pensemos em como
estarmos bem atentos
a tudo e a todos,
que, atenção não é:
estejamos atentos!
Desconhecido é
não preconcebível,
e, só altamente
sensíveis, activos,
sem condicionamento,
não programados,
não influenciados,
não rotinados,
fora da nossa sombra,
desatados, sem centro,
despegados de experiências,
de desejos, de conclusões,
de ideiais... O Desconhecido
se revela.
E, somos também a dor,
que desaparece.
do mal; nenhum prazer
pode vir da dor; cesse
pois todo o sofrimento:
o grande infinito
tem então seu lugar.
Cesse tagarelar
interior também,
e, toda a atividade:
observemos desordem,
observar a desordem
é ficar ordenado
com toda a ordem cósmica.
Resolvamos probelma
logo que ele surge;
não pensemos em como
não estar ocupados:
as mentes ocupadas
são mentes destrutivas,
não são as mentes
livres, cheias d' espaço!
Não pensemos em como
estarmos bem atentos
a tudo e a todos,
que, atenção não é:
estejamos atentos!
Desconhecido é
não preconcebível,
e, só altamente
sensíveis, activos,
sem condicionamento,
não programados,
não influenciados,
não rotinados,
fora da nossa sombra,
desatados, sem centro,
despegados de experiências,
de desejos, de conclusões,
de ideiais... O Desconhecido
se revela.
E, somos também a dor,
que desaparece.
Tuesday, June 14, 2011
Compreensão total da vida, e...ação correcta,
e... silêncio, não porque se vai cantar o fado
(apesar de haver fados fantásticos!), mas, silêncio
absoluto, não tentado, silêncio que é ordem e liberdade.
Totalmente de novo,
totalmente inocentes novamente,
não no sentido de nascermos de novo,
mas, no sentido de não ferirmos, matarmos
nem de nos sentirmos ofendidos, assassinados,
mesmo que só politicamente!
Sem necessidade da (falsa) segurança da tradição,
da continuidade, do conformismo, da imitação, da ilusão,
da crença... Sem medo da verdadeira revolução!
Claro que DEUS existe, e, é o TODO!
Agora criarmos deuses (Deus) à nossa medida (ou adoptá-los de outrem),
o que são projeções e depois adorá-los, não passa de auto-adoração!
Mui pobre progresso, o da continuidade, pois, é somente mecânico,
o qual se desgasta e morre... pelo desprezo do novo, pelo registo,
todo o registo, que impede de VER e de VIVER a vida eterna, poderosa, vitoriosa!
A explicação é importante se nos leva ao Facto: não podemos deixar-nos enredar por explicações que não levam a lado nenhum. E, há pessoas que funcionam como espelhos:
não fujamos deles, não partamos os espelhos por não gostarmos do que vemos neles: antes, conheçamo-nos sempre cada vez mais neles!
Por mais conhecimento que se acumule, ele nunca é absoluto, mas, o mais grave é
interpretarmos sempre o presente em função do passado, quando, há sempre Alguém a mudar, mesmo que só mui superficialmente, o passado, que dá o presente, e, depois, o futuro!
Ora, qualquer um pode ver que o que continua... sempre igual... sempre se repetindo... não pode ter/ser nada de novo!!
Mas, a verdadeira segurança põe o conhecimento, o pensamento no lugar que lhe é devido, neste momento, zero... E,... a percepção profunda, a ordem completa, e, um novo, inocente, vivo, belo e poderoso modo de operar.
O amor, a amizade nem sequer pertencem ao pensamento! Onde impera a conjetura, o pensamento, a congeminação... Não há lugar para o amor. É quando nos pomos a pensar, o que geralmente acaba no medo ou na prudência excessiva, que estragamos tudo! E, como pensar é a grande atividade dos homens, até dos analfabetos... a não arrepiarmos caminho será mesmo o aniquilamento total...
E, qual é a essência do egoísmo, que é o mal, se não o processo do registo, todo o registo?
e... silêncio, não porque se vai cantar o fado
(apesar de haver fados fantásticos!), mas, silêncio
absoluto, não tentado, silêncio que é ordem e liberdade.
Totalmente de novo,
totalmente inocentes novamente,
não no sentido de nascermos de novo,
mas, no sentido de não ferirmos, matarmos
nem de nos sentirmos ofendidos, assassinados,
mesmo que só politicamente!
Sem necessidade da (falsa) segurança da tradição,
da continuidade, do conformismo, da imitação, da ilusão,
da crença... Sem medo da verdadeira revolução!
Claro que DEUS existe, e, é o TODO!
Agora criarmos deuses (Deus) à nossa medida (ou adoptá-los de outrem),
o que são projeções e depois adorá-los, não passa de auto-adoração!
Mui pobre progresso, o da continuidade, pois, é somente mecânico,
o qual se desgasta e morre... pelo desprezo do novo, pelo registo,
todo o registo, que impede de VER e de VIVER a vida eterna, poderosa, vitoriosa!
A explicação é importante se nos leva ao Facto: não podemos deixar-nos enredar por explicações que não levam a lado nenhum. E, há pessoas que funcionam como espelhos:
não fujamos deles, não partamos os espelhos por não gostarmos do que vemos neles: antes, conheçamo-nos sempre cada vez mais neles!
Por mais conhecimento que se acumule, ele nunca é absoluto, mas, o mais grave é
interpretarmos sempre o presente em função do passado, quando, há sempre Alguém a mudar, mesmo que só mui superficialmente, o passado, que dá o presente, e, depois, o futuro!
Ora, qualquer um pode ver que o que continua... sempre igual... sempre se repetindo... não pode ter/ser nada de novo!!
Mas, a verdadeira segurança põe o conhecimento, o pensamento no lugar que lhe é devido, neste momento, zero... E,... a percepção profunda, a ordem completa, e, um novo, inocente, vivo, belo e poderoso modo de operar.
O amor, a amizade nem sequer pertencem ao pensamento! Onde impera a conjetura, o pensamento, a congeminação... Não há lugar para o amor. É quando nos pomos a pensar, o que geralmente acaba no medo ou na prudência excessiva, que estragamos tudo! E, como pensar é a grande atividade dos homens, até dos analfabetos... a não arrepiarmos caminho será mesmo o aniquilamento total...
E, qual é a essência do egoísmo, que é o mal, se não o processo do registo, todo o registo?
O desejo é como o pensamento,
têm o seu lugar, que até pode ser grande,
mas, não podem ser nem omnipresentes
nem omnipotentes.
A omnipotência e a omnipresença
são de um outro espaço, de uma outra energia:
extraordinárias, sem barreiras, sem contradições,
eternas, sem sobrecargas, infinitas, sem impurezas...
Tanto mais intensas quanto menores o pensamento, o desejo, o eu.
têm o seu lugar, que até pode ser grande,
mas, não podem ser nem omnipresentes
nem omnipotentes.
A omnipotência e a omnipresença
são de um outro espaço, de uma outra energia:
extraordinárias, sem barreiras, sem contradições,
eternas, sem sobrecargas, infinitas, sem impurezas...
Tanto mais intensas quanto menores o pensamento, o desejo, o eu.
Monday, June 13, 2011
Bendito o pensamento que percebe
que não pode mudar nada, pois,
ele é esse tudo. E, fica quieto
tal pensamento, acabando o finito tempo!
E, ocorre, num ápice, a tão almejada mudança
para o bem e para a bondade.
E ocorre o maravilhoso, o autêntico relacionamento,
sem o vão esforço do ajustamento,
sem disciplinas nem controles,
nem autoridades nem seguidismos,
que da desordem são.
Mas, não
sem a vera inteligência.
E acontece a imensa beleza da integridade não
cultivada, não
só do pensamento.
Da integridade que é amor
que a todos, pessoas, animais, plantas, coisas ama
e que já não
pode por isso ter dor.
E, a liberdade total acontece,
a própria libertação
da mesquinha imagem do eterno, do infinito,
do poderoso, do perfeito... e, do desejo de expressá-la...
Podendo assim ela se expressar, em toda a sua compaixão,
beleza e sacralidade!!
que não pode mudar nada, pois,
ele é esse tudo. E, fica quieto
tal pensamento, acabando o finito tempo!
E, ocorre, num ápice, a tão almejada mudança
para o bem e para a bondade.
E ocorre o maravilhoso, o autêntico relacionamento,
sem o vão esforço do ajustamento,
sem disciplinas nem controles,
nem autoridades nem seguidismos,
que da desordem são.
Mas, não
sem a vera inteligência.
E acontece a imensa beleza da integridade não
cultivada, não
só do pensamento.
Da integridade que é amor
que a todos, pessoas, animais, plantas, coisas ama
e que já não
pode por isso ter dor.
E, a liberdade total acontece,
a própria libertação
da mesquinha imagem do eterno, do infinito,
do poderoso, do perfeito... e, do desejo de expressá-la...
Podendo assim ela se expressar, em toda a sua compaixão,
beleza e sacralidade!!
Não condicionados;
não separados
do pensamento,
da ação,
do desejo;
sem ideiais,
sem dogmas,
sem fórmulas,
sem comos,
sem sistemas,
sem padrões,
sem símbolos,
sem conclusões;
com uma única autoridade:
a da verdade, do eterno,
do intemporal, do imensurável.
Iluminados,
mui atentos:
atenção é amor,
que não é desejo, prazer...
Não isolados,
mas sós, lúcidos, não contaminados.
Jamais só com o enganado
pensamento, que, após tudo dividir
e destruir, vem dizer que une!
Sem (nos)compararmos,
o que é um alívio tremendo,
um extraordinário ganho de energia.
Com total atenção de todo o nosso ser,
que é silêncio e ausência de eu.
Sem direção, sem objectivos,
com um incrível espaço na mente, sem
agitação, sem
pensamento.
Para haver atenção total não pode existir
nenhuma autoridade, residindo a essência
da bondade na ausência de conflito
e na responsabilidade e na justiça.
não separados
do pensamento,
da ação,
do desejo;
sem ideiais,
sem dogmas,
sem fórmulas,
sem comos,
sem sistemas,
sem padrões,
sem símbolos,
sem conclusões;
com uma única autoridade:
a da verdade, do eterno,
do intemporal, do imensurável.
Iluminados,
mui atentos:
atenção é amor,
que não é desejo, prazer...
Não isolados,
mas sós, lúcidos, não contaminados.
Jamais só com o enganado
pensamento, que, após tudo dividir
e destruir, vem dizer que une!
Sem (nos)compararmos,
o que é um alívio tremendo,
um extraordinário ganho de energia.
Com total atenção de todo o nosso ser,
que é silêncio e ausência de eu.
Sem direção, sem objectivos,
com um incrível espaço na mente, sem
agitação, sem
pensamento.
Para haver atenção total não pode existir
nenhuma autoridade, residindo a essência
da bondade na ausência de conflito
e na responsabilidade e na justiça.
Sunday, June 12, 2011
Pertencendo
a todos os grupos
sem forçar a entrada em nenhum,
ou, não pertencendo
a nenhum grupo…
Como se queira, que o efeito
É o mesmo: o verdadeiro, profundo
Sagrado.
E, os novos céus e a nova terra são
Agora: NOVOS por acabar a continuidade
Velha, só ligeiramente
Modificada na forma; por triunfar,
Estar
Sempre presente
A verdade, nomeadamente
A verdade de que:
Tocado e tocador,
Observador e observado,
Imaginado e imaginador,
Comido e comedor,
Cheirador e cheirado…
São o mesmo, são um só,
Não havendo portanto nada
Para modificar, para alcançar,
Esforçadamente…
Nós e o nosso pensamento e desejo
Também somos o mesmo:
Não há desejo para controlar, disciplinar…
Nós e a casa, o fato, o carro, o dinheiro… Somos o mesmo,
Não há nada para construirmos, adquirirmos …
Mesmo construindo, já está construído…
Nós e o lá somos o mesmo,
Não há lá para onde irmos…
Mesmo indo, já lá/cá estamos!
Homem e mulher são o mesmo,
Tudo é o mesmo, e, isto não é lirismo,
É bem verdadeiro, profundo realismo!
E, estes céus e esta terra são novos porque não envelhecem.
Agora que já desesperavas do novo céu e da nova terra
Isto parece-te pouco? E, todavia, é muitíssimo mais!...
a todos os grupos
sem forçar a entrada em nenhum,
ou, não pertencendo
a nenhum grupo…
Como se queira, que o efeito
É o mesmo: o verdadeiro, profundo
Sagrado.
E, os novos céus e a nova terra são
Agora: NOVOS por acabar a continuidade
Velha, só ligeiramente
Modificada na forma; por triunfar,
Estar
Sempre presente
A verdade, nomeadamente
A verdade de que:
Tocado e tocador,
Observador e observado,
Imaginado e imaginador,
Comido e comedor,
Cheirador e cheirado…
São o mesmo, são um só,
Não havendo portanto nada
Para modificar, para alcançar,
Esforçadamente…
Nós e o nosso pensamento e desejo
Também somos o mesmo:
Não há desejo para controlar, disciplinar…
Nós e a casa, o fato, o carro, o dinheiro… Somos o mesmo,
Não há nada para construirmos, adquirirmos …
Mesmo construindo, já está construído…
Nós e o lá somos o mesmo,
Não há lá para onde irmos…
Mesmo indo, já lá/cá estamos!
Homem e mulher são o mesmo,
Tudo é o mesmo, e, isto não é lirismo,
É bem verdadeiro, profundo realismo!
E, estes céus e esta terra são novos porque não envelhecem.
Agora que já desesperavas do novo céu e da nova terra
Isto parece-te pouco? E, todavia, é muitíssimo mais!...
Pobres mentes torturadas, limitadas, desorientadas,
sofridas, iludidas, divididas, separativas, de curtas vistas,
conflituosas, odiosas, temerosas, pre-ocupadas,
exploradoras, seguidistas, não inclusivistas...
Pobres mentes não investigadoras,
que por si próprias não descobrem Verdade,
meramente repetidoras,
escravas da segurança da crença da menoridade.
Tanto ego, tanto engano,e, tão pouca energia,
e tão falsa, como é a energia do conflito, e, tão pouco espaço...
Tempo por vezes tão cheio de destruidora valentia,
e tão passageiro, sem eterno passo...
Tanta preocupação com parada tradição,
que é registo, por causa da pequena
segurança da continuidade... E, inovação
querendo ainda, gloriosa e serena!
Vida é movimento, aprendizagem, expansão e contração
permanentes, sempre mais subtis e refinados(as)...
Tradição não é vida, é estagnação.
E, vida segura é sem ego, ou, com todos os egos, amados.
Mente pura, em ordem, ilimitada,
é mente serena, não agitada
pela ofensa, pelo louvor, nem apressada
pela ânsia, pelo temor... Nem retardada...
sofridas, iludidas, divididas, separativas, de curtas vistas,
conflituosas, odiosas, temerosas, pre-ocupadas,
exploradoras, seguidistas, não inclusivistas...
Pobres mentes não investigadoras,
que por si próprias não descobrem Verdade,
meramente repetidoras,
escravas da segurança da crença da menoridade.
Tanto ego, tanto engano,e, tão pouca energia,
e tão falsa, como é a energia do conflito, e, tão pouco espaço...
Tempo por vezes tão cheio de destruidora valentia,
e tão passageiro, sem eterno passo...
Tanta preocupação com parada tradição,
que é registo, por causa da pequena
segurança da continuidade... E, inovação
querendo ainda, gloriosa e serena!
Vida é movimento, aprendizagem, expansão e contração
permanentes, sempre mais subtis e refinados(as)...
Tradição não é vida, é estagnação.
E, vida segura é sem ego, ou, com todos os egos, amados.
Mente pura, em ordem, ilimitada,
é mente serena, não agitada
pela ofensa, pelo louvor, nem apressada
pela ânsia, pelo temor... Nem retardada...
Saturday, June 11, 2011
Íntegros, virtuosos,
integrados, não
duais,ordenados, não
contraditórios...
