Pticha 10
Do Baal haSulam:
Nefesh, a luz da vida instalada no corpo, vem diretamente da Essência do Criador. Passando através dos quatro mundos de ABYA, ela gradualmente se afasta do Criador até adquirir um vaso, um corpo que lhe é designado. Somente então o vaso é considerado completamente formado, Nesse estágio do desenvolvimento do vaso, a luz dentro dele é tão pequena que sua fonte não pode ser sentida, isto é, a criação (o vaso) pára de sentir o Criador(o prazer).
Porém, com a ajuda da Torah e dos Mandamentos, com a intenção de dar prazer ao Criador(a), a criação pode purificar esse vaso chamado o corpo, e receber toda a luz preparada para ele pelo Criador no Pensamento da Criação.
Comentários de Rav Laitman:
Aqui ele explica a noção de ‘Aviut’, que nós precisamos ‘Lezakot’, purificar. ... O propósito é receber em prol de doar. É isso que se define como ‘Zakut’ – purificação.
Não convém haver dois desejos contrários simultaneamente .
‘Tempo’ no mundo perfeito é a conexão de causa e efeito entre objetos espirituais, mas não há tempo entre os dois. Em nosso mundo, como regra, algum tempo passa entre a causa e o efeito.
Se nós dizemos ‘antes’, nós queremos designar a causa; mas se nós dizemos ‘depois’, queremos dizer o efeito. Nós gradualmente nos acostumaremos com noções como ‘a ausência de tempo e espaço’. O Rambam escreveu que toda a nossa matéria, todo o Universo, está abaixo da velocidade da luz. Se qualquer coisa ultrapassa a velocidade da luz, o tempo pára, e o espaço se contrai (*até tornar-se) um ponto. Isso também é conhecido como a teoria da relatividade, de Einstein.
O que há além disso? Além disso há o nível do mundo espiritual, em que tempo e espaço não existem, isto é, eles são considerados, para que a pessoa compreenda, como zero. O espaço espiritual pode ser comparado a nosso mundo espiritual interno, onde a pessoa não se sente nem satisfeita, nem esgotada.
Há somente o Criador e a criação no mundo. A criação é o ‘desejo de receber’ a luz, o prazer do Criador. Em nosso mundo, esse desejo é inconsciente; nós não podemos sentir a fonte da vida, do prazer. Em nosso mundo, o desejo de receber prazer é egoísta. Se o homem consegue corrigi-lo e passa a usá-lo altruisticamente, ele começa a sentir a luz, o Criador, o mundo espiritual, no mesmo Vaso. O mundo espiritual e o Criador são o mesmo.
O desejo corrigido do homem é chamado ‘alma’. Uma alma divide-se em várias partes, várias almas privadas. Então elas se tornam diminutas e mais distanciadas do Criador, de acordo com suas propriedades, e entram no homem nascido neste mundo. Uma alma pode entrar em uma pessoa adulta em qualquer época de sua vida. Isso acontece de acordo com uma programação dada pelo alto.
As almas se sobrepõem umas às outras numa mesma pessoa durante a sua vida. De fato, isso é similar às roupas que o homem troca todo o tempo. O mesmo é verdade quanto à alma; ela muda seu revestimento material, seu corpo fisiológico, deixando-o, e sendo substituída por outra alma. O corpo morre, mas a alma muda seu revestimento para outro corpo.
O propósito do homem é, enquanto ainda vive neste mundo, enquanto ainda está nesse corpo, apesar de todos os seus desejos egoístas, esforçar-se para alcançar o nível espiritual do qual sua alma desceu. Atingindo esse objetivo, o homem alcança um nível espiritual, que é 620 vezes maior do que o atual. Isso corresponde aos 613 mandamentos principais, e os 7 adicionais.
Todas as almas têm a mesma tarefa – alcançar sua completa correção. Isso significa ascender 620 vezes mais alto. O homem pode ascender a esse nível com a ajuda das obstruções corporais. Esse é o significado de estar em nosso mundo, em nosso corpo. A única diferença entre as almas está em suas condições de início e de fim, dependendo do caráter da alma, e de que parte da alma comum ela venha. Quando todas as almas se combinarem em uma só, emergirá um estado completamente novo de quantidade e qualidade do desejo comum e do volume de informação.
Há alguns tipos de almas que já completaram sua própria correção e que desceram ao nosso mundo para corrigir outras. Assim é a alma do Rabbi Shimon bar Yochai, que depois encarnou no Ari, e depois, finalmente, no Baal haSulam. Às vezes uma alma assim desce para influenciar o mundo como um todo, às vezes, para preparar futuros Kabbalistas.
Após a correção final, não haverá diferença entre as almas. A distinção entre elas existe somente no seu caminho para o Objetivo. Foi dito que o povo de Israel veio ao exílio para disseminar o conhecimento sobre espiritualidade e então atrair outros povos para o caminho da correção, aqueles que são merecedores de correção e elevação.
Notem bem, que a ação material, similar à espiritual, acontece em nosso mundo, em nossos corpos.
A conexão entre os mundos espiritual e material é unilateral; tudo vem do alto, do espiritual, para o material. O homem é impulsionado pelo sentimento de vergonha. Por sentir vergonha, Malchut do mundo da Infinidade contraiu-se e parou de receber prazer. A vergonha era tão insuportável, que superou o prazer.
O que é vergonha? É absolutamente diferente do sentimento que nós conhecemos. A vergonha espiritual emerge somente quando o homem sente o Criador. É o sentimento de variedade entre o Criador e o homem. Embora receba tudo do Criador, o homem não pode dar-Lhe o mesmo em troca. A vergonha é característica somente das almas mais altas, que já entraram no mundo espiritual e ascenderam aos níveis em que o Criador pode ser sentido.
As sensações não podem ser transmitidas. Se o homem conhece este ou aquele sentimento, isso pode ser despertado nele a partir do exterior, mas não, ser feito novamente. As sensações espirituais são particularmente indescritíveis porque somente aquele que as alcança pode senti-las. Tanto em nosso mundo, quanto no mundo espiritual, o homem que sente alguma coisa não pode nem transmitir nem provar suas sensações para mais ninguém. É uma experiência intensamente pessoal.
Nós sentimos somente aquilo que entra em nós. Nós não conhecemos o que há fora de nós, aquilo não passa através dos nossos sentidos. A ciência constantemente descobre algo novo, mas nós não sabemos o que ainda não foi descoberto, e não há nenhuma maneira de sabermos disso antecipadamente. Isso ainda está além de nós, em volta de nós; isso ainda não entrou em nossa mente e em nossas sensações.
Por meio dessas ‘descobertas’, a ciência apenas afirma a existência de certos fatos na natureza. O domínio encoberto continua a existir à nossa volta e fora de nossas sensações. A Kabbalah também é uma ciência; porém, ela não pesquisa nosso mundo, mas o mundo espiritual, fornecendo ao homem um sentido adicional. Entrando no mundo espiritual, nós podemos compreender melhor o nosso. Todos os eventos que acontecem no mundo espiritual descem a nós, enquanto dos os efeitos de nosso mundo ascendem ao mundo espiritual de acordo com a lei da constante circulação e interação de toda a informação.
Nosso mundo é o último, o nível mais baixo de todos os mundos existentes. Por isso, o Kabbalista, que entra no mundo espiritual, pode ver as almas descendo e ascendendo, as causas e efeitos de todos os processos espirituais e materiais.
A ciência da Kabbalah é verificável? Olhando para o nosso mundo do alto, é possível ver que todos os ensinamentos e religiões acabam onde o mundo interior do homem, sua psicologia interior chega ao limite. Enquanto for impossível demonstrar qualquer coisa espiritual no nível de nosso mundo, será impossível provar seja o que for. Somente aquele que ascende verá isto. Por isso, a Kabbalah é chamada uma ciência secreta. Se o homem nascer cego em nosso mundo, será impossível explicar para ele o significado da ‘visão’.
Na Kabbalah, há um método de auto-realização estritamente científico, razoável e crítico. Quando emerge um sentido adicional, o homem começa a falar com o Criador, a senti-Lo. O Criador começa a abrir o próprio mundo interior do homem – a única coisa que ele consegue sentir e compreender. Assim como qualquer outra criatura, o homem só pode sentir o que desce a ele vindo do Criador.
Será que o Criador tem algo mais, de que Ele não fale? Claro que sim. Nos também recebemos mais e mais nova informação, novas sensações, que Ele não havia introduzido em nós, antes. Porém, não se pode emitir um julgamento sobre algo que ainda não tenha sido recebido do Criador.
O homem atinge tudo na Kabbalah através dos 6000 níveis, ou os assim chamados ‘seis mil anos’. Completando sua ascensão espiritual, consistente de 6000 níveis, o homem chega ao mais alto nível de realização – o 7º milênio, ou ‘Shabbat’.
Então acontecem três outras ascensões – o 8º, o 9º e o 10º milênios, em que o homem atinge as mais altas Sefirot: Binah, Chochmah e Keter. Esses níveis estão acima da criação. Eles pertencem completamente ao Criador, que dá tais realizações às almas corrigidas, através da fusão com Ele.
Não há nada escrito sobre isso em parte alguma; não há linguagem capaz de descrever isto – pois se refere aos segredos da Torah. Por isso, quando alguém pergunta sobre o Próprio Criador, não podemos responder nada. Falamos somente da luz que emana dEle. Nós atingimos a luz e então, atingimos o Criador. O que quer que nós alcancemos, chamamos ‘O Criador’, algo que nos criou. Portanto, de fato nós atingimos a nós mesmos, nosso mundo interior, e não, o Criador.
Sendo completamente preenchida com a luz, Malchut sentiu que, embora tenha agradado ao Criador recebendo a Sua luz, ela é completamente oposta a Ele em suas propriedades. Ela somente quer receber prazer, enquanto o único desejo do Criador é dar prazer.
Nesse estágio do desenvolvimento, Malchut, pela primeira vez, sentiu uma ardente vergonha, porque ela viu o Doador e Suas propriedades, e toda a vasta diferença entre o Criador e ela mesma.
Como resultado dessa sensação, Malchut decidiu livrar-se completamente da luz, como na fase 2 (Binah), com a única diferença que aqui, a criação deseja apaixonadamente receber prazer, e sente o quanto esse desejo é contrário ao do Criador.
A expulsão da luz para fora de Malchut é chamada ‘Tzimtzum Alef’ (TA). Por causa do TA, Malchut ficou completamente vazia. O Criador agiu até a fase quatro. A partir do sentimento da vergonha, a criação começa a agir como que ‘independentemente’, sendo o sentimento de vergonha, sua força propulsora.
Após a restrição, Malchut não quer receber mais nenhuma luz. Ela sente seu contraste com o Criador, Que lhe dá esse prazer. Sendo preenchida com a luz, e assim, satisfazendo o desejo do Criador, Malchut agora finalmente tornou-se contrária ao Criador. O que ela deve fazer para não sentir vergonha, e ser similar ao Criador, isto é, receber, porque Ele quer que ela faça isso, e doar, da mesma forma que Ele doa?
Malchut pode atingir esse estágio se não receber em prol de si mesma, não para satisfazer seu próprio desejo de receber prazer, mas em prol do Criador. Isso significa que ela daqui por diante receberá a luz somente porque, fazendo assim, ela dá prazer ao Criador. Isso é similar ao convidado que, mesmo estando com muita fome, recusa-se a receber o banquete para si mesmo, mas o recebe, para dar prazer ao anfitrião.
Com esse propósito, Malchut cria uma tela – uma força que resiste àquele desejo egoísta de receber prazer para si mesma, que não presta atenção ao Doador. Essa força expulsa toda a luz que vem a Malchut. Então, com a ajuda dessa mesma tela, Malchut calcula qual a quantidade de luz que ela pode receber em prol do Criador.
Malchut abre-se somente na proporção da luz medida pela tela, que possa ser recebida em prol do Criador. A parte restante de Malchut, isto é, o resto de seus desejos, fica vazia. Se Malchut pudesse se preencher completamente com a luz e receber em prol de doar, ela se tornaria similar ao Criador em suas propriedades. Isso finalizaria a correção de seu egoísmo, e ela começaria a usá-lo somente para dar prazer ao Criador.
Tal estado de absoluta correção de Malchut é ‘o propósito da criação’, e é chamado ‘O Fim da Correção’ (do desejo egoísta de receber prazer). Mas é impossível alcançar um tal estado de uma vez só, com uma só ação, porque ele é completamente contrário à natureza egoísta de Malchut. Malchut recebe a sua correção em partes, em porções, ao longo de um período de tempo.
A luz que entra no Kli é chamada ‘Or Yashar’ (a Luz Direta). A intenção do Kli de receber a luz somente em prol do Criador é chamada ‘Or Chozer’ (a Luz Refletida). Com a ajuda de nossa intenção, o Kli reflete a luz. A parte do Kli que recebe a luz é chamada ‘Toch’ (parte interior). A parte do Kli que fica vazia é chamada ‘Sof’ (o fim). Juntos, Toch e Sof formam o ‘Guf’ (corpo) – o desejo de receber prazer. Deve-se considerar que, quando os livros de Kabbalah falam do ‘corpo’, sempre estão se referindo ao ‘desejo de receber’.
A não ser pelo nosso mundo, todo o Universo espiritual é construído sobre esse único princípio – receber em prol do Criador. Então, o Universo equipara-se a meras variações de Malchut, esvaziada no TA, que agora se preenche com a ajuda da tela. A parte exterior dessa Malchut, menos significativa, é chamada dos mundos de Adam Kadmon, Atzilut, Beriah, Yetzirah e Assiyah. Porém, a parte interior restante de Malchut é chamada ‘a alma’, Adam.
O processo de preencher Malchut com a luz é qualitativo e quantitativo. É esse processo que nós vamos estudar. Ele consiste em que cada minúscula parte de Malchut, que desceu ao nosso mundo, precisa se corrigir mediante a fusão com o Criador. E cada uma dessas partículas está no interior do homem. Isso é o seu ‘self’ real.
A parte de Malchut que não recebe a luz, mas faz somente uma análise preliminar, calculando quanta luz ela pode receber em prol do Criador, é chamada ‘Rosh’ (cabeça). Quanto mais luz Malchut puder receber, mais prazer ela dará ao Criador. Malchut tem a completa liberdade de escolha; ela pode escolher seja não receber nada, seja receber tudo o que queira. Ela controla seu egoísmo e escolhe exatamente esse estado em que seja similar ao Criador. Ela trabalha com seu egoísmo, isto é, não apenas ela escolhe não receber para si mesma, como também, escolhe receber em prol do Criador.
Malchut precisa sentir prazer, pois esse é o desejo do Criador; mas a intenção precisa ser altruísta. É por isso que ela não pode receber, em prol do Criador, toda a luz que vem dEle. Surge uma contradição entre a intenção e o próprio prazer. Se Malchut não tem prazer, o Criador também não tem. Todo o prazer do Criador é dar prazer a Malchut.
A luz que entrou no Toch de Malchut é chamada ‘Or Pnimi’ (a Luz Interior). O lugar em que se assenta a tela é chamado ‘Peh’ (boca). A tela, em hebraico, é ‘Masach’. O limite em que o Kli para de receber a luz é chamado ‘Tabur’ (umbigo). A linha que significa o fim do Kli é chamada ‘Sium’ (plenitude), ou ‘Etzbaot Raglin’ (dedos *dos pés).
A parte da luz que Malchut não pode receber, porque a tela é fraca, fica no exterior e é chamada ‘Or Makif’ (a Luz Circundante). A luz que Malchut recebe no interior deve corresponder à sua intenção de receber essa luz em prol do Criador. Essa intenção, como se sabe, é chamada a ‘Luz Refletida’. Assim, a luz que vem desde a cabeça entra no corpo e mistura-se com a Luz Refletida.
O Toch, preenchido com a luz, é absolutamente similar ao Criador e está em um estado de constante troca de prazer com Ele. O Criador emana prazer, que é sentido pelas almas de acordo com a medida de sua ‘forme’, o desejo de receber esse prazer. O problema aqui é desejar sentir o Criador e receber prazer dEle. Isso é o que a Kabbalah nos ensina.
A pessoa pode sentir o Criador somente de acordo com o grau de similaridade com suas próprias propriedades. O sentido que percebe, que sente o Criador, é chamado ‘Masach’ (a tela). A entrada no mundo espiritual começa com uma tela mínima emergindo no homem, quando ele começa a sentir o mundo exterior e compreende que isto é o Criador.
