Sunday, November 30, 2008

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LADRÃO
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Coitado do ladrão:
não conhece riqueza
vera dos que 'té dão
ao ladrão, sem pobreza!
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Vê, observa e sente
bem que te dá
amigo! Deus não mente!
Graças p'la chuva cá!
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Se não começas dando
vais definhar, morrer...
Estás-te atrasando
tanto, ladrão de ser!
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Trabalho para Deus
e para ti, meu amor,
que és bem dos seus,
não és estupor!
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Criança, de crescer
tens: meu Deus, minha
mãe, meu pai... Quero ver-
Te com tudo o que tinha!
Pticha (Ptirra)01

‘Preâmbulo à Sabedoria da Kabbalah’:
Esta é uma das 3 introduções que o Baal haSulam escreveu para o Zohar, que estamos traduzindo, junto com os comentários de Rav Laitman. … Agora vamos começar a estudar o próprio artigo, ‘Preâmbulo à Sabedoria da Kabbalah’.

Do Baal HaSulam:

1) Três conceitos principais na Kabbalah:

A intenção do Criador era dar prazer às criaturas. Para isso, Ele preparou um enorme desejo nas almas para receber esse prazer contido na Shefa (a abundância que o Criador deseja nos doar). O ‘desejo de receber’ é um vaso para a recepção do prazer contido na Shefa.

Quanto maior o ‘desejo de receber’, mais prazer entra no vaso. Essas duas noções se interconectam de um tal modo que é impossível separá-las.

Isto somente é possível para apontar que o prazer se refere á Shefa (isto é, ao Criador), enquanto o ‘desejo de receber’ refere-se à Criação.
Ambas essas noções vêm diretamente do Criador e estão incluídas no Pensamento da Criação. Enquanto a abundância descende diretamente do Criador, o ‘desejo de recebê-la’, também incluído na Shefa, é a raiz, a fonte das criaturas.
O ‘desejo de receber’ é algo essencialmente novo, algo que nunca existiu antes, porque não há o menor traço de ‘desejo de receber’ no Criador. Resulta que o ‘desejo de receber’ é a essência da criação, do começo ao fim, o único ‘material’ de que a criação é feita. Todas as criaturas são apenas porções diferentes do ‘desejo de receber’. Além disso, todos os eventos que acontecem a elas são mudanças que acontecem nesse ‘desejo de receber’.
Tudo o que preenche as criaturas e satisfaz seu ‘desejo de receber’ vem diretamente do Criador. Assim, tudo o que existe á nossa volta, de fato, vem do Criador, seja diretamente como abundância, seja indiretamente, como por exemplo, o ‘desejo de receber’, que não existe no Próprio Criador (será?), mas foi criado por Ele para dar prazer às Suas criaturas.

Comentário de Rav Laitman:

Como o desejo do Criador é doar às criaturas, Ele teve que criar alguém capaz de receber Sua abundância. Consequentemente, Ele integrou na Criação o desejo de receber prazer. Por que? Há uma regra: o Criador criou tudo o que existe em nossa natureza. A questão ‘por quê eu recebi uma tal natureza’? refere-se ao estado do ser, anterior ao começo da Criação, e está além de nossa capacidade de apreensão. Nós só somos capazes de atingir aquilo que se refere à Criação, mas não antes, ou depois disso. (Será?) Assim, nossa natureza nos permite receber apenas o prazer que está em equilíbrio com nosso desejo por isto.
Por exemplo, se um homem estiver com fome, ele tem prazer na refeição, enquanto se lhe for oferecida comida, mas se ele não estiver com fome, ele não terá nenhum prazer. Tudo é uma combinação da ausência e de seu preenchimento. Quanto mais forte o desejo, maior será o prazer de satisfazê-lo

Pticha 02 e 03

Do Baal haSulam:
02) Assim, o desejo de receber, em toda a sua variedade, foi incluído no Pensamento da Criação desde o começo. Ele sempre esteve inseparavelmente ligado ao prazer que o Criador preparou para nós. O desejo de receber é um vaso, enquanto a Shefa é a luz que preenche o vaso. Essas luzes e vasos são somente componentes dos mundos espirituais. Eles estão inseparavelmente conectados uns aos outros. Juntos, eles descem do alto, nível a nível.
Quanto mais distantes do Criador esses níveis estejam, maior e mais grosseiro torna-se o desejo de receber (será?). Por outro lado, quanto maior e mais grosseiro se torne o desejo de receber, mais distante ele estará do Criador. Isso acontece até que ele chegue ao ponto mais baixo, em que o desejo de receber chegue à sua medida máxima. Essa condição é desejável e necessária (não é, pois, aqui já há muita dor! Tem de ser antes!) para que tenha início a ascensão em direção à correção.
Esse lugar é chamado o ‘Mundo de Assiya’. Nesse mundo o desejo de receber é definido como ‘o corpo do homem’, enquanto a luz é chamada ‘a vida do homem’. A diferença entre os mundos Superiores e este mundo (Olam Hazeh) é que nos mundos Superiores o desejo de receber ainda não é grosseiro o suficiente, e ainda não está completamente separado da luz (talvez aqui o maior prazer não seja então o de receber, mas o da paz ou outro!). Em nosso mundo, o desejo de receber alcança seu desenvolvimento final e torna-se completamente separado da luz.

03) A ordem descendente (e ascendente, e lateral…) do desenvolvimento do desejo de receber, mencionada acima, divide-se em quatro níveis (Bechinot). Essa ordem está codificada no mistério do Nome do Criador. O Universo submete-se à ordem dessas quatro letras, HaVahYaH (Yud-Hei-Vav-Hei). Essas letras correspondem às dez Sefirot: Chochmah, Binah, tifferet (ou Zeir Anpin), Malchut e sua raiz. Por que são dez? Porque a Sefirah Tifferet inclui 6 Sefirot: Chessed, Gvurah, Tifferet, Netzach, Hod e Yessod.
A raiz de todas essas Sefirot é chamada Keter, mas freqüentemente ela não é incluída na conta das Sefirot; por isso, diz-se ChuB (Rub)-TuM. Essas quatro Bechinot correspondem aos quatro mundos: Atzilut, Beriah, Yetzirah e Assiyah. O mundo de Assiyah também inclui este mundo (Olam HaZeh). Não há uma única criatura neste mundo cuja raiz não esteja no mundo da Infinidade, no plano da criação. O plano da criação é o desejo do Criador de dar prazer a todas as criaturas.
Isso inclui a ambos, a luz e o vaso. A luz vem diretamente do Criador, enquanto o desejo de receber prazer foi criado pelo Criador como algo novo, extraído do nada. Para que o desejo de receber chegue ao seu desenvolvimento final, ele precisa passar junto com a luz através dos quatro mundos, Atzilut, Beriah, Yetzirah e Assiyah (ABYA). Então o desenvolvimento da criação se completa, com a criação, nela, da luz e do vaso, chamados ‘o corpo’ e ‘a luz da Vida’.
Comentários de Rav Laitman:
A conexão entre o Criador e a criação é chamada ‘o mundo da Infinidade’ (Ein Sof). Objetos espirituais inferiores, enquanto vão compreendendo isto, dão os nomes à Luz Superior. Como o desejo do Criador foi dar prazer às critauras, Ele criou alguém que seria capaz de receber esse prazer d’Ele, e a criação do desejo de receber prazer chamada ‘Malchut’ ou ‘o mundo da Infinidade’ foi suficiente para isto.
Como nesse estado, Malchut recebe para si mesma, sem fazer nenhuma restrição sobre a recepção, mais tarde Malchut faz uma restrição sobre a recepção da luz-prazer.
Foi dito que o ‘desejo de receber’ finalizou-se no mundo de Assiyah. Então, isso significa que o maior ‘desejo de receber’ existe nesse mundo de Assiyah? Porém, embora o mundo de Assiyah seja somente Bechinat Shoresh e tenha a luz mais fraca, há a luz de Keter no mundo de A”K. A noção do mundo de Assiyah tem dois significados:
a) A Bechinat Dalet inteira, que é chamada o mundo de Assiyah, e
b) O mundo de Assiyah, em si.
Para entender o significado da primeira noção, é preciso saber que o vaso acabado é chamado “Bechina Dalet’; mas, de fato, o verdadeiro vaso (o Kli) já estava presente na Bechina Alef. Keter é o ‘desejo de doar’ prazer à criação; Chochmah é o ‘desejo de receber’ esse prazer, e é completamente preenchido pela luz. Porém, o Kli precisa passar por mais quatro níveis até o seu desenvolvimento final.
Nós estudamos tudo sob o ponto de vista da nossa natureza porque todas as leis vêm de raízes espirituais. Em nosso mundo, o valor do prazer do homem depende da intensidade do seu esforço por esse prazer. Uma paixão insuportável (cuidado!) traz um prazer maior, enquanto um desejo mínimo traz somente um pequeno prazer. Para que o homem capte um verdadeiro desejo, são necessárias duas condições:
a) O homem não consegue se esforçar por algo de que ele nunca tenha ouvido falar antes. Ele precisa saber o que ele quer, isto é, uma vez que ele já tenha visto?.
b) Mas ele não pode se esforçar por algo que ele já tem. Assim, quatro níveis de desenvolvimento do Kli são necessários, para que ele receba a forma final.
Malchut tem toda a luz no mundo da Infinidade. Porém, o vaso se caracteriza pela diferença entre suas propriedades e aquelas do Criador, que não existiam no mundo da Infinidade. Com o desenvolvimento seguinte do vaso, nós compreendemos que o verdadeiro vaso é a falta da luz.
No mundo de Assiyah, o Kli não recebe nada, porque ele quer somente receber; por isso, ele é definido como um genuíno vaso. Ele está tão longe (estará?) do Criador, que não sabe nada sobre a sua raiz. Como resultado, o homem precisa acreditar que ele foi criado pelo Criador, embora seja incapaz de sentir (compreender e sentir…) isto.
Conclusão: o vaso não é alguém ou algo que tenha muito; ao contrário, é alguém ou algo extremamente distante. Ele está totalmente desconectado da luz. Enquanto recebe somente para si mesmo, o vaso não tem ‘desejo de doar’; tudo o que ele pode fazer é acreditar que um tal desejo exista... O homem não consegue entender por quê ele precisa se esforçar para doar.
Qual é o objetivo da existência de um tal vaso, que não tem nem uma centelha da luz e que está extremamente distante do Criador? Tais vasos devem começar a trabalhar em prol de doar usando objetos que são, até então, irreais.
O Baal haSulam dá o seguinte exemplo. No passado, tudo era muito caro, e por isso as crianças eram ensinadas a escrever primeiro no quadro-negro com um pedaço de giz. Assim elas podiam apagar o que tivessem escrito errado, e somente aquelas que tivessem aprendido a escrever corretamente recebiam papel de verdade.
O mesmo se aplica a nós. Primeiro, nós recebemos brinquedos e então, se nós aprendemos a acrescentar a intenção em prol do Criador ao nosso desejo, nós seremos capazes de ver a verdadeira luz. O Kli é criado de forma a que se acostume com o trabalho real.
Antes que as almas apareçam todas as ações são praticadas pelo Criador. Assim Ele mostra às almas como elas devem agir. Por exemplo, como alguém aprende a jogar xadrez? Os movimentos são feitos para o aluno e desse modo, ele aprende. É por isso que os mundos descem do alto. O Criador transmite todas as ações relativas tanto aos níveis superiores, quanto aos inferiores. Então no segundo estágio, as almas começam a ascender por si mesmas.
Enquanto isso, nós nos esforçamos com os brinquedos, e não com a espiritualidade; por isso, a luz da Torah está oculta de nós. O homem (ainda) não seria capaz de receber os enormes prazeres (totais)que lhe são oferecidos, em prol do Criador.
O Baal haSulam nos dá um exemplo. Um homem põe todos os seus valores sobre uma mesa: ouro, prata, diamantes. De repente, estranhos entram na sua casa. Ele teme que eles possam roubar seus tesouros. O que ele pode fazer? Ele apaga a luz, e assim ninguém pode ver que há coisas preciosas na casa.
Nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade porque o ‘desejo de receber’ está ausente em nós; na verdade, (nós não sentimos falta do desejo pela espiritualidade) porque não conseguimos ver nada. Nós não conseguimos ver o bosque, por causa das árvores. Quanto mais o homem se ‘purifica’(dá a quem lhe dá e até ao egoista), melhor ele começa a ver. Então o seu Kli (o desejo de receber) cresce gradualmente, porque ele quer sentir prazeres maiores.
Por exemplo, se alguém dá um jeito de receber 0,5kg de prazer em prol da doação, ele recebe 1,0kg. Então, se essa quantidade também for recebida com a intenção em prol do Criador, ele recebe 2,0kg de prazer(ou mais), e assim por diante.
Sobre isto, os sábios disseram: ‘Aquele que alcançou os níveis mais altos da Torah tem desejos maiores’. Apesar disso, nós não conseguimos ver nada até que nossos desejos adquiram a intenção de receber para doar. Nesse sentido, a única diferença entre uma pessoa secular e uma pessoa religiosa é que o primeiro aspira por receber somente os prazeres deste mundo, enquanto o último também deseja a luz .. sabedoria e vida … do mundo vindouro(e de agora e do passado).
O poder do desejo de receber sobre todas as criaturas é tão grande que sobre isso, os sábios disseram: “ A lei que governa as pessoas é esta: ‘o meu é meu, e o seu é seu’; e somente o medo impede o homem de dizer ‘o seu émeu’ ”.