Vivos, novos todos os dias, não
repetitivos, verdadeiramente belos,
sem vestígio algum de confusão;
em ordem completa,
por ausência total
de egoísmo e de pensamento,
que é esgotamento,
velhice.
Sermos novos a cada momento
é morrermos minuto
a minuto
para o conhecido,
para o passado,
para o pensamento...
É ficarmos livres da memória,
de toda a argumentação,
de todo o medo. Não
envelhecermos é apegos não
termos,
morrermos
psicologicamente, a cada momento,
para o "nosso"
país, a "nossa"
família, o "nosso"
carro, o "nosso"
nome, as "nossas"
terras, casas...
as "nossas"
obras, os "nossos"
títulos, insultos, elogios,sucessos
e insucessos...
Tornando-nos completamente
anónimos: só o totalmente
anónimo, sem nome, desconhecido
é sem violência.
Morrermos naturalmente
para tudo, sem medo algum...
Onde reina o amor não
há apego nem medo, que são
autoritarismo, possessão, opressão...
Vida é criação,
morte, ordem, novidade, luz
e sombra...
Vida é auto-compreensão:
ninguém pode compreender
por nós; ninguém pode viver
por nós...
integrados, não
duais,ordenados, não
contraditórios...
Vivos, novos todos os dias, não
repetitivos, verdadeiramente belos,
sem vestígio algum de confusão;
em ordem completa,
por ausência total
de egoísmo e de pensamento,
que é esgotamento,
velhice.
Sermos novos a cada momento
é morrermos minuto
a minuto
para o conhecido,
para o passado,
para o pensamento...
É ficarmos livres da memória,
de toda a argumentação,
de todo o medo. Não
envelhecermos é apegos não
termos,
morrermos
psicologicamente, a cada momento,
para o "nosso"
país, a "nossa"
família, o "nosso"
carro, o "nosso"
nome, as "nossas"
terras, casas...
as "nossas"
obras, os "nossos"
títulos, insultos, elogios,sucessos
e insucessos...
Tornando-nos completamente
anónimos: só o totalmente
anónimo, sem nome, desconhecido
é sem violência.
Morrermos naturalmente
para tudo, sem medo algum...
Onde reina o amor não
há apego nem medo, que são
autoritarismo, possessão, opressão...
Vida é criação,
morte, ordem, novidade, luz
e sombra...
Vida é auto-compreensão:
ninguém pode compreender
por nós; ninguém pode viver
por nós...
Friday, June 10, 2011
Como crianças,
não seguindo
nem sendo seguidores(as),
desfrutando o momento,
como que brincando,
sem medo de sermos felizes:
não querem chefes, pais, patrões
ser felizes também?
Sem medo de falarmos do nosso
trabalho com prudência quanto baste;
com utilidade,
não com futilidade.
Nascendo, florescendo, frutificando
e morrendo...
nascendo, florescendo, frutificando
e morrendo a cada momento
e eternamente...
Sendo novos a cada momento,
que é sermos sempre eternos,
verdadeiros, justos e belos,
independentemente
do que acontece.
Sem recompensas nem punições,
com todos, até quando desagradam,
e, com o Todo.
Em ordem e com ordem,
que é virtude.
Sem esforço, sem compulsão
alguma, sem direção,
porque é a única maneira
de ver a Verdade.
Somos a maior e a mais bela
das obras de arte: sendo belos, perfeitos,
justos, ricos, amorosos... tudo o que fazemos
e dizemos
é belo, perfeito, justo, rico e amoroso...
Fazendo o que tem/precisa de ser feito,
sem confusões, e direito...
não seguindo
nem sendo seguidores(as),
desfrutando o momento,
como que brincando,
sem medo de sermos felizes:
não querem chefes, pais, patrões
ser felizes também?
Sem medo de falarmos do nosso
trabalho com prudência quanto baste;
com utilidade,
não com futilidade.
Nascendo, florescendo, frutificando
e morrendo...
nascendo, florescendo, frutificando
e morrendo a cada momento
e eternamente...
Sendo novos a cada momento,
que é sermos sempre eternos,
verdadeiros, justos e belos,
independentemente
do que acontece.
Sem recompensas nem punições,
com todos, até quando desagradam,
e, com o Todo.
Em ordem e com ordem,
que é virtude.
Sem esforço, sem compulsão
alguma, sem direção,
porque é a única maneira
de ver a Verdade.
Somos a maior e a mais bela
das obras de arte: sendo belos, perfeitos,
justos, ricos, amorosos... tudo o que fazemos
e dizemos
é belo, perfeito, justo, rico e amoroso...
Fazendo o que tem/precisa de ser feito,
sem confusões, e direito...
Thursday, June 09, 2011
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
Lei das Sesmarias, 1375
AHMC/Pergaminhos Avulsos, nº 29
[fl. 1]
Exordio da ordinhaçom da lavoira
[P]1or que segundo diserom os antigos sabedores antre todalas artes e obras
da policia e regimento do mundo nom foi achada nenhua melhor que a
agricultura e per fecto e per razom natural se mostra que ela he maijs
proveitosa e necessaria pera a vida dos homens e das animalias que Deus
criou pera serviço do homem e aynda pera gaanhar e aver algo sem pecado e
com homrra e boa fama. E oolhando em esta razom nos Dom Fernando pela
graça de Deus Rei de Portugal e do Algarve e conseijrando commo per todalas
partes dos nossos regnos ha defalicimento do pam e da cevada de que antre
todalas terras e provincias do mundo soya seer muij abastada, e essas cousas
som postas em tamanha carestia que aquelles que ham de manteer fazemda
ou stado de qualquer graao de homrra nom podem chegar a aver essas cousas
sem muij gram desbarato do que ham. Esguardando como antre todalas razoes
per que este defalicimento e carestia vem a maijs certa e special he per mingua
das lavras que os homens leyxam e se partem delas entendendo em outras
obras e em outros mesteres que nom som tam profeitosos pera o bem comum.
E as terras e herdades que soyam a seer lavradas e sementadas e que som
convenhavijs pera dar pam e os outros fruitos por que se os poboos ham de
manteer som desemparadas e deitadas em resios sem prol e com gram dapno
dos poboos. Porem avendo sobresto nosso acordo e conselho com o Ifante
Dom Joham nosso irmaao e com o Comde Dom Joham Afomso e com os
outros prelados e prior do Hospital e e meestres da cavalaria e com os outros
fidalgos e cidadaãos e homens boos dos nossos regnos que pera esto e pera
outras cousas do nosso serviço e prol dos dictos nossos regnos mandamos
1 Foi deixado um espaço em branco para traçar as letras capitais de início das frases dos capítulos. Estão escritas,
em minúscula, quase fora da área da margem direita dos fólios, para referência do desenhador.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
2
chamar pera se poer em esto remedio qual perteencia pera aver na terra
avondamento das dictas cousas.
Ordinhaçom de como as herdades seia[m] lavradas
[S]tabelecemos e hordinhamos e mandamos que todolos que ham herdades
suas proprias ou teverem emprazadas ou aforadas ou per outra qualquer guisa
ou titolo2 per que ajam derecto em essas herdades, sejam3 costranjudos pera
as lavrar e semear, e se o senhor das herdades per ssi nom poder lavrar
todalas herdades que ouver por seerem muijtas ou em muitas desvairadas
comarcas ou el for enbargado per alghua lijdema razom per que as nom possa
per ssi lavrar todas, lavre parte delas per ssij hu el quiser e lhij mais prouguer
quanto lavrar poder sem grande seu dapno e com meor seu encarrego a bem
vista a detreminhaçom daquelles a que pera esto for dado poder. E [fl. 1v] as
maijs faça lavrar per outrem ou as de a lavrador que as lavre e semee per sa
parte ou penssom certa ou a foro asi como se melhor poder fazer de guisa que
as herdades que som pera dar pam sejam todas lavradas aprofeitadas e
sementadas compridamente commo for mester ou de cevada ou de milho per
qual for e que maijs fruito e melhor possa dar em seus tempos e sazoes
aguisadas. E outrossi sejam costranjudos pera averem e teerem cada huum
tamtos boys pera lavrar quantos forem mester pera a lavoira segundo a quantia
das herdades que ouver com as outras cousas que aa lavoira perteencerem.
Dos bois
[E] por que pode acontecer que aquelles que ham de seer costranjudos pera
lavrarem e teerem bois pera a lavoira nom os poderam achar4 pera os comprar
se nom por muij grandes preços maijs que o que valeriam aguisadamente.
Teemos por bem e mandamos5 que sejam costranjudos aquelles que os
2 Palavra riscada “ou”.
3 Título na margem esquerda dizendo: “que os señores das herdades as lavrem per sy ou per outrem”, com um sinal
ao lado, mão direita com o dedo indicador apontando a postura.
4 Palavra riscada “nom”.
5 Título na margem esquerda dizendo: “que os bois sejam dados por a justiça aos que os mester ouverem pera
lavoira, e os señores das herdades que as herdades nom quiserem lavrar que as justiças as dem a quem as semee
LEI DAS SESMARIAS 1375
3
teverem pera vender pera os darem aaquelles que os mester ouverem e os
ham de teer por preços aguisados segundo for taussado per as justiças dos
logares ou per aquelles que forem postos por veedores pera esto. E mandamos
que pera comprar os bois e as outras cousas que som perteencentes pera a
lavoira e outrossy pera começar de lavrar e aprofeitar as herdades que forem
pera lavrar seja asignaado certo tempo aos que o de fazer ouverem que o
façam e compram so[b] certa pea que sobresto seja posta. E se os senhores
das herdades per sa negrigencia nom quiserem comprir todo esto que nos he
ordinhado nem quiserem lavrar nem aproveitar essas herdades per si ou per
outrem como dicto he as justiças dos logares ou aquelles a quem pera esto for
dado poder dem essas herdades a quem as lavre e semeem por certo tempo e
por penssom ou parte certa. E o senhor da herdade nom a possa filhar per ssi
nem tolher durando o dicto tempo aa qual a quem assi for dada. E essa parte
ou penssom que o lavrador ouver de dar seja pera o bem do Comum em cujo
termho essas herdades jouverem. Mais nom seja dada nem despesa em
nenhum huso se nom per nosso special mandado.
Dos mancebos e servidores
[O]utrossy por que os que soyam a seer lavradores e forom e os outros que
ham razom de o seer. E os que teem herdades pera lavrar se scusam da
lavoira por que dizem que nom podem aver mancebos que lhes fazem mester
pera esto. E a muijtos daquelles que husavaom de lavrar e que serviam no
mester da lavoira leixarom esse mester da lavoira e colherom se delles aos
paaços dos ricos homens e fidalgos por haverem vivenda maijs folgada e mais
solta e por filharem o alheo sem receo e delles por muij [fl. 2] grandes soldadas
que lhes davam por servirem em outros autos e mesteres nom tam profeitosos
commo he a lavoira. E outros que som perteencentes pera servir no mester da
lavoira nom querem servir em ela e husam doutros oficios e mesteres de que
se aa terra nom segue tamanha prol. E muijtos que andam vaadios per a terra
chamandosse criados e scudeiros ou moços nossos ou do Ifante ou dalghum
dos comdes ou doutros poderosos e homrrados por seerem coutados e
por cousa certa a qual seja pera o comum”, com um sinal ao lado, mão e punho direito com o dedo indicador
apontando a postura.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
4
defesos da Justiça nos maaes e forças e maleficios que fezerem nom vivendo
na nossa mercee nem com nenhuum dos sobredictos. E alghuuns que se
lançam a pedir smollas nom querendo fazer outro serviço e catam outras
muijtas maneiras e aazos pera viverem ociosos e sem afam e nom servirem. E
alghuuns filham6 avitos como de religiom e vivem apartadamente fazendo
congregaçom, contra defensom de derecto nom entrando nem seendo
professos em nenhua e de nenhua das ordees religiosas stabeleçudas e
aprovadas pela Sancta Egreja nom fazendo nem husando de fazer alghua obra
profeitosa ao bem do Comum e so fegura de religiosos e de sancta vida andam
pelas terras e logares pedindo e juntando algo e enduzendo muitos que se
juntem a elles e per seu enduzimento leixam os mesteres e obras de que
husam e vam star e amdar com elles nom fazendo outro serviço nem outra
obra de proveito. Porem teemos por bem e mandamos que todolos que forom
ou soyam a seer lavradores e outrossy os filhos e netos dos lavradores e
todolos outros moradores assi nas cidades e villas como de fora delas que
ouverem de seu meor quantia de quinhentas libras quanto quer7 que seia meos
dessa quantia de quinhentas libras e que nom ajam nem huse de tam
proveitoso mester pera o Comum per que de razom e de derecto deva a seeer
scusado de lavrar ou servir na lavoira, ou nom viver continoadamente com tal
pessoa que o meresca e o aja mester pera obra de serviço profeitoso que
todos e cada huum destes susodictos sejam costranjudos pera lavrar8 e husar
do dicto mester e oficio da lavoira. E se nom teverem herdades suas que per
ssi queiram e possam lavrar sejam costranjudos e apermados pera viverem
com aquelles que os mester ouverem pera as lavoiras [fl. 2v] e os servham e
ajudem a fazer essa obra de lavoira por soldada e preço aguisado segundo he
taussado pelas ordinhaçoes que sobre esto som fectas ou segundo taussarem
e alvidrarem aquelles que pera esto forem postos em cada huum logar. E qual
quer que der ao mancebo ou aaquel que ouver de servir maijs que aquelo que
for taussado pelos regedores dos logares ou por aquelles a quem pera esto for
dado poder pague cinquoenta libras por a primeira vez e por a segunda cento e
6 Título na margem esquerda: “que os fillhos e netos de lavradores sejam costrangidos pera lavrarem e viverem com
os que fazem lavra e os que se chamam de rey ou ifantes e sñores e nom mostrarem como recadam per seus
mandados que sejam presos e açoutados”, com um sinal ao lado, mão e punho direito com o dedo indicador
apontando a postura.
7 Símbolo estilizado de uma mão, na margem esquerda do fólio.
LEI DAS SESMARIAS 1375
5
d’hi endeante pague essa quantia e demais seja lhj stranhado com pea de
justiça como aaquel que quebranta leij e vai comtra mandado de seu rei. E
estas penas sejam metudas em renda pera o bem do Comum e mandamos
que quaes quer que acharem andar chamandosse nossos ou da Reinha ou do
Ifante ou de qual quer outro que nom seja conhoçudo notoriamente por daquel
de que se chama sejam logo presos e recadados pelas justiças dos logares
pera se saber como e porque maneira vivem e as obras que fazem e de que
husam. E se certidom nom mostrarem commo vivem e andam per recado certo
ou por serviço daquelles cujos disserem que som que sejam costranjudos pera
servir e se sevir nom quiserem sejam açoutados e todavia costranjudos pera
servir por sas soldadas e taussadas commo dicto he.
