Tuesday, December 02, 2008

"Egoísta, não deixes
de querer muito, bom;
tão só ouve o som
gritante: dá, ‘té aos peixes!"

"Homem, mulher, vá lá,
deixa de adorar
ídolos, de lhes dobrar
teus joelhos: há Deus, há!"

“Dá–nos, Senhor(a) o teu
prazer maior, mui são,
de dar! E Deus o deu:
pai e filho(a) um são!”


“Receber, receber, receber…
Para dar, para dar, para dar…
Mais nada há para se fazer,
Eis todo o divinal gozar!”


Pticha 19 e 20

Do Baal haSulam:
19) Como dissemos, as três primeiras Bechinot (Berriot) ainda não são consideradas vasos. Somente a Bechinah Dalet é um vaso verdadeiro, Como essas três primeiras Bechinot são as razões, as fases que precedem a criação da Bechinah Dalet, esta adotou as propriedades (das 3 precedentes), no seu processo de desenvolvimento. As 3 ficaram, de alguma forma, impressas na Bechinah Dalet, criando, dentro dela, seus próprios quatro níveis do ‘desejo de receber’. Tudo começa com a Bechinah Alef, o ‘mais puro’, o ‘mais fraco’ desejo de receber (isto coincide com um dos princípios yogues e Budistas: quanto menos se deseja mais perto estamos de Deus; entretanto, sem desejo não há criação nem a sua conservação. Mesmo Deus teve/tem de desejar criar…) . Então, segue-se a Bechinah Bet, que é um pouco mais ‘grosseira’ e tem uma Aviut ( força do ‘desejo de receber’) maior que a Bechinah Alef, isto é, é um nível mais alto de ‘desejo de receber’.
A Bechinah Guimel tem uma Aviut ainda maior que aquela da Bechinah Bet. Finalmente vem a vez da Bechinah Dalet, que tem a maior Aviut, isto é, o maior ‘desejo de receber’. Seu desejo alcança o nível mais alto, mais perfeito e pleno. É preciso salientar que a raiz (Shoresh) dessas quatro Bechinot é Keter (conhecida como a mais alta de todas e a mais próxima do Criador), que também deixou sua impressão na Bechinah Dalet. Então, mencionamos todos os cinco níveis do ‘desejo de receber’, incluídos na Bechinah Dalet, que também podem ser chamados de Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut.
Comentários de Rav Laitman:
As três Bechinot que precedem Malchut são chamadas ‘a luz’; somente Malchut é o Kli, pois ela quer receber em prol de si mesma. Como resultado, ela se torna uma parte separada e independente. As Bechinot prévias não estão separadas do Criador; por isso, elas são definidas como a luz.
Quando a última fase de Malchut é completamente preenchida com a luz, ela começa a sentir as propriedades de todas as Bechinot precedentes: primeiro, a adjacente Tifferet, então Chochmah, que criou Binah, então a fonte (Shoresh) e finalmente o supremo Pensamento – Keter. e finalmente o supremo Pensamento – Keter.
Isso significa que todas as propriedades prévias de todas as Bechinot estão incluídas em Malchut, e a influenciam. Então, ela é Dalet de Dalet (isto é, a última parte, Dalet, da Dalet inteira), e todas as propriedades prévias ela adquiriu da luz. Apreendendo a luz que a preenche, a Bechinah Dalet atinge a grandeza do Criador. (mais propriamete retorna à grandeza do Criador, se é que alguma vez a perdeu, pois, que diferença pode existir entre Deus e a sua criação, os seus amados filhos(as)?). Ela descobre em si mesma o esforço para tornar-se similar ao ‘desejo de doar’; ao modo como o Criador faz isto.
O que é ‘doar’? O Criador é a fonte da luz. O Kli não pode doar nada; ele somente pode ter a intenção de fazer assim. O Criador criou o ‘desejo de receber’, e o resto são apenas graus diferentes desse desejo. Somente a intenção pode mudar de ‘em prol de si mesma’, para ‘em prol do Criador’.
Qual é a diferença entre Aviut Keter e Aviut Binah? Elas não são, ambas, chamadas de ‘desejo de doar’? Keter é o ‘desejo de doar’; Chochmah recebe e Binah, tendo recebido a luz, devolve-a para o Criador. Isso pode ser compreendido por um exemplo tomado da Mishnah. ‘O homem estuda a Tora em prol do Criador’ – isso significa que ele se recusa a receber seja o que for que corresponda à Aviut Keter. ‘Os segredos da Torah são revelados a ele’ significa que ele não pediu por isso, mas os recebeu do alto – da Bechinat Chochmah.
Tendo recebido, o homem precisa superar a si mesmo e dizer, ‘eu recuso isto, porque tudo o que eu quero é doar’. Agora, vejam que diferença isto faz: o homem pode querer doar após receber a luz, ou antes de recebê-la!