Pticha (ptirra?)04


04) A necessidade de desenvolver o ‘desejo de receber’ em quatro níveis (Bechinot) através dos quatro mundos de ABYA tem causa na regra existente, de acordo com a qual, somente a expansão da luz, seguida por sua subseqüente expulsão (doação, de preferência), faz com que o vaso se torne apropriado para o uso.
Uma explicação: quando o vaso é preenchido com a luz, eles se conectam inseparavelmente. O vaso, na verdade, é inexistente; ele se anula, como a chama de uma vela desaparece diante da chama de uma tocha.
O desejo é satisfeito, então ele deixa de existir. Ele somente pode reaparecer depois que a luz saia dele, pare de satisfazê-lo. A razão para essa auto-aniquilação do vaso reside em seu total contraste com a luz. A luz vem diretamente da essência do Criador, do Pensamento da Criação. Essa luz é um ‘desejo de doar’ e não tem nada a ver com o ‘desejo de receber’ (só o princípio, claro) O vaso é absolutamente oposto (temos de unir todos os opostos)a ela – ele é um tremendo ‘desejo de receber’ a luz.
O vaso é uma raiz, uma fonte de algo muito novo, inexistente antes da criação. O vaso não tem ‘desejo de doar’. Quando a luz e o vaso se conectam inseparavelmente, o ‘desejo de receber’ é anulado pela luz. O vaso adquire uma certa forma somente após a expulsão da luz de dentro dele. Esse desejo apaixonado determina a forma necessária de seu ‘desejo de receber’. Quando a luz entra novamente no vaso, eles se tornam dois objetos separados – o vaso e a luz, ou o corpo e a vida. (Verdadeiramente, nada mudou desde a infância!)Tomem nota disso cuidadosamente, porque são noções muito profundas.
Comentários de Rav Laitman:
Quando o Kli começa a receber, ele precisa sentir: ‘Agora eu recebi prazer’. Mas a luz que traz esse prazer não deixa que esse ‘Eu’ se abra e seja sentido pelo Kli. Por isso o ‘Eu’ se anula. Isso significa que o Kli não sente que ele está recebendo, embora esteja.
O Rabbi Baruch Ashlag dá o seguinte exemplo. Um homem velho ganha cem mil dólares na lotaria. Seus amigos têm medo de contar a ele a novidade, pensando que ele possa ter um ataque do coração e morrer por causa do excesso de excitação.
Um deles disse que poderia transmitir a informação sem causar nenhum dano. Ele foi até o velho e perguntou: ‘Se você ganhasse dez dólares na lotaria, você dividiria comigo? – Claro que sim!’ o velho respondeu. ‘E se você ganhasse cem dólares na lotaria, você ainda assim desejaria dividir o prémio comigo? – Por que não?’ respondeu o velho. E assim por diante até que a soma alcançasse os cem mil dólares, e então o amigo perguntou: ‘Você está pronto para assinar nosso contrato? – Claro que sim!’ exclamou o velho. Nesse exato momento o amigo teve um colapso e caiu morto no chão.
Nós vemos então que o homem pode morrer por causa de uma grande alegria, pois quando a luz é muito poderosa, anula o ‘desejo de receber’. Nesse caso, o Kli desaparece e a luz se limita a sair para encorajar o Kli a se esforçar por ela.
Por que então a luz não anula o vaso, a Bechina Dalet, quando volta para ele? Quando a Or e o Kli estão juntos na Bechina Alef, ambos o ‘desejo de receber’ e o ‘desejo de doar’ precisam se expandir ali. Porém, como eles são opostos um ao outro, o ‘desejo de doar’ anula o ‘desejo de receber’, isto é, evita que ele se expanda.
Depois que a Bechina Dalet se forma, a luz não pode anulá-la, pois elas representam duas forças existentes. Na Bechina Alef a luz não deixa que o ‘desejo de receber’ se expanda e cresça; mas uma vez que ele se tenha desenvolvido, a luz não pode mais interferir com ele.
Por exemplo, dois homens estão lutando. Um deles impede que o outro entre na sua casa. O que importa se eles estão lutando fora da casa, ou se o invasor já estiver dentro da casa? Se nós dissermos isto, que não existe nada além do Criador, que deseja doar prazer, e a criação, que se esforça por este prazer, isto é suficiente para ter Keter como doador e Chochmah como receptor!
Na fase de Chochmah o ‘desejo de receber’ é um com a luz, esta, evitando que ele sinta o que recebe. Porém, esse estado não é perfeito, pois o Kli precisa sentir tudo o que recebe. Por exemplo, o homem dá algo ao seu amigo, mas o amigo não consegue sentir isto. Nesse caso, o doador está violando o mandamento de ‘não destruir’.
Por isso, está clara a razão pela qual nós não recebemos coisas importantes (preciosas). Como ficamos contentes com prazeres pequenos, nós não merecemos receber coisas valiosas. Assim, o desenvolvimento das 4 fases é necessário para o nascimento do Kli, que sente o que recebe.
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Pticha 05

Do Baal haSulam:
Como foi dito, a criação se desenvolve de acordo com quatro fases, Bechinot, codificadas no nome HaVahYaH e chamadas Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut. A Bechina Alef (1) é chamada ‘Chochmah’, e contém tanto a luz quanto o vaso, feito do desejo de receber. Esse vaso contém toda a luz, chamada Or Chochmah (a luz da sabedoria) e Or Chayah (a luz da vida), porque essa é toda a luz da vida dentro da criação.
No entanto, a Bechina Alef ainda é vista como a luz, e o vaso ainda não se manifestou nela, existindo potencialmente. Ele ainda está inseparavelmente conectado com a luz, num estado de auto-anulação. Após, a Bechina Bet (2) vem a existir, porque no fim de seu desenvolvimento, Chochmah desejou adquirir a equivalência de propriedades com a luz que está dentro dela. O ‘desejo de doar’ ao Criador despertou nela.
A natureza da luz é um puro ‘desejo de doar’. Em resposta ao despertar desse desejo, o Criador enviou uma luz nova e diferente, chamada Or Chassadim (a luz da misericórdia). Por isso, a Bechina Alef livrou-se quase completamente da Or Chochmah, dada pelo Criador. A Or Chochmah somente pode estar presente no vaso apropriado, isto é, o ‘desejo de receber’. Ambas, a luz e o vaso, na Bechina Bet, são totalmente diferentes do que há na Bechina Alef, pois o vaso na Bechina Bet é o ‘desejo de doar’, e a luz é Or Chassadim. A Or Chassadim é o prazer de ser como o Criador.
O ‘desejo de doar’ leva à equivalência de propriedades com o Criador, o que, nos mundos espirituais, leva à fusão com Ele. Emerge a Bechina Guimel. Depois da luz dentro da criação ter passado pelo nível de Or Chassadim, na quase completa ausência de Or Chochmah (como sabemos, Or Chochmah é a principal força de vida na criação), a Bechina Bet sentiu sua deficiência. No fim de seu desenvolvimento, ela atrai uma porção da Or Chochmah, de modo a que esta possa começar a brilhar dentro de sua Or Chassadim.
Nesse extremo, ela despertou novamente uma porção de seu desejo interior para receber, e formou um novo vaso chamado Bechina Guimel, ou Tifferet. A luz dentro dela é Or Chassadim, com a luminescência de Or Chochmah, pois a parte principal dessa luz é Or Chassadim, sendo a Or Chochmah menos significativa. Segue-se a Bechina Dalet, porque o vaso da Bechina Guimel também quer atrair Or Chochmah no final de seu desenvolvimento – mas desta vez, ele quer toda a Or Chochmah, assim como aconteceu na Bechina Alef.
Resulta que esse desejo recém-desperto leva a uma situação em que a Bechina Bet sente o desejo apaixonado que a Bechina Alef tinha. Além disso, agora, após ter expelido a luz uma vez, a criação sabe o quanto isso a faz sentir-se mal, por isso deseja a luz muito mais que no estado inicial da Bechina Alef.
Assim, a emanação da luz e sua subseqüente expulsão criam um vaso. Se o vaso agora receber a luz novamente, ele precederá a luz. Assim, a Bechina Dalet é uma fase final na criação do vaso chamado Malchut.