Então, estudando kabbalah, o homem aumenta a magnitude de sua tela e começa a sentir o Criador mais e mais. A tela é a força de resistência ao egoísmo da pessoa, e a medida de sua similaridade com o Criador. Ela lhe permite harmonizar sua intenção de acordo com a intenção do Criador. Na extensão em que os desejos do homem sejam iguais, na medida de sua semelhança com os do Criador, ele começa a sentir o Criador.
Nada existe no Universo exceto o desejo do Criador de ‘doar’, e o desejo inicial da criatura, de ‘receber’. Cada processo subseqüente é a correção desse desejo de ‘receber’m com a ajuda do desejo de ‘doar’. Porém, como o homem pode mudar algo que foi criado pelo Criador – o desejo de ‘receber, se isso é a sua própria essência?
A resposta é que isso ocorre somente com a ajuda da intenção de ‘receber em prol de doar’. A criação torna-se igual ao Criador em suas propriedades, seu nível espiritual. Toda criatura deve atingir tal estado, seja durante uma, seja durante várias vidas. Esse processo acontece através de cada geração. Nós somos a conseqüência, o produto das gerações prévias; nossas almas estiveram aqui mais do que uma vez, e desceram de novo e de novo. Elas acumularam a experiência do sofrimento e a prontidão para se aproximarem mais do espiritual...
A natureza do homem é preguiçosa, e isto é um sentimento muito bom. Se não o homem não tivesse isto, ele se dispersaria em diversas espécies de buscas, sem dar preferência a nada. A pessoa não deve temer a preguiça; ela nos protege de atividades desnecessárias.
As ações do Criador tornam-se aparentes nas duas primeiras fases:
A fase Zero, chamada ‘a raiz’, é a luz que emana do Criador.
A Primeira fase, chamada Chochmah, é o ‘desejo de receber’ a luz, o vaso (Kli), criado pela própria luz, de modo a que possa receber o prazer contido nessa luz. Após isso, tudo o mais que acontece até o fim de toda a criação, acontece somente como a reação do Kli à luz dentro dele. Tudo ocorre somente em razão da interconexão entre esses dois componentes – a luz e o vaso, o ‘desejo de doar’ prazer e o ‘desejo de receber’ este prazer.
A Segunda fase, chamada ‘Binah’, é a primeira reação do Kli à luz que o preenche; o Kli pega emprestada a propriedade de ‘doação’ da luz e deseja ser igual a isto. É por isso que ele expele a luz.
A Terceira fase, chamada ‘Tifferet’, ou ‘Zeir Anpin’, é a primeira ação praticada pelo Kli. Ele entende que o Criador quer que ele receba e tenha prazer na luz. Assim, ele começa a receber um pouquinho da luz. Esse ‘desejo de receber’ é a terceira fase.
A Quarta fase é chamada ‘Malchut’. Na terceira fase o desejo do Kli de ‘receber’ toda a luz de Chochmah, que emana do Criador, desenvolve-se, e então esse desejo (*passa a ser) chamado Malchut.
Essa quarta fase é o desejo completo, a única criação. Nós podemos ver que a criação tem somente um desejo – o de receber e ter prazer com a luz de Chochmah. Inicialmente, a única possibilidade de doar é não receber em prol de si mesma, mas sim em prol do Criador.
Porém, para tornar-se um doador é necessário sentir o Criador e receber apenas em prol de dar prazer a Ele. Vocês se tornam sócios.
Ele doa a você e você doa a Ele. Vocês se tornam iguais em suas propriedades e aspirações; você sofre se Ele não recebe prazer, mas Ele também sofre se você não tem prazer naquilo que Ele preparou para você. Ele e você tornam-se uma única totalidade.
A quarta fase, Malchut, subdivide-se então em cinco partes. Isso acontece porque ela não pode corrigir todo o seu egoísmo de uma vez, isto é, ela é incapaz de receber toda a luz preparada para ela, em prol do Criador. O ‘desejo de receber’, em prol de outro não é natural; por isso, a criação deve gradualmente ‘acostumar-se’ com esse desejo.
Malchut quer ser similar às fases precedentes. Por isso, ela se divide em cinco partes:
(a) A parte raiz de Malchut é similar à fase raiz da Luz Direta;
(b) A primeira parte de Malchut é similar à primeira fase da Luz Direta;
(c) A segunda parte de Malchut é similar à segunda fase da Luz Direta;
(d) A terceira parte de Malchut é similar à terceira fase da Luz Direta;
(e) A quarta parte do Malchut é a própria Malchut, que não é similar a nenhuma das propriedades anteriores. Assim, ela é absolutamente egoísta.
Essas fases são chamadas, correspondentemente:
1. Inanimado;
2. Vegetativo;
3. Animal;
4. Humano e
5. Espiritual.
As almas são criadas a partir da última parte de Malchut. O resto do Universo, os mundos e tudo o que os preenche e habita, é criado a partir das partes precedentes de Malchut. A diferença entre os níveis da criação está no grau do seu desejo de receber prazer: desde o menor, na natureza inanimada, ao maior, no homem, e ao mais alto, nas almas.
Através das reencarnações, o homem sente toda espécie de desejos. Aquele que tem um desejo ainda que inconsciente de se aproximar do Criador, tem também o resto dos desejos brutos. Surge uma questão: em que proporção esses desejos estão representados nele, e qual desejo deve ser escolhido para suas ações?
Com a ajuda do grupo e do Rabbi (Professor), a pessoa pode substituir todos os seus desejos por aquele único, de atingir o Criador. Enquanto ela se move na direção desse objetivo, o resto dos desejos cresce e interfere com esse avanço. Surgem todas as espécies de desejos, incluindo sexo, dinheiro, poder, fama, conhecimento e os vários ídolos do mundo material.
O homem recebe todas as espécies de tentações do alto; ele é seduzido pela possibilidade de tornar-se rico, de ser promovido para um posto mais alto etc. Isso acontece para que o homem possa conhecer a si mesmo, compreender suas aspirações e fraquezas, sua insignificância para resistir a prazeres tentadores. Tudo isso é somente para que ele possa aprender o que é esse desejo de receber prazer que o Criador formou nele.
Kabbalah é a ciência do autoconhecimento, da revelação do Criador dentro da própria pessoa. O homem compreende o que é mais importante para ele. É relevante o que o homem faz com seu tempo livre, sobre o que ele pensa no resto do tempo. Um Kabbalista deve trabalhar. Tempo livre pode ser usado do modo correto somente se for planejado antecipadamente. Se você pensar na questão: ‘para que eu estou vivendo?’ durante seu tempo livre, então isso permitirá que você pense corretamente no resto do tempo.
Para ascender espiritualmente, a pessoa deve ter algo para corrigir, isto é, é necessário ter o ‘desejo de receber’, o egoísmo. Somente isto, o ‘desejo de receber’, corrigido com a ajuda da intenção de receber em prol do Criador, pode tornar-se o vaso no qual a luz intencionada pelo Criador penetra. Resulta que quanto mais egoísta o homem se tornar, melhor. Pois o egoísmo do homem cresce constantemente durante sua aproximação ao Criador. É necessário fazer do homem um egoísta maior. Desse modo, ele pode vir a sentir que algo nele necessita de correção.
O egoísmo faz o homem perceber negativamente as manifestações positivas do Criador. Todavia, é essa mesma sensação negativa quanto ao Criador que leva o homem a Ele. Durante a ascensão espiritual, aproximando-se do Criador, todas as emoções negativas tornam-se positivas.
O self interior do homem é o Criador, Nós nos sentimos separados dEle somente porque nosso egoísmo ainda não está corrigido.
A criação inteira consiste de cinco Bechinot: Keter, Chochmah, Binah, Tifferet ou Zeir Anpin, e Malchut, às quais correspondem 10 Sefirot. Por que são dez? A questão é que Tifferet consiste de 6 Sefirot: Chesed, Gevurah, Tifferet, Netzach, Hod, Yesod. Salientemos que o nome ‘Tifferet’ significa tanto uma das 5 Bechinot, quanto uma de suas Sefirot particulares.
Essa Sefirah particular, uma das 6, determina o caráter da Tifferet comum. Porém, é mais usual o nome Zeir Anpin (ZA), no lugar de Tifferet. Esse nome (o tetragrama) é mais aceito, especialmente na escola do Ari. As 10 Sefirot incluem todo o Universo.
Essas cinco Bechinot: Keter, Chochmah, Binah, ZA e Malchut, são também os cinco mundos, que nós chamamos de outro modo pelo nome do Criador (Yud-Hey-Vav-Hey). Esse nome é normalmente pronunciado como HaVaYah. Ele tem uma infinidade de significados, porque fornece a estrutura, a base de todos os nomes de todas as criações.
Sefira:
Mundo:
Letra:
Keter
Adam Kadmon
O ponto da letra Yud (Kutzo shel Yud)
Chochmah
Atzilut
Yud
Binah
Beriah
Hey
ZA
Yetzirah
Vav
Malchut
Assiyah
Hey
Nosso mundo é uma parte do mundo de Assiyah. Embora nosso mundo seja formalmente abaixo de seu nível espiritual mais baixo, pois não há lugar no domínio espiritual para uma propriedade egoísta tal como a que governa nosso mundo, ele é considerado como o nível final do mundo de Assiyah.
A razão para a criação dos mundos consiste no fato de que, para dar prazer à criação, o Criador teve que criar, nela, várias condições:
- A criação precisa desejar receber prazer.
- Esse desejo precisa vir da própria criação.
- Ele precisa ser independente, o que não é o mesmo que na condição anterior.
- A criação precisa ser capaz de vencer esse desejo, de modo que o desejo nem tenha poder sobre a criação, nem dite o seu comportamento.
- A criação precisa ser independente para escolher se receberá prazer sendo uma criação, ou sendo similar ao Criador.
A criação precisa ser capaz de agir livremente entre duas forças contrárias: seu próprio egoísmo e o Criador; ela precisa escolher independentemente seu caminho e empreendê-lo.
Para fornecer à criação (ao homem) essas condições, o Criador precisou:
- Distanciar a criação da luz;
- Criar a condição para a liberdade de escolha;
- Criar uma oportunidade para atingir o Universo e evoluir;
- Criar uma oportunidade (qual é a diferença entre uma condição e uma oportunidade?) para a liberdade de ação.
O Criador gradualmente criou tais condições para a criação. Por criação, queremos dizer o homem em nosso mundo, no estado em que ele já começou a se compreender com relação ao Universo, ou em que começa a galgar os níveis espirituais. Esse estado é desejável para o início do trabalho espiritual do homem, e é chamado ‘este mundo’.
Por que o Criador, Que está no mais alto nível espiritual, teve que formar a criação a partir de uma propriedade egoísta que é contrária a Ele? Por que Ele inicialmente preencheu completamente a criação com a luz, e então a criação se esvaziou da luz, e assim se rebaixou ao estado ‘deste mundo’ (Olam Hazeh)?
A questão é que a criação não é independente, embora ela seja preenchida com a luz, pois ela é completamente suprimida pela luz. A luz dita suas condições para a criação, e o desejo de receber prazer, o Kli, transfere suas propriedades para ela.
Para criar um Kli independente, absolutamente livre da assistência da luz, a luz precisou distanciar-se completamente dele. Há uma regra simples: a expansão da luz dentro do Kli, com a sua subseqüente expulsão, faz com que o Kli seja apropriado para a sua função de compreender independentemente e escolher o modo do preenchimento. Um Kli assim genuíno, independente, somente pode emergir em nosso mundo.
A descida da luz do alto através de todos os mundos até o homem neste mundo apresenta a fase preparatória para a formação do Kli genuíno. A cada fase, somente a luz determina todas as formas, estágios e o caráter do Kli. Tão logo o Kli expulse completamente a luz, ele se torna absolutamente independente e é capaz de adotar diferentes decisões.
Qualquer alma (outro nome para o Kli) que desce de um certo nível espiritual é considerada uma parte do Criador e é preenchida com a Sua luz, até que se revista dos desejos corporais humanos e comece a trabalhar com isto.
Somente após a alma descer ao nosso mundo e aprender Kabbalah, ela compreende seu real estado. Então o homem, em quem o desejo pelo avanço espiritual emergiu, pode pedir ao Criador que o preencha com a luz espiritual que vai elevá-lo. Porém, o homem não se eleva espiritualmente até o nível do qual ele desceu, mas 620 vezes mais alto.
Como o homem avança? Se ele recebe do alto um incentivo para atingir o espiritual, ele não deve perdê-lo. O homem pode ser impulsionado várias vezes pelo alto, que lhe dá o interesse pela espiritualidade. Porém, se ele não usa esse desejo corretamente, no final ele será deixado em paz até sua próxima encarnação.
O Kli é forçado a se elevar espiritualmente pela Luz Circundante, Or Makif. Ela brilha desde o exterior, porque ela não pode entrar no Kli egoísta ainda. Mas a luz afeta o desejo do homem pela espiritualidade e faz com que ele cresça tão consideravelmente, que tudo o que ele quer é a ascensão espiritual. Então ele recebe ajuda do alto. A pessoa só pode aumentar a influência da Luz Circundante, e assim começar a sentir as sensações espirituais, para entrar no espaço espiritual:
a) sob a direção de um verdadeiro Kabbalista;
b) com a ajuda dos genuínos livros de estudo;
c) através da comunicação com os membros do seu grupo (estudos coletivos, trabalhos, refeições).
Olam Hazeh (este mundo) é o estado em que o homem já sente que o Criador Se esconde dele. Agora, nós ainda não sentimos isto. Dizem-nos que o Criador existe, nós ouvimos falar disso, mas de qualquer modo, nós não podemos sentir isto. Quando o homem começa a sentir que há algo fora de nosso mundo, algo que se esconde dele, isso é chamado o duplo ocultamento do Criador.
Egoísmo é a propriedade do homem que automaticamente o faz extrair benefício de tudo o que ele faça. Somente nisto ele vê propósito para as suas ações. Altruísmo é uma propriedade que nós somos totalmente incapazes de compreender; isto é quando a pessoa faz alguma coisa sem nenhum benefício para si mesma. A natureza nos dotou somente com as propriedades egoístas. Altruísmo está além dos limites do nosso entendimento.
Somente alguém que sente o Criador pode adquirir essa propriedade. Usando a linguagem da Kabbalah, quando a luz entrar no Kli, ela passará suas propriedades altruístas para ele. O homem não pode se corrigir por si mesmo, e não se exige isso dele. Sob a direção do seu Professor, durante as lições do grupo, ele precisa despertar desejos espirituais tais, que farão com que a luz entre nele.
Para conseguir isto, a pessoa deve trabalhar duro sobre seus pensamentos e desejos, para saber exatamente o que é necessário, embora ela ainda não possa desejá-lo. Se o homem pratica uma ação em nosso mundo que parece exteriormente altruísta, isso de fato significa que ele calculou previamente sua futura recompensa.
Qualquer movimento, mesmo o menor, é feito com base em um cálculo. Como resultado, parece ao homem que ele poderia estar melhor do que está agora. Se o homem não fizesse esses cálculos, ele não seria capaz de se mover, pois é necessária uma certa porção de energia para o movimento, mesmo no nível molecular da natureza, e essa energia é o nosso egoísmo, isto é, o desejo de receber prazer. Essa lei então se ‘reveste’ nas leis gerais físicas e químicas. Em nosso mundo, o homem somente pode receber ou doar em prol de receber.
Vale anotar aqui que os desejos de fazer a humanidade inteira feliz também são egoístas, pois o homem, vendo a si mesmo como uma parte da humanidade, deseja dar prazer a essa mesma parte dele...
A Kabbalah permite a descrição tanto das ações praticadas interiormente pelo homem, quanto daquelas que o Criador pratica sobre ele, isto é, suas interações. A Kabbalah é uma descrição físico-matemática dos objetos espirituais e suas ações, expressas em fórmulas, gráficos e tabelas.
Tudo isso descreve as ações espirituais interiores do Kabbalista, e somente aquele que pode reproduzir essas ações em si mesmo, e assim entende o que essas fórmulas significam, pode entender o que está por trás delas.
Um Kabbalista pode passar essa informação para seu discípulo somente quando este alcança no mínimo o primeiro nível espiritual. Tal informação é passada ‘boca a boca’ (mi Peh le Peh), porque a tela está no nível de ‘Peh’ no Partzuf espiritual. Se o estudante ainda não adquiriu a tela, ele realmente não pode entender nada; ele não pode ainda receber nada de seu professor.
Quando um Kabbalista lê um livro de Kabbalah, ele deve sentir cada palavra, cada letra internamente, assim como pessoas cegas sentem cada letra do alfabeto usando o sistema Braile.
