Tuesday, November 04, 2008

CAPÍTULO 26

"A ciência do Kriya Yoga

A ciência do Kriya ioga, tantas vezes mencionada nas páginas deste livro, tornou-se bem conhecida na Índia moderna através de Lahiri Mahasaya, o guru do meu mestre. A raiz sânscrira da palavra Kriya é Kri, que significa fazer, agir e reagir; encontramos a mesma raiz na palavra carma, o princípio da causa e efeito. Kriya ioga, portanto, é «a união (ioga) com o Infinito por intermédio de uma determinada acção ou ritual» Um iogue que pratica a sua técnica com fidelidade liberta-se gradualmente do carma, ou princípio casual da causalidade.
Em razão de antigas restrições do ioga, não posso dar uma explicação completa do Kriya ioga nas páginas de um livro destinado ao grande público. A verdadeira técnica deve ser aprendida com um Kriyaban ou Kriya iogue. Limitar-me-ei a dar uma descrição em termos gerais.
Ktiya ioga é um método simples, psicofísico, pelo qual o dióxido de carbono é retirado do sangue humano e substituído por oxigénio. Ao átomos desse oxigénio adicional são transformados em energia vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da coluna vertebral (156). Ao interromper a circulação de sangue venoso, o iogue é capaz de diminuir ou evitar a deterioração dos tecidos; o iogue avançado transforma as suas células em energia pura. No passado, Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram mestres no uso do Kriya ioga, ou de alguma técnica similar, pela qual desmaterializavam os seus corpos livremente. O Kriya é uma ciência antiga. Lahiri Mahasaya aprendeu-a com o seu guru, Babaji, que redescobriu e elucidou a técnica, perdida durante a Idade das Trevas.
Em 1940, o eminente cientista Dr. George W. Crille, de Cleveland, expôs durante uma reunião da Associação Amaricana para o progresso da Ciência as experiências que lhe permitiram demonstrar que todos os tecidos do corpo são electricamente negativos, excepto os tecidos cerebrais e nervosos, que permanecem electricamente positivos, pois absorvem mais rapidamente o oxigénio revitalizador.
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Autobiografia de um iogue
« O Kriya ioga, que por seu intermédio estou a transmitir ao mundo neste século XIX», disse Babaji a Lahiri Mahasaya, «é um novo despertar da ciência que, há milénios, Krishna ofereceu a Arjuna e que mais tarde chegou ao conhecimento de Patanjali, Cristo, São João, São Paulo e outros discípulos.»
O Kriya ioga é citado por Krishna, o maior profeta indiano, numa estrofe do Bhagavad Gita: «Oferecendo o ar inspirado ao ar que será expirado, e oferecendo o ar expirado ao ar que será inspirado, o iogue neutraliza as duas formas de respiração; liberta assim a energia vital do coração e coloca-a sob seu controlo» (157). Este verso pode ser interpretado da seguinte maneira: «O iogue impede a deterioração do corpo pelo aumento da energia vital e cessa as mutações provocadas pelo amadurecimento através da apan (corrente eliminadora). Assim, ao neutralizar o declínio e o crescimento e aquietar o coração, o iogue aprende a controlar a vida»...."
– Bhagavad Gita, IV:29
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Fonte: "Autobiografia de um IOGUE", de Paramahansa Yogananda, da Dinalivro, Lisboa

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