Dos pedintes e religiosos
[E] por que a vida dos homens nom deve seer ociosa e a smolla nom deve soer
dada se nom aaquel que per ssij nom pode gaanhar nem merecer per serviço
de seu corpo porque se mantenha e segundo o dicto dos sabedores e dos
sanctos doctores maijs justa cousa he de castigar o pedinte sem necessidade e
que pode scusar de pedir fazendo alghua outra obra proveitosa que de lhi dar a
smolla que deve soer dada a outros pobres que nom podem fazer a obra de
serviço, porem mandamos que quaes quer que assi forem achados assi
homens como molheres que andam allotando e pedindo nom husando de outro
mester sejam vistos e catados per as justiças de cada huum logar e se
acharem que som taaes e de taaes corpos e de tal hidade que possam servir
em alghuum mester ou obra de serviço, posto que em alghua parte dos
membros corporaaes sejam menguados po (sic) com toda essa [fl. 3] mengua
podem fazer alghuum qual quer serviço sejam costranjudos pera servirem
aquelas obras que as dictas justiças ou aquelles que pera esto forem postos
virem que podem servir, por seu mantimento e por sa soldada segundo
entendem que o podem merecer de guisa que nenhuum no nosso senhorio
nom viva sem mester ou sem obra de serviço e de proveito. E aquelles que
acharem andar ou viverem em avito de religiosos, que nom som professos,
d’alghua das ordees aprovadas, como suso dicto he, digam lhes e mandem
8 Símbolo estilizado de uma mão, na margem direita do fólio.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
6
que vaam lavrar e husar do mester da lavoira fazendo sse lavradores per ssi se
o fazer poderem e quiserem ou se nom que servham9 aos outros lavradores no
mester da lavoira. E costrangam nos pera elo, sem outro meijo. E os que servir
nom quiserem nem obrar do mester lhes mandarem, des que lhes for mandado
que servham e obrem do dicto mester quaes quer que sejam das condiçoes
suso dictas. Sejam açoutados por a primeira vez e costranjudos toda guisa
pera servir e se d’hi endeante servir nom quiserem sejam açoutados com
pregom e deitados fora de nossos regnos. E aquelles que forem achados tam
fracos ou velhos ou doentes per tal guisa que nom possam fazer nenhua obra
de serviço ou alghuuns envergonhados que ja fossem homrados e caerom em
mijngua e pobreza de guisa que nom podem scusar de pedir smollas e nom
som pera servir a outrem, dem lhes as justiças alvaraaes per que possam pedir
sas smollas seguramente. E qual quer homen ou molher que acharem amdar
pedindo sem recado ou sem alvara de justiça dem lhe a pea suso dicta. E pera
se comprirem e poerem em obra estas cousas que assi per nos som
ordinhadas teemos por bem e mandamos que em cada hua cidade e villa de
cada hua comarca e provincia das correiçoes sejam postos dous homens boos
dos melhores cidadaaos que em essas cidades e villas ouver os quaes ajam de
saber e veer todas herdades que ha em cada hua comarca que som pera dar
pam e nom som lavradas e façam que sejam lavradas e aprofeitadas pera pam
e ajam poder pera costranger os senhores delas que lavrem ou façam lavrar e
semear pela guisa que suso scripto e hordinhado he. E por que os senhores
das herdades nom as querem dar a outros que as lavrem se nom por grandes
penssoes ou por muij grandes rendas e os lavradores ou aquelles que as
ouverem de lavrar [fl. 3v] nom as querem filhar se nom por muij pequenos
preços ou muij pequenas quantias ou perventura sem nenhuum encarrego de
dar penssom nem parte aos senhores dessas herdades. Porem e por nom
averem ocasiom ou aazo nenhua das partes de se scusar e as herdades nom
ficarem por lavrar teemos por bem e mandamos que estes dous homes boos
que assi forem scolheitos commo dicto he em caso que se as partes nom
possam avijr taussem e alvidrem quantia ou tamanha parte ou penssom os
9 Título na margem esquerda dizendo: “que os pedintes que possam servir sejam costrangidos e esso mesmo os
religiosos que nom teverem fecto profesom nos conventos e que dos cidaaos das comarcas servam as herdades
que podem dar pam e costrangam seus donos que as lavrem e os lavradores que as filhem”, com uma mão com o
dedo indicador.
LEI DAS SESMARIAS 1375
7
lavradores dem aos senhores das herdades e possam costranger e
costrangam assi os senhores das herdades que as dem como os lavradores
que as filhem pela stimaçom e taussaçom que assi fezerem e se perventura
estes dous homes boos antre si forem em desvairo sobre a stimaçom ou
taussaçom que ham de fazer, entom seja dado huum homem por terceiro pelo
juiz do logar pera partir o desvairo que for antre os dous e comcordar no maijs
ygual, segundo entender e compra se e aguarde sse o que per os dous em
esta razom for comcordado. E se os senhores das herdades esto nom
quiserem comsentir e comtra ello forem ou enbargarem per qualquer maneira
per seu poderio percam essas herdades, e des entom sejam aplicadas ao
Comum pera sempre e a renda delas seja filhada e recebuda pera a prol do
comum do logar em cujo termho essas herdades jouverem.
Dos veedores e dos que ham de costranger pera servir
[O]utrossi teemos por bem e mandamos que os sobredictos homes boos que
forem postos em cada huum logar do nosso senhorio enqueiram e sabham
logo e assi adeante pelos tempos quaes e quantos som os que vivem e moram
em esses logares assi naturaes delles como outros quaes quer que hi
chegarem ou veherem de fora parte e que nom som meesteiraaees nem vivem
per certos mesteres necessarios pera prol comunal ou nom viverem com
alghuuns taaes que os merescam e os ajam mester pera os servirem. E
outrossi dos mendigantes e dos outros que andam em avito de
religiom. E esto meesmo seja manda[do] aos vintaneiros que som postos por
guardadores das freeguesias e das [fl. 4] ruas e praças que dem recado a
estes sobredictos dous homes de todalas pessoas que acharem e souberem
cada huum em sa freeguesia rua ou praça da condiçom sobredicta per nomina
que faça delles pera seerem costranjudos pera lavrar e semear pam na terra
que lhes for dada per essa justiça e se nom poderem ou nom quiserem per si
manteer lavoira, dem nos a quem os ouver mester pera lavrar e semear pam e
nom pera outro mester nos logares e comarca hu ouver herdades e lavoiras de
pam ou pera o lavor das vinhas, hu ouver vinhas, e a lavoira do pam defaleçer
aaqual nossa entemçom he de acorrermos primeiro por a rrazom suso
expressa por que nos movemos a fazer esta ordinhaçom. E taussem a esses
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
8
mançebos e servidores seus preços e soldas aguisadas que ajam d’aver
segundo ja suso dissemos. Po (sic) teemos por bem que nos logares hu se
sempre costumou d’aver gaanha dinheiros10 e se nom podem scusar, que
leixem tantos quantos pera esso forem necessarios per numero certo. E
todolos outros que forem perteencentes pera servir sejam costranjudos pera o
mester e oficio da lavoira pela guisa que dicto avemos. E pera esto que assi
ordinhamos e mandamos fazer por serviço de Deus e prol de todos os do
nosso senhorio nom seer torvado nem enbargado per nenhuum. Stabellecemos
e mandamos que qualquer e de qualquer stado e condiçom que seja que per
seu poderio e sem razom derecta defender ou enbargar per qualquer maneira
fora de juizo alghuum daquelles que mandamos per esta ordinhaçom costranjer
ou que forem costranjudos per aquelles a quem pera esto for dado poder ou
oficio pera nom servirem, ou nom obrarem em aquelo que lhes for mandado
que paguem a nos, se for fidalgo, quinhentas libras cada vez que o fezer, ou
tentar de fazer e seja logo per esse fecto sem outra sentença de juizo sterrado
do logar hu morar, e saya sse logo d’hi sem outro mandado e donde quer que
nos stevermos a sex legoas e se fidalgo nom for, que pague trezentas libras e
aja a dicta pena do dicto degredo. E sejam logo penhorados e costraanjudos e
vendudos seus bees por a dicta quantia per a guisa que he per nos mandado
que se vendam por as outras nossas dividas. E as justiças dos logares e
outrossi aquelles a quem for dado poder pera comprir esto que per nos aqui he
ordinhado o façam saber ao nosso sacador e ao nosso almoxarife11 [fl. 4v] e
scrivam dos nossos derectos pera mandarem costranjer por as dictas quantias
e se o nom fezerem ou forem em ello negligentes que esses juizes e veedores
as paguem a nos em dobro.
10Título na margem esquerda dizendo: “que os vintaneiros dem recado aos dictos veedores dos homees que vivem
sem oficio o mester e os costrangam pera as lavoiras e quall quer que esto enbargar se for fidalgo page vc libras
e seja deitado do lugar e se fidalgo nom for page iijc libras”, com o desenho de uma mão com o dedo indicador
apontando a postura.
11 No canto inferior esquerdo do fólio a assinatura autógrafa Egidius, ao lado da suspensão por fita vermelha do selo
real de cera, (de que restam apenas vestígios, guardado em saco de pergaminho) seguindo-se o assento do
pagamento pela emissão do diploma.
LEI DAS SESMARIAS 1375
9
Dos gaados
[O]utrossi por que alghuuns dos que heram lavradores e outros muijtos que
poderiam seer se quisessem compram e gaanham grandes manadas e somas
de gaados e os tragem e governam pelas coutadas e herdades alheas e
compram as hervas e pacigoos dos senhores das herdades de que esses
senhores das herdades ham algo. E esses senhores dos gaados vendem o
sterco desses gaados e ham por ele algo e por esta razom huuns e os outros,
assi os senhores das herdades como os dos gaados12 nom curam de lavrar e
aprofeitar as herdades. Porem defendemos e mandamos que daqui adeante
nom sofram nem consentam a nenhuum que aja nem traga gaados seus nem
d’outrem, se nom for lavrador, ou nom mantever lavoira, ou for mançebo de
lavrador que more com esse lavrador, pera o serviço da lavoira, ou pera guarda
de seus gaados, ou outras obras perteencentes ao dicto mester da lavoira, e os
que manteverem lavoira, ou quiserem seer lavradores e lavrarem herdade sua,
ou d’outrem, ou viverem com esses lavradores, ou que manteverem lavra per
esse mester da lavoira commo dicto he possam aver e trager gaados quantos
lhes comprirem e mester ouverem pera seus mantijmentos e sostijmento de
sas lavoiras aguisadamente sem pea e sem outro enbargo. E qual quer que do
dia da publicaçom desta nossa ordinhaçom a tres meses ouver ou trouver
gaados, se nom lavrar e semear herdade, se tempo e sazom for de lavoira e
sementeira, ou se tempo nom for de lavrar e se nom obligar, com cauçom
suficiente pera lavrar e semear ao tempo ou sazom convenhavijl pera elo,
filhando logo, ou asignaando alghua herdade que pera o primeiro tempo que se
siguir da lavoira aja de lavrar, perca todo o gaado que d’hi endeante trouver e
ouver e seja lhj todo filhado pera o comum do logar hu esto acontecer e qual
quer que o acusar e mostrar aja pera si o terço e esse gaado que assi for [fl. 5]
filhado por do comum nom sejam desbarado nem despeso sem nosso special
mandado se nom nos lavores e obras das fortelezas e reparamentos desses
logares.
12 Título na margem esquerda dizendo: “que nenhum nom compre nem traga gaado se nom for lavrador, ou fezer
lavoira sub pena de o perder pera o comum”, com uma mão com o dedo indicador apontando a postura.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
10
Dos mercadores
[C]omo a nos fosse denunciado per os concelhos e per os mercadores e per
outros muijtos da nossa terra que muijtos mercadores doutras naçooes
stranhas vivem e stam nos nossos regnos e som exemptos dos encarregos do
comum e do nosso serviço e que pooem as mercadorias e cousas que tragem
a este regno em qual monta e qual valia querem e compram e mandam
comprar per todalas partes do regno as que acha na terra muij refeçes e tiram
e levam as nossas moedas pera fora dos nossos regnos contra a nossa defesa
e acrecentam em seus algos e requezas que enviam pera outras partes
d’outros senhorios. E os mercadores nossos naturaaes que ham de sosteer os
dictos encarregos do nosso serviço e do comum nom podem, antre [e]lles
gaanhar nem fazer sa prol13. E commo esto meesmo fosse per vezes dicto e
denunciado aos reis que ante nos forom e mostrado o dapno que por esto os
do regno recebiam e nom foi sobresto posto remedio. Esguardando nos que
quanto compre ao nosso stado e ao bem publico dos nossos subgeitos seerem
ricos e abastados que tanto maijs devemos e somos theudos de oolhar por prol
dos nossos naturaaes, que dos stranhos e aredar aquelo per que lhes pode
seer enbargado de fazer sa prol e acrecentar em seus algos. Porem com
conselho da nossa corte e do Ifante Dom Joham nosso irmaao e do Comde
Dom Joham Afomso e prior do Hospital e dos prelados e meesteres da
cavalaria e dos outros fidalgos e cidadãos da nossa terra que sobre esto
mandamos chamar. Ordinhamos e mandamos e defendemos que nenhuum
mercador de fora dos nossos regnos nom compre per ssi nem per outrem
nenhuum aver de peso, nem comesinho, salvo pera seu mantijmento, nem
moeda, nem metal, nem nenhua outra mercadoria e nenhuum 14logar dos
nossos regnos fora da cidade de Lixboa nem dem seus dinheiros a outros da
nossa terra pera comprarem nenhuas mercadorias [fl. 5v] fora da dicta cidade
e defendemos a todolos nossos naturaaes que nom filhem seus dinheiros nem
outro seu aver per nenhuum titolo ou fegura de nenhuum comtrauto nem per
13 Título na margem esquerda dizendo: “que nenhum mercador de fora do reino nom compre nenhuas mercadorias
fora da cidade de Lixboa nem outrem por elles”, com uma mão com o dedo indicador apontando a postura.
14 Letra riscada.
LEI DAS SESMARIAS 1375
11
outra maneira d’engano pera mercarem ou venderem fora da dicta cidade,
salvo vinhos ou fruijta, ou sal, que outorgamos que possam comprar no nosso
regno do Algarve e nos outros portos e logares do nosso regno em que nom he
defeso pera costume antigo pera carregar e levar pera qualquer parte
quiserem. E se aalem desto fezerem ou contra esto forem per qualquer
maneira. Esses mercadores percam todo o que assi derem. E a qual quer que
filhar dinheiros ou outro aver dos ditos mercadores stranhos pera mercar, ou
negociar em prol desses mercadores fora da dicta cidade, perca todolos bees
que ouveer e sejam pera a coroa do regno. E el moira porem. E mandamos
que na dicta cidade de Lixboa e nos portos dela os dictos mercadores possam
comprar quaes quer mercadorias e empregar seus averes e os possam
carregar e levar fora da nossa terra, salvo aquelles averes e cousas que per
nos e per os reis nossos antecessores som defesas e vedadas que nom sejam
tiradas do regno e mandamos que aquelles que passarem esto que per nos he
defeso e ordinhado ou contra elo forem percam todolos bees que ouverem e
lhes forem achados no nosso senhorio e sejam aplicados a nos. E os corpos
stem obligados pera lhes seer stranhado com pea qual nossa mercee for. E
mandamos que as justiças e veedores e vereadores dos logares aguardem e
façam comprir e aguardar todo esto que per nos aqui he ordinhado e defeso. E
se o contrairo fezerem ou em elo forem negligentes que percam todos os
oficios e todolos bees que ouverem e sejam pera a coroa do regno. E outrossi
mandamos aos nossos meirinhos e corregedores que requeiram e sabham
pela guisa que fazem e compram aquelo que lhes per nos he mandado pera
lhes darem a pea sobredicta se acharem que o nom aguardam ou em elo forem
negligentese nos façam saber o que sobre todo obrarem e fezerem so pena
dos oficios e dos corpos.
[fl. 6]
Publicaçom de Saanctarem
[E]ra de mil e quatrocentos e treze annos vinte e sex dias de Maio, em
Sanctarem, presentes Afomso Dominguez e Lourenço Gonçalvez vassallos d’el
rey e do seu conselho e Gil Annes vassallo e sobrejuiz d’el rei na casa do civel
e que tinha entom o seelo da dicta casa, e Joham Lourenço vassallo d’el rei e
juiz por el na dicta villa e Gonçallo Dominguez procurador do dicto conçelho e
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
12
presentes outros muitos homens boos que pera esto forom chamados e
juntados no alpender do moesteiro de Sam Domingos forom publicadas e
leudas per mim Gonçalo Perez scrivam da chançellaria estas ordinhaçoes suso
scriptas. E logo per o dicto Afomso Dominguez foi mandado da parte do dicto
senhor ao dicto juiz que com acordo dos vereadores e homes boos da dicta
villa posesse homes boos e exsecutores certos pera fazer e comprir estas
cousas que nas dictas ordinhaçooes he contheudo e per o dicto senhor
mandado. E que esse juiz as fezesse comprir e aguardar em todo so[b] as peas
em elas contheudas. Eu dicto Gonçalo Perez esta publicaçom screvi per
mandado do dicto Afomso Dominguez vassallo e do Conselho do dicto Senhor
Publicaçom de Coimbra
[E]ra de mil e quatrocentos e treze anos primeiro dia de Junho na cidade de
Coimbra presentes Gil Annes vassallo d’el rei e sobre juiz na casa do civel e
Corregedor em essa casa e na dicta cidade e Gonçallo Migueeiz ouvidor do
crime e Gonçale Annes sobrejuiz e Gonçalo Martinz procurador nos fectos d’ el
rei e Afomso Martinz Alvernaz juiz por esse senhor na dicta cidade e outros
muitos homens boos chamados e juntados pera esto forom publicadas e leudas
estas ordinhaçoes suso scriptas. Eu Steve Annes scrivam da chançellaria da
dicta casa esto screvi.