Nós estudamos quatro fases da formação do Kli (0 – Shoresh ou Keter; 1 – Chochmah; 2 – Binah e 3 – Tifferet). Por que são quatro, e não cinco? Porque a quinta é o próprio Kli, e não uma fase da sua formação. Começando por Malchut, não há mais fases; o Kli está completamente criado, nascido, formado em seu desejo egoísta de receber prazer da luz do Chochmah. O Kli é independente não só em seu desejo, mas na implementação desse desejo em ação.
Porém, se a luz, o prazer, preenche o Kli, ela dita ao Kli o modo como ele deve agir, porque ela o suprime, preenchendo-o com prazer. É por isso que o Kli é realmente livre em sua intenção, somente quando ele não está preenchido com a luz. E nem isso, ainda não é suficiente; a luz precisa não ser sentida nem mesmo de longe, isto é, o Criador precisa ocultar-se completamente do Kli. Somente então Malchut pode ser independente, livre em suas decisões e ações.
Quando o Kli pode compreender seus desejos independentemente, quando ele está completamente livre da influência da luz e do prazer, e a luz não pode ditar suas condições ao Kli, tal estado é chamado ‘nosso mundo’, ou ‘este mundo’. Esse estado pode ser atingido se a luz é removida não somente da parte interior do Kli, mas gradualmente se distancia do exterior do Kli, Em nosso mundo, o homem não sente o Criador, nem no interior, nem no exterior, isto é, ele não acredita na Sua existência.
A expulsão da luz do Kli é chamada a restrição do desejo de receber prazer, ou simplesmente a restrição, Tzimtzum Alef. Distanciar a luz para longe do exterior do Kli é algo que se obtém com a ajuda de um sistema de telas obscurecedoras que são chamadas mundos. Há somente cinco dessas telas, isto é, há cinco mundos. Cada um desses mundos consiste de cinco partes chamadas ‘Partzufim’ (plural de Partzuf). Cada Partzuf inclui cinco partes chamadas Sefirot (plural de Sefirah). Como resultado, Malchut está tão distanciada da luz que não a sente de modo algum. Isto é o homem em nosso mundo.
Na Kabbalah, nós estudamos as propriedades dos mundos, Partzufim e Sefirot, isto é, as propriedades das telas que ocultam o mundo espiritual, o Criador, de nós. O propósito desse estudo é conhecer quais propriedades o homem deve adquirir para neutralizar as ações ocultadoras de todos esses mundos, Partzufim e Sefirot, e ascender ao nível desse ou daquele nível espiritual de Sefirah, partzuf ou mundo.
Adquirindo as propriedades de um certo Partzuf em um certo mundo, o homem imediatamente neutraliza a ação ocultadora desse nível, e o atinge.
Agora, somente os níveis mais altos ocultam do homem o Criador, a luz. Gradualmente ele deve atingir todas as propriedades de todos os níveis, começando pelo mais baixo imediatamente acima de nosso mundo, e acima até o nível mais alto, sua correção final.
Vamos retornar para Malchut, a 5ª fase do desenvolvimento do Kli. Quando Malchut sente que recebe, enquanto o Criador doa, ela percebe esse contraste entre seu estado e o estado do Criador como algo tão revoltante que ela decide parar de receber prazer. Como não há compulsão no mundo espiritual, e o prazer não pode ser sentido se não houver um desejo por ele, a luz desaparece, e para de ser sentida no Kli.
Malchut faz o Tzimtzum Alef (TA). Nas fases anteriores, o Kli não se sentia, a si mesmo, como receptor; somente na 5ª fase, quando ele decide independentemente receber, o Kli sente sua oposição ao Criador. Somente Malchut pode fazer TA, pois para fazer o Tzimtzum, é preciso primeiro sentir sua oposição ao Criador.
Outro nome para Malchut é alma, mas o nome ‘alma’ pode se referir tanto ao Kli, quanto à luz dentro dele. Enquanto se lê um texto, é preciso sempre lembrar se ele fala da criação ou sobre o aquilo que a preenche. No primeiro caso, trata-se de uma parte da própria criação, um desejo. No segundo caso, é uma parte do Criador, a luz.
Quando uma alma desce para o mundo de Atzilut, vindo do mundo da Infinidade, ela se torna a alma da fase Alef, mas não a alma real. A distinção entre ela e o Criador ainda não é sentida. É um bebê no útero da sua mãe; ela ainda não pode ser chamada independente, embora já exista. Ela ainda está numa fase intermediária.
O mundo de Atzilut é absolutamente espiritual, porque o Kli não é sentido nele; ele é completamente suprimido pela luz e é um único total com a luz. As almas do resto das criaturas, por exemplo, animais, descendo do alto através do mundo de Atzilut, também são consideradas um com o Criador. Porém, em nosso mundo, as criaturas são completamente esvaziadas da luz, e infinitamente distantes do Criador.
Os mundos são níveis de proximidade com o Criador na ascensão do homem e as medidas de sua distância dEle na descida das almas. Não importa de que espécie de alma nós falamos. Embora toda a natureza represente um único total, algumas espécies de criaturas, que diferem no grau de sua liberdade de escolha, podem ser individualizadas como mais ou menos livres na escolha do Objetivo.
De todas as criaturas, somente o homem tem uma verdadeira liberdade de escolha; o resto da natureza ascende ou desce com ele, porque tudo em nosso Universo é relacionado com o homem. É impossível falar sobre um certo número de almas que passam por esse modo, pois é difícil estimar quantitativamente.
Partículas de outras almas mais fortes e mais altas podem aparecer em cada um de nós. Elas começam a falar dentro de nós, e a nos impulsionar adiante. De fato, a alma não é algo predeterminado, permanente, algo que acompanha nosso corpo fisiológico durante toda a sua vida corporal. Por exemplo, o Ari, em seu livro ‘Shaar haGilgulim’ (Portais das Reencarnações) descreve a espécie de almas e em que sucessão elas se enraizavam nele.
A alma não é algo indivisível. Ela se funde e se separa constantemente, cria novas partes de acordo com as exigências da correção da alma comum. Mesmo durante a vida do homem, algumas das partes da alma se enraízam nele ou o deixam; as almas ‘fluem’ constantemente umas nas outras.
O mundo de Beriah corresponde à fase Bet-Binah, o ‘desejo de doar’, de dar prazer. O Kli no mundo de Beriah é chamado ‘Neshamah’; pela primeira vez ele tem seu próprio desejo, embora seja um ‘desejo de doar’; por isso, ele é muito ‘claro’, não-egoísta em seus desejos, e é considerado absolutamente espiritual.
O mundo de Yetzirah corresponde à fase Guimel-Tifferet, ou ZA, na qual emergem tanto o ‘desejo de doar’ (aproximadamente 90%) quanto o ‘desejo de receber’ (aproximadamente 10%). Há uma pequena parte da luz de Chochmah no brilhante cenário da Or Chassadim. O Kli nessa fase passa pelo estado de Neshamah, para Ruach. Embora os desejos do Kli já sejam egoístas num certo grau, ainda assim o ‘desejo de doar’ prevalece; assim, o Kli no mundo de Yetzirah é ainda quase completamente espiritual.
A quarta fase, completamente egoísta, Malchut, governa no mundo de Assiyah. Aqui o ‘desejo de receber’ é o próprio Guf (corpo), que é absolutamente distante do Criador. A luz que preenche o Kli no mundo de Assiyah é chamada ‘Nefesh’; esse nome sugere que o Kli e a luz são espiritualmente sem movimento, de modo semelhante à natureza inanimada de nosso mundo.
O Kli torna-se cada vez mais bruto, na medida em que desce gradualmente através dos níveis dos mundos, e distancia-se da luz até que esteja completamente vazio, isto é, ele não sente a luz de modo algum. Assim, ele se torna completamente livre da luz e do Criador em seus pensamentos e ações.
Agora, se o Kli preferir o caminho do desenvolvimento espiritual, em vez dos mesquinhos prazeres egoístas, ele gradualmente se tornará capaz de ascender através dos níveis dos mundos de Assiyah, Yetzirah, Beriah, Atzilut, Adam Kadmon, e alcançar o mundo da Infinidade, isto é, fundir-se infinitamente com o Criador, tornando-se igual a Ele.
Cada homem tem um assim chamado ponto preto em seu coração, um embrião do futuro estado espiritual, Em pessoas diferentes, esse ponto está em estágios diferentes de prontidão para a percepção espiritual. Há pessoas que não podem captar noções espirituais de modo algum; elas não têm interesse nelas. Porém, há pessoas que acordam de repente, e ficam perplexas pelo fato de se terem interessado de repente por assuntos tão ‘abstratos’.
Assim como com outros animais, o homem vive sob a influência de seus pais, do ambiente, dos traços de caráter. Sem ter liberdade de escolha, ele somente processa a informação disponível de acordo com fatores externos e internos. Então ele pratica as ações que lhe parecem melhores.
No entanto, tudo muda quando o Criador começa a despertar o homem. No início, a pessoa caminha sob a influência de uma pequena porção da luz que o Criador lhe envia. Depois de receber essa porção, esse ponto interno começa a exigir mais preenchimento, forçando o homem a procurar por luz. Assim, ele começa a procurar em diferentes ocupações, idéias, filosofias, doutrinas, estudos de grupo, até que ele venha à Kabbalah. Cada alma na terra precisa percorrer o mesmo caminho!
(continua)
Até que, com a ajuda da tela, esse ponto preto alcance o tamanho de um pequeno Partzuf, o homem é considerado como sem alma, sem Kli, e naturalmente, sem luz. A presença do menor Partzuf, tendo as luzes de Nefesh, Ruach, Neshamah, Chayah e Yechidah (NaRaNHay) indica o nascimento do homem e sua partida do estado animal (que, a propósito, nós nos acostumamos a considerar humano).
‘Humano’ significa esse estado espiritual em que a pessoa já passou a barreira espiritual (Machsom) que separa este mundo do mundo espiritual, o mundo de Assiyah; isto é, aquele que adquiriu o Kli espiritual chamado alma.
A experiência acumulada pela alma em cada uma de suas encarnações neste mundo permanece com ela, e passa de geração a geração, somente mudando seus corpos fisiológicos, assim como se troca uma camisa. Todos os sofrimentos físicos, corporais, são registrados na alma, e em um certo momento, levam o homem a desejar atingir a espiritualidade.
O revestimento de uma alma em um corpo de mulher significa que ela não tem que passar por nenhuma correção espiritual nesta encarnação. A mulher não avança espiritualmente por si mesma, a não ser ajudando a circular a sabedoria da Kabbalah e recebendo elevação espiritual através de seu marido.
A Torah diz que os corações daqueles que governam o mundo estão nas mãos do Criador. Isso se refere a todos os políticos, chefes de estado, ditadores – todos de quem a humanidade depende. Todos não são mais que marionetes nas mãos do Criador, que através deles, controla tudo.
Há somente uma lei no domínio espiritual – a lei da equivalência de propriedades espirituais. Se as propriedades de duas pessoas são iguais, similares, elas estão espiritualmente próximas. Se as pessoas diferem em seus pensamentos, pontos de vista, elas se sentem separadas, distantes uma da outra, mesmo que estejam fisicamente próximas.
Proximidade ou distância espiritual depende da similaridade das propriedades dos objetos. Se os objetos coincidem completamente em suas propriedades, desejos, eles se fundem. Se dois desejos são contrários um ao outro, diz-se que eles estão distantes um do outro. Quando mais similares sejam dois desejos, mais próximos eles estarão no mundo espiritual.
Se somente um, entre numerosos desejos dos objetos, coincide, esses dois objetos têm contato em apenas um ponto. Se não há nem mesmo um desejo em nós que seja similar ao do Criador, isso significa que nós estamos absolutamente distantes dEle, e não temos nada que possamos usar para senti-Lo. Se aparecer apenas um desejo em mim, que seja similar ao Criador, então ele será capaz de sentir o Criador.
A tarefa do homem é gradualmente fazer todos os seus desejos similares àqueles do Criador. Então o homem se fundirá completamente com Ele, em um único objeto espiritual, e não haverá distinção entre eles. O homem alcançará tudo o que o Criador tem: eternidade,absoluto conhecimento, e perfeição. Esse é o extremo propósito da correção de todos os desejos naturais do homem.
Malchut, expelindo a luz no TA, decidiu receber essa luz com a ajuda de uma tela. A Luz Direta vem a ela, pressiona a tela, querendo entrar. Malchut recusa-se a receber a luz, lembrando a ardente vergonha que sentiu quando era preenchida pela luz. Recusar-se a receber a luz significa refleti-la com a ajuda da tela. Tal luz é chamada ‘Or Chozer’ (Luz Refletida). O reflexo em si é chamado ‘Haka’a’ (batida) da luz na tela.
O reflexo do prazer (a luz) acontece dentro do homem com a ajuda da intenção de receber esse prazer apenas em prol do Criador. O homem calcula o quanto ele pode receber para dar prazer ao Criador. Então ele reveste o prazer que ele quer receber com a intenção de doar ao Criador; receber, ter prazer em prol do Criador.
O revestimento da Luz Direta na Luz Refletida permite que Malchut, após o TA, expanda-se e receba uma porção da luz. Isso significa que, nesse ponto, ela se torna similar ao Criador, fundindo-se com Ele. O Propósito da criação é preencher Malchut completamente com a luz do Criador. Então, toda a recepção da luz será igual a doação, e significará total fusão de toda a criação com o Criador.
Revestindo o prazer que chega com a sua intenção (a Luz Refletida), Malchut anuncia que quer sentir esse prazer somente porque, assim fazendo, dá prazer ao Criador. Nesse caso, a recepção é igual à doação, pois o significado de uma ação é determinado pela intenção do Kli, e não pela direção mecânica da ação, interior ou exterior. O prazer sentido nesse caso será duplo: de recebê-lo, e de doá-lo ao Criador.
O Rabbi Ashlag ilustra maravilhosamente essa situação com o exemplo da relação entre um convidado e seu anfitrião, o convidado, recebendo prazer do anfitrião, e recebendo esse prazer, transforma-o em doação. Ele faz uma visita ao anfitrião, que sabe exatamente do que ele gosta mais. O convidado senta-se em frente ao anfitrião, e o anfitrião põe na mesa diante dele seus cinco pratos favoritos, na exata quantidade para satisfazer seu apetite.
Se o convidado não visse o doador, o anfitrião, ele teria agarrado a comida sem a menor vergonha e engolido todas as delícias sem deixar nem um pouquinho no prato, pois elas são exatamente o que ele deseja. Porém, o anfitrião, sentado à sua frente, o embaraça, e por isso o convidado se recusa a comer. O anfitrião insiste, explicando o quanto ele quer agradar ao convidado, e dar-lhe prazer.
Finalmente, tentando dizer ao convidado que coma, o anfitrião diz que a recusa do convidado faz com que Ele sofra. Compreendendo que ao comer o jantar ele dará prazer ao anfitrião, tornando-se então um doador, em vez de um receptor, isto é, tornando-se igual ao anfitrião em suas intenções e propriedades, somente então, o convidado concorda em comer.
Se acontece uma situação em que o anfitrião quer agradar ao convidado colocando o banquete à sua frente, e o convidado, em troca, come com a intenção de devolver o prazer ao anfitrião, tendo prazer nisto, essa condição é chamada interação pela ‘batida’ (Zivug de Haka’a - * NT: ‘batida’ aqui significando o conflito de duas forças opostas que vêm uma na direção da outra, que se ‘pressionam’ em direções contrárias). Porém, isso só pode acontecer após o convidado ter recusado completamente a receber prazer.
O convidado somente aceita o banquete quando ele tem certeza de que ele dá prazer ao anfitrião recebendo esse banquete, como se lhe fizesse um favor. Ele recebe somente na medida de sua capacidade de pensar não sobre seu próprio prazer, mas sobre o meio de agradar ao anfitrião, em outras palavras, o Criador.
Então, para que nós precisamos de todos esses prazeres em nosso mundo, se eles estão baseados no sofrimento? Quando um desejo é satisfeito, o prazer ‘se extingue’, e desaparece.
O prazer é sentido somente quando há um ardente ‘desejo de receber’. Com a ajuda da correção de nossos desejos, juntando a eles a intenção ‘em prol do Criador’, nós podemos ter prazer infinitamente, sem sentir ‘fome’ diante da recepção do prazer. Nós podemos receber enormes delícias, dando prazer ao Criador, com a ajuda do constante aumento, em nós mesmos, do sentimento da Sua grandeza.
