Wednesday, November 12, 2008

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"Adão e Eva" –
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A história de Adão e Eva é algo inconcebível para mim – observei enfaticamente um dia, numa das minhas primeiras tentativas inglórias de entender a parábola. - Por que razão Deus puniu não apenas o casal culpado, mas também as gerações inocentes que ainda estavam por nascer?O Mestre divertiu-se mais com a minha veemência do que com a minha ignorância.O Génesis é profundamente simbólico e não pode ser entendido por uma interpretação literal – explicou. – Nele, a «árvore da vida» é o corpo humano. A coluna vertebral assemelha-se a uma árvore invertida na qual os cabelos do homem simbolizam as raízes, e os nervos aferentes e eferentes simbolizam os ramos. A árvore do sistema nervoso produz frutos saborosos, ou sensações, propiciados pela visão, a audição, o olfacto, o paladar e o tacto. O homem podia, correctamente, usufruir desses frutos, mas foi-lhe proibido experimentar o sexo, a «maçã» no centro do jardim físico. A «serpente» representa a energia helicoidal alojada na coluna vertebral que estimula os nervos sexuais. «Adão» é a razão e «Eva», o sentimento. Em qualquer ser humano, quando a emoção ou a «consciência de Eva» é ultrapassada pelo impulso sexual, a razão, ou Adão também sucumbe. Pelo poder da sua vontade, Deus criou a espécie humana materializando os corpos do homem e da mulher e dotou-os do poder de terem filhos de maneira «imaculada» ou divina. Como (até aí) a Sua manifestação em alma individualizada se tinha limitado aos animais subjugados pelo instinto e desprovidos de racionalidade, Deus criou os primeiros corpos humanos, simbolicamente chamados Adão e Eva. Para que pudessem prosseguir favoravelmente a sua evolução ascendente, Deus transferiu para eles as almas ou a essência divina de dois animais. Em Adão, o homem, predominou a razão. Em Eva, a mulher, prevaleceu o sentimento. Desta forma, Ele expressou a dualidade ou polaridade subjacente aos mundo fenomenológicos. Razão e sentimento vivem em completa felicidade e harmonia, com a condição de que a mente humana não se deixe enganar pela energia traiçoeira dos instintos animais. O corpo humano não é simplesmente o resultado da evolução das espécies animais: foi criado por um acto especial de Deus. As formas animais eram (são) muito primitivas para expressar a plenitude da essência divina. O ser humano foi o único a receber (penso que nem só na reencarnação o animal pode passar a homem, e, manifestamente, não há só evolução, também involução...) extraordinária capacidade mental, o «lótus de mil pétalas» localizado no cérebro, assim como centros ocultos na coluna, intensamente despertos..."
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Fonte: pgs. 200 e 201, de: "Autobiografia de um Iogue", de Paramahansa Yogananda, da Dinalivro
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Comentário: parece-me erro dar a entender que fruto proibido era (é, para o caso do retorno ao paraíso) todo o sexo, mas, sem dúvida que era (É) o sexo que mata – há o sexo assim assim, o do paraíso, o que faz dor, o que mata... De qualquer modo, acho que este texto dá uma boa achega à compreensão dos primórdios. Muito possivelmente, mesmo na terra, o paraíso deverá ter pouco sexo ou nenhum, mas, seguramente, não é com uns a fugirem dele a sete pés e outros sendo autênticos animais sexuais que faremos ou retornaremos ao paraíso.Deus fez-se (faz-se) e refaz-se... matéria, animal primitivo, homem/mulher, anjo (homem astral), deus, Deus... matéria, animal, homem... Deus castiga e salva... E, quanto mais perfeitos, mais paraíso... Criação, evolução e reencarnação, nascimento e morte (há morte sem sofrimento, com gozo e com dor – só faz pois sentido o medo da dor, quanto basta, e da ignorância e do desequilíbrio) existirão sempre, apesar de no princípio – ver Génesis - Bíblia, cap. 6, – o homem ter vivido centenas e centenas de anos, e, se dizer que, hoje, Babaji, nos Himalais, Índia tem essas idades!...
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