Monday, December 01, 2008

Somente alguém que sente o Criador pode adquirir essa propriedade. Usando a linguagem da Kabbalah, quando a luz entrar no Kli, ela passará suas propriedades altruístas para ele. O homem não pode se corrigir por si mesmo, e não se exige isso dele. Sob a direção do seu Professor, durante as lições do grupo, ele precisa despertar desejos espirituais tais, que farão com que a luz entre nele.
Para conseguir isto, a pessoa deve trabalhar duro sobre seus pensamentos e desejos, para saber exatamente o que é necessário, embora ela ainda não possa desejá-lo. Se o homem pratica uma ação em nosso mundo que parece exteriormente altruísta, isso de fato significa que ele calculou previamente sua futura recompensa.
Qualquer movimento, mesmo o menor, é feito com base em um cálculo. Como resultado, parece ao homem que ele poderia estar melhor do que está agora. Se o homem não fizesse esses cálculos, ele não seria capaz de se mover, pois é necessária uma certa porção de energia para o movimento, mesmo no nível molecular da natureza, e essa energia é o nosso egoísmo, isto é, o desejo de receber prazer. Essa lei então se ‘reveste’ nas leis gerais físicas e químicas. Em nosso mundo, o homem somente pode receber ou doar em prol de receber.
Vale anotar aqui que os desejos de fazer a humanidade inteira feliz também são egoístas, pois o homem, vendo a si mesmo como uma parte da humanidade, deseja dar prazer a essa mesma parte dele...
A Kabbalah permite a descrição tanto das ações praticadas interiormente pelo homem, quanto daquelas que o Criador pratica sobre ele, isto é, suas interações. A Kabbalah é uma descrição físico-matemática dos objetos espirituais e suas ações, expressas em fórmulas, gráficos e tabelas.
Tudo isso descreve as ações espirituais interiores do Kabbalista, e somente aquele que pode reproduzir essas ações em si mesmo, e assim entende o que essas fórmulas significam, pode entender o que está por trás delas.
Um Kabbalista pode passar essa informação para seu discípulo somente quando este alcança no mínimo o primeiro nível espiritual. Tal informação é passada ‘boca a boca’ (mi Peh le Peh), porque a tela está no nível de ‘Peh’ no Partzuf espiritual. Se o estudante ainda não adquiriu a tela, ele realmente não pode entender nada; ele não pode ainda receber nada de seu professor.
Quando um Kabbalista lê um livro de Kabbalah, ele deve sentir cada palavra, cada letra internamente, assim como pessoas cegas sentem cada letra do alfabeto usando o sistema Braile.
Nós estudamos quatro fases da formação do Kli (0 – Shoresh ou Keter; 1 – Chochmah; 2 – Binah e 3 – Tifferet). Por que são quatro, e não cinco? Porque a quinta é o próprio Kli, e não uma fase da sua formação. Começando por Malchut, não há mais fases; o Kli está completamente criado, nascido, formado em seu desejo egoísta de receber prazer da luz do Chochmah. O Kli é independente não só em seu desejo, mas na implementação desse desejo em ação.
Porém, se a luz, o prazer, preenche o Kli, ela dita ao Kli o modo como ele deve agir, porque ela o suprime, preenchendo-o com prazer. É por isso que o Kli é realmente livre em sua intenção, somente quando ele não está preenchido com a luz. E nem isso, ainda não é suficiente; a luz precisa não ser sentida nem mesmo de longe, isto é, o Criador precisa ocultar-se completamente do Kli. Somente então Malchut pode ser independente, livre em suas decisões e ações.
Quando o Kli pode compreender seus desejos independentemente, quando ele está completamente livre da influência da luz e do prazer, e a luz não pode ditar suas condições ao Kli, tal estado é chamado ‘nosso mundo’, ou ‘este mundo’. Esse estado pode ser atingido se a luz é removida não somente da parte interior do Kli, mas gradualmente se distancia do exterior do Kli, Em nosso mundo, o homem não sente o Criador, nem no interior, nem no exterior, isto é, ele não acredita na Sua existência.
A expulsão da luz do Kli é chamada a restrição do desejo de receber prazer, ou simplesmente a restrição, Tzimtzum Alef. Distanciar a luz para longe do exterior do Kli é algo que se obtém com a ajuda de um sistema de telas obscurecedoras que são chamadas mundos. Há somente cinco dessas telas, isto é, há cinco mundos. Cada um desses mundos consiste de cinco partes chamadas ‘Partzufim’ (plural de Partzuf). Cada Partzuf inclui cinco partes chamadas Sefirot (plural de Sefirah). Como resultado, Malchut está tão distanciada da luz que não a sente de modo algum. Isto é o homem em nosso mundo.
Na Kabbalah, nós estudamos as propriedades dos mundos, Partzufim e Sefirot, isto é, as propriedades das telas que ocultam o mundo espiritual, o Criador, de nós. O propósito desse estudo é conhecer quais propriedades o homem deve adquirir para neutralizar as ações ocultadoras de todos esses mundos, Partzufim e Sefirot, e ascender ao nível desse ou daquele nível espiritual de Sefirah, partzuf ou mundo.
Adquirindo as propriedades de um certo Partzuf em um certo mundo, o homem imediatamente neutraliza a ação ocultadora desse nível, e o atinge.

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