Comentários de Rav Laitman:
Por que a própria luz tornou-se a razão para o desejo de doar, do Kli? Observamos uma lei na nossa natureza: cada ramo anseia por ser como a sua raiz. É por isso que, assim que vem a luz de Chochmah, o Kli a recebe. Porém, quando ele sente que a luz veio do Doador, ele quer ser como a Fonte, e não, receber (Quer dar e receber, assim é que é!!). Isso significa que duas ações vêm de Keter:
a) o desejo de doar prazer à criação, que criou o ‘desejo de receber’, que é Bechina Alef;
b) o desejo de doar ações à criação, porque esta última sente que a luz que ela recebe vem do doador superior, e por isso, também quer doar.
Podemos ver um exemplo disto em nosso mundo material. Uma pessoa dá a outra um presente, e esta o recebe. Então o que recebeu começa a pensar e compreende: ‘Ele é um doador e eu sou um receptor! Eu não deveria aceitar isto!’ É por isso que ele devolve a doação. No começo, quando ele recebeu o presente, ele estava sob a influência do doador e não sentia que era um receptor. Porém, após a recepção, ele começou a sentir que era um receptor, o que fez com que ele recusasse o presente.
É necessário salientar que essa pessoa tem um ‘desejo por receber’, porque de fato ele recebeu o presente no início. Mas ele não pediu o presente! Por isso, isso não é considerado um Kli. O Kli é um estado no qual ele sente que há prazer, pede e apela ao doador para que lhe dê esse prazer.
Por que a Aviut de Bina é maior que a de Chochmah, isto é, por que ela tem um ‘desejo de receber’ maior, embora só queira doar? Chochmah é o vaso que não sentiu ainda que ele recebe; o doador o controla completamente. Porém, Binah já sentiu a si mesma como um receptor; assim, sua Aviut é maior.
Há duas espécies de luz:

a) a luz do Propósito da criação, chamada ‘Or Chocghmah’, vem direto do Criador (o ‘desejo de doar’ à criação); isto é Bechina Alef.

b) a luz da Correção (ou desenvolvimento ou aperfeiçoameto) da criação, chamada Or Chassadim, que se expande graças à criação; esta é denominada Bechina Bet.

Por que se diz que Or Chassadim se expande graças à criação? Não é o Criador a fonte da luz e do prazer? É porque o prazer do Criador vem à criação graças à fusão desta com a Fonte do prazer.
O começo da criação acontece como segue:
A luz vem do Criador, a Or-prazer. Essa emanação da luz do Criador é chamada fase zero, ou a raiz (Shoresh).
A luz cria o Kli, que é capaz de sentir, absorver todo o prazer contido na luz. Suponhamos que o Criador queira doar à criação 1kg de prazer. Nesse caso, ele deveria ter criado o ‘desejo para receber’ esse prazer (Kli) com a capacidade de 1kg, que pudesse absorver todo o prazer.
Tal estado do Kli sendo completamente satisfeito pela luz do Criador é chamado fase Alef (1). Essa fase se caracteriza pelo desejo de receber prazer. A luz que transmite o prazer é chamada ‘Or Chochmah’. O Kli, nessa fase, recebe a Or Chochmah; por isso, a própria fase é chamada Chochmah.
O Kli recebe a luz do Criador, sente absoluto prazer e adquire essa propriedade – o ‘desejo de doar’(e de receber), para dar prazer. Como resultado, em vez de receber, o Kli agora deseja doar, e pára de receber a luz. Como um novo desejo, contrário ao inicial, surgiu no Kli, ele passa para um novo estado, que é chamado a fase Bet (2), o ‘desejo de doar’, ou Binah.
O Kli parou de receber a luz. A luz continua a interagir com o Kli e diz a ele que, recusando a receber a luz, ele não cumpre nem o Propósito da Criação, nem o desejo do Criador. O Kli analisa essa informação, e chega à conclusão de que ele realmente não está satisfazendo o desejo do Criador.
Mais ainda, o Kli sente que a luz é uma força vital, e que ele não pode prosseguir sem ela. Por isso, o Kli, ainda desejando doar, decide começar a receber uma porção essencial da luz. Resulta que o Kli concorda em receber a luz por duas razões: primeiro, porque quer satisfazer o desejo do Criador, essa sendo a razão principal; e segundo, ele sente que não pode existir sem a luz.
O aparecimento de um novo, embora ínfimo, desejo de receber a luz no Kli, cria uma nova fase que é chamada Behina Guimel (3), ou Zeir Anpin.
Enquanto simultaneamente dá e recebe um pouco na fase Guimel, o Kli começa a compreender que o desejo do Criador é satisfazê-lo completamente com a luz, de modo que ele seja capaz de ter prazer nela, infinitamente. Como o Kli já adquiriu um pouco da Luz Chochmah, necessária para sua existência, ele agora decide receber o restante da luz. Este é o desejo do Criador, e o Kli decide receber a luz do Criador como fez na fase 1.
A nova fase é chamada Bechina Dalet (4). Ela difere da fase 1, por expressar independentemente o seu ‘desejo de receber’.
A primeira fase era preenchida inconscientemente com a luz, pelo desejo do Criador. Ela não tinha desejo próprio. A 4ª fase é chamada ‘o reino dos desejos’, ou Malchut. Esse estado, Malchut, é chamado ‘o mundo da Infinidade’ (o Olam Ein Sof) – um desejo infinito, ilimitado para receber prazer, para ser preenchido com a luz.
Bechinat Shoresh (0) é o desejo do Criador de criar a criação e dar a ela o máximo de prazer. Nesta fase, como numa semente, ou embrião, está incluída toda a criação subseqüente, do começo ao fim, compreendendo a atitude do Criador para com a futura criação.
Bechinat Shoresh (0) é o Pensamento da criação inteira. Todos os processos subseqüentes são somente a realização desse Pensamento. Cada fase subseqüente é a conseqüência lógica da anterior. O desenvolvimento prossegue desde o alto e cada fase precedente é mais ‘elevada’ que a seguinte, isto é, a fase precedente inclui todas as seubsequentes.
Ao longo desse desenvolvimento, desde o Criador até nosso mundo, novos mundos vêm a ser; tudo se desenvolve da perfeição, para a imperfeição. O Criador criou a luz, o prazer, a partir de Si Mesmo, a partir de Sua Essência. Por isso, diz-se que a luz foi criada ‘Yesh mi Yesh’ (existência da existência), isto é, que a luz existiu desde sempre. Porém, com o aparecimento da fase 1 do desejo de receber prazer, o vaso, o Kli, é chamado ‘Yesh mi Ayn’ (existência da não-existência), isto é, o Criador fez isto a partir do nada; porque não pode haver nem mesmo o mínimo ‘desejo de receber’ no Criador ???.

Pticha 06 a 09

Do Baal haSulam:
06) As quatro fases mencionadas acima correspondem às dez Sefirot, de que consiste todo o ser que foi criado. Essas quatro fases correspondem aos quatro mundos de ABYA, que incluem todo o Universo, e todos os detalhes existentes na realidade. A Bechina Alef é chamada Chochmah, ou o mundo de Atzilut. A Bechina Bet é chamada Binah, ou o mundo de Beriah. A Bechina Guimel é chamada Tifferet, ou o mundo de Yetzirah. A Bechina Dalet é chamada Malchut, ou o mundo de Assiyah.
Agora vamos entender a natureza dessas quatro Bechinot existentes em todas as almas. Cada alma (Neshamah) tem origem no mundo da Infinidade e descende do mundo de Atzilut, adquirindo as propriedades da Bechina Alef ali. No mundo de Atzilut, ela ainda não é chamada uma ‘Neshamah’, pois esse nome designa um certo grau de separação do Criador, e leva a uma queda do nível da Infinidade, de um estado de completa união com o Criador, e adquire alguma ‘independência’. Porém, este ainda não é um vaso completamente formado, e assim, nada o separa da Essência do Criador, até então.
Como nós já sabemos, enquanto na Bechina Alef, o vaso ainda não é propriamente um vaso, pois nesse estágio ele se anula com relação à luz. Por isso, no mundo de Atzilut, diz-se que tudo é absolutamente Divino – ‘Ele é um e Seu Nome é um’. Mesmo as almas de outras criaturas, passando através desse mundo, fundem-se ao Criador.

07) A Bechina Bet governa o mundo de Beriah; isto é, o seu vaso é o ‘desejo de doar’. Conseqüentemente, quando a alma chega ao mundo de Beriah, ela alcança esse estágio do desenvolvimento do vaso e já é chamada ‘Neshamah’. Isso significa que ela está separada da Essência do Criador e adquiriu um certo grau de independência. Todavia, esse vaso ainda é muito ‘puro’, ‘transparente’, isto é, muito próximo ao Criador em suas propriedades. Portanto, ele é considerado completamente espiritual.

08) A Bechina Guimel governa o mundo de Yetzirah; este contém uma certa quantidade de ‘desejo de receber’. Assim, quando a alma vem ao mundo de Yetzirah, alcança esse estágio do desenvolvimento do vaso – ela existe no estado de ‘Neshamah’, e agora é chamada ‘Ruach’. Esse vaso já possui uma certa Aviut, isto é, uma certa porção do ‘desejo de receber’. No entanto ele ainda é considerado espiritual, pois essa quantidade e qualidade do ‘desejo de receber’ é insuficiente para ser completamente separado, em suas propriedades, da Essência do Criador. Uma separação completa da Essência do Criador é um corpo, que seja completa e claramente ‘independente’.