Como o Criador é eterno e infinito, nós, quando sentimos Sua grandeza, criamos em nós mesmos o Kli eterno e infinito – desejo (* ‘fome’) por Ele. Portanto, nós podemos ter prazer eterna e infinitamente. No mundo espiritual, cada recepção de prazer promove um ainda maior ‘desejo de receber’ esse prazer, e isso prossegue para sempre.
A satisfação torna-se igual à doação: o homem doa, vê o quanto o Criador gosta disso, e adquire um ‘desejo de receber’ ainda maior. Porém, o prazer de doar também precisa ser altruísta, isto é, em prol de doar, e não em prol de receber prazer da doação. De outro modo, isso seria doar para ter prazer para si mesmo, como quando nós doamos perseguindo nossos próprios objetivos.
A Kabbalah ensina ao homem a receber prazer da luz com a intenção em prol do Criador. Se o homem puder (* to screen: filtrar, conter numa tela) todos os prazeres deste mundo, ele será capaz de sentir o mundo espiritual instantaneamente. Então o homem cai sob a influência das forças espirituais impuras. Elas gradualmente acrescentam ao homem um egoísmo espiritual. Ele constrói uma nova tela sobre esse egoísmo espiritual com a ajuda das forças puras, e então ele pode receber uma nova porção da luz, que corresponde à quantidade de egoísmo corrigida por ele. Portanto, o homem sempre tem a liberdade de escolha.
A noção de ‘tela’ contém a diferença entre o espiritual e o material. Receber prazer sem uma tela é um prazer egoísta comum do nosso mundo. O ponto é preferir prazeres espirituais aos materiais, desenvolvendo a tela, para receber o prazer eterno, que nos é oferecido de acordo com o Pensamento da Criação.
Porém, a tela somente pode aparecer sob a influência da luz do Criador, sobre o desejo egoísta do Kli. No momento em que o Criador Se revela ao homem, essa questão sobre quem precisa dos seus esforços desaparece instantaneamente. Assim todo o nosso trabalho ‘borbulha’ (*boils down) em torno de uma única coisa: sentir o Criador.
Para vencer qualquer nível de ocultamento, o homem precisa adquirir as propriedades desse nível. Fazendo isto, ele ‘neutraliza’ a restrição, toma a si a influência do nível ocultador, de modo que o ocultamento se transforme em revelação e realização.
Vejamos por exemplo uma pessoa cujas propriedades pertençam todas ao nosso mundo. Suas propriedades são tão rudimentares que essa pessoa está sob a influência de todos os cinco mundos. Se, por causa da correção, suas propriedades se tornarem similares àquelas do mundo de Assiyah, então esse mundo deixará de ocultar a luz do Criador, para essa pessoa, o que significa que o homem ascendeu espiritualmente ao nível de Assiyah.
Uma pessoa, cujas propriedades e sensações já estejam em Assiyah, sente o ocultamento do Criador no nível do mundo de Yetzirah. Corrigindo suas propriedades de acordo com aquelas de Yetzirah, ela neutraliza o ocultamento da luz do Criador nesse nível e começa a senti-Lo no nível de Yetzirah. Resulta que os mundos são as telas que ocultam o Criador de nós. Porém, quando o homem coloca a tela sobre seu egoísmo, assemelhando-se a esses níveis, por fazer isto ele revela a parte da luz do Criador que essa tela, esse mundo, estava ocultando.
Aquele que está em um certo mundo espiritual sentirá o ocultamento desse nível e do nível acima dele, mas não o ocultamento no nível abaixo. Assim, se o homem está no nível da Sefirah Chesed do Partzuf ZA do mundo de Beriah, então desse nível abaixo, todos os mundos, todos os Partzufim e todas as Sefirot já estão nele em seu estado corrigido. Esses níveis passados são os níveis da revelação para ele; ele absorveu seus egoísmos, corrigiu-os com a ajuda da tela, e então revelou o Criador neste nível.
Orem, o Criador ainda está oculto dele em todos os níveis superiores. No total, há 125 níveis desde nosso mundo até o Criador: cinco mundos, com cinco Partzufim em cada mundo, com cinco Sefirot em cada Partzuf.
O principal é dar o primeiro passo no mundo espiritual; depois, isso se torna muito mais simples. Todos os níveis são semelhantes um ao outro, e a diferença entre eles está apenas no material, não no design. O mundo de Adam Kadmon consiste de cinco Partzufim: Keter (Galgalta), Chochmah (AB), Binah (SAG) ou Abba ve Ima, ou AVI (abreviado), ZA (às vezes é chamado Kadosh Baruch Hu, Israel), Malchut (Shechinah, Leah, Rachel).
Em cada nível espiritual, o homem (*que está lá) muda seu nome, e de acordo com o local em que ele está agora, é chamado seja Faraó, Moshe (Moisés) ou Israel. Todos esses são nomes do Criador, níveis de alcance do Criador por parte do homem. Em geral, os livros de Kabbalah são escritos por Kabbalistas que passaram por todos esses níveis da correção.
Os níveis que seguem não são níveis de correção, mas sim o alcance individual e o contato pessoal com o Criador. Eles não são estudados; pertencem aos assim chamados ‘segredos da Torah’ (Sodot Torah), eu são presenteados àquele que se corrigiu completamente. Por outro lado, os níveis de correção pertencem aos sabores da Torah (Ta’amey Torah); eles precisam ser estudados para serem alcançados.
A transmissão de informação sobre a Kabbalah é a transmissão de luz. A transferência de propriedades do nível espiritual mais alto para o nível espiritual mais baixo é chamada ‘descida’, ou ‘influência’, e do nível mais baixo para o mais alto, é chamada de ‘pedido’, ou ‘prece’, MAN (* não é ‘homem’ em inglês, mas uma sigla que designa o estado de prece). A conexão existe somente entre dois Partzufim adjacentes, um acima do outro. Não é possível nenhuma comunicação entre dois níveis descontinuados. Cada nível mais alto é chamado o Criador, com relação ao mais baixo; sua relação com o nível mais baixo pode ser comparada com a razão entre o Universo e um grão de areia.
Pticha (Ptirra)01
Do Baal HaSulam:
1) Três conceitos principais na Kabbalah:
A intenção do Criador era dar prazer às criaturas. Para isso, Ele preparou um enorme desejo nas almas para receber esse prazer contido na Shefa (a abundância que o Criador deseja nos doar). O ‘desejo de receber’ é um vaso para a recepção do prazer contido na Shefa.
Quanto maior o ‘desejo de receber’, mais prazer entra no vaso. Essas duas noções se interconectam de um tal modo que é impossível separá-las.
Isto somente é possível para apontar que o prazer se refere á Shefa (isto é, ao Criador), enquanto o ‘desejo de receber’ refere-se à Criação.
Ambas essas noções vêm diretamente do Criador e estão incluídas no Pensamento da Criação. Enquanto a abundância descende diretamente do Criador, o ‘desejo de recebê-la’, também incluído na Shefa, é a raiz, a fonte das criaturas.
… O ‘desejo de receber’ é a essência da criação, do começo ao fim, o único ‘material’ de que a criação é feita. Todas as criaturas são apenas porções diferentes do ‘desejo de receber’. Além disso, todos os eventos que acontecem a elas são mudanças que acontecem nesse ‘desejo de receber’.
Tudo o que preenche as criaturas e satisfaz seu ‘desejo de receber’ vem diretamente do Criador. Assim, tudo o que existe á nossa volta, de fato, vem do Criador, seja diretamente como abundância, seja indiretamente, como por exemplo, o ‘desejo de receber’, que não existe no Próprio Criador (será?), mas foi criado por Ele para dar prazer às Suas criaturas.
Comentário de Rav Laitman:
Como o desejo do Criador é doar às criaturas, Ele teve que criar alguém capaz de receber Sua abundância. Consequentemente, Ele integrou na Criação o desejo de receber prazer. Por quê? Há uma regra: o Criador criou tudo o que existe em nossa natureza. A questão ‘por quê eu recebi uma tal natureza’? refere-se ao estado do ser, anterior ao começo da Criação, e está além de nossa capacidade de apreensão. Nós só somos capazes de atingir aquilo que se refere à Criação, mas não antes, ou depois disso. (Será?) Assim, nossa natureza nos permite receber apenas o prazer que está em equilíbrio com nosso desejo por isto.
Por exemplo, se um homem estiver com fome, ele tem prazer na refeição, enquanto se lhe for oferecida comida, mas se ele não estiver com fome, ele não terá nenhum prazer. Tudo é uma combinação da ausência e de seu preenchimento. Quanto mais forte o desejo, maior será o prazer de satisfazê-lo
Assim, o desejo de receber, em toda a sua variedade, foi incluído no Pensamento da Criação desde o começo. Ele sempre esteve inseparavelmente ligado ao prazer que o Criador preparou para nós. O desejo de receber é um vaso, enquanto a Shefa é a luz que preenche o vaso. O desejo de receber é definido como ‘o corpo do homem’, enquanto a luz é chamada ‘a vida do homem’. .. Não há uma única criatura neste mundo cuja raiz não esteja no mundo da Infinidade, no plano da criação. O plano da criação é o desejo do Criador de dar prazer a todas as criaturas.
Isso inclui a ambos, a luz e o vaso. A luz vem diretamente do Criador, enquanto o desejo de receber prazer foi criado pelo Criador como algo novo, extraído do nada.
Nós estudamos tudo sob o ponto de vista da nossa natureza porque todas as leis vêm de raízes espirituais. Em nosso mundo, o valor do prazer do homem depende da intensidade do seu esforço por esse prazer. Uma paixão insuportável (cuidado!) traz um prazer maior, enquanto um desejo mínimo traz somente um pequeno prazer. Para que o homem capte um verdadeiro desejo, são necessárias duas condições:
a) O homem não consegue se esforçar por algo de que ele nunca tenha ouvido falar antes. Ele precisa saber o que ele quer, isto é, uma vez que ele já tenha isto.
b) Mas ele não pode se esforçar por algo que ele já tem. …O vaso se caracteriza pela diferença entre suas propriedades e aquelas do Criador, que não existiam no mundo da Infinidade. Com o desenvolvimento seguinte do vaso, nós compreendemos que o verdadeiro vaso é a falta da luz.
Quem quer somente receber, não recebe Ada; por isso, ele é definido como um genuíno vaso. Ele está tão longe (estará?) do Criador, que não sabe nada sobre a sua raiz. Como resultado, o homem precisa acreditar que ele foi criado pelo Criador, embora seja incapaz de sentir (compreender e sentir…) isto.
Conclusão: o vaso não é alguém ou algo que tenha muito; ao contrário, é alguém ou algo extremamente distante. Ele está totalmente desconectado da luz. Enquanto recebe somente para si mesmo, o vaso não tem ‘desejo de doar’; tudo o que ele pode fazer é acreditar que um tal desejo exista... O homem não consegue entender por quê ele precisa se esforçar para doar.
Qual é o objetivo da existência de um tal vaso, que não tem nem uma centelha da luz e que está extremamente distante do Criador? Tais vasos devem começar a trabalhar em prol de doar usando objetos que são, até então, irreais.
O Baal haSulam dá o seguinte exemplo. No passado, tudo era muito caro, e por isso as crianças eram ensinadas a escrever primeiro no quadro-negro com um pedaço de giz. Assim elas podiam apagar o que tivessem escrito errado, e somente aquelas que tivessem aprendido a escrever corretamente recebiam papel de verdade.
O mesmo se aplica a nós. Primeiro, nós recebemos brinquedos e então, se nós aprendemos a acrescentar a intenção em prol do Criador ao nosso desejo, nós seremos capazes de ver a verdadeira luz. O Kli é criado de forma a que se acostume com o trabalho real.
Antes que as almas apareçam todas as ações são praticadas pelo Criador. Assim Ele mostra às almas como elas devem agir. Por exemplo, como alguém aprende a jogar xadrez? Os movimentos são feitos para o aluno e desse modo, ele aprende. É por isso que os mundos descem do alto. O Criador transmite todas as ações relativas tanto aos níveis superiores, quanto aos inferiores. Então no segundo estágio, as almas começam a ascender por si mesmas.
Enquanto isso, nós nos esforçamos com os brinquedos, e não com a espiritualidade; por isso, a luz da Torah está oculta de nós. O homem (ainda) não seria capaz de receber os enormes prazeres (totais)que lhe são oferecidos, em prol do Criador.
O Baal haSulam nos dá um exemplo. Um homem põe todos os seus valores sobre uma mesa: ouro, prata, diamantes. De repente, estranhos entram na sua casa. Ele teme que eles possam roubar seus tesouros. O que ele pode fazer? Ele apaga a luz, e assim ninguém pode ver que há coisas preciosas na casa.
Nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade porque o ‘desejo de receber’ está ausente em nós; na verdade, (nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade) porque não conseguimos ver nada. Nós não conseguimos ver o bosque, por causa das árvores. Quanto mais o homem se ‘purifica’(dá a quem lhe dá e até ao egoista), melhor ele começa a ver. Então o seu Kli (o desejo de receber) cresce gradualmente, porque ele quer sentir prazeres maiores.
Por exemplo, se alguém dá um jeito de receber 0,5kg de prazer em prol da doação, ele recebe 1,0kg. Então, se essa quantidade também for recebida com a intenção em prol do Criador, ele recebe 2,0kg de prazer(ou mais), e assim por diante.
Sobre isto, os sábios disseram: ‘Aquele que alcançou os níveis mais altos da Torah tem desejos maiores’. Apesar disso, nós não conseguimos ver nada até que nossos desejos adquiram a intenção de receber para doar. Nesse sentido, a única diferença entre uma pessoa secular e uma pessoa religiosa é que o primeiro aspira por receber somente os prazeres deste mundo, enquanto o último também deseja a luz .. sabedoria e vida … do mundo vindouro(e de agora e do passado).
O poder do desejo de receber sobre todas as criaturas é tão grande que sobre isso, os sábios disseram: “ A lei que governa as pessoas é esta: ‘o meu é meu, e o seu é seu’; e somente o medo impede o homem de dizer ‘o seu émeu’ ”.
Pticha (ptirra?)04
04) A necessidade de desenvolver o ‘desejo de receber’ em quatro níveis (Bechinot) através dos quatro mundos de ABYA tem causa na regra existente, de acordo com a qual, somente a expansão da luz, seguida por sua subseqüente expulsão (doação, de preferência), faz com que o vaso se torne apropriado para o uso.
Uma explicação: quando o vaso é preenchido com a luz, eles se conectam inseparavelmente. O vaso, na verdade, é inexistente; ele se anula, como a chama de uma vela desaparece diante da chama de uma tocha.
O desejo é satisfeito, então ele deixa de existir. Ele somente pode reaparecer depois que a luz saia dele, pare de satisfazê-lo. A razão para essa auto-aniquilação do vaso reside em seu total contraste com a luz. A luz vem diretamente da essência do Criador, do Pensamento da Criação. Essa luz é um ‘desejo de doar’ e não tem nada a ver com o ‘desejo de receber’ (só o princípio, claro) O vaso é absolutamente oposto (temos de unir todos os opostos)a ela – ele é um tremendo ‘desejo de receber’ a luz.
O vaso é uma raiz, uma fonte de algo muito novo, inexistente antes da criação. O vaso não tem ‘desejo de doar’. Quando a luz e o vaso se conectam inseparavelmente, o ‘desejo de receber’ é anulado pela luz. O vaso adquire uma certa forma somente após a expulsão da luz de dentro dele. Esse desejo apaixonado determina a forma necessária de seu ‘desejo de receber’. Quando a luz entra novamente no vaso, eles se tornam dois objetos separados – o vaso e a luz, ou o corpo e a vida. (Verdadeiramente, nada mudou desde a infância!)Tomem nota disso cuidadosamente, porque são noções muito profundas.
Comentários de Rav Laitman:
Quando o Kli começa a receber, ele precisa sentir: ‘Agora eu recebi prazer’. Mas a luz que traz esse prazer não deixa que esse ‘Eu’ se abra e seja sentido pelo Kli. Por isso o ‘Eu’ se anula. Isso significa que o Kli não sente que ele está recebendo, embora esteja.
O Rabbi Baruch Ashlag dá o seguinte exemplo. Um homem velho ganha cem mil dólares na lotaria. Seus amigos têm medo de contar a ele a novidade, pensando que ele possa ter um ataque do coração e morrer por causa do excesso de excitação.
