EDITORIAL
Amizade
Às seis e trinta da tarde do passado dia 3 de Outubro entrei no velho e querido edifício da Universidade de Évora,sobretudo, para dar um abraço ao meu grande amigo e ex-reitor da mesma, Manuel Patrício.Estava agendado para essa tarde o lançamento do livro, composto por cerca de 50 comunicações que ao longo do dia 23 de Julho de 2006 foram produzidas pelos muitosamigos que assim quiseram prestar a justa homenagem a este Alentejano de Montargil.Eu e um grupo de amigos dos velhos tempos de liceu estivemos presentes nessa homenagem e agradecemos ao professor Patrício tê-lo encontrado nessa época. Eu fi-loda forma como, aqui, em parte, me atrevo a transcrever:.. “Bem-haja Prof. Patrício por tê-lo encontrado nessa época, por ter partilhado comigo uma época em que me começavaa encontrar como ser vivente e pensante. Foi também graças a si que ajustei o meu molde pessoal". Num dos pensamentos que transcreveu para um dos seus livrospublicados, escreve o seguinte: “ A vida do homem é um processo, ou seja, história. Se retirarmos a história à vida da homem este fica incompreensível”.,É sobre esta história de vida que me convidaram a tecer umas palavras. E tem esta sua história de vida uma envolvência em que o factor humano todos os anos tinha umacréscimo derivado à profissão que escolheu. Neste contexto, e para dar mais vida a este testemunho/convite, vou compartilhar esta minha intervenção com alguns amigosque o são desde essa já distante década de 60, É uma amizade que os anos não têm conseguido "beliscar". Bem pelo contrário, parece que à medida que o tempo passa, elase tem reforçado e fortalecido. Na base dela está a vivência desse liceu, dessas "cumplicidades", daquilo que nos custava a entender, como as duas filas, uma para rapazes,outra para raparigas, simplesmente para comprar os bolos ou "folhas de exercícios"; ou o recreio dos rapazes e das raparigas, o delas lá para dentro, mais recatado naturalmente- Gineceu. Se eram tempos difíceis para os alunos, mais o seriam certamente para os professores. Pelo menos para aqueles que sempre pautaram a sua vida pela sua verticalidade, pelo respeito por princípios de Humanismo, de Liberdade, de Democracia. Mas como o poeta diz: "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”Também nesse liceu havia quem transformasse as suas aulas em momentos de magia. E era sempre, sempre, Manuel Ferreira Patrício, apostado em que a escola fosse mais do que uma simples transmissão de conhecimentos, que, naturalmente, também o era. A visão da escola, como o espaço priveligiado para o desenvolvimento da Cidadania,Da Tolerância,da Cultura,da Amizade. Meu caro professor Manuel Patrício, a família Nabeiro quer, mais uma vez, agradecer a sua douta orientação, quando decidiu que os filhos dos nossos colaboradores poderiam ser também “levados” pela sua mão de Mestre, no nosso CentroEducativo Alice Nabeiro, e o meu caro amigo aceitou sem hesitar ser o seu Director Pedagógico. Um abraço desta sua família que também quer crescer no conhecimento.”
Fonte: nº 32, da Revista "Delta magazie"
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