09) A Bechina Dalet governa o mundo de Assiyah; este é o estágio final do desenvolvimento do vaso. Nesse nível, o ‘desejo de receber’ alcança o máximo de sua evolução. O vaso torna-se um corpo totalmente separado da Essência do Criador. A luz dentro da Bechina Dalet é chamada ‘Nefesh’. Esse nome designa a falta de movimento independente nessa espécie da luz. Além disso, lembrem-se que nada existe no Universo que não consista de seu próprio ABYA (quatro Bechinot).
Comentários do Rav Laitman:
Qual é a diferença entre o ‘desejo de receber’ e a alma? O ‘desejo de receber’ é chamado Bechina Dalet. Isto é o coração de todas as coisas; ele sente e atinge todos os níveis. Como regra, a ‘luz’ é chamada ‘alma’. Uma luz sem aquele que a contenha é chamada ‘luz’ (*simplesmente). A luz junto com aquele que a atinge é chamada de ‘alma’.
Por exemplo, cinco pessoas estão olhando para um avião, através de binóculos, e cada uma tem um binóculo melhor que as outras. Então, a primeira diz que o avião mede 20cm. A segunda sustenta que o avião mede 1m. Cada uma delas diz a verdade, porque suas bases são especulações sobre o que elas vêem, mas suas opiniões de modo algum afetam o avião.
A razão para a diferença de opiniões consiste na diferença de qualidade das lentes dos binóculos. O mesmo ocorre conosco; não há mudança na luz, todas as mudanças ocorrem naqueles que a atingem, e seja o que for que nós captemos, é chamado ‘alma’. Em nosso exemplo os binóculos são a equivalência de propriedades, e nesse sentido, há diferenças entre aqueles que atingem, e em tudo o mais que é atingido - a alma
Pticha 22

Do Baal haSulam:
22) Os cinco níveis (Bechinot) das 10 Sefirot da Luz Refletida emergem por causa das cinco espécies de Zivugey de Haka’a (Contatos de Colisão) da Luz Superior com os cinco níveis da Aviut da tela. Essa luz não é percebida ou atingida por ninguém se não houver vaso para recebê-la.
Essas cinco fases emergem das cinco Bechinot da Aviut da Bechinah Dalet, que eram cinco vasos de recepção antes do TA; elas envolvem as 10 Sefirot: Keter, Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut. Após o TA, essas mesmas cinco Bechinot fundem-se com as cinco Bechinot da tela, e com a ajuda da Luz Refletida, tornam-se novamente vasos de recepção, no lugar das cinco Bechinot da Bechinah Dalet, que desempenhava esse papel antes do TA.
Agora podemos compreender que se a tela tiver todas essas cinco Bechinot de Aviut, então ela possuirá cinco vasos para envolver as 10 Sefirot, isto é, para receber a Luz Superior. Se a Aviut da Bechinah Dalet estiver ausente na tela, ela terá somente quatro vasos e poderá receber somente as quatro luzes correspondentes a Chochmah, Binah, Tifferet e Malchut, mas não poderá receber a luz de Keter.
Se a Aviut da Bechinah Guimel estiver ausente na tela, ela terá somente três vasos e poderá receber somente as três luzes correspondentes a Binah, Tifferet e Malchut. As luzes correspondentes a Keter e Chochmah, assim como os vasos correspondentes às Bechinot Guimel e Dalet estarão ausentes nela.
Se a tela tiver somente dois níveis de Aviut, Shoresh e Bechinah Alef, ela possuirá somente os dois vasos correspondentes às luzes de Tifferet e Malchut. Resulta que num tal Partzuf, faltam as três luzes de Keter, Chochmah e Binah, assim como os três vasos correspondentes às Bechinot Bet, Guimel e Dalet. Se a tela tiver somente a Aviut Shoresh, então ela terá somente um vaso, com somente a luz de Malchut (Nefesh).
As luzes remanescentes, Keter, Chochmah, Tifferet e Malchut, estarão ausentes nele. Assim, a medida de cada Partzuf depende somente da Aviut da tela (espessura). A tela com a Aviut de Bechinah Dalet cria um Partzuf consistente de cinco níveis incluindo Keter. A tela com a Aviut de Bechinah Guimel cria um Partzuf consistente de quatro níveis até Chochmah, e assim por diante.
Comentários de Rav Laitman:
Há cinco níveis do desejo de receber prazer na tela, isto é, cinco níveis de força anti-egoísta de resistência ao prazer. Duas dessas forças, a espessura (Aviut) e a força (Kashiut), precisam ser balanceadas. Então Malchut tem a liberdade de escolha e pode tomar suas próprias decisões, pois ela é independente de todos os seus próprios desejos e prazeres.
A Or Yashar é igual à Or Chozer, o que significa que a criação deseja doar ao Criador o mesmo prazer que Ele preparou para ela. A Or Chozer (intenção) reveste, por assim dizer, o prazer do Criador; isso demonstra que o Kli não quer esse prazer para si mesmo, mas devolve o prazer ao Criador.
Na ausência de mais um desejo (significa a ausência do ‘desejo de doar’, e não um ‘desejo de receber’ egoísta, pois este nunca desaparece), Guimel, a tela pode envolver apenas três luzes em sua Luz Refletida. Assim, ela não será capaz de ‘ver’ as luzes de Yechidah e Chayah. É por isso que nós não podemos sentir a luz do Criador em nosso mundo. Inicialmente, nós não possuímos a tela e a luz refletida por ela, sem a qual é impossível ver ou sentir a luz do Criador.
A quantidade da Luz Refletida depende da força da tela: quanto mais forte for a tela, mais alto será o nível da Luz Refletida, mais longe o Kli verá, e mais ele poderá receber em prol do Criador. Quando a tela torna-se mais fraca, o Kli vê menos e assim, pode receber menos em prol do Criador.
Não há mudanças na tela. Todas as mudanças são somente na Aviut. A tela é a força de resistência ao egoísmo; ela está presente em cada propriedade. A diferença está na Aviut, no número de desejos egoístas providos com a tela. Nós estudamos somente quatro níveis de Aviut, pois Keter não tem Aviut (o ‘desejo de receber’); ela somente quer doar.
O desejo de dar prazer às criaturas – Keter – evocou o ‘desejo de receber’ nas Sefirot interiores; assim, Keter é a raiz da Aviut. Quando o objeto espiritual inferior é incapaz de receber com a intenção em prol do Criador , ele usa a Aviut shoresh, isto é, ele somente pode praticar atos de doação com a intenção em prol do Criador.
Há a luz – prazer, o Kli – o ‘desejo de receber’, e a tela – a força de resistir ao prazer. O Kli cria a tela para tornar-se semelhante ao Criador. Não há nada além disso em todo o universo!
Lembrem-se disso constantemente e tentem interpretar a Kabbalah com a ajuda desses três componentes.
Nós não podemos sentir nenhum prazer espiritual porque nos falta até mesmo uma tela mínima. O poder da vontade da tela determina com qual prazer o Kabbalista trabalha. Após o TA, o Kli inclui não somente o ‘desejo de receber’, mas também o ‘desejo de receber’ com a tela, isto é, não para auto-satisfação, mas para o Criador.
Quando não há tela para um certo desejo, isso significa que o Kabbalista não pode trabalhar com ele, isto é, ele é inapto a ser preenchido com a luz; por isso dizemos que ele está ausente. Ele não desaparece: somente não é usado. O nível espiritual (Koma) de um Partzuf depende da intensidade do desejo ajustado à tela.
A oposição ao desejo mais intenso – Dalet, dá nascimento ao Partzuf do nível mais alto – Keter. A oposição ao desejo do nível Guimel dá nascimento ao Partzuf de Chochmah, que é um grau abaixo de Keter. A força de oposição ao desejo Bet cria o Partzuf do nível de Binah, um grau mais baixo que o precedente, isto é, ele pode se assemelhar ao Criador ainda menos do que com a tela Guimel.
Se a tela pode resistir ao desejo Alef, isso significa que o nível espiritual do Kabbalista é Tifferet. Se ela pode resistir ao menor desejo – Shoresh, então isso dá nascimento ao Partzuf mais tênue, Malchut.
Os desejos egoístas devem ser usados apenas na extensão do poder da vontade para resistir a eles. Não se pode trabalhar com desejos incorrigidos sem a tela; eles precisam ser neutralizados e restritos. Os desejos nem aparecem nem desaparecem; eles são criados pelo Criador. Somente seu uso depende do homem.
Tudo depende da força de resistência da tela, a intenção, que torna o receptor em doador. É isso que significa o ‘jogo’ entre o Criador e a criação: transformar um desejo egoísta em um desejo altruísta, isto é, dirigi-lo ao Criador.
Todos os desejos estão em Malchut do mundo da Infinidade; ela os usa de acordo com a tela, que emerge nela em cada caso. Há as telas com a ajuda das quais Malchut constrói mundos, e aquelas que formam vários Partzufim. Certos tipos de tela promovem o aparecimento das almas. Todas essas são partes do Malchut do mundo da Infinidade.
Desistir de um certo prazer é mais fácil do que recebê-lo de alguém, que o dá a você. A pessoa pode sempre receber menos luz em prol do Criador, do que aquela de que consegue desistir. Ou pode-se escolher não ‘trabalhar’ com a luz de modo algum.
Se um Kli decide receber egoisticamente, isto é, se ele tem um desejo sem uma tela, a luz primeiro se aproxima do Kli (o Kli atrai a luz), mas assim que a luz tenta entrar, a lei do TA entra em ação e a luz se retrai.
Quando Malchut do mundo da Infinidade fez o TA, o Criador aceitou essa lei. Por isso, nós não podemos usar abertamente o nosso egoísmo. Estamos sob a influência dessa lei; assim, não podemos sentir nenhum prazer espiritual até que tenhamos conseguido criar uma tela para ele.
Adicionalmente, o que são os prazeres deste mundo? Eles constituem a micro-dose da luz (a Ner Dakik) de toda a Malchut do mundo da Infinidade, que teve permissão para ser sentida por nós e pode existir fora do TA. Transcender este mundo somente é possível adquirindo-se uma tela.
Se houver uma tela para um prazer maior, então ela também estará disponível para um prazer menor. Para parar de receber prazer para si mesmo, é preciso adicionar uma intenção a esse prazer (a Or Chozer), e recebê-lo em prol do Doador.
Movimento, no mundo espiritual, ocorre somente por causa do fortalecimento ou do enfraquecimento da tela. Toda a criação, Malchut do mundo da Infinidade, gradualmente adquire a tela para todos os seus desejos. Quando todos os desejos de Malchut estiverem ajustados à tela, Malchut atingirá o estado da ‘Correção Final’ (Gmar Tikkun). Esse é o significado de todas as ações da criação.
A criação da tela, sua interação com a luz, a Or Chozer envolvendo a luz, é chamada ‘mandamento’, Mitzvah. A luz recebida é chamada ‘Torah’. Em resumo há 620 níveis, degraus, medidas da interação da tela com a luz, de modo a receber todas as partículas da luz em todos os desejos de Malchut. Quando Malchut estiver completamente preenchida com a luz do Criador, isso significará que ela recebeu a Torah inteira e alcançou a perfeição.