Egidius Johanis15.
15 Assinatura autógrafa.
http://www.cm-coimbra.pt/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=352&Itemid=459&mosmsg=Voc%EA+est%E1+tentando+acessar+apartir+de+um+dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28terrasolta.org%29
Lei das Sesmarias, 1375
AHMC/Pergaminhos Avulsos, nº 29
[fl. 1]
Exordio da ordinhaçom da lavoira
[P]1or que segundo diserom os antigos sabedores antre todalas artes e obras
da policia e regimento do mundo nom foi achada nenhua melhor que a
agricultura e per fecto e per razom natural se mostra que ela he maijs
proveitosa e necessaria pera a vida dos homens e das animalias que Deus
criou pera serviço do homem e aynda pera gaanhar e aver algo sem pecado e
com homrra e boa fama. E oolhando em esta razom nos Dom Fernando pela
graça de Deus Rei de Portugal e do Algarve e conseijrando commo per todalas
partes dos nossos regnos ha defalicimento do pam e da cevada de que antre
todalas terras e provincias do mundo soya seer muij abastada, e essas cousas
som postas em tamanha carestia que aquelles que ham de manteer fazemda
ou stado de qualquer graao de homrra nom podem chegar a aver essas cousas
sem muij gram desbarato do que ham. Esguardando como antre todalas razoes
per que este defalicimento e carestia vem a maijs certa e special he per mingua
das lavras que os homens leyxam e se partem delas entendendo em outras
obras e em outros mesteres que nom som tam profeitosos pera o bem comum.
E as terras e herdades que soyam a seer lavradas e sementadas e que som
convenhavijs pera dar pam e os outros fruitos por que se os poboos ham de
manteer som desemparadas e deitadas em resios sem prol e com gram dapno
dos poboos. Porem avendo sobresto nosso acordo e conselho com o Ifante
Dom Joham nosso irmaao e com o Comde Dom Joham Afomso e com os
outros prelados e prior do Hospital e e meestres da cavalaria e com os outros
fidalgos e cidadaãos e homens boos dos nossos regnos que pera esto e pera
outras cousas do nosso serviço e prol dos dictos nossos regnos mandamos
1 Foi deixado um espaço em branco para traçar as letras capitais de início das frases dos capítulos. Estão escritas,
em minúscula, quase fora da área da margem direita dos fólios, para referência do desenhador.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
2
chamar pera se poer em esto remedio qual perteencia pera aver na terra
avondamento das dictas cousas.
Ordinhaçom de como as herdades seia[m] lavradas
[S]tabelecemos e hordinhamos e mandamos que todolos que ham herdades
suas proprias ou teverem emprazadas ou aforadas ou per outra qualquer guisa
ou titolo2 per que ajam derecto em essas herdades, sejam3 costranjudos pera
as lavrar e semear, e se o senhor das herdades per ssi nom poder lavrar
todalas herdades que ouver por seerem muijtas ou em muitas desvairadas
comarcas ou el for enbargado per alghua lijdema razom per que as nom possa
per ssi lavrar todas, lavre parte delas per ssij hu el quiser e lhij mais prouguer
quanto lavrar poder sem grande seu dapno e com meor seu encarrego a bem
vista a detreminhaçom daquelles a que pera esto for dado poder. E [fl. 1v] as
maijs faça lavrar per outrem ou as de a lavrador que as lavre e semee per sa
parte ou penssom certa ou a foro asi como se melhor poder fazer de guisa que
as herdades que som pera dar pam sejam todas lavradas aprofeitadas e
sementadas compridamente commo for mester ou de cevada ou de milho per
qual for e que maijs fruito e melhor possa dar em seus tempos e sazoes
aguisadas. E outrossi sejam costranjudos pera averem e teerem cada huum
tamtos boys pera lavrar quantos forem mester pera a lavoira segundo a quantia
das herdades que ouver com as outras cousas que aa lavoira perteencerem.
Dos bois
[E] por que pode acontecer que aquelles que ham de seer costranjudos pera
lavrarem e teerem bois pera a lavoira nom os poderam achar4 pera os comprar
se nom por muij grandes preços maijs que o que valeriam aguisadamente.
Teemos por bem e mandamos5 que sejam costranjudos aquelles que os
2 Palavra riscada “ou”.
3 Título na margem esquerda dizendo: “que os señores das herdades as lavrem per sy ou per outrem”, com um sinal
ao lado, mão direita com o dedo indicador apontando a postura.
4 Palavra riscada “nom”.
5 Título na margem esquerda dizendo: “que os bois sejam dados por a justiça aos que os mester ouverem pera
lavoira, e os señores das herdades que as herdades nom quiserem lavrar que as justiças as dem a quem as semee
LEI DAS SESMARIAS 1375
3
teverem pera vender pera os darem aaquelles que os mester ouverem e os
ham de teer por preços aguisados segundo for taussado per as justiças dos
logares ou per aquelles que forem postos por veedores pera esto. E mandamos
que pera comprar os bois e as outras cousas que som perteencentes pera a
lavoira e outrossy pera começar de lavrar e aprofeitar as herdades que forem
pera lavrar seja asignaado certo tempo aos que o de fazer ouverem que o
façam e compram so[b] certa pea que sobresto seja posta. E se os senhores
das herdades per sa negrigencia nom quiserem comprir todo esto que nos he
ordinhado nem quiserem lavrar nem aproveitar essas herdades per si ou per
outrem como dicto he as justiças dos logares ou aquelles a quem pera esto for
dado poder dem essas herdades a quem as lavre e semeem por certo tempo e
por penssom ou parte certa. E o senhor da herdade nom a possa filhar per ssi
nem tolher durando o dicto tempo aa qual a quem assi for dada. E essa parte
ou penssom que o lavrador ouver de dar seja pera o bem do Comum em cujo
termho essas herdades jouverem. Mais nom seja dada nem despesa em
nenhum huso se nom per nosso special mandado.
Dos mancebos e servidores
[O]utrossy por que os que soyam a seer lavradores e forom e os outros que
ham razom de o seer. E os que teem herdades pera lavrar se scusam da
lavoira por que dizem que nom podem aver mancebos que lhes fazem mester
pera esto. E a muijtos daquelles que husavaom de lavrar e que serviam no
mester da lavoira leixarom esse mester da lavoira e colherom se delles aos
paaços dos ricos homens e fidalgos por haverem vivenda maijs folgada e mais
solta e por filharem o alheo sem receo e delles por muij [fl. 2] grandes soldadas
que lhes davam por servirem em outros autos e mesteres nom tam profeitosos
commo he a lavoira. E outros que som perteencentes pera servir no mester da
lavoira nom querem servir em ela e husam doutros oficios e mesteres de que
se aa terra nom segue tamanha prol. E muijtos que andam vaadios per a terra
chamandosse criados e scudeiros ou moços nossos ou do Ifante ou dalghum
dos comdes ou doutros poderosos e homrrados por seerem coutados e
por cousa certa a qual seja pera o comum”, com um sinal ao lado, mão e punho direito com o dedo indicador
apontando a postura.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
4
defesos da Justiça nos maaes e forças e maleficios que fezerem nom vivendo
na nossa mercee nem com nenhuum dos sobredictos. E alghuuns que se
lançam a pedir smollas nom querendo fazer outro serviço e catam outras
muijtas maneiras e aazos pera viverem ociosos e sem afam e nom servirem. E
alghuuns filham6 avitos como de religiom e vivem apartadamente fazendo
congregaçom, contra defensom de derecto nom entrando nem seendo
professos em nenhua e de nenhua das ordees religiosas stabeleçudas e
aprovadas pela Sancta Egreja nom fazendo nem husando de fazer alghua obra
profeitosa ao bem do Comum e so fegura de religiosos e de sancta vida andam
pelas terras e logares pedindo e juntando algo e enduzendo muitos que se
juntem a elles e per seu enduzimento leixam os mesteres e obras de que
husam e vam star e amdar com elles nom fazendo outro serviço nem outra
obra de proveito. Porem teemos por bem e mandamos que todolos que forom
ou soyam a seer lavradores e outrossy os filhos e netos dos lavradores e
todolos outros moradores assi nas cidades e villas como de fora delas que
ouverem de seu meor quantia de quinhentas libras quanto quer7 que seia meos
dessa quantia de quinhentas libras e que nom ajam nem huse de tam
proveitoso mester pera o Comum per que de razom e de derecto deva a seeer
scusado de lavrar ou servir na lavoira, ou nom viver continoadamente com tal
pessoa que o meresca e o aja mester pera obra de serviço profeitoso que
todos e cada huum destes susodictos sejam costranjudos pera lavrar8 e husar
do dicto mester e oficio da lavoira. E se nom teverem herdades suas que per
ssi queiram e possam lavrar sejam costranjudos e apermados pera viverem
com aquelles que os mester ouverem pera as lavoiras [fl. 2v] e os servham e
ajudem a fazer essa obra de lavoira por soldada e preço aguisado segundo he
taussado pelas ordinhaçoes que sobre esto som fectas ou segundo taussarem
e alvidrarem aquelles que pera esto forem postos em cada huum logar. E qual
quer que der ao mancebo ou aaquel que ouver de servir maijs que aquelo que
for taussado pelos regedores dos logares ou por aquelles a quem pera esto for
dado poder pague cinquoenta libras por a primeira vez e por a segunda cento e
6 Título na margem esquerda: “que os fillhos e netos de lavradores sejam costrangidos pera lavrarem e viverem com
os que fazem lavra e os que se chamam de rey ou ifantes e sñores e nom mostrarem como recadam per seus
mandados que sejam presos e açoutados”, com um sinal ao lado, mão e punho direito com o dedo indicador
apontando a postura.
7 Símbolo estilizado de uma mão, na margem esquerda do fólio.
LEI DAS SESMARIAS 1375
5
d’hi endeante pague essa quantia e demais seja lhj stranhado com pea de
justiça como aaquel que quebranta leij e vai comtra mandado de seu rei. E
estas penas sejam metudas em renda pera o bem do Comum e mandamos
que quaes quer que acharem andar chamandosse nossos ou da Reinha ou do
Ifante ou de qual quer outro que nom seja conhoçudo notoriamente por daquel
de que se chama sejam logo presos e recadados pelas justiças dos logares
pera se saber como e porque maneira vivem e as obras que fazem e de que
husam. E se certidom nom mostrarem commo vivem e andam per recado certo
ou por serviço daquelles cujos disserem que som que sejam costranjudos pera
servir e se sevir nom quiserem sejam açoutados e todavia costranjudos pera
servir por sas soldadas e taussadas commo dicto he.
Dos pedintes e religiosos
[E] por que a vida dos homens nom deve seer ociosa e a smolla nom deve soer
dada se nom aaquel que per ssij nom pode gaanhar nem merecer per serviço
de seu corpo porque se mantenha e segundo o dicto dos sabedores e dos
sanctos doctores maijs justa cousa he de castigar o pedinte sem necessidade e
que pode scusar de pedir fazendo alghua outra obra proveitosa que de lhi dar a
smolla que deve soer dada a outros pobres que nom podem fazer a obra de
serviço, porem mandamos que quaes quer que assi forem achados assi
homens como molheres que andam allotando e pedindo nom husando de outro
mester sejam vistos e catados per as justiças de cada huum logar e se
acharem que som taaes e de taaes corpos e de tal hidade que possam servir
em alghuum mester ou obra de serviço, posto que em alghua parte dos
membros corporaaes sejam menguados po (sic) com toda essa [fl. 3] mengua
podem fazer alghuum qual quer serviço sejam costranjudos pera servirem
aquelas obras que as dictas justiças ou aquelles que pera esto forem postos
virem que podem servir, por seu mantimento e por sa soldada segundo
entendem que o podem merecer de guisa que nenhuum no nosso senhorio
nom viva sem mester ou sem obra de serviço e de proveito. E aquelles que
acharem andar ou viverem em avito de religiosos, que nom som professos,
d’alghua das ordees aprovadas, como suso dicto he, digam lhes e mandem
8 Símbolo estilizado de uma mão, na margem direita do fólio.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
6
que vaam lavrar e husar do mester da lavoira fazendo sse lavradores per ssi se
o fazer poderem e quiserem ou se nom que servham9 aos outros lavradores no
mester da lavoira. E costrangam nos pera elo, sem outro meijo. E os que servir
nom quiserem nem obrar do mester lhes mandarem, des que lhes for mandado
que servham e obrem do dicto mester quaes quer que sejam das condiçoes
suso dictas. Sejam açoutados por a primeira vez e costranjudos toda guisa
pera servir e se d’hi endeante servir nom quiserem sejam açoutados com
pregom e deitados fora de nossos regnos. E aquelles que forem achados tam
fracos ou velhos ou doentes per tal guisa que nom possam fazer nenhua obra
de serviço ou alghuuns envergonhados que ja fossem homrados e caerom em
mijngua e pobreza de guisa que nom podem scusar de pedir smollas e nom
som pera servir a outrem, dem lhes as justiças alvaraaes per que possam pedir
sas smollas seguramente. E qual quer homen ou molher que acharem amdar
pedindo sem recado ou sem alvara de justiça dem lhe a pea suso dicta. E pera
se comprirem e poerem em obra estas cousas que assi per nos som
ordinhadas teemos por bem e mandamos que em cada hua cidade e villa de
cada hua comarca e provincia das correiçoes sejam postos dous homens boos
dos melhores cidadaaos que em essas cidades e villas ouver os quaes ajam de
saber e veer todas herdades que ha em cada hua comarca que som pera dar
pam e nom som lavradas e façam que sejam lavradas e aprofeitadas pera pam
e ajam poder pera costranger os senhores delas que lavrem ou façam lavrar e
semear pela guisa que suso scripto e hordinhado he. E por que os senhores
das herdades nom as querem dar a outros que as lavrem se nom por grandes
penssoes ou por muij grandes rendas e os lavradores ou aquelles que as
ouverem de lavrar [fl. 3v] nom as querem filhar se nom por muij pequenos
preços ou muij pequenas quantias ou perventura sem nenhuum encarrego de
dar penssom nem parte aos senhores dessas herdades. Porem e por nom
averem ocasiom ou aazo nenhua das partes de se scusar e as herdades nom
ficarem por lavrar teemos por bem e mandamos que estes dous homes boos
que assi forem scolheitos commo dicto he em caso que se as partes nom
possam avijr taussem e alvidrem quantia ou tamanha parte ou penssom os
9 Título na margem esquerda dizendo: “que os pedintes que possam servir sejam costrangidos e esso mesmo os
religiosos que nom teverem fecto profesom nos conventos e que dos cidaaos das comarcas servam as herdades
que podem dar pam e costrangam seus donos que as lavrem e os lavradores que as filhem”, com uma mão com o
dedo indicador.
LEI DAS SESMARIAS 1375
7
lavradores dem aos senhores das herdades e possam costranger e
costrangam assi os senhores das herdades que as dem como os lavradores
que as filhem pela stimaçom e taussaçom que assi fezerem e se perventura
estes dous homes boos antre si forem em desvairo sobre a stimaçom ou
taussaçom que ham de fazer, entom seja dado huum homem por terceiro pelo
juiz do logar pera partir o desvairo que for antre os dous e comcordar no maijs
ygual, segundo entender e compra se e aguarde sse o que per os dous em
esta razom for comcordado. E se os senhores das herdades esto nom
quiserem comsentir e comtra ello forem ou enbargarem per qualquer maneira
per seu poderio percam essas herdades, e des entom sejam aplicadas ao
Comum pera sempre e a renda delas seja filhada e recebuda pera a prol do
comum do logar em cujo termho essas herdades jouverem.