Um deles disse que poderia transmitir a informação sem causar nenhum dano. Ele foi até o velho e perguntou: ‘Se você ganhasse dez dólares na lotaria, você dividiria comigo? – Claro que sim!’ o velho respondeu. ‘E se você ganhasse cem dólares na lotaria, você ainda assim desejaria dividir o prémio comigo? – Por que não?’ respondeu o velho. E assim por diante até que a soma alcançasse os cem mil dólares, e então o amigo perguntou: ‘Você está pronto para assinar nosso contrato? – Claro que sim!’ exclamou o velho. Nesse exato momento o amigo teve um colapso e caiu morto no chão.
Nós vemos então que o homem pode morrer por causa de uma grande alegria, pois quando a luz é muito poderosa, anula o ‘desejo de receber’. Nesse caso, o Kli desaparece e a luz se limita a sair para encorajar o Kli a se esforçar por ela.
Por que então a luz não anula o vaso, a Bechina Dalet, quando volta para ele? Quando a Or e o Kli estão juntos na Bechina Alef, ambos o ‘desejo de receber’ e o ‘desejo de doar’ precisam se expandir ali. Porém, como eles são opostos um ao outro, o ‘desejo de doar’ anula o ‘desejo de receber’, isto é, evita que ele se expanda.
Depois que a Bechina Dalet se forma, a luz não pode anulá-la, pois elas representam duas forças existentes. Na Bechina Alef a luz não deixa que o ‘desejo de receber’ se expanda e cresça; mas uma vez que ele se tenha desenvolvido, a luz não pode mais interferir com ele.
Por exemplo, dois homens estão lutando. Um deles impede que o outro entre na sua casa. O que importa se eles estão lutando fora da casa, ou se o invasor já estiver dentro da casa? Se nós dissermos isto, que não existe nada além do Criador, que deseja doar prazer, e a criação, que se esforça por este prazer, isto é suficiente para ter Keter como doador e Chochmah como receptor!
Na fase de Chochmah o ‘desejo de receber’ é um com a luz, esta, evitando que ele sinta o que recebe. Porém, esse estado não é perfeito, pois o Kli precisa sentir tudo o que recebe. Por exemplo, o homem dá algo ao seu amigo, mas o amigo não consegue sentir isto. Nesse caso, o doador está violando o mandamento de ‘não destruir’.
Por isso, está clara a razão pela qual nós não recebemos coisas importantes (preciosas). Como ficamos contentes com prazeres pequenos, nós não merecemos receber coisas valiosas. Assim, o desenvolvimento das 4 fases é necessário para o nascimento do Kli, que sente o que recebe.
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Pticha (Ptirra)01
‘Preâmbulo à Sabedoria da Kabbalah’:
Esta é uma das 3 introduções que o Baal haSulam escreveu para o Zohar, que estamos traduzindo, junto com os comentários de Rav Laitman. … Agora vamos começar a estudar o próprio artigo, ‘Preâmbulo à Sabedoria da Kabbalah’.
Do Baal HaSulam:
1) Três conceitos principais na Kabbalah:
A intenção do Criador era dar prazer às criaturas. Para isso, Ele preparou um enorme desejo nas almas para receber esse prazer contido na Shefa (a abundância que o Criador deseja nos doar). O ‘desejo de receber’ é um vaso para a recepção do prazer contido na Shefa.
Quanto maior o ‘desejo de receber’, mais prazer entra no vaso. Essas duas noções se interconectam de um tal modo que é impossível separá-las.
Isto somente é possível para apontar que o prazer se refere á Shefa (isto é, ao Criador), enquanto o ‘desejo de receber’ refere-se à Criação.
Ambas essas noções vêm diretamente do Criador e estão incluídas no Pensamento da Criação. Enquanto a abundância descende diretamente do Criador, o ‘desejo de recebê-la’, também incluído na Shefa, é a raiz, a fonte das criaturas.
O ‘desejo de receber’ é algo essencialmente novo, algo que nunca existiu antes, porque não há o menor traço de ‘desejo de receber’ no Criador. Resulta que o ‘desejo de receber’ é a essência da criação, do começo ao fim, o único ‘material’ de que a criação é feita. Todas as criaturas são apenas porções diferentes do ‘desejo de receber’. Além disso, todos os eventos que acontecem a elas são mudanças que acontecem nesse ‘desejo de receber’.
Tudo o que preenche as criaturas e satisfaz seu ‘desejo de receber’ vem diretamente do Criador. Assim, tudo o que existe á nossa volta, de fato, vem do Criador, seja diretamente como abundância, seja indiretamente, como por exemplo, o ‘desejo de receber’, que não existe no Próprio Criador (será?), mas foi criado por Ele para dar prazer às Suas criaturas.
Comentário de Rav Laitman:
Como o desejo do Criador é doar às criaturas, Ele teve que criar alguém capaz de receber Sua abundância. Consequentemente, Ele integrou na Criação o desejo de receber prazer. Por que? Há uma regra: o Criador criou tudo o que existe em nossa natureza. A questão ‘por quê eu recebi uma tal natureza’? refere-se ao estado do ser, anterior ao começo da Criação, e está além de nossa capacidade de apreensão. Nós só somos capazes de atingir aquilo que se refere à Criação, mas não antes, ou depois disso. (Será?) Assim, nossa natureza nos permite receber apenas o prazer que está em equilíbrio com nosso desejo por isto.
Por exemplo, se um homem estiver com fome, ele tem prazer na refeição, enquanto se lhe for oferecida comida, mas se ele não estiver com fome, ele não terá nenhum prazer. Tudo é uma combinação da ausência e de seu preenchimento. Quanto mais forte o desejo, maior será o prazer de satisfazê-lo
Pticha 02 e 03
Do Baal haSulam:
02) Assim, o desejo de receber, em toda a sua variedade, foi incluído no Pensamento da Criação desde o começo. Ele sempre esteve inseparavelmente ligado ao prazer que o Criador preparou para nós. O desejo de receber é um vaso, enquanto a Shefa é a luz que preenche o vaso. Essas luzes e vasos são somente componentes dos mundos espirituais. Eles estão inseparavelmente conectados uns aos outros. Juntos, eles descem do alto, nível a nível.
Quanto mais distantes do Criador esses níveis estejam, maior e mais grosseiro torna-se o desejo de receber (será?). Por outro lado, quanto maior e mais grosseiro se torne o desejo de receber, mais distante ele estará do Criador. Isso acontece até que ele chegue ao ponto mais baixo, em que o desejo de receber chegue à sua medida máxima. Essa condição é desejável e necessária (não é, pois, aqui já há muita dor! Tem de ser antes!) para que tenha início a ascensão em direção à correção.
Esse lugar é chamado o ‘Mundo de Assiya’. Nesse mundo o desejo de receber é definido como ‘o corpo do homem’, enquanto a luz é chamada ‘a vida do homem’. A diferença entre os mundos Superiores e este mundo (Olam Hazeh) é que nos mundos Superiores o desejo de receber ainda não é grosseiro o suficiente, e ainda não está completamente separado da luz (talvez aqui o maior prazer não seja então o de receber, mas o da paz ou outro!). Em nosso mundo, o desejo de receber alcança seu desenvolvimento final e torna-se completamente separado da luz.
03) A ordem descendente (e ascendente, e lateral…) do desenvolvimento do desejo de receber, mencionada acima, divide-se em quatro níveis (Bechinot). Essa ordem está codificada no mistério do Nome do Criador. O Universo submete-se à ordem dessas quatro letras, HaVahYaH (Yud-Hei-Vav-Hei). Essas letras correspondem às dez Sefirot: Chochmah, Binah, tifferet (ou Zeir Anpin), Malchut e sua raiz. Por que são dez? Porque a Sefirah Tifferet inclui 6 Sefirot: Chessed, Gvurah, Tifferet, Netzach, Hod e Yessod.
A raiz de todas essas Sefirot é chamada Keter, mas freqüentemente ela não é incluída na conta das Sefirot; por isso, diz-se ChuB (Rub)-TuM. Essas quatro Bechinot correspondem aos quatro mundos: Atzilut, Beriah, Yetzirah e Assiyah. O mundo de Assiyah também inclui este mundo (Olam HaZeh). Não há uma única criatura neste mundo cuja raiz não esteja no mundo da Infinidade, no plano da criação. O plano da criação é o desejo do Criador de dar prazer a todas as criaturas.
Isso inclui a ambos, a luz e o vaso. A luz vem diretamente do Criador, enquanto o desejo de receber prazer foi criado pelo Criador como algo novo, extraído do nada. Para que o desejo de receber chegue ao seu desenvolvimento final, ele precisa passar junto com a luz através dos quatro mundos, Atzilut, Beriah, Yetzirah e Assiyah (ABYA). Então o desenvolvimento da criação se completa, com a criação, nela, da luz e do vaso, chamados ‘o corpo’ e ‘a luz da Vida’.
Comentários de Rav Laitman:
A conexão entre o Criador e a criação é chamada ‘o mundo da Infinidade’ (Ein Sof). Objetos espirituais inferiores, enquanto vão compreendendo isto, dão os nomes à Luz Superior. Como o desejo do Criador foi dar prazer às critauras, Ele criou alguém que seria capaz de receber esse prazer d’Ele, e a criação do desejo de receber prazer chamada ‘Malchut’ ou ‘o mundo da Infinidade’ foi suficiente para isto.
Como nesse estado, Malchut recebe para si mesma, sem fazer nenhuma restrição sobre a recepção, mais tarde Malchut faz uma restrição sobre a recepção da luz-prazer.
Foi dito que o ‘desejo de receber’ finalizou-se no mundo de Assiyah. Então, isso significa que o maior ‘desejo de receber’ existe nesse mundo de Assiyah? Porém, embora o mundo de Assiyah seja somente Bechinat Shoresh e tenha a luz mais fraca, há a luz de Keter no mundo de A”K. A noção do mundo de Assiyah tem dois significados:
a) A Bechinat Dalet inteira, que é chamada o mundo de Assiyah, e
b) O mundo de Assiyah, em si.
Para entender o significado da primeira noção, é preciso saber que o vaso acabado é chamado “Bechina Dalet’; mas, de fato, o verdadeiro vaso (o Kli) já estava presente na Bechina Alef. Keter é o ‘desejo de doar’ prazer à criação; Chochmah é o ‘desejo de receber’ esse prazer, e é completamente preenchido pela luz. Porém, o Kli precisa passar por mais quatro níveis até o seu desenvolvimento final.
Nós estudamos tudo sob o ponto de vista da nossa natureza porque todas as leis vêm de raízes espirituais. Em nosso mundo, o valor do prazer do homem depende da intensidade do seu esforço por esse prazer. Uma paixão insuportável (cuidado!) traz um prazer maior, enquanto um desejo mínimo traz somente um pequeno prazer. Para que o homem capte um verdadeiro desejo, são necessárias duas condições:
a) O homem não consegue se esforçar por algo de que ele nunca tenha ouvido falar antes. Ele precisa saber o que ele quer, isto é, uma vez que ele já tenha visto?.
b) Mas ele não pode se esforçar por algo que ele já tem. Assim, quatro níveis de desenvolvimento do Kli são necessários, para que ele receba a forma final.
Malchut tem toda a luz no mundo da Infinidade. Porém, o vaso se caracteriza pela diferença entre suas propriedades e aquelas do Criador, que não existiam no mundo da Infinidade. Com o desenvolvimento seguinte do vaso, nós compreendemos que o verdadeiro vaso é a falta da luz.
No mundo de Assiyah, o Kli não recebe nada, porque ele quer somente receber; por isso, ele é definido como um genuíno vaso. Ele está tão longe (estará?) do Criador, que não sabe nada sobre a sua raiz. Como resultado, o homem precisa acreditar que ele foi criado pelo Criador, embora seja incapaz de sentir (compreender e sentir…) isto.
Conclusão: o vaso não é alguém ou algo que tenha muito; ao contrário, é alguém ou algo extremamente distante. Ele está totalmente desconectado da luz. Enquanto recebe somente para si mesmo, o vaso não tem ‘desejo de doar’; tudo o que ele pode fazer é acreditar que um tal desejo exista... O homem não consegue entender por quê ele precisa se esforçar para doar.
Qual é o objetivo da existência de um tal vaso, que não tem nem uma centelha da luz e que está extremamente distante do Criador? Tais vasos devem começar a trabalhar em prol de doar usando objetos que são, até então, irreais.
O Baal haSulam dá o seguinte exemplo. No passado, tudo era muito caro, e por isso as crianças eram ensinadas a escrever primeiro no quadro-negro com um pedaço de giz. Assim elas podiam apagar o que tivessem escrito errado, e somente aquelas que tivessem aprendido a escrever corretamente recebiam papel de verdade.
O mesmo se aplica a nós. Primeiro, nós recebemos brinquedos e então, se nós aprendemos a acrescentar a intenção em prol do Criador ao nosso desejo, nós seremos capazes de ver a verdadeira luz. O Kli é criado de forma a que se acostume com o trabalho real.
Antes que as almas apareçam todas as ações são praticadas pelo Criador. Assim Ele mostra às almas como elas devem agir. Por exemplo, como alguém aprende a jogar xadrez? Os movimentos são feitos para o aluno e desse modo, ele aprende. É por isso que os mundos descem do alto. O Criador transmite todas as ações relativas tanto aos níveis superiores, quanto aos inferiores. Então no segundo estágio, as almas começam a ascender por si mesmas.
Enquanto isso, nós nos esforçamos com os brinquedos, e não com a espiritualidade; por isso, a luz da Torah está oculta de nós. O homem (ainda) não seria capaz de receber os enormes prazeres (totais)que lhe são oferecidos, em prol do Criador.
O Baal haSulam nos dá um exemplo. Um homem põe todos os seus valores sobre uma mesa: ouro, prata, diamantes. De repente, estranhos entram na sua casa. Ele teme que eles possam roubar seus tesouros. O que ele pode fazer? Ele apaga a luz, e assim ninguém pode ver que há coisas preciosas na casa.
Nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade porque o ‘desejo de receber’ está ausente em nós; na verdade, (nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade) porque não conseguimos ver nada. Nós não conseguimos ver o bosque, por causa das árvores. Quanto mais o homem se ‘purifica’(dá a quem lhe dá e até ao egoista), melhor ele começa a ver. Então o seu Kli (o desejo de receber) cresce gradualmente, porque ele quer sentir prazeres maiores.
Por exemplo, se alguém dá um jeito de receber 0,5kg de prazer em prol da doação, ele recebe 1,0kg. Então, se essa quantidade também for recebida com a intenção em prol do Criador, ele recebe 2,0kg de prazer(ou mais), e assim por diante.
Sobre isto, os sábios disseram: ‘Aquele que alcançou os níveis mais altos da Torah tem desejos maiores’. Apesar disso, nós não conseguimos ver nada até que nossos desejos adquiram a intenção de receber para doar. Nesse sentido, a única diferença entre uma pessoa secular e uma pessoa religiosa é que o primeiro aspira por receber somente os prazeres deste mundo, enquanto o último também deseja a luz .. sabedoria e vida … do mundo vindouro(e de agora e do passado).
O poder do desejo de receber sobre todas as criaturas é tão grande que sobre isso, os sábios disseram: “ A lei que governa as pessoas é esta: ‘o meu é meu, e o seu é seu’; e somente o medo impede o homem de dizer ‘o seu émeu’ ”.
Pticha (ptirra?)04
04) A necessidade de desenvolver o ‘desejo de receber’ em quatro níveis (Bechinot) através dos quatro mundos de ABYA tem causa na regra existente, de acordo com a qual, somente a expansão da luz, seguida por sua subseqüente expulsão (doação, de preferência), faz com que o vaso se torne apropriado para o uso.
Uma explicação: quando o vaso é preenchido com a luz, eles se conectam inseparavelmente. O vaso, na verdade, é inexistente; ele se anula, como a chama de uma vela desaparece diante da chama de uma tocha.
O desejo é satisfeito, então ele deixa de existir. Ele somente pode reaparecer depois que a luz saia dele, pare de satisfazê-lo. A razão para essa auto-aniquilação do vaso reside em seu total contraste com a luz. A luz vem diretamente da essência do Criador, do Pensamento da Criação. Essa luz é um ‘desejo de doar’ e não tem nada a ver com o ‘desejo de receber’ (só o princípio, claro) O vaso é absolutamente oposto (temos de unir todos os opostos)a ela – ele é um tremendo ‘desejo de receber’ a luz.
O vaso é uma raiz, uma fonte de algo muito novo, inexistente antes da criação. O vaso não tem ‘desejo de doar’. Quando a luz e o vaso se conectam inseparavelmente, o ‘desejo de receber’ é anulado pela luz. O vaso adquire uma certa forma somente após a expulsão da luz de dentro dele. Esse desejo apaixonado determina a forma necessária de seu ‘desejo de receber’. Quando a luz entra novamente no vaso, eles se tornam dois objetos separados – o vaso e a luz, ou o corpo e a vida. (Verdadeiramente, nada mudou desde a infância!)Tomem nota disso cuidadosamente, porque são noções muito profundas.