Origem:
http://www.kabbalah.info/brazilkab/Pticha/pticha_22.htm
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PRAZER REAL
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Recebes, tens de dar,
se não vais sofrer;
já recebeste, Mar...
Toca a dar viver!
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Se tu fosses um só,
a ti de dar tinhas
somente, mas, avó
existe, não é Vinhas?
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Deus faz-nos com prazer,
para nós desfrutarmos
prazer e receber
gozo por O amarmos.
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P' rá dor não existimos
nem para o pouco; sim,
p' ró prazer, não mentimos,
é mesmo assim.
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Se pouco te contenta
e pobre e 'té feio,
grande paixão inventa,
passa p'ra lá do meio!!
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Saturday, November 29, 2008

Por isso, está clara a razão pela qual nós não recebemos coisas importantes (preciosas). Como ficamos contentes com prazeres pequenos, nós não merecemos receber coisas valiosas. Assim, o desenvolvimento das 4 fases é necessário para o nascimento do Kli, que sente o que recebe.

http://www.kabbalah.info/brazilkab/Pticha/pticha_04.htm
PRIMEIRO

A intenção do Criador era dar prazer às criaturas. Para isso, Ele preparou um enorme desejo nas almas para receber esse prazer contido na Shefa (a abundância que o Criador deseja nos doar). O ‘desejo de receber’ é um vaso para a recepção do prazer contido na Shefa.
Quanto maior o ‘desejo de receber’, mais prazer entra no vaso. Essas duas noções se interconectam de um tal modo que é impossível separá-las.
Isto somente é possível para apontar que o prazer se refere á Shefa (isto é, ao Criador), enquanto o ‘desejo de receber’ refere-se à Criação.
Ambas essas noções vêm diretamente do Criador e estão incluídas no Pensamento da Criação. Enquanto a abundância descende diretamente do Criador, o ‘desejo de recebê-la’, também incluído na Shefa, é a raiz, a fonte das criaturas.
O ‘desejo de receber’ é algo essencialmente novo, algo que nunca existiu antes, porque não há o menor traço de ‘desejo de receber’ no Criador. Resulta que o ‘desejo de receber’ é a essência da criação, do começo ao fim, o único ‘material’ de que a criação é feita. Todas as criaturas são apenas porções diferentes do ‘desejo de receber’. Além disso, todos os eventos que acontecem a elas são mudanças que acontecem nesse ‘desejo de receber’.
Tudo o que preenche as criaturas e satisfaz seu ‘desejo de receber’ vem diretamente do Criador. Assim, tudo o que existe á nossa volta, de fato, vem do Criador, seja diretamente como abundância, seja indiretamente, como por exemplo, o ‘desejo de receber’, que não existe no Próprio Criador, mas foi criado por Ele para dar prazer às Suas criaturas.
Comentário de Rav Laitman:
Como o desejo do Criador é doar às criaturas, Ele teve que criar alguém capaz de receber Sua abundância. Conseqüentemente, Ele integrou na Criação o desejo de receber prazer. Por que? Há uma regra: o Criador criou tudo o que existe em nossa natureza. A questão ‘por quê eu recebi uma tal natureza’? refere-se ao estado do ser, anterior ao começo da Criação, e está além de nossa capacidade de apreensão. Nós só somos capazes de atingir aquilo que se refere à Criação, mas não antes, ou depois disso. Assim, nossa natureza nos permite receber apenas o prazer que está em equilíbrio com nosso desejo por isto.
Por exemplo, se um homem estiver com fome, ele tem prazer na refeição, enquanto se lhe for oferecida comida, e ele não estiver com fome, ele não terá nenhum prazer. Tudo é uma combinação da ausência e de seu preenchimento. Quanto mais forte o desejo, maior será o prazer de satisfazê-lo.

Origem:http://www.kabbalah.info/brazilkab/Pticha/pticha_01.htm
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NOVO
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Todos procuramos coisas novas,
todos fazemos novas coisas:
cheias ficam as covas,
e, muitas coisas são loisas.
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Evitar a dor, satisfazer-se,
decidir bem, não sofrer,
tanto estar parado como mover-se.
Que é que tu queres saber?
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Belo, elo, luz, Deus, energia...
Ego é feio, equilibrado é belo;
egoísta, eu até te daria
se não quisesses tudo, assim ...
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Tudo e todos, que é igual a nada,
somos Deus: matéria vai a bicho,
e bicho vai a homem, Ada;
que vai a Deus, em e para gozo, Nicho!

Wednesday, November 26, 2008

Melquisedec - O Rei de Salém



"Nunca profira estas palavras:
Não conheço isso; logo, é falso".
Narada






MELQUISEDEC é um ser ainda mais enigmático que o próprio APOLÔNIO DE TIANA basta que se considere que no ritual de ordenação sacerdotal da Igreja Católica consta uma parte, que foi colhida nos ensinamentos de APOLÔNIO, que diz: Tu és “SACERDOCE IN AETERNUM SECUNDUM ORDINEM MELCHISEDEC”, Tu és um sacerdote eterno, segundo a Ordem de MELQUISEDEC. Existem muitos documentos que dizem haver sido JESUS um sacerdote da Ordem de MELQUISEDEC. Então Quem é MELQUISEDEC.

Os orientais falam muito do REI DO MUNDO, um ser enigmático, e por eles considerado a mais alta forma de Consciência Divina na terra vivendo num lugar oculto denominado Shambhala.

Dizem que esse ser quando se manifesta por alguns segundo na terra toda natureza para. É como se o tempo parasse, nada se ouve, os animais se põem quietos e os passarinhos nem ao menos gorjeiam. Tudo silencia, não se escuta nem o murmúrio dos rios, nem o farfalhar das folhas, nem o rumor das ondas do mar... tudo é paz e silêncio.


Em tais momentos uma pessoa bem equilibrada sente algo bem especial, tem uma sensação como que se tudo houvesse parado e o mundo inteiro ficasse envolto num manto de quietude e de imensa paz. Até o vento se torna quieto, nenhuma folha cai, nenhuma pedra rola, nenhum regato murmura, nem ao menos se ouve o murmúrio das fontes. Tudo é paz... harmonia... silêncio. É silêncio, mas ao mesmo tempo se percebe uma vibração sonora permeando todas as coisas.[1]

É o momento de GRANDE PAZ, aquele momento em que o REI DO MUNDO, o SUBLIME MELQUISEDEC abençoa a vida na Terra e revitalizando tudo. Em determinados momentos a natureza parece parar, o vento para, todos os elementos da natureza silenciam, os animais aquietam-se, tudo se torna sereno, e os sensitivos e iniciados percebem isto claramente em determinados momentos não muito freqüentes. Naquele momento os galos cantam.

Dizem os orientais, especialmente os da Índia e outros povos que vivem nos planaltos do Himalaia, que aquele é o momento em que o “Rei do Mundo” fala com Deus. Na verdade trata-se do momento em que Melquisedec, pelos orientais ligados a G. F. B. cujo nome de Sanat Kumara, ponto focal da manifestação divina no nosso Logos Planetário, pronuncia o Som Cósmico, o AUM, confirmando pelo Amén a Sua missão de mentor da Terra perante o Absoluto Deus. Com este som ele energiza todo o planeta expressando com perfeição a Parcela Divina de um Deus sem forma.

Em 1920 um polonês que trabalhava na Rússia, F. Ossendowski foi surpreendido pela revolução bolchevista e teve, então, que empreender uma fuga através da Sibéria, Mongólia, e Tibet. Sobretudo aquilo que ocorreu durante a viagem ele escreveu um livro, que se tornou um Best Seller mundial intitulado BESTAS, HOMENS E DEUSES. Um livro muito polêmico por envolver revelações inusitadas, coisas fora do comum no mundo ocidental que ele soube e testemunhou durante 18 meses de viagem por aquelas mais recônditas regiões do planeta. Como toda obra reveladora de conhecimentos incomuns o autor foi muito criticado e posto em dúvidas, mas com o passar dos anos ninguém conseguiu provar que a historia narrada, como um todo, seja apenas fantasia.

Descrevemos o que Ossendowsky conta naquela obra, entre muitas outras coisas interessantíssimas, quando ele estava atravessando a planície perto de Tangan Luc. ... "O guia da caravana, um homem simples, bruscamente disse: Parem! Desceu do camelo, havendo este, sem qualquer ordem, do guia se deitado. O mongol também se prostrou com as mãos sobre no rosto em sinal de prece e começou a repetir o mantra sagrado do Tibet” OM MANI PADME HUNG. Os outros mongóis também desceram de seus camelos e começaram a rezar.

Que será que aconteceu, perguntava a mim mesmo enquanto observava em minha volta o verde brilhante do capim que se estendia até o horizonte, onde um céu sem nuvens recebia os últimos raios do sol.

Os mongóis rezaram durante algum tempo, conversaram entre si, e depois de apertar os arreios de seus camelos, prosseguiram a viagem".


Então Ossendowsky indagou a respeito daquela parada e o guia respondeu: “Você notou como os camel os remexiam as orelhas de medo e como o rebanho de cavalos na planície ficou imóvel?Você viu que até os carneiros e o gado deitaram-se no chão? Você notou que as aves pararam de voar, as marmotas pararam de correr e os cães emudeceram? O ar vibrava suavemente e trazia, de longe, as notas de uma canção que penetrava no coração dos homens, dos animais e das aves. O céu e a terra não se movem, o vento não sopra e o sol pára sua trajetória; num momento como esse, o lobo, que está se aproximando sorrateiramente dos carneiros, não continua no seu propósito de rapina, o rebanho de antílopes apavorados para sua fuga precipitada; a faca cai da mão do pastor que está para sacrificar a ovelha, e o voraz arminho deixa de perseguir a confiante perdiz salga. Todos os seres vivos ficam assustados e rezam, esperando que se cumpra seu destino. Foi o que aconteceu agora; e o que acontece toda vez que o Rei do Mundo, em seu palácio subterrâneo, reza procurando saber o destino dos povos da Terra”

Na Bíblia está escrito que Abrão foi abençoado por MELQUISEDEC numa fase de sua vida, por certo quando ele ainda não havia sido envolvido. Sabemos que na realidade Abrão recebeu a bênção do REI DO MUNDO numa época em que ele ainda não havia se comprometido, mas a descrição bíblica a respeito desse Grande Ser está mesclada propositadamente com inverdades que visam desviar a pessoa do real sentido do REI DA ETERNA PAZ.

