Monday, December 01, 2008

A luz que entrou no Toch de Malchut é chamada ‘Or Pnimi’ (a Luz Interior). O lugar em que se assenta a tela é chamado ‘Peh’ (boca). A tela, em hebraico, é ‘Masach’. O limite em que o Kli pára de receber a luz é chamado ‘Tabur’ (umbigo). A linha que significa o fim do Kli é chamada ‘Sium’ (plenitude), ou ‘Etzbaot Raglin’ (dedos *dos pés).
A parte da luz que Malchut não pode receber, porque a tela é fraca, fica no exterior e é chamada ‘Or Makif’ (a Luz Circundante). A luz que Malchut recebe no interior deve corresponder à sua intenção de receber essa luz em prol do Criador. Essa intenção, como se sabe, é chamada a ‘Luz Refletida’. Assim, a luz que vem desde a cabeça entra no corpo e mistura-se com a Luz Refletida.
O Toch, preenchido com a luz, é absolutamente similar ao Criador e está em um estado de constante troca de prazer com Ele. O Criador emana prazer, que é sentido pelas almas de acordo com a medida de sua ‘forma’, o desejo de receber esse prazer. O problema aqui é desejar sentir o Criador e receber prazer dEle. Isso é o que a Kabbalah nos ensina.
A pessoa pode sentir o Criador somente de acordo com o grau de similaridade com suas próprias propriedades. O sentido que percebe, que sente o Criador, é chamado ‘Massar’ (a tela). A entrada no mundo espiritual começa com uma tela mínima emergindo no homem, quando ele começa a sentir o mundo exterior e compreende que isto é o Criador.
Então, estudando kabbalah, o homem aumenta a magnitude de sua tela e começa a sentir o Criador mais e mais. A tela é a força de resistência ao egoísmo da pessoa, e a medida de sua similaridade com o Criador. Ela lhe permite harmonizar sua intenção de acordo com a intenção do Criador. Na extensão em que os desejos do homem sejam iguais, na medida de sua semelhança com os do Criador, ele começa a sentir o Criador.


Entendamos que o Criador quer que recebamos e tenhamos prazer na luz. Porém, para tornar-se um doador é necessário sentir o Criador e receber apenas em prol de lhe dar Tornamo- nos sócios.
Ele doa a você e você doa a Ele. Vocês se tornam iguais em suas propriedades e aspirações; você sofre se Ele não recebe prazer, mas Ele também sofre se você não tem prazer naquilo que Ele preparou para você. Ele(a) e você tornam-se uma única totalidade.
Malchut não pode corrigir todo o seu egoísmo de uma vez, isto é, ela é incapaz de receber toda a luz preparada para ela, em prol do Criador. O ‘desejo de receber’, em prol de outro não é natural; por isso, a criação deve gradualmente ‘acostumar-se’ com esse desejo.
(a) A parte raiz de Malchut é similar à fase raiz da Luz Direta;
(b) A primeira parte de Malchut é similar à primeira fase da Luz Direta;
(c) A segunda parte de Malchut é similar à segunda fase da Luz Direta;
(d) A terceira parte de Malchut é similar à terceira fase da Luz Direta;
(e) A quarta parte do Malchut é a própria Malchut, que não é similar a nenhuma das propriedades anteriores. Assim, ela é absolutamente egoísta.
Essas fases são chamadas, correspondentemente:
1. Inanimado;
2. Vegetativo;
3. Animal;
4. Humano e
5. Espiritual.
As almas são criadas a partir da última parte de Malchut. O resto do Universo, os mundos e tudo o que os preenche e habita, é criado a partir das partes precedentes de Malchut. A diferença entre os níveis da criação está no grau do seu desejo de receber prazer: desde o menor, na natureza inanimada, ao maior, no homem, e ao mais alto, nas almas.
Através das reencarnações, o homem sente toda espécie de desejos. Aquele que tem um desejo ainda que inconsciente de se aproximar do Criador, tem também o resto dos desejos brutos. Surge uma questão: em que proporção esses desejos estão representados nele, e qual desejo deve ser escolhido para suas ações?
A pessoa pode substituir todos os seus desejos por aquele único, de atingir o Criador. Enquanto ela se move na direção desse objetivo, o resto dos desejos cresce e interfere com esse avanço. Surgem todas as espécies de desejos, incluindo sexo, dinheiro, poder, fama, conhecimento e os vários ídolos do mundo material.
O homem recebe todas as espécies de tentações do alto; ele é seduzido pela possibilidade de tornar-se rico, de ser promovido para um posto mais alto etc. Isso acontece para que o homem possa conhecer a si mesmo, compreender suas aspirações e fraquezas, sua insignificância para resistir a prazeres tentadores. Tudo isso é somente para que ele possa aprender o que é esse desejo de receber prazer que o Criador formou nele.
Kabbalah é a ciência do autoconhecimento, da revelação do Criador dentro da própria pessoa. O homem compreende o que é mais importante para ele. É relevante o que o homem faz com seu tempo livre, sobre o que ele pensa no resto do tempo. Um Kabbalista deve trabalhar. Tempo livre pode ser usado do modo correto somente se for planejado antecipadamente. Se você pensar na questão: ‘para que eu estou vivendo?’ durante seu tempo livre, então isso permitirá que você pense corretamente no resto do tempo.
Para ascender espiritualmente, a pessoa deve ter algo para corrigir, isto é, é necessário ter o ‘desejo de receber’, o egoísmo. Somente isto, o ‘desejo de receber’, corrigido com a ajuda da intenção de receber em prol do Criador, pode tornar-se o vaso no qual a luz intencionada pelo Criador penetra. Resulta que quanto mais egoísta o homem se tornar, melhor. Pois o egoísmo do homem cresce constantemente durante sua aproximação ao Criador. É necessário fazer do homem um egoísta maior. Desse modo, ele pode vir a sentir que algo nele necessita de correção.

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