Dos veedores e dos que ham de costranger pera servir
[O]utrossi teemos por bem e mandamos que os sobredictos homes boos que
forem postos em cada huum logar do nosso senhorio enqueiram e sabham
logo e assi adeante pelos tempos quaes e quantos som os que vivem e moram
em esses logares assi naturaes delles como outros quaes quer que hi
chegarem ou veherem de fora parte e que nom som meesteiraaees nem vivem
per certos mesteres necessarios pera prol comunal ou nom viverem com
alghuuns taaes que os merescam e os ajam mester pera os servirem. E
outrossi dos mendigantes e dos outros
religiom. E esto meesmo seja manda[do] aos vintaneiros que som postos por
guardadores das freeguesias e das [fl. 4] ruas e praças que dem recado a
estes sobredictos dous homes de todalas pessoas que acharem e souberem
cada huum em sa freeguesia rua ou praça da condiçom sobredicta per nomina
que faça delles pera seerem costranjudos pera lavrar e semear pam na terra
que lhes for dada per essa justiça e se nom poderem ou nom quiserem per si
manteer lavoira, dem nos a quem os ouver mester pera lavrar e semear pam e
nom pera outro mester nos logares e comarca hu ouver herdades e lavoiras de
pam ou pera o lavor das vinhas, hu ouver vinhas, e a lavoira do pam defaleçer
aaqual nossa entemçom he de acorrermos primeiro por a rrazom suso
expressa por que nos movemos a fazer esta ordinhaçom. E taussem a esses
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
8
mançebos e servidores seus preços e sol
segundo ja suso dissemos. Po (sic) teemos por bem que nos logares hu se
sempre costumou d’aver gaanha dinheiros10 e se nom podem scusar, que
leixem tantos quantos pera esso forem necessarios per numero certo. E
todolos outros que forem perteencentes pera servir sejam costranjudos pera o
mester e oficio da lavoira pela guisa que dicto avemos. E pera esto que assi
ordinhamos e mandamos fazer por serviço de Deus e prol de todos os do
nosso senhorio nom seer torvado nem enbargado per nenhuum. Stabellecemos
e mandamos que qualquer e de qualquer stado e condiçom que seja que per
seu poderio e sem razom derecta defender ou enbargar per qualquer maneira
fora de juizo alghuum daquelles que mandamos per esta ordinhaçom costranjer
ou que forem costranjudos per aquelles a quem pera esto for dado poder ou
oficio pera nom servirem, ou nom obrarem em aquelo que lhes for mandado
que paguem a nos, se for fidalgo, quinhentas libras cada vez que o fezer, ou
tentar de fazer e seja logo per esse fecto sem outra sentença de juizo sterrado
do logar hu morar, e saya sse logo d’hi sem outro mandado e donde quer que
nos stevermos a sex legoas e se fidalgo nom for, que pague trezentas libras e
aja a dicta pena do dicto degredo. E sejam logo penhorados e costraanjudos e
vendudos seus bees por a dicta quantia per a guisa que he per nos mandado
que se vendam por as outras nossas dividas. E as justiças dos logares e
outrossi aquelles a quem for dado poder pera comprir esto que per nos aqui he
ordinhado o façam saber ao nosso sacador e ao nosso almoxarife11 [fl. 4v] e
scrivam dos nossos derectos pera mandarem costranjer por as dictas quantias
e se o nom fezerem ou forem em ello negligentes que esses juizes e veedores
as paguem a nos em dobro.
10Título na margem esquerda dizendo: “que os vintaneiros dem recado aos dictos veedores dos homees que vivem
sem oficio o mester e os costrangam pera as lavoiras e quall quer que esto enbargar se for fidalgo page vc libras
e seja deitado do lugar e se fidalgo nom for page iijc libras”, com o desenho de uma mão com o dedo indicador
apontando a postura.
11 No canto inferior esquerdo do fólio a assinatura autógrafa Egidius, ao lado da suspensão por fita vermelha do selo
real de cera, (de que restam apenas vestígios, guardado em saco de pergaminho) seguindo-se o assento do
pagamento pela emissão do diploma.
LEI DAS SESMARIAS 1375
9
Dos gaados
[O]utrossi por que alghuuns dos que heram lavradores e outros muijtos que
poderiam seer se quisessem compram e gaanham grandes manadas e somas
de gaados e os tragem e governam pelas coutadas e herdades alheas e
compram as hervas e pacigoos dos senhores das herdades de que esses
senhores das herdades ham algo. E esses senhores dos gaados vendem o
sterco desses gaados e ham por ele algo e por esta razom huuns e os outros,
assi os senhores das herdades como os dos gaados12 nom curam de lavrar e
aprofeitar as herdades. Porem defendemos e mandamos que daqui adeante
nom sofram nem consentam a nenhuum que aja nem traga gaados seus nem
d’outrem, se nom for lavrador, ou nom mantever lavoira, ou for mançebo de
lavrador que more com esse lavrador, pera o serviço da lavoira, ou pera guarda
de seus gaados, ou outras obras perteencentes ao dicto mester da lavoira, e os
que manteverem lavoira, ou quiserem seer lavradores e lavrarem herdade sua,
ou d’outrem, ou viverem com esses lavradores, ou que manteverem lavra per
esse mester da lavoira commo dicto he possam aver e trager gaados quantos
lhes comprirem e mester ouverem pera seus mantijmentos e sostijmento de
sas lavoiras aguisadamente sem pea e sem outro enbargo. E qual quer que do
dia da publicaçom desta nossa ordinhaçom a tres meses ouver ou trouver
gaados, se nom lavrar e semear herdade, se tempo e sazom for de lavoira e
sementeira, ou se tempo nom for de lavrar e se nom obligar, com cauçom
suficiente pera lavrar e semear ao tempo ou sazom convenhavijl pera elo,
filhando logo, ou asignaando alghua herdade que pera o primeiro tempo que se
siguir da lavoira aja de lavrar, perca todo o gaado que d’hi endeante trouver e
ouver e seja lhj todo filhado pera o comum do logar hu esto acontecer e qual
quer que o acusar e mostrar aja pera si o terço e esse gaado que assi for [fl. 5]
filhado por do comum nom sejam desbarado nem despeso sem nosso special
mandado se nom nos lavores e obras das fortelezas e reparamentos desses
logares.
12 Título na margem esquerda dizendo: “que nenhum nom compre nem traga gaado se nom for lavrador, ou fezer
lavoira sub pena de o perder pera o comum”, com uma mão com o dedo indicador apontando a postura.
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
10
Dos mercadores
[C]omo a nos fosse denunciado per os concelhos e per os mercadores e per
outros muijtos da nossa terra que muijtos mercadores doutras naçooes
stranhas vivem e stam nos nossos regnos e som exemptos dos encarregos do
comum e do nosso serviço e que pooem as mercadorias e cousas que tragem
a este regno em qual monta e qual valia querem e compram e mandam
comprar per todalas partes do regno as que acha na terra muij refeçes e tiram
e levam as nossas moedas pera fora dos nossos regnos contra a nossa defesa
e acrecentam em seus algos e requezas que enviam pera outras partes
d’outros senhorios. E os mercadores nossos naturaaes que ham de sosteer os
dictos encarregos do nosso serviço e do comum nom podem, antre [e]lles
gaanhar nem fazer sa prol13. E commo esto meesmo fosse per vezes dicto e
denunciado aos reis que ante nos forom e mostrado o dapno que por esto os
do regno recebiam e nom foi sobresto posto remedio. Esguardando nos que
quanto compre ao nosso stado e ao bem publico dos nossos subgeitos seerem
ricos e abastados que tanto maijs devemos e somos theudos de oolhar por prol
dos nossos naturaaes, que dos stranhos e aredar aquelo per que lhes pode
seer enbargado de fazer sa prol e acrecentar em seus algos. Porem com
conselho da nossa corte e do Ifante Dom Joham nosso irmaao e do Comde
Dom Joham Afomso e prior do Hospital e dos prelados e meesteres da
cavalaria e dos outros fidalgos e cidadãos da nossa terra que sobre esto
mandamos chamar. Ordinhamos e mandamos e defendemos que nenhuum
mercador de fora dos nossos regnos nom compre per ssi nem per outrem
nenhuum aver de peso, nem comesinho, salvo pera seu mantijmento, nem
moeda, nem metal, nem nenhua outra mercadoria e nenhuum 14logar dos
nossos regnos fora da cidade de Lixboa nem dem seus dinheiros a outros da
nossa terra pera comprarem nenhuas mercadorias [fl. 5v] fora da dicta cidade
e defendemos a todolos nossos naturaaes que nom filhem seus dinheiros nem
outro seu aver per nenhuum titolo ou fegura de nenhuum comtrauto nem per
13 Título na margem esquerda dizendo: “que nenhum mercador de fora do reino nom compre nenhuas mercadorias
fora da cidade de Lixboa nem outrem por elles”, com uma mão com o dedo indicador apontando a postura.
14 Letra riscada.
LEI DAS SESMARIAS 1375
11
outra maneira d’engano pera mercarem ou venderem fora da dicta cidade,
salvo vinhos ou fruijta, ou sal, que outorgamos que possam comprar no nosso
regno do Algarve e nos outros portos e logares do nosso regno em que nom he
defeso pera costume antigo pera carregar e levar pera qualquer parte
quiserem. E se aalem desto fezerem ou contra esto forem per qualquer
maneira. Esses mercadores percam todo o que assi derem. E a qual quer que
filhar dinheiros ou outro aver dos ditos mercadores stranhos pera mercar, ou
negociar em prol desses mercadores fora da dicta cidade, perca todolos bees
que ouveer e sejam pera a coroa do regno. E el moira porem. E mandamos
que na dicta cidade de Lixboa e nos portos dela os dictos mercadores possam
comprar quaes quer mercadorias e empregar seus averes e os possam
carregar e levar fora da nossa terra, salvo aquelles averes e cousas que per
nos e per os reis nossos antecessores som defesas e vedadas que nom sejam
tiradas do regno e mandamos que aquelles que passarem esto que per nos he
defeso e ordinhado ou contra elo forem percam todolos bees que ouverem e
lhes forem achados no nosso senhorio e sejam aplicados a nos. E os corpos
stem obligados pera lhes seer stranhado com pea qual nossa mercee for. E
mandamos que as justiças e veedores e vereadores dos logares aguardem e
façam comprir e aguardar todo esto que per nos aqui he ordinhado e defeso. E
se o contrairo fezerem ou em elo forem negligentes que percam todos os
oficios e todolos bees que ouverem e sejam pera a coroa do regno. E outrossi
mandamos aos nossos meirinhos e corregedores que requeiram e sabham
pela guisa que fazem e compram aquelo que lhes per nos he mandado pera
lhes darem a pea sobredicta se acharem que o nom aguardam ou em elo forem
negligentese nos façam saber o que sobre todo obrarem e fezerem so pena
dos oficios e dos corpos.
[fl. 6]
Publicaçom de Saanctarem
[E]ra de mil e quatrocentos e treze annos vinte e sex dias de Maio, em
Sanctarem, presentes Afomso Dominguez e Lourenço Gonçalvez vassallos d’el
rey e do seu conselho e Gil Annes vassallo e sobrejuiz d’el rei na casa do civel
e que tinha entom o seelo da dicta casa, e Joham Lourenço vassallo d’el rei e
juiz por el na dicta villa e Gonçallo Dominguez procurador do dicto conçelho e
TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA
12
presentes outros muitos homens boos que pera esto forom chamados e
juntados no alpender do moesteiro de Sam Domingos forom publicadas e
leudas per mim Gonçalo Perez scrivam da chançellaria estas ordinhaçoes suso
scriptas. E logo per o dicto Afomso Dominguez foi mandado da parte do dicto
senhor ao dicto juiz que com acordo dos vereadores e homes boos da dicta
villa posesse homes boos e exsecutores certos pera fazer e comprir estas
cousas que nas dictas ordinhaçooes he contheudo e per o dicto senhor
mandado. E que esse juiz as fezesse comprir e aguardar em todo so[b] as peas
em elas contheudas. Eu dicto Gonçalo Perez esta publicaçom screvi per
mandado do dicto Afomso Dominguez vassallo e do Conselho do dicto Senhor
Publicaçom de Coimbra
[E]ra de mil e quatrocentos e treze anos primeiro dia de Junho na cidade de
Coimbra presentes Gil Annes vassallo d’el rei e sobre juiz na casa do civel e
Corregedor em essa casa e na dicta cidade e Gonçallo Migueeiz ouvidor do
crime e Gonçale Annes sobrejuiz e Gonçalo Martinz procurador nos fectos d’ el
rei e Afomso Martinz Alvernaz juiz por esse senhor na dicta cidade e outros
muitos homens boos chamados e juntados pera esto forom publicadas e leudas
estas ordinhaçoes suso scriptas. Eu Steve Annes scrivam da chançellaria da
dicta casa esto screvi.
Egidius Johanis15.
15 Assinatura autógrafa.
http://www.cm-coimbra.pt/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=352&Itemid=459&mosmsg=Voc%EA+est%E1+tentando+acessar+apartir+de+um+dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28terrasolta.org%29
Wednesday, June 08, 2011
Uma letra só é/simboliza
só um som, mas, duas ou mais letras
juntas, como OU, MÓ, QUIM
representam ideias, coisas, pessoas...
E, o conflito é o principal fator de deterioração,
de dor e de morte. Só cessando o conflito finda a ilusão,
e, só então
se abre a nova dimensão,
da verdade,
da intensidade,
do amor e da criação,
da grande observação,
não da especulação.
só um som, mas, duas ou mais letras
juntas, como OU, MÓ, QUIM
representam ideias, coisas, pessoas...
E, o conflito é o principal fator de deterioração,
de dor e de morte. Só cessando o conflito finda a ilusão,
e, só então
se abre a nova dimensão,
da verdade,
da intensidade,
do amor e da criação,
da grande observação,
não da especulação.
Tuesday, June 07, 2011
Kairos - momento certo ou oportuno, em que algo especial acontece: o mais importante não é pois o tempo, mas, o que ocorre, acontece.
Sem matéria não haverá espírito e sem espírito não existirá matéria, como, sem macho não há fêmea e sem fêmea não há macho.
O bem estar depende da ausência de dor e da presença do prazer. Reduzindo-se o desejo, diminui a dor; satisfazendo-se o desejo aumenta o prazer. Viver bem é pois gerir bem a redução e a satisfação dos desejos.
Sem matéria não haverá espírito e sem espírito não existirá matéria, como, sem macho não há fêmea e sem fêmea não há macho.
O bem estar depende da ausência de dor e da presença do prazer. Reduzindo-se o desejo, diminui a dor; satisfazendo-se o desejo aumenta o prazer. Viver bem é pois gerir bem a redução e a satisfação dos desejos.
Sunday, June 05, 2011
Não há medida, nem imaginação, nem pensamento, nem eu, nem sequer consciência na meditação.
Meditação é liberdade absoluta: a consciência, como pensamento que é, é limitada, mas, a meditação é sem limites.
Quem não medita é sempre escravo(a) do tempo e da dor e do sofrimento - tempo é dor!
Meditar não é via para experiências excepcionais, embora elas possam ocorrer.
A abundância da meditação não é pois pelo pensamento comum nem pelo prazer desse pensamento - a sua origem está no Todo, impossível advir somente do homem e da natureza, por mais extraordinários que possam ser.
Meditação é silêncio, imobilidade do pensamento, de todas as imagens, sons e percepções e experiências.
Meditação é a Verdadeira re-ligião, religação de toda a existência.