Este é um dos muitos pontos em que a Bíblia sofreu alterações profundas. Vejamos, inicialmente, aquilo que está escrito a respeito de Melki-Tsedeq[1]

O Seu nome significa Rei da Paz, Rei da Justiça, ESTÁ FEITO ASSIM À SEMELHANÇA DO FILHO DE DEUS E PERMANECE SACERDOTE PARA SEMPRE.

Na Pistis Sophia dos Gnósticos Alexandrinos, Melquisedec é citado como GRANDE RECEBEDOR DA LUZ ETERNA. Ele recebe a Luz inteligível, por um raio emanado diretamente do Princípio para refletir o mundo, que é o seu domínio. É por isso que Ele também é chamado FILHO DO SOL.

Na epistola aos Hebreus, Paulo diz que Melquisedec é o Rei da Paz; que não tem pai nem mãe nem genealogia, que não tem começo nem fim de vida, sendo, portanto feito á semelhança do filho de Deus e permanece sacerdote para sempre.

Forças negativas adulteram as citações constantes na Epistola aos Hebreus fazendo com que seja aceito que aquele que abençoou Abrão foi Melquisedec. Houve uma alteração fragrante do texto bíblico. Sendo Melquisedec Quem é, sacerdote do Deus Altíssimo, não corresponde àquele ser que como tal é citado na Bíblia. Sendo Ele, a manifestação da Justiça Divina na Terra, não cabe na posição daquele que abençoou Abrão. São duas naturezas totalmente distintas e opostas, senão vejamos:

Paulo - Epístolas - 7:1 - Este Melquisedec, rei de Salém, sacerdote de Deus altíssimo, que saiu ao encontro de Abrão, quando ele voltava de destruir os reis, e o abençoou; 7:2 a ele deu Abrão o dízimo de todos os despojos. Disse Paulo. Quanto ao seu nome, primeiramente se interpreta como ‘rei de Justiça’, e depois ‘rei de Salém’, que quer dizer rei de paz; (aparecendo) sem pai nem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias, sem fim de vida, tornado assim semelhante ao filho de Deus, permanecer sacerdote para sempre.

Agora compare-o com Gênese 14-18, 14-19 e 14-20 onde fala de Melquisedec e é dito haver ele recebido 10% de tudo aquilo que havia sido tomado dos povos vencidos, dos despojos de guerra tomado aos reis que haviam sido vencidos por Abrão. Então onde o rei de justiça? -A parte que assinalamos em negrito mostra a natureza cósmica de Melquisedec e como podemos ver não combina absolutamente com a parte anterior.

Mais uma vez Abrão foi enganado quando pensou estar pagando o dizimo dos despojos de guerra a Melquisedec. Melquisedec é o “Grande Recebedor da Luz Eterna”, O “Representante da Justiça de Deus na Terra”, como então iria Ele receber dízimo, e ainda mais em se tratando de despojos de guerra, coisas espoliados dos povos vencidos em guerras sanguinárias?...

Melquisedec, Rei de Salém... Ora, Salém quer dizer PAZ, então como é que um rei da paz recebe despojos de guerra?

Existem documentos secretos que afirmam haver Jesus participado de cerimônias de iniciação. Podemos afirmar que sim e também que uma delas ocorreu junto à Ordem de Melquisedec. Por isso é que ser Jesus um sacerdote da Ordem de Melquisedec.

A Ordem de Melquisedec é também conhecida pelo nome de ORDEM DO SACERDÓCIO REAL, ou ORDEM DA JUSTIÇA DIVINA, pois Melquisedec representa a Superior Justiça Divina na Terra, o máximo do “Reino da Eterna Paz”.

Melquisedec é um Ser que sempre esteve presente neste planeta em todos os ciclos de civilização, sendo, portanto a manifestação perene do próprio PODER SUPERIOR na Terra.

Segundo afirmam os orientais é Melquisedec é Quem exerce a função de governo oculto a Terra nos Santo dos Santos de Shambhala. Como afirma Michel Coquet[2]: Melquisedec - Sanat-Kumara - ocupa assim o mais elevado lugar sagrado de nosso planeta onde se encontra a Tradição Primordial, o lugar onde o desígnio de Deus é conhecido...

Certa vez APOLÔNIO visitou o Reino de Agartha (Shambhala) quando esteve com o Rei do Mundo, MELQUISEDEC. Quando do regresso Apolônio introduziu a Eucaristia no seio do Cristianismo. A Eucaristia era um rito praticado na Suprema Ordem de Melquisedec.

O Rei do Mundo é representado por dois atributos essenciais: PAZ e JUSTIÇA. Ele não tem, como diz a Bíblia, genealogia por não ser humano e sim Divino.

Diz René Guénon baseado no que pesquisou, e no que disse Saint Yves d'Alveydre num livro intitulado "Missão da Índia" e publicado pela primeira vez em 1910 na França: O nome Melquisedec, ou mais exatamente Melki-Tsedeq, não é outra coisa do que o nome sob o qual a própria função do "Rei do Mundo" se encontra expressamente designado na tradição Judaico Cristã.

A tradição indiana, citada por René Guénon, em sua obra O Rei do Mundo, diz: “Ele é o Manu esse homem vivo que é Melki-Tsedeq, é Manu que continua, com efeito, perpetuamente (em hebreu leôlam), isto é, por toda a duração do seu ciclo (Manvantara), ou do mundo que ele rege especialmente. É por isto que ele não tem genealogia, porque a sua origem é não humana, visto que ele próprio é o protótipo do homem. E realmente ele foi feito à semelhança do Filho de Deus visto que, pela Lei que formula, é para esse mundo a expressão e a própria imagem do Verbo Divino”.

Ainda segundo as tradições da Mongólia, da Índia, do Tibet e de muitos outros povos orientais Melk-Tjedec (= Dharma-Râja) vive em uma "cidade", que é conhecida como o nome de Agartha, segundo muitos situada possivelmente no Himalaia.

Existe um número muito grande de lendas a respeito de "Shambhala" (Agartha), especialmente quanto à sua localização e natureza, assim como sobre o povo e o modo de vida do povo que habita, assim como citações de pessoas disseram haver estado lá. Entre muitas lendas existe uma que diz que certa vez um caçador se defrontou com um portal escondido numa floresta nas montanhas por onde penetrou e chegou ao reino de Agartha. Ao regressar ele começou a narrar o que houvera visto, então os lamas arrancaram-lhe a língua para que ele não continuasse a falar sobre aquilo que houvera visto, para que não falasse dos "MISTÉRIOS DOS MISTÉRIOS".

Diz a TRADIÇÃO que "os seres integrantes de Agartha possuem todas as forças visíveis e invisíveis da terra, do inferno e do céu, e que tudo podem fazer pela vida e pela morte dos homens. Eles podem ressecar os mares, mudar os continentes em oceanos ou reduzir as montanhas e os mares em desertos. Eles podem fazer as árvores, as sebes e a grama brotarem, sabem transformar em moços fortes os homens velhos e fracos, e podem ressuscitar os mortos".

O Rei do Mundo conhece todas as forças da natureza, lê em todas as almas humanas no grande livro do destino e reina invisível.

Segundo tudo indica, o clássico romance de J. Hamilton, já transformado em filme, intitulado Shangrilá é uma obra inspirada em tudo aquilo que se diz de Agartha. A história do romance se baseia na existência de um lugar paradisíaco, um lugar de perene felicidade onde as pessoas nem sequer envelheciam, tal como se diz exatamente a respeito de Agartha. Shangrilá, um mito? Uma lenda?... um vale maravilhoso, encravado entre as altíssimas montanhas do Himalaia, um vale de clima ameno no seio de um mundo coberto de neves eternas onde reina uma eterna paz.

Segundo um outro mito o Reino de Agartha situa-se num mundo subterrâneo que ocupa grande parte do planeta e que somente pessoas dignas podem chegar até ele, como aconteceu com APOLÔNIO e mui­tos outros.

O reino sagrado de Agartha seria dirigido por Melquisedec, mas há outras fontes que O colocam num nível ainda mais elevado, assim podemos dizer que uma pessoa só pode chegar até onde reina o Rei do Mundo sendo conduzido, é impossível encontrar por si mesmo o acesso, pois certamente não se trata de um local físico na Terra e sim de um plano divino a nível da Terra. Somente pela pureza, pela vibração precisa é que o acesso se torna possível, portanto somente os justos podem chegar até lá.

Muitas vezes os pontífices de Lhasa e de Urga enviaram mensageiros ao Rei do Mundo, mas nunca conseguiram encontra-lo.

O "chiang-chumn Barão Ungern mandou o jovem príncipe Puntizig ao Rei do Mundo com uma mensagem, mas ele voltou apenas com uma carta do Dalai Lama. O barão então voltou a manda-lo, mas o jovem príncipe nunca mais voltou”.

Um dos Dalai Lama do Tibet e brâmanes da Índia em certa ocasião escalaram altas montanhas que nunca tinham sido pisadas pelos habitantes da região e encontraram inscrições gravadas nas rochas, mas tudo em vão para alcançar o mundo de Agartha e desvendar o misterioso enigma do Rei do Mundo. Podemos dizer que qualquer profano jamais chegou até lá. O próprio nome Agartha significa inatingível, inacessível, inviolável, morada da paz.