Comentários de Rav Laitman:
Quando o Kli começa a receber, ele precisa sentir: ‘Agora eu recebi prazer’. Mas a luz que traz esse prazer não deixa que esse ‘Eu’ se abra e seja sentido pelo Kli. Por isso o ‘Eu’ se anula. Isso significa que o Kli não sente que ele está recebendo, embora esteja.
O Rabbi Baruch Ashlag dá o seguinte exemplo. Um homem velho ganha cem mil dólares na lotaria. Seus amigos têm medo de contar a ele a novidade, pensando que ele possa ter um ataque do coração e morrer por causa do excesso de excitação.
Um deles disse que poderia transmitir a informação sem causar nenhum dano. Ele foi até o velho e perguntou: ‘Se você ganhasse dez dólares na lotaria, você dividiria comigo? – Claro que sim!’ o velho respondeu. ‘E se você ganhasse cem dólares na lotaria, você ainda assim desejaria dividir o prémio comigo? – Por que não?’ respondeu o velho. E assim por diante até que a soma alcançasse os cem mil dólares, e então o amigo perguntou: ‘Você está pronto para assinar nosso contrato? – Claro que sim!’ exclamou o velho. Nesse exato momento o amigo teve um colapso e caiu morto no chão.
Nós vemos então que o homem pode morrer por causa de uma grande alegria, pois quando a luz é muito poderosa, anula o ‘desejo de receber’. Nesse caso, o Kli desaparece e a luz se limita a sair para encorajar o Kli a se esforçar por ela.
Por que então a luz não anula o vaso, a Bechina Dalet, quando volta para ele? Quando a Or e o Kli estão juntos na Bechina Alef, ambos o ‘desejo de receber’ e o ‘desejo de doar’ precisam se expandir ali. Porém, como eles são opostos um ao outro, o ‘desejo de doar’ anula o ‘desejo de receber’, isto é, evita que ele se expanda.
Depois que a Bechina Dalet se forma, a luz não pode anulá-la, pois elas representam duas forças existentes. Na Bechina Alef a luz não deixa que o ‘desejo de receber’ se expanda e cresça; mas uma vez que ele se tenha desenvolvido, a luz não pode mais interferir com ele.
Por exemplo, dois homens estão lutando. Um deles impede que o outro entre na sua casa. O que importa se eles estão lutando fora da casa, ou se o invasor já estiver dentro da casa? Se nós dissermos isto, que não existe nada além do Criador, que deseja doar prazer, e a criação, que se esforça por este prazer, isto é suficiente para ter Keter como doador e Chochmah como receptor!
Na fase de Chochmah o ‘desejo de receber’ é um com a luz, esta, evitando que ele sinta o que recebe. Porém, esse estado não é perfeito, pois o Kli precisa sentir tudo o que recebe. Por exemplo, o homem dá algo ao seu amigo, mas o amigo não consegue sentir isto. Nesse caso, o doador está violando o mandamento de ‘não destruir’.
Por isso, está clara a razão pela qual nós não recebemos coisas importantes (preciosas). Como ficamos contentes com prazeres pequenos, nós não merecemos receber coisas valiosas. Assim, o desenvolvimento das 4 fases é necessário para o nascimento do Kli, que sente o que recebe.
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Pticha 05
A criação se desenvolve de acordo com quatro fases:
(1) Contém tanto a luz quanto o vaso, feito do desejo de receber. Esse vaso contém toda a luz, a da sabedoria e a da vida),
(2) esta fase desejou adquirir as propriedades da luz que está dentro dela. O ‘desejo de doar’ ao Criador despertou nela.
A natureza da luz é um puro ‘desejo de doar’.
Em resposta ao despertar desse desejo, o Criador enviou uma luz nova e diferente, chamada Or Rassadim (a luz da misericórdia). Por isso, a Berriná Alef livrou-se quase completamente da Or Chochmah, dada pelo Criador. A Or Chochmah somente pode estar presente no vaso apropriado, isto é, o ‘desejo de receber’. Ambas, a luz e o vaso, na Bechina Bet, são totalmente diferentes do que há na Bechina Alef, pois o vaso na Bechina Bet é o ‘desejo de doar’, e a luz é Or Chassadim. A Or Chassadim é o prazer de ser como o Criador.
O ‘desejo de doar’ leva à equivalência de propriedades com o Criador, o que, nos mundos espirituais, leva à fusão com Ele.
(3) Emerge a Bechina Guimel. Depois da luz dentro da criação ter passado pelo nível de Or Chassadim, na quase completa ausência de Or Chochmah (como sabemos, Or Chochmah é a principal força de vida na criação), a Bechina Bet sentiu sua deficiência. No fim de seu desenvolvimento, ela atrai uma porção da Or Chochmah, de modo a que esta possa começar a brilhar dentro de sua Or Chassadim.
Nesse extremo, ela despertou novamente uma porção de seu desejo interior para receber, e formou um novo vaso chamado Bechina Guimel, ou Tifferet. A luz dentro dela é Or Chassadim, com a luminescência de Or Chochmah, pois a parte principal dessa luz é Or Chassadim, sendo a Or Chochmah menos significativa. Segue-se a Bechina Dalet, porque o vaso da Bechina Guimel também quer atrair Or Chochmah no final de seu desenvolvimento – mas desta vez, ele quer toda a Or Chochmah, assim como aconteceu na Bechina Alef.
Resulta que esse desejo recém-desperto leva a uma situação em que a Bechina Bet sente o desejo apaixonado que a Bechina Alef tinha. Além disso, agora, após ter expelido a luz uma vez, a criação sabe o quanto isso a faz sentir-se mal, por isso deseja a luz muito mais que no estado inicial da Bechina Alef.
Assim, a emanação da luz e sua subseqüente expulsão criam um vaso. Se o vaso agora receber a luz novamente, ele precederá a luz. Assim, a Bechina Dalet é uma fase final na criação do vaso chamado Malchut.
Comentários de Rav Laitman:
Por que a própria luz tornou-se a razão para o desejo de doar, do Kli? Observamos uma lei na nossa natureza: cada ramo anseia por ser como a sua raiz. É por isso que, assim que vem a luz de Chochmah, o Kli a recebe. Porém, quando ele sente que a luz veio do Doador, ele quer ser como a Fonte, e não, receber (Quer dar e receber, assim é que é!!). Isso significa que duas ações vêm de Keter:
a) o desejo de doar prazer à criação, que criou o ‘desejo de receber’, que é Bechina Alef;
b) o desejo de doar ações à criação, porque esta última sente que a luz que ela recebe vem do doador superior, e por isso, também quer doar.
Podemos ver um exemplo disto em nosso mundo material. Uma pessoa dá a outra um presente, e esta o recebe. Então o que recebeu começa a pensar e compreende: ‘Ele é um doador e eu sou um receptor! Eu não deveria aceitar isto!’ É por isso que ele devolve a doação. No começo, quando ele recebeu o presente, ele estava sob a influência do doador e não sentia que era um receptor. Porém, após a recepção, ele começou a sentir que era um receptor, o que fez com que ele recusasse o presente.
É necessário salientar que essa pessoa tem um ‘desejo por receber’, porque de fato ele recebeu o presente no início. Mas ele não pediu o presente! Por isso, isso não é considerado um Kli. O Kli é um estado no qual ele sente que há prazer, pede e apela ao doador para que lhe dê esse prazer.
Por que a Aviut de Bina é maior que a de Chochmah, isto é, por que ela tem um ‘desejo de receber’ maior, embora só queira doar? Chochmah é o vaso que não sentiu ainda que ele recebe; o doador o controla completamente. Porém, Binah já sentiu a si mesma como um receptor; assim, sua Aviut é maior.
Há duas espécies de luz:
a) a luz do Propósito da criação, chamada ‘Or Chocghmah’, vem direto do Criador (o ‘desejo de doar’ à criação); isto é Bechina Alef.
b) a luz da Correção (ou desenvolvimento ou aperfeiçoameto) da criação, chamada Or Chassadim, que se expande graças à criação; esta é denominada Bechina Bet.
Por que se diz que Or Chassadim se expande graças à criação? Não é o Criador a fonte da luz e do prazer? É porque o prazer do Criador vem à criação graças à fusão desta com a Fonte do prazer.
O começo da criação acontece como segue:
A luz vem do Criador, a Or-prazer. Essa emanação da luz do Criador é chamada fase zero, ou a raiz (Shoresh).
A luz cria o Kli, que é capaz de sentir, absorver todo o prazer contido na luz. Suponhamos que o Criador queira doar à criação 1kg de prazer. Nesse caso, ele deveria ter criado o ‘desejo para receber’ esse prazer (Kli) com a capacidade de 1kg, que pudesse absorver todo o prazer.
Tal estado do Kli sendo completamente satisfeito pela luz do Criador é chamado fase Alef (1). Essa fase se caracteriza pelo desejo de receber prazer. A luz que transmite o prazer é chamada ‘Or Chochmah’. O Kli, nessa fase, recebe a Or Chochmah; por isso, a própria fase é chamada Chochmah.
O Kli recebe a luz do Criador, sente absoluto prazer e adquire essa propriedade – o ‘desejo de doar’(e de receber), para dar prazer. Como resultado, em vez de receber, o Kli agora deseja doar, e pára de receber a luz. Como um novo desejo, contrário ao inicial, surgiu no Kli, ele passa para um novo estado, que é chamado a fase Bet (2), o ‘desejo de doar’, ou Binah.
O Kli parou de receber a luz. A luz continua a interagir com o Kli e diz a ele que, recusando a receber a luz, ele não cumpre nem o Propósito da Criação, nem o desejo do Criador. O Kli analisa essa informação, e chega à conclusão de que ele realmente não está satisfazendo o desejo do Criador.
Mais ainda, o Kli sente que a luz é uma força vital, e que ele não pode prosseguir sem ela. Por isso, o Kli, ainda desejando doar, decide começar a receber uma porção essencial da luz. Resulta que o Kli concorda em receber a luz por duas razões: primeiro, porque quer satisfazer o desejo do Criador, essa sendo a razão principal; e segundo, ele sente que não pode existir sem a luz.
O aparecimento de um novo, embora ínfimo, desejo de receber a luz no Kli, cria uma nova fase que é chamada Behina Guimel (3), ou Zeir Anpin.
Enquanto simultaneamente dá e recebe um pouco na fase Guimel, o Kli começa a compreender que o desejo do Criador é satisfazê-lo completamente com a luz, de modo que ele seja capaz de ter prazer nela, infinitamente. Como o Kli já adquiriu um pouco da Luz Chochmah, necessária para sua existência, ele agora decide receber o restante da luz. Este é o desejo do Criador, e o Kli decide receber a luz do Criador como fez na fase 1.
A nova fase é chamada Bechina Dalet (4). Ela difere da fase 1, por expressar independentemente o seu ‘desejo de receber’.
A primeira fase era preenchida inconscientemente com a luz, pelo desejo do Criador. Ela não tinha desejo próprio. A 4ª fase é chamada ‘o reino dos desejos’, ou Malchut. Esse estado, Malchut, é chamado ‘o mundo da Infinidade’ (o Olam Ein Sof) – um desejo infinito, ilimitado para receber prazer, para ser preenchido com a luz.
Bechinat Shoresh (0) é o desejo do Criador de criar a criação e dar a ela o máximo de prazer. Nesta fase, como numa semente, ou embrião, está incluída toda a criação subseqüente, do começo ao fim, compreendendo a atitude do Criador para com a futura criação.
Bechinat Shoresh (0) é o Pensamento da criação inteira. Todos os processos subseqüentes são somente a realização desse Pensamento. Cada fase subseqüente é a conseqüência lógica da anterior. O desenvolvimento prossegue desde o alto e cada fase precedente é mais ‘elevada’ que a seguinte, isto é, a fase precedente inclui todas as seubsequentes.
Ao longo desse desenvolvimento, desde o Criador até nosso mundo, novos mundos vêm a ser; tudo se desenvolve da perfeição, para a imperfeição. O Criador criou a luz, o prazer, a partir de Si Mesmo, a partir de Sua Essência. Por isso, diz-se que a luz foi criada ‘Yesh mi Yesh’ (existência da existência), isto é, que a luz existiu desde sempre. Porém, com o aparecimento da fase 1 do desejo de receber prazer, o vaso, o Kli, é chamado ‘Yesh mi Ayn’ (existência da não-existência), isto é, o Criador fez isto a partir do nada; porque não pode haver nem mesmo o mínimo ‘desejo de receber’ no Criador ???.
Pticha 06 a 09
Do Baal haSulam:
06) As quatro fases mencionadas acima correspondem às dez Sefirot, de que consiste todo o ser que foi criado. Essas quatro fases correspondem aos quatro mundos de ABYA, que incluem todo o Universo, e todos os detalhes existentes na realidade. A Bechina Alef é chamada Chochmah, ou o mundo de Atzilut. A Bechina Bet é chamada Binah, ou o mundo de Beriah. A Bechina Guimel é chamada Tifferet, ou o mundo de Yetzirah. A Bechina Dalet é chamada Malchut, ou o mundo de Assiyah.
Agora vamos entender a natureza dessas quatro Bechinot existentes em todas as almas. Cada alma (Neshamah) tem origem no mundo da Infinidade e descende do mundo de Atzilut, adquirindo as propriedades da Bechina Alef ali. No mundo de Atzilut, ela ainda não é chamada uma ‘Neshamah’, pois esse nome designa um certo grau de separação do Criador, e leva a uma queda do nível da Infinidade, de um estado de completa união com o Criador, e adquire alguma ‘independência’. Porém, este ainda não é um vaso completamente formado, e assim, nada o separa da Essência do Criador, até então.
Como nós já sabemos, enquanto na Bechina Alef, o vaso ainda não é propriamente um vaso, pois nesse estágio ele se anula com relação à luz. Por isso, no mundo de Atzilut, diz-se que tudo é absolutamente Divino – ‘Ele é um e Seu Nome é um’. Mesmo as almas de outras criaturas, passando através desse mundo, fundem-se ao Criador.
07) A Bechina Bet governa o mundo de Beriah; isto é, o seu vaso é o ‘desejo de doar’. Conseqüentemente, quando a alma chega ao mundo de Beriah, ela alcança esse estágio do desenvolvimento do vaso e já é chamada ‘Neshamah’. Isso significa que ela está separada da Essência do Criador e adquiriu um certo grau de independência. Todavia, esse vaso ainda é muito ‘puro’, ‘transparente’, isto é, muito próximo ao Criador em suas propriedades. Portanto, ele é considerado completamente espiritual.
08) A Bechina Guimel governa o mundo de Yetzirah; este contém uma certa quantidade de ‘desejo de receber’. Assim, quando a alma vem ao mundo de Yetzirah, alcança esse estágio do desenvolvimento do vaso – ela existe no estado de ‘Neshamah’, e agora é chamada ‘Ruach’. Esse vaso já possui uma certa Aviut, isto é, uma certa porção do ‘desejo de receber’. No entanto ele ainda é considerado espiritual, pois essa quantidade e qualidade do ‘desejo de receber’ é insuficiente para ser completamente separado, em suas propriedades, da Essência do Criador. Uma separação completa da Essência do Criador é um corpo, que seja completo e claramente ‘independente’.
09) A Bechina Dalet governa o mundo de Assiyah; este é o estágio final do desenvolvimento do vaso. Nesse nível, o ‘desejo de receber’ alcança o máximo de sua evolução. O vaso torna-se um corpo totalmente separado da Essência do Criador. A luz dentro da Bechina Dalet é chamada ‘Nefesh’. Esse nome designa a falta de movimento independente nessa espécie de luz. Além disso, lembrem-se que nada existe no Universo que não consista de seu próprio ABYA (quatro Bechinot).
Comentários do Rav Laitman:
Qual é a diferença entre o ‘desejo de receber’ e a alma? O ‘desejo de receber’ é chamado Bechina Dalet. Isto é o coração de todas as coisas; ele sente e atinge todos os níveis. Como regra, a ‘luz’ é chamada ‘alma’. Uma luz sem aquele que a contenha é chamada ‘luz’ (*simplesmente). A luz junto com aquele que a atinge é chamada de ‘alma’.