E, a verdadeira religião é o amor por tudo/todos que todo\tudo une, que não comporta qualquer separação.
Tal como a beleza, também o amor, a meditação não são descritíveis somente por palavras. E, é a partir deste silêncio que a mente meditativa, não pensante actua.
E, de que maneira ela não atua!
Meditação é liberdade absoluta: a consciência, como pensamento que é, é limitada, mas, a meditação é sem limites.
Quem não medita é sempre escravo(a) do tempo e da dor e do sofrimento - tempo é dor!
Meditar não é via para experiências excepcionais, embora elas possam ocorrer.
A abundância da meditação não é pois pelo pensamento comum nem pelo prazer desse pensamento - a sua origem está no Todo, impossível advir somente do homem e da natureza, por mais extraordinários que possam ser.
Meditação é silêncio, imobilidade do pensamento, de todas as imagens, sons e percepções e experiências.
Meditação é a Verdadeira re-ligião, religação de toda a existência.
E, a verdadeira religião é o amor por tudo/todos que todo\tudo une, que não comporta qualquer separação.
Tal como a beleza, também o amor, a meditação não são descritíveis somente por palavras. E, é a partir deste silêncio que a mente meditativa, não pensante actua.
E, de que maneira ela não atua!
O medo transforma
verdadeiro em falso
e falso em verdadeiro:
uma grande confusão,
uma desgraça, o medo.
Só uma grande sensibilidade,
só uma infinita liberdade, sem ilusão
podem pois conviver com a Verdade.
E... Ritmo é alternância
da batida em forte e fraca:
Rock: forte, fraca, fraca, fraca; forte, fraca, fraca, fraca...
Valsa: forte, fraca, fraca; forte, fraca, fraca...
Marcha: forte, fraca; forte, fraca...
verdadeiro em falso
e falso em verdadeiro:
uma grande confusão,
uma desgraça, o medo.
Só uma grande sensibilidade,
só uma infinita liberdade, sem ilusão
podem pois conviver com a Verdade.
E... Ritmo é alternância
da batida em forte e fraca:
Rock: forte, fraca, fraca, fraca; forte, fraca, fraca, fraca...
Valsa: forte, fraca, fraca; forte, fraca, fraca...
Marcha: forte, fraca; forte, fraca...
Saturday, June 04, 2011
Objectivo da vida
é viver, não lutar,
destruir, matar,
e, viver em grande, Ida.
La-mi-ré, diapasão,
afinação de instrumento
ou de vozes... Gravação,
e, sinal de início, Bento.
Música é a ciência\arte dos dotados
em combinar sons menos ou mais definidos,
sons que podem ser medidos,
sons graves, agudos... ins-pi-ra-dos...
Harmonia são,para que acordes,
se de mais dormes, sons
ao mesmo tempo cantados,
tocados, assobiados...
Os famosos acordes.
Música no coração, no ouvido,
música no ouvido, na alma,
nas mãos, na boca, nos dedos,
nos pés... Som sentido.
Batida... Pulsação.
Sentir pois a batida do coração,
perdão, da música... Sentir... perdão,
fazer, assobiar, cantar com vida,
com ritmo, com batida
música...
INTRODUÇÃO À MÚSICA:
http://www.malhanga.com/musica/Teoria%20Musical.html
é viver, não lutar,
destruir, matar,
e, viver em grande, Ida.
La-mi-ré, diapasão,
afinação de instrumento
ou de vozes... Gravação,
e, sinal de início, Bento.
Música é a ciência\arte dos dotados
em combinar sons menos ou mais definidos,
sons que podem ser medidos,
sons graves, agudos... ins-pi-ra-dos...
Harmonia são,para que acordes,
se de mais dormes, sons
ao mesmo tempo cantados,
tocados, assobiados...
Os famosos acordes.
Música no coração, no ouvido,
música no ouvido, na alma,
nas mãos, na boca, nos dedos,
nos pés... Som sentido.
Batida... Pulsação.
Sentir pois a batida do coração,
perdão, da música... Sentir... perdão,
fazer, assobiar, cantar com vida,
com ritmo, com batida
música...
INTRODUÇÃO À MÚSICA:
http://www.malhanga.com/musica/Teoria%20Musical.html
Se o intelecto e as ideias fossem o mais importante, quase de certeza não precisaríamos de ajuda, entregando-nos a outrem.
Porque havemos de concordar ou discordar? Alguém concorda ou discorda de que está a ler isto? Tal é um facto, não se discorda de fatos. O mais importante é pois vermos as coisas como elas são mesmo, essencialmente, não concordar ou discordar. As opiniões têm portanto muito pouco valor, contrariamente aos fatos. Mas, quando se perdem os factos, então as opiniões ganham força...
Agora, se não conseguimos ver, temos de considerar porquê. Talvez seja por falta de atenção, pressa a mais, ou, obsessão por umas coisas, o que leva a não poder ver outras.
Diante de fatos como este: "todo o tempo, passado, futuro e presente é agora", ou este: "somos a existência toda e a existência toda é nós", tão simples e indiscutíveis como o facto do sol se levantar, subir, descer e se pôr todos os dias no horizonte, aceitamo-los plena e profundamente em toda a sua imensidão, ou, a partir deles começamos a produzir abstrações na forma de ideias, pondo-as acima dos fatos? Fazer isto é uma loucura, e, no entanto é o que tantos têm andado a fazer durante este tempo todo!
Somos filhos do eterno, da inteligência, do intemporal, do ilimitado, do sublime, do FACTO... Aceitando a opressão do pensamento, que é tempo, raízes e desejo de identificação... Perdemos a vida plena e completa, tornámo-nos num arremedo da Origem, de Deus...
Que fazermos então ? Juramentos, promessas, votos, sacrifícios ? Oh, não, não !... Leiamos, leiamos e ouçamos tão somente, embora com toda a atenção, deixando a VERDADE operar, que ELA jamais deixa de OPERAR, de CURAR um ser aberto para com ELA !.....
Porque havemos de concordar ou discordar? Alguém concorda ou discorda de que está a ler isto? Tal é um facto, não se discorda de fatos. O mais importante é pois vermos as coisas como elas são mesmo, essencialmente, não concordar ou discordar. As opiniões têm portanto muito pouco valor, contrariamente aos fatos. Mas, quando se perdem os factos, então as opiniões ganham força...
Agora, se não conseguimos ver, temos de considerar porquê. Talvez seja por falta de atenção, pressa a mais, ou, obsessão por umas coisas, o que leva a não poder ver outras.
Diante de fatos como este: "todo o tempo, passado, futuro e presente é agora", ou este: "somos a existência toda e a existência toda é nós", tão simples e indiscutíveis como o facto do sol se levantar, subir, descer e se pôr todos os dias no horizonte, aceitamo-los plena e profundamente em toda a sua imensidão, ou, a partir deles começamos a produzir abstrações na forma de ideias, pondo-as acima dos fatos? Fazer isto é uma loucura, e, no entanto é o que tantos têm andado a fazer durante este tempo todo!
Somos filhos do eterno, da inteligência, do intemporal, do ilimitado, do sublime, do FACTO... Aceitando a opressão do pensamento, que é tempo, raízes e desejo de identificação... Perdemos a vida plena e completa, tornámo-nos num arremedo da Origem, de Deus...
Que fazermos então ? Juramentos, promessas, votos, sacrifícios ? Oh, não, não !... Leiamos, leiamos e ouçamos tão somente, embora com toda a atenção, deixando a VERDADE operar, que ELA jamais deixa de OPERAR, de CURAR um ser aberto para com ELA !.....
Friday, June 03, 2011
Belo quadro, a preto e branco, numa moldura?
Não mais papel ? Continuei
meditando nas palavras, virei
a folha, e, que viradura !
Neste momento, terra, interior,
céu, exterior,criador
e todo o destruidor
um só são, sem divisor!
E, onde há amor,
seja como for,
seja onde for,
não pode haver dor.
Hoje, sexta, manhã, quase todos fizeram
greve na C.P.: aqui em Vedros Alhos,
até mulher dos anúncios, que no Porto
dizem estar: já eram !
Queremos e não queremos,
esperamos e não esperamos,
criamos e não criamos,
amamos e não amamos.
A alegria superficial,
banal, do bacanal,
de quase nada vale,
é infernal .
Prolongar, prolongar,
sem o buscar,
o criar,
o amar.
Ela, conhecida ?
Ela amarelinha,
nós... na linha,
ele de azulinha.
Não vou rasgar
este texto, este papel
fundamental ? apesar
da Net, não é, Bel?
Alegria verdadeira, perene
é tudo sempre apreciarmos
de maneira nova: verificarmos
a cada momento toda a nova mudança, Irene.
Alegria perene, verdadeira
é amarmos, que já é criarmos,
a Fonte do Amor, a sobreira...
nós próprios, a cegueira...
Amar, amar
a todos sem distinção,
sem escolha, sem nomear,
com razão e com paixão.
Haja pois alegria da paixão,
fogo criador, e, não faltará
técnica de expressão,
da riqueza a criação!
Não mais papel ? Continuei
meditando nas palavras, virei
a folha, e, que viradura !
Neste momento, terra, interior,
céu, exterior,criador
e todo o destruidor
um só são, sem divisor!
E, onde há amor,
seja como for,
seja onde for,
não pode haver dor.
Hoje, sexta, manhã, quase todos fizeram
greve na C.P.: aqui em Vedros Alhos,
até mulher dos anúncios, que no Porto
dizem estar: já eram !
Queremos e não queremos,
esperamos e não esperamos,
criamos e não criamos,
amamos e não amamos.
A alegria superficial,
banal, do bacanal,
de quase nada vale,
é infernal .
Prolongar, prolongar,
sem o buscar,
o criar,
o amar.
Ela, conhecida ?
Ela amarelinha,
nós... na linha,
ele de azulinha.
Não vou rasgar
este texto, este papel
fundamental ? apesar
da Net, não é, Bel?
Alegria verdadeira, perene
é tudo sempre apreciarmos
de maneira nova: verificarmos
a cada momento toda a nova mudança, Irene.
Alegria perene, verdadeira
é amarmos, que já é criarmos,
a Fonte do Amor, a sobreira...
nós próprios, a cegueira...
Amar, amar
a todos sem distinção,
sem escolha, sem nomear,
com razão e com paixão.
Haja pois alegria da paixão,
fogo criador, e, não faltará
técnica de expressão,
da riqueza a criação!
Thursday, June 02, 2011
Amor e beleza não
se compram, mas se, conscientes
do nosso vazio, para sensação
não fugirmos, vêm os criadores entes.
Se alguma técnica temos
é bom, mas, a alegria criadora
do amor é muito melhor: vemos
todos isto, ou não, doutora?
Não somos meros espectadores,
experimentamos diretamente
o sublime (ou não?), somos cantores
que cantam cientificamente, não perdidamente.
se compram, mas se, conscientes
do nosso vazio, para sensação
não fugirmos, vêm os criadores entes.
Se alguma técnica temos
é bom, mas, a alegria criadora
do amor é muito melhor: vemos
todos isto, ou não, doutora?
Não somos meros espectadores,
experimentamos diretamente
o sublime (ou não?), somos cantores
que cantam cientificamente, não perdidamente.
Wednesday, June 01, 2011
Quem é o que alcança ?
O muito esforçado,
com "como vencer" comprado,
ou,o que compreende, que não se cansa?
Quem é o inteligente ?
O cheio de vento, vaidosão,
ou, o que observa com atenção
na solidão ou no meio de muita gente?
Algum louvor
é bom: excesso
de louvor é mau: peço
muito cuidado, Leonor!
O EU pinto, EU faço, EU invento
embota a sensibilidade,
cria dor e adversidade,
desfigura o maior talento.
A sensibilidade ao feio e ao belo
ao prazer e à aflição
não depende do apego, da aquisição
sem amor, não é Melo ?
E esse anseio por segurança,
Tó, que mais insegurança só te cria,
que em criança não te via,
que da tua sensibilidade é só matança !...
O muito esforçado,
com "como vencer" comprado,
ou,o que compreende, que não se cansa?
Quem é o inteligente ?
O cheio de vento, vaidosão,
ou, o que observa com atenção
na solidão ou no meio de muita gente?
Algum louvor
é bom: excesso
de louvor é mau: peço
muito cuidado, Leonor!
O EU pinto, EU faço, EU invento
embota a sensibilidade,
cria dor e adversidade,
desfigura o maior talento.
A sensibilidade ao feio e ao belo
ao prazer e à aflição
não depende do apego, da aquisição
sem amor, não é Melo ?
E esse anseio por segurança,
Tó, que mais insegurança só te cria,
que em criança não te via,
que da tua sensibilidade é só matança !...
"Cálculo do valor expectante na Avaliação de Solos Periurbanos" por António RosadoPostado por Ricardo Silva em 1 dezembro 2010 às 18:47
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Revista "Ingenium" da Ordem dos Engenheiros, nº 98 (Março/Abril de 2007), páginas 38 a 41.
http://www.ordemengenheiros.pt/oe/ingenium/ing98.pdf
Cálculo do Valor expectante na Avaliação dos terrenos periurbanos
António José Nunes Rosado *
1. Introdução
O autor trata da avaliação dos prédios rústicos localizados na periferia urbana que designa por terrenos periurbanos. Estes terrenos por estarem “junto à fronteira da área urbana” têm o seu valor acrescido devido à expectativa criada por, mais tarde ou mais cedo, virem a ser integrados pelo urbanismo.
O cálculo do valor deste tipo de terreno em duas parcelas: o valor rústico e o valor expectante. O valor expectante é obtido com base no prémio urbanístico, entendido como o lucro que um investidor virá a obter devido à operação de conversão do terreno rústico em urbano, num tempo futuro de crescimento da “Cidade” ou aglomerado urbano.
Neste artigo pretende-se apresentar uma proposta metodológica que esclareça e quantifique este valor expectante, que não pode ser negligenciado nas avaliações deste tipo de terrenos.
Estabelecida a metodologia, fundamenta-se o cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações vigente em Portugal, apresenta-se um exemplo de aplicação e tiram-se conclusões.
2. Metodologia
A característica principal dos terrenos periurbanos é estarem localizados “junto à fronteira da área urbana” e de neles não estar autorizada a construção. São terrenos condicionados, em geral, pelo PDM – Plano Director Municipal e outros instrumentos do plano, para usos agro-fl orestais ou outros fins.
Mas porque são adjacentes à “fronteira urbana”, serão os primeiros a serem absorvidos pelo urbanismo na fase seguinte de crescimento, quer seja para habitação, indústria, equipamentos públicos ou zonas de verde urbano.
Esta proposta metodológica tem por base o cálculo do prémio urbanístico, entendido como o lucro que um investidor virá a obter devido à operação de conversão do terreno rústico em urbano, num tempo futuro de crescimento da “Cidade” ou aglomerado urbano.
Este prémio, em geral, não inclui o valor relativo à localização e qualidade ambiental urbana, porque os terrenos localizam-se fora da área urbana embora adjacentes à sua “fronteira”.
Mas face à irregularidade dessa “fronteira urbana”, são frequentes terrenos parcialmente envolvidos pelo tecido urbano e que constituem “ilhas” ou “penínsulas”. Nestes terrenos a envolvente urbana confere um valor estratégico, face à irreversibilidade da conversão do terreno rústico em urbano, que se traduz na materialização de um prémio pela localização e pela qualidade ambiental dessa envolvente urbana já existente. Assim, o prémio urbanístico, incluindo ou não o valor estratégico, deverá ser extraído do valor do terreno urbano na “condição de fronteira”.