Do Baal haSulam:
20) Os cinco níveis do ‘desejo de receber’ incluídos na Bechinah Dalet são chamados pelos nomes das 10 Sefirot da Luz Superior, porque a Bechinah Dalet era um vaso receptor dessa luz antes do TA (‘Ele e Seu Nome são Um’). Todos os mundos, o Universo inteiro, foram incluídos da Bechinah Dalet da Luz Direta (Malchut do mundo da Infinidade).
Cada Bechinah contida em Malchut adotou as propriedades da Bechinah correspondente nas 10 Sefirot da Luz Superior. A Bechinah Shoresh da Bechinah Dalet adotou as propriedades de Keter, ‘revestida dela’, uma das 10 Sefirot da Luz Superior. A Bechinah Alef da Bechinah Dalet ‘revestiu-se’ da luz de Chochmah das 10 Sefirot, e assim por diante. Mesmo após o TA, quando a Bechinah Dalet deixou de ser um vaso de recepção, seus cinco níveis do ‘desejo de receber’ ainda trazem os nomes das cinco Sefirot: Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut.
Comentários de Rav Laitman:
Nós somos a Bechinah Dalet de Dalet, enquanto todas as quatro Sefirot precedentes são os mundos. Interagindo com os mundos, nós podemos receber suas propriedades, de modo a corrigir a Bechinah Dalet. Todos os mundos estão dentro de nós (e de Deus), assim como todo o trabalho espiritual. Nossa tarefa é sentir a luz do Criador como Malchut fez no mundo da Infinidade e assim, nos corrigirmos (com a ajuda amorosa e sempre pronta de Deus).
O que significa que a Bechinah Dalet atinge as propriedades das Bechinot precedentes? Isso quer dizer que ela começa a sentir que, além do ‘desejo de receber’, também há o ‘desejo de doar’, que estava ausente nela. Malchut ainda quer receber prazer; porém, ela agora está imbuída do ‘desejo de doar’, isto é, ela agora se esforça para receber prazer de doar.
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“Dá–nos, Senhor(a) o teu
prazer maior, mui são,
de dar! E Deus o deu:
pai e filho(a) um são!”
.
As propriedades e desejos dentro do Kli gradualmente mudam, de um anseio pela simples recepção da luz, para um ‘desejo de doar’ tudo. Essas mudanças são causadas pela luz; o comportamento do Kli depende somente dessa influência.
Nós estudamos as 10 Sefirot, os 10 aspectos do relacionamento entre o Criador e a criação. Primeiro, Malchut reflete a luz completamente, e então ela calcula o quanto ela pode receber no interior. Se isso funcionar com todos os seus cinco desejos, ela poderá receber a luz em todas as suas cinco partes. Se Malchut não tem força anti-egoísta suficiente para receber toda a luz em prol do Criador, ela recebe somente aquela porção das cinco partes da luz para a qual ela tenha uma tela.
A capacidade de conter os desejos de receber prazer é denominada o poder da vontade. A força da resistência (ao egoísmo, claro) na tela é chamada rigidez (Kashiut). A intensidade do desejo de receber prazer, a paixão pela satisfação, é chamada ‘grossura’ (Aviut). Dentro da tela, duas das propriedades de Malchut colidem: são a ‘recepção’ e a força anti-egoísta da tela, a força de ‘doação’. Se meu desejo egoísta de receber tem uma Aviut igual a 100%, e uma força de resistência, ou rigidez, que equivale somente a 20%, então eu só posso receber em prol do Criador, não mais que 20%. Somente a Kashiut determina qual a quantidade de egoísmo que eu posso usar.
“Receber, receber, receber…
Para dar, para dar, para dar…
Mais nada há para se fazer,
Eis todo o divinal gozar!”
Após o TA, Malchut quer mudar somente o método de aplicação de seu desejo. Malchut entende seu ‘egoísmo’, compreende que o ‘desejo de receber’ é a sua natureza. Porém, essa propriedade não é negativa; tudo depende somente do método de sua utilização. A sensação das propriedades do Criador, o ‘desejo de doar’, e todas as Bechinot prévias, emergem dentro do desejo egoísta (Bechinah Dalet). Agora Malchut tem somente que tornar-se como elas, isto é, ela precisa fazer seu desejo de receber prazer similar aos delas.
Com esse propósito, ela empurra toda a luz para longe de seu egoísmo, fazendo o Tzimtzum (Restrição) sobre si mesma. Então ela calcula em qual extensão ela pode assimilar as propriedades do Criador – Bechinot 0, 1, 2 e 3.
Com esse propósito, ela empurra toda a luz para longe de seu egoísmo, fazendo o Tzimtzum (Restrição) sobre si mesma. Então ela calcula em qual extensão ela pode assimilar as propriedades do Criador – Bechinot 0, 1, 2 e 3.
A tela sabe exatamente quanta luz ela pode deixar entrar, de acordo com seu egoísmo. A Kashiut da tela, seu poder de vontade, a força de resistir à tentação de receber prazer, precisa se ajustar precisamente à Aviut, o ‘desejo de receber’.
As memórias deixadas pelo estado anterior, de ser preenchida pela luz, que ajudam Malchut a calcular suas futuras ações, são chamadas de ‘registro’, ou ‘memória’ (as Reshimot). A realização espiritual é chamada investimento.

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