Por exemplo, cinco pessoas estão olhando para um avião, através de binóculos, e cada uma tem um binóculo melhor que as outras. Então, a primeira diz que o avião mede 20cm. A segunda sustenta que o avião mede 1m. Cada uma delas diz a verdade, porque suas bases são especulações sobre o que elas vêem, mas suas opiniões de modo algum afetam o avião.
A razão para a diferença de opiniões consiste na diferença de qualidade das lentes dos binóculos. O mesmo ocorre conosco; não há mudança na luz, todas as mudanças ocorrem naqueles que a atingem, e seja o que for que nós captemos, é chamado ‘alma’. Em nosso exemplo os binóculos são a equivalência de propriedades, e nesse sentido, há diferenças entre aqueles que atingem, e em tudo o mais que é atingido - a alma
Pticha 22
Do Baal haSulam:
22) Os cinco níveis (Bechinot) das 10 Sefirot da Luz Refletida emergem por causa das cinco espécies de Zivugey de Haka’a (Contatos de Colisão) da Luz Superior com os cinco níveis da Aviut da tela. Essa luz não é percebida ou atingida por ninguém se não houver vaso para recebê-la.
Essas cinco fases emergem das cinco Bechinot da Aviut da Bechinah Dalet, que eram cinco vasos de recepção antes do TA; elas envolvem as 10 Sefirot: Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut. Após o TA, essas mesmas cinco Bechinot fundem-se com as cinco Bechinot da tela, e com a ajuda da Luz Refletida, tornam-se novamente vasos de recepção, no lugar das cinco Bechinot da Bechinah Dalet, que desempenhava esse papel antes do TA.
Agora podemos compreender que se a tela tiver todas essas cinco Bechinot de Aviut, então ela possuirá cinco vasos para envolver as 10 Sefirot, isto é, para receber a Luz Superior. Se a Aviut da Bechinah Dalet estiver ausente na tela, ela terá somente quatro vasos e poderá receber somente as quatro luzes correspondentes a Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut, mas não poderá receber a luz de Keter.
Se a Aviut da Bechinah Guimel estiver ausente na tela, ela terá somente três vasos e poderá receber somente as três luzes correspondentes a Binah, Tifferet e Malchut. As luzes correspondentes a Keter e Chochmah, assim como os vasos correspondentes às Bechinot Guimel e Dalet estarão ausentes nela.
Se a tela tiver somente dois níveis de Aviut, Shoresh e Bechinah Alef, ela possuirá somente os dois vasos correspondentes às luzes de Tifferet e Malchut. Resulta que num tal Partzuf, faltam as três luzes de Keter, Chochmah e Binah, assim como os três vasos correspondentes às Bechinot Bet, Guimel e Dalet. Se a tela tiver somente a Aviut Shoresh, então ela terá somente um vaso, com somente a luz de Malchut (Nefesh).
As luzes remanescentes, Keter, Chochmah, Tifferet e Malchut, estarão ausentes nele. Assim, a medida de cada Partzuf depende somente da Aviut da tela (espessura). A tela com a Aviut de Bechinah Dalet cria um Partzuf consistente de cinco níveis incluindo Keter. A tela com a Aviut de Bechinah Guimel cria um Partzuf consistente de quatro níveis até Chochmah, e assim por diante.
Comentários de Rav Laitman:
Há cinco níveis do desejo de receber prazer na tela, isto é, cinco níveis de força anti-egoísta de resistência ao prazer. Duas dessas forças, a espessura (Aviut) e a força (Kashiut), precisam ser balanceadas. Então Malchut tem a liberdade de escolha e pode tomar suas próprias decisões, pois ela é independente de todos os seus próprios desejos e prazeres.
A Or Yashar é igual à Or Chozer, o que significa que a criação deseja doar ao Criador o mesmo prazer que Ele preparou para ela. A Or Chozer (Rozer)(intenção) reveste, por assim dizer, o prazer do Criador; isso demonstra que o Kli não quer esse prazer para si mesmo, mas devolve o prazer ao Criador.
Na ausência de mais um desejo (significa a ausência do ‘desejo de doar’, e não um ‘desejo de receber’ egoísta, pois este nunca desaparece), Guimel, a tela pode envolver apenas três luzes em sua Luz Refletida. Assim, ela não será capaz de ‘ver’ as luzes de Yechidah e Chayah. É por isso que nós não podemos sentir a luz do Criador em nosso mundo. Inicialmente, nós não possuímos a tela e a luz refletida por ela, sem a qual é impossível ver ou sentir a luz do Criador.
A quantidade da Luz Refletida depende da força da tela: quanto mais forte for a tela, mais alto será o nível da Luz Refletida, mais longe o Kli verá, e mais ele poderá receber em prol do Criador. Quando a tela torna-se mais fraca, o Kli vê menos e assim, pode receber menos em prol do Criador.
Não há mudanças na tela. Todas as mudanças são somente na Aviut. A tela é a força de resistência ao egoísmo; ela está presente em cada propriedade. A diferença está na Aviut, no número de desejos egoístas providos com a tela. Nós estudamos somente quatro níveis de Aviut, pois Keter não tem Aviut (o ‘desejo de receber’); ela somente quer doar.
O desejo de dar prazer às criaturas – Keter – evocou o ‘desejo de receber’ nas Sefirot interiores; assim, Keter é a raiz da Aviut. Quando o objeto espiritual inferior é incapaz de receber com a intenção em prol do Criador , ele usa a Aviut shoresh, isto é, ele somente pode praticar atos de doação com a intenção em prol do Criador.
Há a luz – prazer, o Kli – o ‘desejo de receber’, e a tela – a força de resistir ao prazer. O Kli cria a tela para tornar-se semelhante ao Criador. Não há nada além disso em todo o universo!
Lembrem-se disso constantemente e tentem interpretar a Kabbalah com a ajuda desses três componentes.
Nós não podemos sentir nenhum prazer espiritual porque nos falta até mesmo uma tela mínima. O poder da vontade da tela determina com qual prazer o Kabbalista trabalha. Após o TA, o Kli inclui não somente o ‘desejo de receber’, mas também o ‘desejo de receber’ com a tela, isto é, não para auto-satisfação, mas para o Criador.
Quando não há tela para um certo desejo, isso significa que o Kabbalista não pode trabalhar com ele, isto é, ele é inapto a ser preenchido com a luz; por isso dizemos que ele está ausente. Ele não desaparece: somente não é usado. O nível espiritual (Koma) de um Partzuf depende da intensidade do desejo ajustado à tela.
A oposição ao desejo mais intenso – Dalet, dá nascimento ao Partzuf do nível mais alto – Keter. A oposição ao desejo do nível Guimel dá nascimento ao Partzuf de Chochmah, que é um grau abaixo de Keter. A força de oposição ao desejo Bet cria o Partzuf do nível de Binah, um grau mais baixo que o precedente, isto é, ele pode se assemelhar ao Criador ainda menos do que com a tela Guimel.
Se a tela pode resistir ao desejo Alef, isso significa que o nível espiritual do Kabbalista é Tifferet. Se ela pode resistir ao menor desejo – Shoresh, então isso dá nascimento ao Partzuf mais tênue, Malchut.
Os desejos egoístas devem ser usados apenas na extensão do poder da vontade para resistir a eles. Não se pode trabalhar com desejos incorrigidos sem a tela; eles precisam ser neutralizados e restritos. Os desejos nem aparecem nem desaparecem; eles são criados pelo Criador. Somente seu uso depende do homem.
Tudo depende da força de resistência da tela, a intenção, que torna o receptor em doador. É isso que significa o ‘jogo’ entre o Criador e a criação: transformar um desejo egoísta em um desejo altruísta, isto é, dirigi-lo ao Criador.
Todos os desejos estão em Malchut do mundo da Infinidade; ela os usa de acordo com a tela, que emerge nela em cada caso. Há as telas com a ajuda das quais Malchut constrói mundos, e aquelas que formam vários Partzufim. Certos tipos de tela promovem o aparecimento das almas. Todas essas são partes do Malchut do mundo da Infinidade.
Desistir de um certo prazer é mais fácil do que recebê-lo de alguém, que o dá a você. A pessoa pode sempre receber menos luz em prol do Criador, do que aquela de que consegue desistir. Ou pode-se escolher não ‘trabalhar’ com a luz de modo algum.
Se um Kli decide receber egoisticamente, isto é, se ele tem um desejo sem uma tela, a luz primeiro se aproxima do Kli (o Kli atrai a luz), mas assim que a luz tenta entrar, a lei do TA entra em ação e a luz se retrai.
Quando Malchut do mundo da Infinidade fez o TA, o Criador aceitou essa lei. Por isso, nós não podemos usar abertamente o nosso egoísmo. Estamos sob a influência dessa lei; assim, não podemos sentir nenhum prazer espiritual até que tenhamos conseguido criar uma tela para ele.
Adicionalmente, o que são os prazeres deste mundo? Eles constituem a micro-dose da luz (a Ner Dakik) de toda a Malchut do mundo da Infinidade, que teve permissão para ser sentida por nós e pode existir fora do TA. Transcender este mundo somente é possível adquirindo-se uma tela.
Se houver uma tela para um prazer maior, então ela também estará disponível para um prazer menor. Para parar de receber prazer para si mesmo, é preciso adicionar uma intenção a esse prazer (a Or Chozer), e recebê-lo em prol do Doador.
Movimento, no mundo espiritual, ocorre somente por causa do fortalecimento ou do enfraquecimento da tela. Toda a criação, Malchut do mundo da Infinidade, gradualmente adquire a tela para todos os seus desejos. Quando todos os desejos de Malchut estiverem ajustados à tela, Malchut atingirá o estado da ‘Correção Final’ (Gmar Tikkun). Esse é o significado de todas as ações da criação.
A criação da tela, sua interação com a luz, a Or Chozer envolvendo a luz, é chamada ‘mandamento’, Mitzvah. A luz recebida é chamada ‘Torah’. Em resumo há 620 níveis, degraus, medidas da interação da tela com a luz, de modo a receber todas as partículas da luz em todos os desejos de Malchut. Quando Malchut estiver completamente preenchida com a luz do Criador, isso significará que ela recebeu a Torah inteira e alcançou a perfeição.
Pticha 23 e 24
Do Baal haSulam:
23) Precisamos entender por que, na ausência do vaso de Malchut, falta a luz de Keter, e por que falta a luz de Chochmah quando o vaso de Tifferet também está ausente. Diante disto, tudo em volta se modifica. Se a Aviut da Bechinah Dalet estiver ausente na tela, então deverá faltar a luz de Malchut (Nefesh). Se dois vasos estiverem ausentes – Bechinah Guimel e Bechinah Dalet – faltarão também as luzes de Tifferet e Malchut.
Comentários de Rav Laitman:
Supostamente, se não houver força de resistência para o maior desejo (Malchut), então é de se presumir que faltará a luz de Malchut, isto é, a luz que satisfaz este desejo. Então, por que sustentamos que a luz maior (Keter) está ausente, neste caso? Esta não é a luz que satisfaz Bechinah Keter?
Isso pode ser explicado pela relação inversa entre a luz e o vaso, isto é, primeiro, o menor desejo (Keter) é preenchido com a menor luz de Malchut (Nefesh), até então, independentemente do Kli formado, e tomando seu lugar temporariamente. Porém, na medida em que o desejo gradualmente cresce, ou melhor, em que se adquire a tela para mais desejos, luzes maiores preenchem o Kli Keter, Enquanto isso, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut são preenchidos com as várias luzes até que Malchut finalmente seja preenchida com a luz de Nefesh e Keter com a luz de Yechidah.
Do Baal haSulam:
24) O fato é que há uma relação inversa entre as luzes e os vasos. Primeiro, os vasos mais altos emergem e começam a crescer no Partzuf, de Keter abaixo até Chochmah e assim por diante até Malchut.
Por isso nós denominamos os vasos de acordo com a ordem de seu crescimento: Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut (KaChaB-TuM), de cima abaixo. As luzes entram no Partzuf na ordem oposta, primeiro as inferiores: a luz mais inferior – Nefesh (o lugar dela é dentro de Malchut), e então Ruach, (a luz de Zeir Anpin) e assim por diante até Yechidah.
Por isso, nós nomeamos as luzes na seguinte ordem: Nefesh, Ruach, Neshamah, Chayah e Yechidah, de baixo para cima, de acordo com a ordem em que elas entram no Partzuf. Quando o Partzuf tem apenas um vaso (que pode ser apenas Keter), a primeira luz a entrar não é Yechidah, que deveria estar dentro dele, mas Nefesh, a luz mais inferior.
Quando os dois vasos mais elevados, Keter e Chochmah, emergem no Partzuf, então a luz Ruach também entra nele. A luz Nefesh sai do vaso Keter e desce para o vaso Chochmah, enquanto a luz Ruach entra no vaso Keter. Quando o terceiro vaso, Binah, emerge no Partzuf, a luz Nefesh sai do vaso Chochmah e desce para o vaso Binah, enquanto a luz Ruach desce para o vaso Chochmah e a luz Neshamah entra no vaso Keter.
Quando o quarto vaso Tifferet emerge no Partzuf, a luz Chayah entra nele; a luz Nefesh sai do vaso Binah e desce para o vaso Tifferet. Enquanto a Luz Ruach desce para o vaso Binah, a luz Neshamah entra no vaso Chochmah e a luz Chayah entra no vaso Keter.
Quando o quinto vaso Malchut emerge no Partzuf, a luz Yechidah entra nele. Todas as luzes agora estão em seus lugares, pois a luz Nefesh sai do vaso Tifferet e desce para o vaso Malchut, enquanto a luz Ruach desce para o vaso Tifferet, a luz Neshamah entra no vaso Binah, a luz Chayah entra no vaso Chochmah, e a luz Yechidah entra no vaso Keter.
Quando o Partzuf, consistente de cinco partes do ‘desejo de receber’ (os Kelim Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut) é preenchido com a luz, Nefesh está em Malchut, Ruach está em Tifferet, Neshamah está em Binah, Chayah está em Chochmah e Yechidah está em Keter. É assim que se apresenta um Partzuf completamente preenchido.
Comentários de Rav Laitman:
Porém, a formação, isto é, a correção dos vasos, a aquisição da tela por eles, ocorre desde o menos egoísta (Keter) até o mais egoísta (Malchut), de cima para baixo. Seu preenchimento com a luz começa pela luz mais fraca (Nefesh), até chegar ao prazer mais intenso (Yechidah).
Gradualmente, todas as luzes primeiro entram em Keter, uma após a outra. O preenchimento do Partzuf sempre ocorre nesta ordem: Keter – Chochmah – Binah – Tifferet – Malchut. As luzes entram nesta ordem: Nefesh – Ruach – Neshamah – Chayah – Yechidah. A regra estabelece: o Kli começa a crescer a partir da Sefirah mais elevada, enquanto as luzes entram a partir da mais inferior. Parece com dois cilindros entrando um no outro.
De acordo com a ordem de sua entrada no Partzuf, de Nefesh até Yechidah, as luzes são abreviadas por NaRaNChaY, desde a menor até a maior, enquanto os Kelim são abreviados de acordo com sua ordem descendente, KaChaB-TuM.
Observamos a mesma ocorrência em nossa vida: se eu quero resistir a algum prazer, embora permaneça de certo modo conectado a ele, eu sempre começo pelo prazer menor, passando gradualmente para delícias mais e mais intensas, até que eu esteja absolutamente seguro de que até os maiores prazeres que eu possa receber não sejam em prol de mim mesmo.
Quando dizemos que um novo Kli nasceu, isso significa que há uma tela para o prazer correspondente, a força de resistir a essa delícia, a intenção de receber em prol do Criador. Conseqüentemente, o Partzuf estará sendo preenchido com a luz correspondente à força que se opõe (a essa luz).
A tela aparece como resultado de estudos dirigidos e trabalho em grupo, com a intenção apropriada. Quando um Kabbalista adquire uma tela para o menor desejo, ele somente trabalha com este desejo. O resto de seus desejos são simplesmente postos de lado e restritos. Por causa dos esforços do homem, a tela torna-se mais forte, isto é, emerge uma força adicional para resistir a um desejo maior, e o homem começa a trabalhar com dois desejos, e a receber duas luzes.
Isso continua até que haja uma tela para todos os cinco desejos, quando todas as luzes possam ser recebidas em prol do Criador. Toda vez que um homem pode trabalhar com novos desejos, os desejos precedentes aproximam-se da perfeição, pois paralelamente à luz que estava neles, uma luz nova, mais poderosa, entra, trazendo um prazer maior.
