Monday, November 17, 2008

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A CRUZ, ou os INFERNOS
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"... QUANDO NÃO HÁ SAÍDA, AINDA EXISTE UMA FORMA DE PASSAR. Por isso não se afaste da dor. Enfrente-a. Sinta-a – não pense no assunto! Expresse-o se for necessário, mas não elabore um guião na sua mente à volta da questão. Dê toda a atenção ao sentimento, não à pessoa, ao aconteceimento ou à situação que parece tê-lo provocado.
Não deixe que a mente utilize a dor para gerar uma identidade de vítima a aprtir disso. Sentir pena de si próprio e contar a sua história às outras pessoas vai mantê-lo preso no sofrimento.
Dado ser impossível fugir do sentimento, a única possibilidade de mudança é entrar nele. De outro modo nada se altrerará.
Assim sendo, dê toda a sua atenção àquilo que sente e coíba-se de o rotular mentalmente. Conforme vai entrando no sentimento, esteja intensamente alerta.
No início, pode parecer-lhe um lugar escuro e aterrorizador e quando a vontade de se afastar dele vier, observe-o mas não haja de acordo com ele. Continue a manter a sua atenção na dor.
Mantenha-se alerta, mantenha-se presente com todo o seu ser, com cada célula do seu corpo. Ao fazê-lo, está a trazer a luz para a escuridão. É esta a chama da sua consciência.
Nesta fase, o leitor já não precisa de estar preocupado com a rendição. Já aconteceu. Como? A atenção total é a aceitação total, é rendição. Ao prestar toda a sua atenção, o leitor utiliza o poder do Agora, que é o poder da sua presença (e não só...).
Nenhuma bolsa de resistência oculta pode pode sobreviver dentro dela. A Presença retira o tempo. Sem tempo, nenhum sofrimento, nenhum negativismo pode sobreviver.
A ACEITAÇÃO DO SOFRIMENTO é uma viagem para a morte. Encarar a dor profunda, permitir que ela exista, concentrar a atenção nela, é entrar conscientemente na morte. Quando o leitor tiver morrido esta morte, percebe que a morte não existe... E que não há nada a temer. Só o ego morre.
Imagine um raio de sol que esqueceu que é uma parte inseparável do Sol e que se ilude a acreditar que tem de lutar pela sobrevivência, de criar e de se agarrar a uma identidade que não o Sol (Deus, pai e mãe). A morte desta ilusão não seria incrivelmente libertadora?
QUER UMA MORTE FÁCIL? Preferia morrer sem dor, sem agonia? Então morra para o passadop em cada momento e deixe que a luz da sua [ e de Deus e de todos(as)] presença retire com o seu brilho o eu (ego) pesado e ligado ao tempo que o leitor pensava ser...."
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Fonte: pgs.116 e 117 de: "A Prática do Poder do Agora", de Echart Toole, da Pergaminho
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