A história de Melk-Tsedeq sem dúvidas é um dos mais importantes enigmas da historia da humanidade. Certa vez Ossendowsky perguntou a um Lama bibliotecário de um famoso mosteiro, se alguém já havia visto o Rei do Mundo. Ele respondeu que depois da instalação do Budismo no Oriente o Rei do Mundo já havia aparecido cinco vezes durante os festejos do Budismo antigo no Sião e na Índia. Eis o que disse o Lama: "Ele estava numa esplêndida carroça puxada por elefantes brancos, enfeitados de ouro, pedras preciosas e seda; usava uma capa branca e levava na cabeça uma tiara vermelha, da qual caiam franjas de diamantes que lhe cobriam o rosto. Abençoava o povo com uma maçã de ouro encimada de um cordeiro [3], então os cegos voltaram a ver, os surdos voltaram a ouvir, os doentes voltaram a andar e até mortos saíram de seus túmulos nos lugares por onde o Rei do Mundo passou” Faz cento e quarenta anos que Ele apareceu em Erdeni-Dzu e depois visitou também os mosteiros de Sakia e Naranchi Kure”

Em outra ocasião o Hutuktu falou para Ossendowsky: Você vê esse trono? “Numa noite de inverno, chegou um desconhecido que subiu ao trono e retirou seu bachlyk, o ornamento que levada na cabeça. Todos os Lamas então caíram de joelhos, porque, naquele desconhecido, tinham reconhecido o homem que as bulas sagradas do Dalai Lama, do Tashi Lama e de Bogdo Khã estavam anunciando desde muito tempo. A ele pertencia o mundo inteiro e todo os mistérios da natureza eram-lhe conhecidos e ele dominava o destino de todos".

Existem muitas estórias a respeito das aparições de Melki-Tsedeq. Conta-se como verdadeira a seguinte estória: Em certa ocasião durante as cerimônias de posse de um piedoso monarca, inesperadamente toda a natureza parou, e então apareceu o Rei do Mundo montando um cavalo imaculada­mente branco[4]. Todos os presentes se prosternaram e o Rei do mundo abençoou o recém-empossado monarca e depois se retirou abençoando a todos num clima de profunda paz. Trazia na mão o seu símbolo sagrado, um bastão encimado por uma maçã de ouro sobre a qual a imagem de um cordeiro, com que abençoou a todos os presentes. Naquela ocasião com grande intensidade aquele fenômeno típico de quando o Rei do Mundo abençoa a Terra se fez presente.

Existe uma "Terra Santa", uma "Terra de Salém", protótipo de todas as terras santas e centro de irradiação cósmica, centro zelosamente guardado pelas autênticas Confrarias Iniciáticas. Todas as Tradições Autênticas confluem à uma fonte única, original, representada na linguagem de todas as tradições e que falam através de símbolos, lendas e mitos, da realidade dessa misteriosa "Terra Santa" e de seu Chefe Supremo, conhecido na Índia como o "Jagrat-Dwipa". Contudo esse Ser Supremo possui outros nomes, porque as suas funções são múltiplas e complexas. Assim, o Soberano oculto dos seres da Terra é denominado pelos Tibetanos de Ryugden-Diyepo quando se referem ao Senhor Supremo das Ordens Iniciáticas Secretas autênticas de âmbito solar. De igual modo existem várias denominações para a Ordem, mas, embora haja nomes diferentes conforme a língua, existe na realidade uma única ORDEM SUPREMA e que na Tradição Judaico-Cristã é conhecida como Ordem de Melquisedec.

Melki-Tsedeq, na sua dupla função de Soberano e Pontífice é na realidade o alfa e o omega de toda a evolução em processo em nosso globo, como organizador supremo das instituições humanas de todas as civilizações, dado que determina até mesmo o biótipo dos seres.

Ou, como o ouviu do seu Guru o grande místico e erudito Jean Marquês de Rivière, autor da obra " L'ombre des Monastères Thibétains: "... e agora, meu filho, mistério muito mais alto que tudo o mais: Sabei que reina sobre a Terra, e muito acima dela, o Lama dos Lamas. Aquele diante do qual o próprio Trach-Lama se prosterna na maior das reverências. Aquele a quem chamamos o Senhor dos Três Mundos. Mas seu reino terrestre mantém-se oculto à visão dos homens”.

Em muitas ocasiões o nome de MELQUISEDEC esteve ligado a um, outro grande enigma, ao não menos legendário Prestes João tido como dirigente da humanidade. Durante a Idade Média muito se falava de um grande reino dirigido por um ser de grande sabedoria chamado Prestes João. O período em que mais se falou do Reino de Preste João foi no tempo de São Luís, nas viagens de Carpin e de Rubruquis. Segundo contam inúmeras estórias, teria havido quatro personagens que usavam esse título: Precisamente no Tibet, na Mongólia, na Índia e na Etiópia. Na realidade são quatro representações de um mesmo PODER. Diz um mito que, quando de suas conquistas territoriais Gengis-Kan tentou atacar o Reino do Preste João, ele foi repelido por um raio que quase aniquilou por completo o exército invasor.

Afirma o "Parasana Maitri", no "Vishnu-Purana": "Coroado e exaltado pelos próprios deuses e pelos seres celestes que eternamente honram as suas virtudes excelsas, encontramos o Mantenedor do Mundo. Ele detém as Forças Cósmicas. Ele torna possível a existência do nosso Globo".


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Apolônio de Tiana



"Quem inicia a Busca sabendo
o que vai encontrar, está longe da verdade".






Apolônio de Tiana
Apolônio praticamente é um desconhecido da maioria das pessoas, mesmo daquelas que têm uma boa formação religiosa. Aparentemente parece estranho que uma figura tão relevante não seja citado nos livros que versam sobre religião, somente aparecendo o seu nome em documentos secretos e em alguns poucos livros de ocultismo.

Quem foi e que é Apolônio? - Apolônio é uma misteriosa figura que apareceu neste ciclo de civilização no início da era cristã (no século I). Os documentos que falam Dele geralmente nunca mencionam a palavra nasceu e sim apareceu, isto porque Ele, quando esteve diretamente na terra, manifestava natureza divina. Entre os atributos desta natureza Ele apenas tinha um corpo aparente, se apresentava na terra com corpo etéreo, tal como o de Jesus.


Em muitos pontos, a vida de Apolônio se assemelha à de Jesus. Até mesmo a Sua vinda a terra foi anunciada pelo Espírito Santo. Alguns documentos antigos afirmam que Ele, certo dia, surgiu na terra sem ascendentes, mas também há documentos que dizem ser Ele filho de uma Virgem. O sobrenome Tiana é mesmo nome da cidade onde ele primeiro se apresentou na terra, que ficava na Capadócia.

Dotado de uma palavra fácil, eletrizante e convincente, logo depois se transformou num tribuno, ao mesmo tempo em que sua fama se popularizava, caminhando pelo resto do mundo dando um exemplo justo, bom e perfeito. Foi um espontâneo defensor dos injustiçados, capaz de praticar os mais arrojados e difíceis atos de bravura. Sua firmeza e energia de propósitos, mesmo diante do perigo, causavam a todos uma coragem estóica. "Ele fora um Deus em forma de Homem!".

Apolônio viajou muito no tempo em que esteve na Terra, desde o Egito até a Mongólia, sempre sendo iniciado nas Ordens na qual Ele encontrava, não que precisava ser iniciado pois Ele já é Um Iniciado, mas sim como O próprio disse para um sacerdote quando pediu para ser iniciado: "Bem sabes porque não queres iniciar-me. Se o dizes, revelá-lo-ei: o meu crime é justamente conhecer bem melhor do que tu o rito da iniciação. Vim pedir-te por um ato de modéstia, submissão e simplicidade, a fim de que passasses por mais sábio do que Eu. Apenas isto!".

Logo depois que saiu da sua cidade natal Ele ficou conhecido como um neo-pitagórico. Em Nínive, na Babilônia, encontrou Damis, seu inseparável e fiel discípulo. De lá ambos foram para a terra dos encantos, a Índia, e, percorreram a Mongólia e o Tibet, até que atingiram as colinas do Himalaia. Lá Apolônio deixou Damis e partiu só para um mosteiro onde Ele tornou-se o "Senhor portador dos oito poderes da Yoga", que era o mais alto Grau dos mosteiros daquela época, neste momento, dizem, uma áurea de Luz Lhe emergiu a cabeça de modo permanente. Depois voltou e se encontrou com Damis e voltaram para a Grécia, onde começou a fase mais intensa de curar doentes, desde do corpo a alma, paralíticos, cegos e até ressuscitar mortos, como aconteceu com uma moça em Roma.

Uma das missões de Apolônio foi a de ensinar aos seguidores de Jesus o como manipular as leis da natureza. Alguns documentos dizem, e é verdade, que Apolônio fez milagres idênticos àqueles feitos por Jesus. O poder dele era tamanho que aonde chegava as guerras eram interrompidas e os exércitos enterravam as suas armas. Também pregava e para ouvi-Lo vinham pessoas de lugares distantes.

Apolônio, por sua vez, ensinou como usar as leis da natureza, explicou o como eram feitos os milagres Dele e de Jesus, preparou os primeiros cristãos para disporem dos meios de curas e de todos os outros que Jesus utilizou. Mostrou o poder das cores, mostrou que tudo na natureza é vibração, fez ver que existe uma polaridade (Já constante dos Princípios Herméticos) em tudo quanto há, que as coisas podem ser manipuladas pela luz, pelo som e coisas assim. Ensinou o valor das cores, portanto como usa-las nos templos para obtenção de estados especiais de consciência. Ensinou como usar a música, que tipo de música é adequado nas diferentes situações, e restabelecer os meios utilizados pelas ciências herméticas. Ensinou simbolismo, ensinou a linguagem simbólica por meio da qual uma pessoa pode entrar em sintonia com planos superiores, com mundos hiperfísicos. Ensinou como se processam as transmutações na natureza e como conseguir isso, como intervir no astral visando certos resultados. Disse do como captar o poder inerente a cada coisa, a cada cor, a cada forma. Ensinou o poder dos cristais e dos aromas e o como usa-los nos diferentes níveis. Assim estabeleceu formas de ampliação da consciência permitindo que as pessoas possam ter acesso a níveis superiores de consciência independentemente da interferência de forças espúrias. E também trouxe ensinamentos de morais o que atingia em cheio a maioria dos governantes dos locais onde Ele passou. Tendo o poder da profecia, Ele também profetizou alguns acontecimentos que logo ocorreram.

Sendo assim a conjura1, tentáculo do "poder" das trevas, praticamente arrasou o trabalho de Apolônio. Perseguiu inexoravelmente a pessoa e também toda a obra maravilhosa estabelecida por Ele.