Nesta perspectiva, o valor do terreno urbano (U) é a soma de três parcelas: o valor rústico (A), ou seja, o custo inicial do terreno; o capital que é necessário investir para transformar um terreno de rústico em urbano (C) e o prémio urbanístico (P), ou seja, U = A + C + P (1)
O prémio urbanístico calcula-se, assim, a partir da equação anterior, subtraindo ao valor do terreno urbano o valor do terreno enquanto rústico e os custos da transformação do terreno rústico em urbano, ou seja, P = U – A – C (2)
Por sua vez, o valor dos terrenos periurbanos (Pu) consiste na soma do valor do terreno enquanto rústico mais o valor expectante (E), ou seja, Pu = A + E (3)
O valor rústico (A) deverá obter-se nas condições de mercado, tendo em conta as características do terreno quanto à sua vocação agro-florestal e pastoril, o que se poderá obter através de métodos econométricos que se baseiam no valor de venda de prédios análogos, no caso de se conseguir obter amostras significativas. O valor rústico também é calculado com base no rendimento efectivo ou possível de produções agro-fl orestais através de metodologias designadas, em geral, por “Método do Rendimento”. Nestas metodologias, conforme as culturas, assim será a periodicidade dos rendimentos e, consequentemente, a fórmula de cálculo a utilizar. Neste artigo, não se apresentam nem se discutem as fórmulas de cálculo do valor rústico, remetendo- se o leitor para a literatura da especialidade.
O valor expectante (E) obtém-se pela actualização do prémio urbanístico durante o período de tempo (T) necessário para a absorção desses terrenos pela “Cidade”. Como o prémio urbanístico só será adquirido no fim desse intervalo de tempo futuro, não periódico, terá de ter uma actualização infinitesimal ou contínua, ou seja, E=P *(1/ limm→∞ (1 + m r )^ mT = P/erT (4) onde, m é o número de intervalos de tempo no ano, e r é a taxa de desconto.
O valor expectante calcula-se, assim, através da actualização infi nitesimal ou continua do prémio urbanístico, desde a data futura, em que se prevê que o terreno adquirirá este prémio, à data inicial da avaliação, conforme se representa na figura 1.
A duração do período de actualização representa, assim, o afastamento temporal do uso dos terrenos para fins urbanos.
O risco desta operação financeira é variável, dependendo da natureza das condicionantes que impedem a utilização urbanística do terreno, sendo contabilizado ao estabelecer a taxa de desconto de acordo com os critérios normais da fixação desta taxa.
A determinação do período de actualização é da competência do avaliador. Quando há elementos concretos e credíveis, a determinação deste período faz-se de forma absoluta, ou seja, a curto prazo. Mas como geralmente não se conhece de forma clara e definida este intervalo de tempo, o período de actualização terá de ser fundamentado de forma relativa, a médio, a longo ou a extra longo prazo, tendo em conta que o valor expectante se anula, utilizando uma taxa de 10 %, para períodos de actualização da ordem dos 45 anos (ver figura 2).
Assim, analisando o comportamento do valor expectante relativamente à taxa de desconto e ao período de actualização, conforme se apresenta na figura 2, propõem-se os seguintes intervalos
para o período de actualização:
– curto prazo – T = 1 a 3 anos
– médio prazo – T = 3 a 15 anos
– longo prazo – T = 15 a 30 anos
– extra longo prazo – T = + de 30 anos.
Mas em cada “Cidade” ou aglomerado urbano haverá uma determinada tendência para o crescimento urbanístico em determinado sentido, ou seja, haverá maior probabilidade da “Cidade” crescer segundo determinado eixo, o que deverá ser devidamente caracterizado pelo avaliador.
Na figura 3 apresenta-se esquematicamente uma pequena “Cidade” ou aglomerado urbano localizado junto de uma estrada nacional, com predominância de crescimento ao longo da mesma, no sentido da esquerda para a direita, em vez do alargamento concêntrico.
O período de actualização também poderá ser analisado comparativamente com o valor expectante, quando este puder ser “medido” directamente no mercado, através da seguinte
expressão deduzida a partir da expressão (4).
T = [ln(P/E)]/r (5)
A dificuldade da utilização de métodos econométricos na avaliação dos terrenos periurbanos e, consequentemente, na determinação da componente expectante está, como seria de prever, na obtenção dos dados de mercado credíveis para calcular com segurança o valor deste terrenos, ou seja, dos valores de oferta de venda e/ou de transacções efectuadas de prédios semelhantes ao avaliado. Pelo que, não resta, em geral, outra hipótese ao avaliador para completar a avaliação senão atribuir valores para explicar a valorização dos terrenos periurbanos ou, como se sugere, fundamentar a avaliação dos terrenos periurbanos com o cálculo do valor expectante nos termos da presente metodologia.
3. Fundamentação do cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações
O cálculo do valor expectante fundamenta-se segundo o Código da Expropriações nos termos do n.º 5 do artigo 23.º, ao referir que o valor calculado para os bens a expropriar deve corresponder ao valor real e corrente dos mesmos numa situação normal de mercado, podendo na avaliação serem atendidos outros critérios que não os apresentados nos artigos seguintes para alcançar aquele valor, o que justifica o cálculo do valor expectante porque o mercado já valoriza estes terrenos rústicos face à expectativa urbanística que os caracteriza – serem terrenos que, mais tarde ou mais cedo, serão absorvidos pelo urbanismo.
Por outro lado, segundo o Código das Expropriações, os terrenos periurbanos são classificados, nos termos do artigo 24.º, como “solo para outros fins”, sendo o seu valor calculado nos termos do artigo 27.º. Da aplicação deste artigo, verifica-se que atende ao valor de mercado ao basear o cálculo destes terrenos no valor de aquisições efectuadas na envolvente e que, na falta destes elementos, a avaliação deverá assentar no rendimento efectivo ou possível do terreno enquanto agro-florestal ou pastoril e em “outras circunstâncias objectivas susceptíveis de infl uir no respectivo cálculo”.
Ora, o valor expectante de um terreno devido à circunstância objectiva dele poder vir a ser absorvido pelo urbanismo, não sendo um rendimento efectivo à data da avaliação, revela-se como um rendimento possível num tempo futuro previsível.
Assim, é legítimo, nos termos dos artigos 23.º e 27.º, atender aos indicadores de avaliação estabelecidos no artigo 26.º, que são relativos ao cálculo do valor do “solo apto para construção”, para determinar o valor dos terrenos periurbanos.
Cálculo do valor do terreno urbano na condição fronteira e do custo da transformação do terreno rústico em urbano (C)
O cálculo do valor do terreno urbano, segundo o Código das Expropriações, fundamenta-se, assim, nos termos do artigo 26.º, tendo por base a seguinte fórmula de cálculo: U = Cc × Ic × If (6)
O cálculo do custo da transformação de um terreno rústico em urbano, segundo o Código das Expropriações, efectua-se através da comparação entre o valor do terreno infraestruturado da envolvente na “fronteira da Cidade”, Ui, e o valor do terreno, em bruto, por infraestruturar e a converter em urbano, Ub, deduzindo-se a seguinte fórmula: C = Ui – Ub = Cc × Ic × (Ifi – Ifb) (7)
onde, Cc é o custo de construção, Ic é o índice de construção, Ifi – Ifb é a diferença entre o índice atribuído ao terreno tendo em conta as infra-estruturas da envolvente na “fronteira urbana” e o índice atribuído ao terreno por infraestruturar, em avaliação.
Assim:
- na determinação do custo da construção atende-se, como referencial, aos montantes fixados administrativamente, segundo o n.º 5 do artigo 26.º;
- o índice de construção deverá reflectir a volumetria existente ou prevista nos termos do respectivo PDM “na condição de fronteira”, num aproveitamento economicamente normal, ou seja, deverá corresponder a uma ponderação capaz de traduzir as condições da envolvente na fronteira entre o espaço urbano e o espaço rústico adjacente;
- por fim, o índice atribuído ao valor do terreno, tendo em conta as infra-estruturas “...deverá corresponder a um máximo de 15% do custo de construção, variando”...”em função da localização, qualidade ambiental e dos equipamentos existentes na zona”, nos termos do n.º 6 do artigo 26.º, acrescida das percentagens relativas às infra-estruturas existentes junto à parcela, nos termos do n.º 7 do mesmo artigo, ou seja:
a) acesso rodoviário pavimentado – 1,5%,
b) passeios – 1%,
c) rede de água – 1%,
d) rede de saneamento – 1,5%,
e) rede de energia eléctrica – 1%,
f) rede de drenagem de águas pluviais – 0,5%,
g) estação depuradora em ligação com a rede
de saneamento – 2%,
h) rede de gás – 1%,
i) rede telefónica – 1%.
Restantes cálculos
Para calcular o valor expectante, segundo a metodologia apresentada, é necessário, ainda, conhecer o valor do terreno enquanto rústico (A), que se determina conforme exposto no artigo 27.º do CE, no sentido de se determinar o prémio urbanístico.
Conhecido o valor rústico e o valor expectante, obtém-se o valor do terreno periurbano.
Exemplo de aplicação
Admita-se para o terreno em avaliação os seguintes dados:
Cc – Custo de construção – 500€/m2
Ic – Índice de construção – 1,0 (Definido pela envolvente nos termos do PDM)
Ifb – 0.10 (excluindo a localização e qualidade ambiental)
Ifi – 0,10 + 0,05 = 0,15 (inclui acesso pavimentado, redes de água, saneamento e energia eléctrica)
Cálculo do valor urbano, segundo a expressão (6):
U = Cc × Ic × Ifi = 500 × 1,0 × 0,15 = 75€/m2
Cálculo do custo da transformação do terreno rústico em urbano, segundo a expressão (7):
C = Cc × Ic × (Ifi – Ifb) = 500 × 1,0 × (0,15 – 0,10) = 25 €/m2
Cálculo do valor rústico segundo a expressão (8):
Como já foi dito, não se desenvolvem as metodologias de cálculo do valor rústico, mas para a apresentação deste exemplo elegeuse o “Método do Rendimento” e a fórmula de cálculo relativa a rendimentos anuais (R), constantes e perpétuos, ou seja: A = R/r (8)
Assim, admita-se que o rendimento fundiário possível de um terreno de cultura arvense de regadio é de R = 1000 €/ha, e que a taxa de desconto adequada para aplicar na operação de actualização do rendimento à data da avaliação é de r = 0,03.
Nesta perspectiva, o valor rústico é calculado através da seguinte expressão: A = 0,1/0,03 = 3,33 €/m2
Cálculo do prémio urbanístico, segundo as expressões (2):
P = U – C – A = 75 – 25 – 3.33 = 46.67 €/m2
Cálculo do valor expectante, segundo a expressão (4):
Admita-se que o terreno em avaliação foi destinado a RAN – Reserva Agrícola Nacional – em condições passíveis de revisão a longo prazo, pelo que, poderá considerar-se que o período de actualização é de T = 30 anos. Para a taxa de desconto a aplicar nesta operação de actualização, considerando os critérios normais de fi xação da taxa e o risco, admita-se que o valor adequado é de 0,05.
E = P/ e^rT = 46,67/e^0,05*30 = 46,67/4,48 = 10,41€/m2
Cálculo do valor do terreno periurbano segundo a expressão (3):
Pu = A + E = 3,33 + 10,41 = 13,74 €/m2 ≈ 14 €/m2
Conclusões
O valor rústico de um prédio, calculado com base numa renda agro-fl orestal e/ou de outros usos não urbanos eventualmente possíveis, apresenta-se, nos dias de hoje, cada vez mais reduzido e incapaz de justificar por si só o valor dos terrenos adjacentes à periferia urbana.
A utilização de métodos econométricos revela-se pouco eficaz, na prática, face à dificuldade em obter dados em número suficiente e credíveis, pela inexistência de bases de dados utilizáveis em tempo útil nas avaliações.
A metodologia agora proposta para cálculo do valor dos terrenos periurbanos através das duas componentes aditivas – valor rústico e valor expectante –, separa claramente as verdadeiras origens de valorização deste tipo de terrenos. Este modelo permite calcular fundamentar o valor expectante através da actualização contínua do prémio urbanístico durante o período de tempo necessário para a absorção dos terrenos pela “Cidade” ou aglomerado urbano.
O conceito de valor expectante é mais visível perto das zonas urbanas de maior crescimento,
mas assume uma importância real, quer para investidores, quer para os actuais proprietários, face às características do actual urbanismo. Embora o seu cálculo tenha sido negligenciado, a valorização que o mercado confere a estes terrenos periurbanos, visível à luz dos métodos econométricos, tornou evidente a necessidade em atender a esta valorização, o que tem originado avaliações fundamentadas com critérios pouco precisos sob a desculpa de se contabilizar implicitamente e subjectivamente este valor expectante.
A fundamentação do cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações permite validar o modelo, por se tratar de uma avaliação aplicável nos termos da legislação vigente, conforme o exemplo de aplicação que se apresenta de forma clara e simples.
Referências Bibliográficas
2005 - Pinheiro, António Cipriano Afonso,
Avaliação de Património, Edições Sílabo,
1.ª Edição.
2004 - Figueiredo, Ruy, Manual de Avaliação
Imobiliária, Vislis Editores.
1999 - Lei n.º 168/99 de 18 de Setembro
que anexa do Código das Expropriações.
1999 - Ross, Westerfi eld and Jaffe, Corporate
Finance, MCGRAW-HILL, fi fth
Edition.
1996 - Neves, João Carvalho, Análise Financeira
Métodos e Técnicas, Texto Editora,
9.ª Edição Revista.
1996 - 1.º Congresso Nacional de Avaliação
no Imobiliário, APAE – Associação
Portuguesa de Avaliações de Engenharia,
Editores – Prof. Artur A. Bezelga
e Eng.º Borges Leitão.
1990 - Capozza, D. R. e Helsley, R. W., The
Stochastic City, Journal of Urban Economics,
187-203.
1984 - Costa, A. Nunes, Construções Urbanas
e Industriais, Encontro sobre Avaliação
de Bens Imobiliários, Porto.
1943 - Barros, Henrique de, O Método Analítico
de Avaliação da Propriedade
Rural, Ministério da Economia, Direcção
Geral dos Serviços Agrícolas, Estudos
e Informação Técnica n.º 23.
Fonte: http://peritosavaliadores.ning.com/forum/topics/calculo-do-valor-expectante-na?xg_source=activity
NOTA:
De sublinhar, no modo de cálculo/avaliação dos solos em presença, o seguinte:
1) É um método que, sem ser "picuinhas", é de bastante rigor; e,
2) Que se fundamenta nos termos do Código Português das Expropriações.
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Cálculo do Valor expectante na Avaliação dos terrenos periurbanos
António José Nunes Rosado *
1. Introdução
O autor trata da avaliação dos prédios rústicos localizados na periferia urbana que designa por terrenos periurbanos. Estes terrenos por estarem “junto à fronteira da área urbana” têm o seu valor acrescido devido à expectativa criada por, mais tarde ou mais cedo, virem a ser integrados pelo urbanismo.
O cálculo do valor deste tipo de terreno em duas parcelas: o valor rústico e o valor expectante. O valor expectante é obtido com base no prémio urbanístico, entendido como o lucro que um investidor virá a obter devido à operação de conversão do terreno rústico em urbano, num tempo futuro de crescimento da “Cidade” ou aglomerado urbano.
Neste artigo pretende-se apresentar uma proposta metodológica que esclareça e quantifique este valor expectante, que não pode ser negligenciado nas avaliações deste tipo de terrenos.
Estabelecida a metodologia, fundamenta-se o cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações vigente em Portugal, apresenta-se um exemplo de aplicação e tiram-se conclusões.
2. Metodologia
A característica principal dos terrenos periurbanos é estarem localizados “junto à fronteira da área urbana” e de neles não estar autorizada a construção. São terrenos condicionados, em geral, pelo PDM – Plano Director Municipal e outros instrumentos do plano, para usos agro-fl orestais ou outros fins.
Mas porque são adjacentes à “fronteira urbana”, serão os primeiros a serem absorvidos pelo urbanismo na fase seguinte de crescimento, quer seja para habitação, indústria, equipamentos públicos ou zonas de verde urbano.
Esta proposta metodológica tem por base o cálculo do prémio urbanístico, entendido como o lucro que um investidor virá a obter devido à operação de conversão do terreno rústico em urbano, num tempo futuro de crescimento da “Cidade” ou aglomerado urbano.