Se uma pessoa, que faz estudos consistentes, junto com um grupo de pessoas com a mente semelhante, e escuta as explicações do Professor, puder depois concentrar-se nas mesmas matérias espirituais, enquanto passa por vários estados e circunstâncias de nosso mundo, então da próxima vez que ela vier estudar ela sentirá mais do que da vez anterior. Ela terá recebido uma luz mais alta, pois ela agora estará trabalhando com Kelim mais puros e não pensará em prazeres animais. É isso que significa a relação inversa entre as Orot e os Kelim (as luzes e os vasos).
A terra de Israel difere de todos os outros lugares por seu alto nível de egoísmo. É o lugar mais difícil para o trabalho espiritual. Porém, ao mesmo tempo, é único, e o mais favorável.
Essa terra tem um potencial espiritual especial. O Baal haSulam escreveu que Jerusalom é o lugar da destruição do Templo. A força mais poderosa está presente ali, mas assim também estão as forças impuras mais poderosas, as Klipot.
O Kli Keter, a Aviut Shoresh, está designado para o menor ou para o maior prazer? Ele está destinado à maior delícia, a Or Yechidah, que entra em Keter por último, quando o Masach torna-se forte o suficiente para opor-se ao mais intenso desejo de Malchut. Em outras palavras, trabalhando com os desejos mais baixos, criando para eles a intenção de receber prazer em prol do Criador, o Kabbalista recebe a maior delícia – a Or Yechidah, que entra no mais puro Kli Keter.
Se, satisfazendo seus grosseiros desejos animais, o homem puder pensar no Criador e no Propósito da Criação, então enquanto aprende, estuda textos da Kabbalah e reza, ele certamente estabelecerá um contato melhor com o Criador.
Há cinco desejos para receber prazer no Kli. Sua ‘medida’ ou ‘volume’ depende somente da tela. O nível do desejo a que a tela pode resistir determina a luz que entrará no Kli, isto é, o nível do Kli. Primeiro, a pessoa trabalha com o Kli de Aviut de Shoresh e gradualmente, cria a tela para Aviut Alef.
Quando esse processo estiver concluído, você será capaz de receber a mesma tela para a Aviut Alef, e de trabalhar com ela. Então, pouco a pouco, você criará uma tela para a Aviut Bet, Guimel e Dalet. O Kli com a inicial Aviut Shoresh precisa ter rudimentos da tela para todas as cinco Bechinot (berrinot), para construir a tela para todas essas espécies de Aviut.
O Kli gradualmente constrói a si mesmo, indo desde os menores desejos até os maiores. Isso acontece nessa ordem, para evitar a recepção egoísta do prazer. Os desejos são medidos de acordo com a intensidade do prazer sentido. É assim que a humanidade progride, desde os pequenos desejos, até os maiores.
Começando a trabalhar com o menor desejo (Keter), o homem o transforma em um desejo altruísta, com a ajuda da tela. Então ele recebe a luz Nefesh, sentindo um grande prazer, porque o Criador Se revela parcialmente nessa luz, isto é, de acordo com a medida da correção do Kli, ele se torna igual ao Criador.
A Or Nefesh é a delícia de estar unido ao Criador na parte menor, na quinta parte, em que a pessoa é capaz de sentir eternidade, sabedoria, absoluto conhecimento, extrema delícia e perfeição.
Tal estado do Kli significa transcender os limites de nosso mundo, de nossa natureza. Até então, o Kli não é capaz de ver além desse estado. Porém, na medida em que ele se desenvolve mais adiante, ele começa a sentir estados mais e mais perfeitos, recebendo prazeres cada vez maiores.
A recepção da Or Nefesh pelo homem significa recepção de todas as partes dessa luz: Nefesh de Nefesh, Ruach de Nefesh, Neshamah de Nefesh, Chayah de Nefesh e Yechidah de Nefesh. Qualquer Kli, qualquer recepção, também consiste de cinco partes. Isso é como nós recebemos informação através de nossos cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato.
Todas essas cinco luzes precisam se manifestar no Kli Keter, onde a luz Nefesh entra primeiro. O mesmo acontece com o resto das luzes. Todas as armadilhas externas religiosas apenas fazem alusão às ações espirituais. Grandes Kabbalistas em cada geração introduziram algumas regras na vida das massas religiosas, para ligá-las à torah e assim educá-las.
Por exemplo, há uma tradição de colocar dois mantos, que simbolizam os dois tipos de ‘Levushim’ (roupagens) que revestem a alma no mundo de Atzilut. Todos esses rituais religiosos têm um significado Kabbalístico. A principal lei espiritual é a equivalência das propriedades do homem, seus desejos, com aqueles do Criador.
A luz do Criador é homogênea por natureza. Um certo Kli, dependendo de seus parâmetros internos, distingue, na luz homogênea, vários ‘sabores’, isto é, diferentes espécies de prazer: a Or Yashar, a Or Chozer, a Or Elion, a Or Pnimi, a Or Makif etc. É a mesma luz; tudo depende de como o Kli a percebe. Antes de entrar no Kli, ela é chamada a simples Luz Superior (a Or Elion Mufshat), pois não se pode distinguir nela nenhuma diversidade de propriedades.
Isso se assemelha ao exemplo do Baal hasulam sobre o maná celeste, que não tinha gosto, embora cada um sentisse o gosto que correspondia às suas propriedades. Se a simples Luz Superior brilha na cabeça do Partzuf, ela é chamada a ‘Or Yashar’ (a Luz Direta). A luz refletida pela tela (a Or Chozer) envolve a Or Yashar, e quando ambas entram no Kli, essa luz recebe outro nome – a Or Pnimi (a Luz Interior), ou Ta’amim (sabores).
Como o Partzuf recebe apenas uma certa porção da luz que vem, a parte não recebida fica fora do Kli. Essa parte da luz é chamada ‘Or Makif’ (a Luz Circundante). O Partzuf gradualmente receberá essa luz em pequenas porções. O estado no qual toda a Luz Circundante será capaz de entrar no Partzuf é chamado Gmar Tikkun (a Correção Final).
A luz que sai do Kli é chamada ‘Nekudot’ – pontos, porque Malchut é chamada um ponto, um ponto preto, devido às suas propriedades egoístas, que são incapazes de receber a luz após o TA. Após preencher o Partzuf com a Luz Interior, a Luz Circundante pressiona a tela no Tabur, de modo que o Kli possa receber a luz que ficou fora.
Porém, o Partzuf não tem o Masach apropriado para essa luz. Por isso, se ele a receber (na ausência da intenção em prol do Criador), tal recepção será egoísta. Como a restrição contra a recepção da luz é uma conseqüência do desejo egoísta de Malchut (o ponto preto), a luz que sai de Malchut é chamada Nekudot.
Quando a Luz Interior sai do Partzuf e brilha sobre ele de longe, ela provoca uma sensação especial, uma impressão dentro do Kli, chamada ‘lembranças’ (Reshimot). Essas lembranças constituem a informação vital, sem a qual o Partzuf não poderia saber o que fazer a seguir.
Pticha 25
Do Baal haSulam:
25) Até que a formação de todos os cinco Kelim no Partzuf tenha sido finalizada, suas cinco luzes não estão nos seus lugares; além disso, elas estão arranjadas numa ordem inversa. Na ausência do Kli Malchut, a luz Yechidah está ausente no Partzuf. Na ausência dos dois vasos Malchut e Tifferet, não há as luzes de Yechidah e Chayah. Por um lado, os vasos puros nasceram, de Keter até Malchut; por outro lado, as luzes mais fracas (começando por Nefesh) são as primeiras a entrar neles.
Como qualquer recepção da luz ocorre nos vasos mais puros, cada nova luz precisa entrar no Kli Keter. Quando a nova luz entra no Kli Keter, a luz que estava ali desce para o Kli Chochmah. Quando há um Masach para o vaso Chochmah, Or Ruach entra no Kli Keter e a Or Nefesh desce para Chochmah.
Quando a tela se torna mais forte, formam-se os seguintes vasos: Binah, Tifferet e Malchut, e as luzes Neshamah, Chayah e Yechidah tornam-se capazes de passar através de Keter e preencher os vasos. Todas as luzes entram em seus lugares de direito: Nefesh em Malchut, Ruach em Tifferet, Neshamah em Binah, Chayah em Chochmah e Yechidah em Keter.
Lembrem-se dessa regra sobre a relação inversa entre as luzes e os vasos, e vocês sempre serão capazes de distinguir se as luzes ou os vasos são objeto de referência em um certo contexto, sem se confundir. Nós aprendemos sobre as cinco Bechinot (níveis) da tela e como os níveis do Kli emergem um após o outro em correspondência com as Bechinot.
Comentários de Rav Laitman:
Cada nova luz é bilhões de vezes mais intensa que a precedente. Por isso, cada nível subseqüente é percebido como um mundo totalmente diferente. Em nosso mundo, nós não temos tela alguma, nós não podemos ver a luz que está diante de nós. A pessoa somente pode vê-la com a ajuda da Luz Refletida (a Or Chozer), e somente na medida em que Malchut a reflete.
Porém, estudando Kabbalah, nós estimulamos a Or Makif até que ela crie em nós o Kli primário, Keter, em que nós receberemos instantaneamente a Or Nefesh. Esse estado significa o nosso nascimento espiritual, cruzando a barreira (o Machsom) entre nosso mundo e o mundo espiritual. Isso significa que nós estamos no nível mais baixo do mundo de Assiyah.
Continuando o trabalho em nossa correção, nós adquirimos a próxima tela da Aviut Alef e recebemos a luz Ruach. A seguir, adquirimos as telas para os Kelim Bet, Guimel e Dalet e correspondentemente, recebemos as luzes Neshamah, Chayah e Yechidah. Agora, todas as luzes estão em seus lugares corretos.
Como podemos instalar uma tela? Se eu pudesse conhecer e sentir minhas propriedades egoístas hoje, eu correria para longe das correções! Não há nada que meu egoísmo odeie mais do que a tela. Porém, eu não posso escapar do espiritual, pela simples razão de que meu próprio egoísmo não compreende minhas propriedades. Tal estado inicial, ‘inconsciente’, é criado deliberadamente de modo que nós não possamos sentir a espiritualidade, mas possamos aspirar por ela, em razão da curiosidade e do desejo de melhorar nosso futuro.
Assim, o principal consiste em cruzar a barreira apesar de nossa própria natureza. Isso acontece inconscientemente; o homem não sabe ao que está se dirigindo, ou quando isso poderá acontecer. Após cruzar o Machsom, o homem começa a ver que, até aquele momento, ele estava em um estado semelhante ao sonho.
Dois processos precedem a travessia do Machsom, o primeiro sendo a compreensão do próprio mal. O homem começa a entender o quanto o seu egoísmo é nocivo para ele. O segundo processo consiste na compreensão de que a espiritualidade é muito atraente, e que não há nada mais valioso, magnífico ou eterno do que isso.
Esses dois pontos opostos (a compreensão do mal e a atração pelo espiritual) se unem na pessoa comum para criar o nível zero. Na medida em que ela avança espiritualmente, esses pontos começam a se mover para longe um do outro. Ao mesmo tempo, a espiritualidade se eleva aos olhos do homem, enquanto seu egoísmo é percebido como o mal.
Essa diferença entre a própria apreciação pela espiritualidade e a crítica ao próprio egoísmo torna-se tão tremenda que provoca um grito interior, uma exigência de solução para o problema. Se esse grito interior alcança a intensidade necessária, a tela é dada à pessoa pelo alto.
O estudo do egoísmo, sua correção e seu uso apropriado, constituem toda a jornada do homem desde o estado inicial até o fim (o Gmar Tikkun). Nos mundos espirituais, o homem continua a estudar seu egoísmo em cada nível. Quanto mais alto nós ascendamos, mais egoísmo é adicionado a nós, de modo que trabalhando com ele, nós sejamos capazes de transformá-lo em altruísmo.
Tudo o que dizemos é visto sob a perspectiva da criação. Nós não podemos dizer nada sobre o Criador, pois nós não sabemos realmente quem Ele é. Em um nível pessoal, eu somente sei que Ele é percebido em minhas sensações. Somente filósofos têm tempo para especular sobre algo que nunca será atingido. Por isso, essa ciência degenerou-se completamente.
A Kabbalah opera somente com aquilo que os Kabbalistas sentiram, atraíram muito precisamente para si mesmos, e relataram para nós em uma linguagem especial, a linguagem Kabbalista. Qualquer um pode reproduzir esse processo internamente como se fosse um experimento estritamente científico.
O instrumento de tal experimento é a tela que o homem precisa criar no ponto central de seu próprio egoísmo; esse ‘Eu’ se desenvolve com a ajuda do método chamado Kabbalah.
Há duas espécies de tela. A primeira se posiciona na frente do Kli, no Peh do Partzuf, isto é, em Malchut de Rosh. Ela reflete toda a luz, como se estivesse de guarda quanto à implementação do TA. A segunda tela recebe a luz; ela trabalha com a Aviut que está posicionada em Malchut de Guf. Ela absorve todo o egoísmo que possa ser transformado em recepção em prol do Criador.
Geralmente, a tela está sempre em Malchut, o ponto mais baixo do Partzuf. Reflexão e recepção são duas das suas ações. A primeira forma o Rosh, enquanto a segunda forma o Guf do Partzuf. Para mais detalhes, vejam a parte 3 (‘Histaklut Pnimit’), capítulo 14, página 5 do ‘Estudo das Dez Sefirot’.
Pticha 26
OS CINCO PARTZUFIM DO MUNDO DE ADAM KADMON
Do Baal haSulam:
26) Já entendemos claramente a noção do Masach (tela), posto sobre o Kli Malchut (Bechinah Dalet) após TA, e também as cinco espécies de Zivugey de Haka’a que ocorrem nessa tela para criar cinco níveis de 10 Sefirot, um sobre o outro. Agora vamos aprender sobre os cinco Partzufim do mundo de Adam Kadmon (AK) que precede os quatro mundos de ABYA.
Sabemos que a Or Chozer que emerge como resultado do Zivug de Haka’a reveste as 10 Sefirot da Luz Superior; isto é suficiente apenas para criar as ‘raízes’ dos futuros Kelim definidos como as 10 Sefirot de Rosh.
Malchut expande-se de cima para baixo, de acordo com a altura do nível das 10 Sefirot de Rosh. Isso resulta na criação dos Kelim chamados ‘Guf’ (corpo) do Partzuf (ver parágrafo 14). Assim, há sempre duas espécies das 10 Sefirot no Partzuf: o Rosh e o Guf.
Comentários de Rav Laitman:
Em cada Partzuf, duas espécies das 10 Sefirot podem ser determinadas: o Rosh e o Guf. Aqueles que não sabem hebraico têm muito mais facilidade para estudar Kabbalah, porque eles não tomam literalmente termos cabalísticos tais como Peh – boca, Rosh – cabeça, Guf – corpo, Tabur – umbigo etc. Eles podem entendê-los em abstrato, e não farão uma imagem materialista desses termos.
Esses estudantes facilmente percebem todas as noções acima mencionadas como forças, desejos, intenções, e não como partes do corpo. Não há corpos no mundo espiritual, somente o desejo de receber prazer, a intenção em prol do que ou de quem alguém pode receber esse prazer, e o próprio prazer.
O local em que reside o Masach refletor é chamado Peh. Primeiro, o Masach empurra toda a Or Yashar que está diante dele, como se dissesse que não quer receber nada em prol de si mesmo. Então é feito um cálculo no Rosh para determinar quanto pode ser recebido ainda assim, não em prol de si mesmo, mas em prol do Criador. Então, a Or Chozer reveste as 10 Sefirot da Luz Superior (da Or Elion), de baixo para cima.
Isso é suficiente apenas para tomar uma clara decisão; as raízes dos vasos (Shorshey Kelim). As 10 Sefirot da Luz Refletida que revestem as 10 Sefirot da Luz Direta, juntas, formam as 10 Sefirot do Rosh do Partzuf.
Para completar a formação dos Kelim e realmente receber a luz, as 10 Sefirot de Or Yashar revestem-se nas 10 Sefirot de Or Chozer. Elas ‘passam’ através do Masach, expandem-se de cima para baixo, ampliando assim a décima Sefirah do Rosh – Malchut de Rosh, por suas próprias 10 Sefirot – de Keter até Chochmah, formando então os Kelim de Guf.
Antes que Malchut pudesse receber em prol do Criador, ela foi comprimida, restringida ao tamanho de um ponto. Todavia, recebendo a tela, ela adquiriu uma nova intenção de receber em prol do Criador, e então ‘expandiu-se’ desde um ponto até as 10 Sefirot, recebendo a luz dentro do Guf.
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