Este prémio, em geral, não inclui o valor relativo à localização e qualidade ambiental urbana, porque os terrenos localizam-se fora da área urbana embora adjacentes à sua “fronteira”.
Mas face à irregularidade dessa “fronteira urbana”, são frequentes terrenos parcialmente envolvidos pelo tecido urbano e que constituem “ilhas” ou “penínsulas”. Nestes terrenos a envolvente urbana confere um valor estratégico, face à irreversibilidade da conversão do terreno rústico em urbano, que se traduz na materialização de um prémio pela localização e pela qualidade ambiental dessa envolvente urbana já existente. Assim, o prémio urbanístico, incluindo ou não o valor estratégico, deverá ser extraído do valor do terreno urbano na “condição de fronteira”.
Nesta perspectiva, o valor do terreno urbano (U) é a soma de três parcelas: o valor rústico (A), ou seja, o custo inicial do terreno; o capital que é necessário investir para transformar um terreno de rústico em urbano (C) e o prémio urbanístico (P), ou seja, U = A + C + P (1)
O prémio urbanístico calcula-se, assim, a partir da equação anterior, subtraindo ao valor do terreno urbano o valor do terreno enquanto rústico e os custos da transformação do terreno rústico em urbano, ou seja, P = U – A – C (2)
Por sua vez, o valor dos terrenos periurbanos (Pu) consiste na soma do valor do terreno enquanto rústico mais o valor expectante (E), ou seja, Pu = A + E (3)
O valor rústico (A) deverá obter-se nas condições de mercado, tendo em conta as características do terreno quanto à sua vocação agro-florestal e pastoril, o que se poderá obter através de métodos econométricos que se baseiam no valor de venda de prédios análogos, no caso de se conseguir obter amostras significativas. O valor rústico também é calculado com base no rendimento efectivo ou possível de produções agro-fl orestais através de metodologias designadas, em geral, por “Método do Rendimento”. Nestas metodologias, conforme as culturas, assim será a periodicidade dos rendimentos e, consequentemente, a fórmula de cálculo a utilizar. Neste artigo, não se apresentam nem se discutem as fórmulas de cálculo do valor rústico, remetendo- se o leitor para a literatura da especialidade.
O valor expectante (E) obtém-se pela actualização do prémio urbanístico durante o período de tempo (T) necessário para a absorção desses terrenos pela “Cidade”. Como o prémio urbanístico só será adquirido no fim desse intervalo de tempo futuro, não periódico, terá de ter uma actualização infinitesimal ou contínua, ou seja, E=P *(1/ limm→∞ (1 + m r )^ mT = P/erT (4) onde, m é o número de intervalos de tempo no ano, e r é a taxa de desconto.
O valor expectante calcula-se, assim, através da actualização infi nitesimal ou continua do prémio urbanístico, desde a data futura, em que se prevê que o terreno adquirirá este prémio, à data inicial da avaliação, conforme se representa na figura 1.
A duração do período de actualização representa, assim, o afastamento temporal do uso dos terrenos para fins urbanos.
O risco desta operação financeira é variável, dependendo da natureza das condicionantes que impedem a utilização urbanística do terreno, sendo contabilizado ao estabelecer a taxa de desconto de acordo com os critérios normais da fixação desta taxa.
A determinação do período de actualização é da competência do avaliador. Quando há elementos concretos e credíveis, a determinação deste período faz-se de forma absoluta, ou seja, a curto prazo. Mas como geralmente não se conhece de forma clara e definida este intervalo de tempo, o período de actualização terá de ser fundamentado de forma relativa, a médio, a longo ou a extra longo prazo, tendo em conta que o valor expectante se anula, utilizando uma taxa de 10 %, para períodos de actualização da ordem dos 45 anos (ver figura 2).
Assim, analisando o comportamento do valor expectante relativamente à taxa de desconto e ao período de actualização, conforme se apresenta na figura 2, propõem-se os seguintes intervalos
para o período de actualização:
– curto prazo – T = 1 a 3 anos
– médio prazo – T = 3 a 15 anos
– longo prazo – T = 15 a 30 anos
– extra longo prazo – T = + de 30 anos.
Mas em cada “Cidade” ou aglomerado urbano haverá uma determinada tendência para o crescimento urbanístico em determinado sentido, ou seja, haverá maior probabilidade da “Cidade” crescer segundo determinado eixo, o que deverá ser devidamente caracterizado pelo avaliador.
Na figura 3 apresenta-se esquematicamente uma pequena “Cidade” ou aglomerado urbano localizado junto de uma estrada nacional, com predominância de crescimento ao longo da mesma, no sentido da esquerda para a direita, em vez do alargamento concêntrico.
O período de actualização também poderá ser analisado comparativamente com o valor expectante, quando este puder ser “medido” directamente no mercado, através da seguinte
expressão deduzida a partir da expressão (4).
T = [ln(P/E)]/r (5)
A dificuldade da utilização de métodos econométricos na avaliação dos terrenos periurbanos e, consequentemente, na determinação da componente expectante está, como seria de prever, na obtenção dos dados de mercado credíveis para calcular com segurança o valor deste terrenos, ou seja, dos valores de oferta de venda e/ou de transacções efectuadas de prédios semelhantes ao avaliado. Pelo que, não resta, em geral, outra hipótese ao avaliador para completar a avaliação senão atribuir valores para explicar a valorização dos terrenos periurbanos ou, como se sugere, fundamentar a avaliação dos terrenos periurbanos com o cálculo do valor expectante nos termos da presente metodologia.
3. Fundamentação do cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações
O cálculo do valor expectante fundamenta-se segundo o Código da Expropriações nos termos do n.º 5 do artigo 23.º, ao referir que o valor calculado para os bens a expropriar deve corresponder ao valor real e corrente dos mesmos numa situação normal de mercado, podendo na avaliação serem atendidos outros critérios que não os apresentados nos artigos seguintes para alcançar aquele valor, o que justifica o cálculo do valor expectante porque o mercado já valoriza estes terrenos rústicos face à expectativa urbanística que os caracteriza – serem terrenos que, mais tarde ou mais cedo, serão absorvidos pelo urbanismo.
Por outro lado, segundo o Código das Expropriações, os terrenos periurbanos são classificados, nos termos do artigo 24.º, como “solo para outros fins”, sendo o seu valor calculado nos termos do artigo 27.º. Da aplicação deste artigo, verifica-se que atende ao valor de mercado ao basear o cálculo destes terrenos no valor de aquisições efectuadas na envolvente e que, na falta destes elementos, a avaliação deverá assentar no rendimento efectivo ou possível do terreno enquanto agro-florestal ou pastoril e em “outras circunstâncias objectivas susceptíveis de infl uir no respectivo cálculo”.
Ora, o valor expectante de um terreno devido à circunstância objectiva dele poder vir a ser absorvido pelo urbanismo, não sendo um rendimento efectivo à data da avaliação, revela-se como um rendimento possível num tempo futuro previsível.
Assim, é legítimo, nos termos dos artigos 23.º e 27.º, atender aos indicadores de avaliação estabelecidos no artigo 26.º, que são relativos ao cálculo do valor do “solo apto para construção”, para determinar o valor dos terrenos periurbanos.
Cálculo do valor do terreno urbano na condição fronteira e do custo da transformação do terreno rústico em urbano (C)
O cálculo do valor do terreno urbano, segundo o Código das Expropriações, fundamenta-se, assim, nos termos do artigo 26.º, tendo por base a seguinte fórmula de cálculo: U = Cc × Ic × If (6)
O cálculo do custo da transformação de um terreno rústico em urbano, segundo o Código das Expropriações, efectua-se através da comparação entre o valor do terreno infraestruturado da envolvente na “fronteira da Cidade”, Ui, e o valor do terreno, em bruto, por infraestruturar e a converter em urbano, Ub, deduzindo-se a seguinte fórmula: C = Ui – Ub = Cc × Ic × (Ifi – Ifb) (7)
onde, Cc é o custo de construção, Ic é o índice de construção, Ifi – Ifb é a diferença entre o índice atribuído ao terreno tendo em conta as infra-estruturas da envolvente na “fronteira urbana” e o índice atribuído ao terreno por infraestruturar, em avaliação.
Assim:
- na determinação do custo da construção atende-se, como referencial, aos montantes fixados administrativamente, segundo o n.º 5 do artigo 26.º;
- o índice de construção deverá reflectir a volumetria existente ou prevista nos termos do respectivo PDM “na condição de fronteira”, num aproveitamento economicamente normal, ou seja, deverá corresponder a uma ponderação capaz de traduzir as condições da envolvente na fronteira entre o espaço urbano e o espaço rústico adjacente;
- por fim, o índice atribuído ao valor do terreno, tendo em conta as infra-estruturas “...deverá corresponder a um máximo de 15% do custo de construção, variando”...”em função da localização, qualidade ambiental e dos equipamentos existentes na zona”, nos termos do n.º 6 do artigo 26.º, acrescida das percentagens relativas às infra-estruturas existentes junto à parcela, nos termos do n.º 7 do mesmo artigo, ou seja:
a) acesso rodoviário pavimentado – 1,5%,
b) passeios – 1%,
c) rede de água – 1%,
d) rede de saneamento – 1,5%,
e) rede de energia eléctrica – 1%,
f) rede de drenagem de águas pluviais – 0,5%,
g) estação depuradora em ligação com a rede
de saneamento – 2%,
h) rede de gás – 1%,
i) rede telefónica – 1%.
Restantes cálculos
Para calcular o valor expectante, segundo a metodologia apresentada, é necessário, ainda, conhecer o valor do terreno enquanto rústico (A), que se determina conforme exposto no artigo 27.º do CE, no sentido de se determinar o prémio urbanístico.
Conhecido o valor rústico e o valor expectante, obtém-se o valor do terreno periurbano.
Exemplo de aplicação
Admita-se para o terreno em avaliação os seguintes dados:
Cc – Custo de construção – 500€/m2
Ic – Índice de construção – 1,0 (Definido pela envolvente nos termos do PDM)
Ifb – 0.10 (excluindo a localização e qualidade ambiental)
Ifi – 0,10 + 0,05 = 0,15 (inclui acesso pavimentado, redes de água, saneamento e energia eléctrica)
Cálculo do valor urbano, segundo a expressão (6):
U = Cc × Ic × Ifi = 500 × 1,0 × 0,15 = 75€/m2
Cálculo do custo da transformação do terreno rústico em urbano, segundo a expressão (7):
C = Cc × Ic × (Ifi – Ifb) = 500 × 1,0 × (0,15 – 0,10) = 25 €/m2
Cálculo do valor rústico segundo a expressão (8):
Como já foi dito, não se desenvolvem as metodologias de cálculo do valor rústico, mas para a apresentação deste exemplo elegeuse o “Método do Rendimento” e a fórmula de cálculo relativa a rendimentos anuais (R), constantes e perpétuos, ou seja: A = R/r (8)
Assim, admita-se que o rendimento fundiário possível de um terreno de cultura arvense de regadio é de R = 1000 €/ha, e que a taxa de desconto adequada para aplicar na operação de actualização do rendimento à data da avaliação é de r = 0,03.
Nesta perspectiva, o valor rústico é calculado através da seguinte expressão: A = 0,1/0,03 = 3,33 €/m2
Cálculo do prémio urbanístico, segundo as expressões (2):
P = U – C – A = 75 – 25 – 3.33 = 46.67 €/m2
Cálculo do valor expectante, segundo a expressão (4):
Admita-se que o terreno em avaliação foi destinado a RAN – Reserva Agrícola Nacional – em condições passíveis de revisão a longo prazo, pelo que, poderá considerar-se que o período de actualização é de T = 30 anos. Para a taxa de desconto a aplicar nesta operação de actualização, considerando os critérios normais de fi xação da taxa e o risco, admita-se que o valor adequado é de 0,05.
E = P/ e^rT = 46,67/e^0,05*30 = 46,67/4,48 = 10,41€/m2
Cálculo do valor do terreno periurbano segundo a expressão (3):
Pu = A + E = 3,33 + 10,41 = 13,74 €/m2 ≈ 14 €/m2
Conclusões
O valor rústico de um prédio, calculado com base numa renda agro-fl orestal e/ou de outros usos não urbanos eventualmente possíveis, apresenta-se, nos dias de hoje, cada vez mais reduzido e incapaz de justificar por si só o valor dos terrenos adjacentes à periferia urbana.
A utilização de métodos econométricos revela-se pouco eficaz, na prática, face à dificuldade em obter dados em número suficiente e credíveis, pela inexistência de bases de dados utilizáveis em tempo útil nas avaliações.
A metodologia agora proposta para cálculo do valor dos terrenos periurbanos através das duas componentes aditivas – valor rústico e valor expectante –, separa claramente as verdadeiras origens de valorização deste tipo de terrenos. Este modelo permite calcular fundamentar o valor expectante através da actualização contínua do prémio urbanístico durante o período de tempo necessário para a absorção dos terrenos pela “Cidade” ou aglomerado urbano.
O conceito de valor expectante é mais visível perto das zonas urbanas de maior crescimento,
mas assume uma importância real, quer para investidores, quer para os actuais proprietários, face às características do actual urbanismo. Embora o seu cálculo tenha sido negligenciado, a valorização que o mercado confere a estes terrenos periurbanos, visível à luz dos métodos econométricos, tornou evidente a necessidade em atender a esta valorização, o que tem originado avaliações fundamentadas com critérios pouco precisos sob a desculpa de se contabilizar implicitamente e subjectivamente este valor expectante.
A fundamentação do cálculo do valor expectante nos termos do Código das Expropriações permite validar o modelo, por se tratar de uma avaliação aplicável nos termos da legislação vigente, conforme o exemplo de aplicação que se apresenta de forma clara e simples.
Referências Bibliográficas
2005 - Pinheiro, António Cipriano Afonso,
Avaliação de Património, Edições Sílabo,
1.ª Edição.
2004 - Figueiredo, Ruy, Manual de Avaliação
Imobiliária, Vislis Editores.
1999 - Lei n.º 168/99 de 18 de Setembro
que anexa do Código das Expropriações.
1999 - Ross, Westerfi eld and Jaffe, Corporate
Finance, MCGRAW-HILL, fi fth
Edition.
1996 - Neves, João Carvalho, Análise Financeira
Métodos e Técnicas, Texto Editora,
9.ª Edição Revista.
1996 - 1.º Congresso Nacional de Avaliação
no Imobiliário, APAE – Associação
Portuguesa de Avaliações de Engenharia,
Editores – Prof. Artur A. Bezelga
e Eng.º Borges Leitão.
1990 - Capozza, D. R. e Helsley, R. W., The
Stochastic City, Journal of Urban Economics,
187-203.
1984 - Costa, A. Nunes, Construções Urbanas
e Industriais, Encontro sobre Avaliação
de Bens Imobiliários, Porto.
1943 - Barros, Henrique de, O Método Analítico
de Avaliação da Propriedade
Rural, Ministério da Economia, Direcção
Geral dos Serviços Agrícolas, Estudos
e Informação Técnica n.º 23.
Fonte: http://peritosavaliadores.ning.com/forum/topics/calculo-do-valor-expectante-na?xg_source=activity
NOTA:
De sublinhar, no modo de cálculo/avaliação dos solos em presença, o seguinte:
1) É um método que, sem ser "picuinhas", é de bastante rigor; e,
2) Que se fundamenta nos termos do Código Português das Expropriações.
Tudo e todos agora,
futuro e passado,
belo e desordenado,
tudo sem se ir embora.
Realçando a vida toda,
unida, não "eus", ansiedades
e divisões; sem superioridades,
não cedendo à destruição da boda.
Juntando alegria,
trabalho, simplicidade,
sabor, originalidade,
qualidade, e, companhia.
Juntando mau e bom,
belo e feio, animal e gente,
estúpido e inteligente,
silêncio e som.
futuro e passado,
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Realçando a vida toda,
unida, não "eus", ansiedades
e divisões; sem superioridades,
não cedendo à destruição da boda.
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