Apolônio sofreu perseguições terríveis culminando com varias condenações, como uma vez em que Ele foi preso e a julgamento e falou para Damis e Demetrio esperarem-No em tal dia e tal hora na praia e quando chegou o dia e a hora marcada Ele simplesmente apareceu na praia ao lado dos dois, e outra vez foi a de ser estraçalhado por uma matilha de cães ferozes, quando ia ser atacado pelos cães Ele simplesmente sumiu diante da vista de toda uma multidão. Tamanho fenômeno contribuiu ainda mais para fazer crescer o mito sobre a pessoa de Apolônio.

Depois da Sua partida, foi escrito um livro com Sua história e com grande parte dos Seus ensinamentos, apresentado em forma de um evangelho com oito capítulos. Os ensinamentos e o poder do evangelho de Apolônio era muito superior àqueles dos quatro evangelistas da época de Jesus, nele havia coisas que faziam tremer aqueles elementos da conjura que estavam se infiltração no cristianismo de então.

Após a condenação e desaparecimento a conjura ficara livre da presença direta de Apolônio, mas a Seu prestígio tornou-se logo lendário. Assim a conjura que já havia experimentado com relativo sucesso o método do despistamento no seio do cristianismo primitivo, logo passou a usa-lo entre os seguidores de Apolônio que, em sua quase totalidade, eram cristãos. No cristianismo primitivo a conjura se infiltrar e procurou destruir os autênticos ensinamentos de Jesus assumindo a direção das instituições em geral. No caso de Apolônio ela que já tinha muita influência dentro das comunidades cristãs com alguma facilidade pode usar com sucesso o método da falsificação. Assim sendo inundou o mundo de então com grande número de copias falsas dos ensinamentos de Apolônio. Isto funcionou eficazmente que até hoje só um "expert" em ocultismo é capaz de distinguir o que não é e o que é autêntico. Assim em séculos futuros Ele foi quase total e oficialmente esquecido e o Seu nome colocado na galeria dos mitos. Em todas as bibliotecas membros da conjura colocam obras falsas como sendo de Apolônio que mais tarde geraram suspeitas pelas incoerências nelas contidas. A incredulidade a respeito daquele Mestre em parte se deve àquele trabalho de despistamento e em parte à magnitude de tudo aquilo que Ele realizou e que o qualificou como uma figura lendária. Assim sendo quase tudo o que existe escrito sobre Apolônio, e sobre ensinamentos a Ele atribuídos, em grande número são falsos. Alguns documentos autênticos existem e são zelosamente guardados por algumas sociedades iniciáticas, e reservados aos iniciados nos Mistérios Maiores.

Por outro lado à influência de Apolônio foi de tamanha magnitude que o Cristianismo primitivo incorporou uma grande parcela dos ensinamentos que têm sido usados em aplicações práticas. Assim sendo, a maior parte do ritual e do simbolismo da Igreja Católica tem como ponto de origem Apolônio. Muitas pessoas indagam: De onde surgiram os símbolos e os vastos rituais incorporados à Igreja Católica se Jesus jamais publicamente usou qualquer um deles? Há quem diga que eles foram incorporados de práticas pagãs, mas isso só é verdade se, como tal for também incluída a doutrina de Apolônio que deu origem à quase totalidade dos ritos e símbolos do Catolicismo.

É de causar admiração que, mesmo havendo estado e até hoje atuantes no seio da igreja, os membros da conjura hajam deixado ficar os ritos e símbolos estabelecidos por Apolônio, desde que eles se constituíam poderosos meios de persuasão, de coesão e conseqüente manutenção da unidade religiosa. Eis duas explicações possíveis: Uma, que a conjura desconhecia todo o potencial do simbolismo e ritualística orientada por Apolônio assim não vendo neles mais que encenações, portanto algo sem perigo algum. Na verdade os próprios membros da conjura haviam apagado o conhecimento até mesmo para a maior parte daqueles que faziam parte do seu ciclo interno, conseqüentemente o potencial dos símbolos era algo desconhecido para eles. Segundo, julgando que afastado Apolônio os elementos mágicos incorporados aos ritos e símbolos serviria também aos seus intentos, pois manteria a coesão daquela estrutura que, de uma certa forma, ela já dominava.

Podemos dizer que ambas as afirmativas são verdadeiras, em parte a conjura desconhecendo o potencial ritualístico e simbólico deixou que eles continuassem presentes no cristianismo e, em parte ela sentiu que tudo aquilo era importante para a estruturação da religião num bloco coeso por ela administrado.

Em muitos momentos a conjura deturpou o ritual e o simbolismo, tirou coisas benéficas e as substituiu por coisas maléficas, entre os quais o uso do vinho, portanto do álcool, no ritual da missa.

Não é somente o ritual católico que se originou dos ensinamentos de Apolônio, praticamente a quase totalidade dos símbolos da magia, do hermetismo, do ocultismo, da gnosis e de muitas outras formas do o ocultismo em parte tem como origem Salomão, mas a quase totalidade deles provêm de Apolônio.




Aplônio de Tiana
Publicamente pouco de autenticidade nas publicações que foram feitas sobre os ensinamentos atribuídos a Apolônio. Do Seu evangelho existe uma pequena parte que já foi publicado, o mais apenas algumas poucas doutrinas iniciáticas possuem e mesmo assim somente tem acesso a eles iniciados de grau elevado. O que chega às mãos dos profanos praticamente são aquelas obras preparadas especialmente pela conjura, obras apócrifas, portanto, sem quaisquer significados positivos. A um não iniciado é possível a aquisição de apenas um trabalho autêntico intitulado Nuctemeron, mas até mesmo dele existem também algumas edições falsas. O título do livro significa: “O Dia de Deus que Resplandece nas Trevas” (O Deus que está “aprisionado” em cada pessoa ainda envolvida em trevas. Isso equivale ao desabrochar da Centelha Cósmica em cada um, ao desenvolvimento da consciência clara do Mestre de Cada Um).



Na obra Nuctemeron os ensinamentos de Apolônio são distribuídos como em um relógio em 12 horas, ou degraus, e a cada hora corresponde uma instrução especial. Os ensinamentos daquela obra são apresentados em linguagem um tanto velada. São ensinamentos de altíssimo nível.


Veja Também:
A Primeira Hora
A Segunda Hora
A Terceira Hora


********************


Autores:
José Laércio do Egito - F.R.C.
email: thot@hotlink.com.br

João Paulo Nunes do Egito - F.R.C.
email: egito@hotlink.com.br

Presente:http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_melquisedec_bio.htm

Tuesday, November 25, 2008

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Situação de emergência
O Globo - 32 minutos atrás
Chuva deixa mais de 60 mortos em Santa Catarina. Número de desalojados e desabrigados ultrapassa 50 mil
FLORIANÓPOLIS e RIO - Subiu para 65 o número de mortes provocadas pela forte chuva que atinge o estado de Santa Catarina desde sexta-feira. ...
Quatro municípios de SC decretam estado de calamidade pública G1.com.br
SC já tem mais de 52 mil desabrigados e desalojados
Estadão

Fonte:http://news.google.com.br/nwshp?hl=pt-PT&tab=wn

Monday, November 24, 2008

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Aljustrel: Museu assinala Dia Nacional da Cultura Científica 07:00 24-11-2008

Os alunos do 1º ciclo das escolas de Aljustrel podem participar em actividades específicas sobre aquilo que se faz num laboratório de restauro arqueológico. É a proposta do Museu Municipal para assinalar o Dia Nacional da Cultura Científica.

O Museu Municipal de Aljustrel assinala o Dia Nacional da Cultura Científica, que se comemora nesta segunda-feira, com a realização da Semana da Ciência e da Tecnologia.

Uma das propostas é que os alunos do 1º ciclo das escolas do concelho mineiro participem em actividades específicas sobre aquilo que se faz num laboratório de restauro arqueológico.

Esta acção está integrada no projecto que os serviços educativos do museu programaram para o ano lectivo 2008/2009 sob o lema “Passo a passo conheço Aljustrel...a mina e o meio ambiente”. Visitas a espaços mineiros e sítios arqueológicos e a realização de vários ateliers são apenas mais algumas das iniciativas que vão decorrer, nos próximos tempos, no âmbito deste projecto.

Inês Patola

Fonte:http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/24463
“Se não houver identificação com o mundo, não haverá sofrimento”, dizem muitos budistas. Isto, claro, partindo do princípio que o mundo é imperfeito, mau, perdido, dor e sofrimento e que não pode ter ser criado directamente por Deus, que, bom, não poderia ter feito o mal. Mas, Deus que é realmente bom, perfeito e justo faz tudo bem, incluindo o mal, que é para servir ao bem.
Verdadeiramente, quanto mais perto e identificado com Deus, Espírito-Matéria, menos dor e mais gozo, prazer e glória.
Mas, levando á risca o ensino budista, cessaria não só a matéria como o espírito. O caminho da verdade, do triunfo e da felicidade inaudita é e será sempre o da união dos opostos, neste caso matériaespírito, nunca o da destruição de um oposto, pois, os opostos alimentam-se uns dos outros(as). E, o materialista, se conseguisse destruir o espírito, destruiria também a matéria.
E, identificação/aceitação do justo sofrimento, alivia dor. Se quisermos resumir numa as causas da dor, não será: causar sofrimento injustamente?
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Sunday, November 23, 2008

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Fugir dos prazeres físicos sob o pretexto de serem de baixo, animais, é o oposto de negar os prazeres espirituais. E, o sofrimento é para servir ao prazer. E, Deus é bom por ser Deus de prazer, não de dor!
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Saturday, November 22, 2008

Burne – Jones: Um pintor esquecido
(Expresso: 27 -02-1999)
Conta a lenda que os deuses imortalizaram a aventura dos grandes heróis
colocando-os nos céus sob a forma de grupos de estrelas. Assim, teriam aparecido
as constelações de Andrómeda e de Perseu, tal como a de Pégaso, de Cefeu,
Cassiopeia ou Cetus. &o final do século passado, o pintor inglês Edward Burne-
Jones representou, numa série de dez quadros, o mito de Perseu, ajudando a
compreender a complicada saga de um dos filhos de Júpiter. &uma retrospectiva,
patente em Paris, é possível conhecer a obra de Burne-Jones, enquanto, nos céus
portugueses, a constelação de Perseu está visível antes das três da manhã. Mas, por
pouco tempo, porque as estrelas estão prestes a desaparecer do nosso horizonte...
ABRE na próxima semana em Paris, no
Musée d'Orsay, uma retrospectiva do pintor
vitoriano Burne-Jones. A exposição, que foi
inaugurada em Nova Iorque no ano passado, é
constituída por 170 trabalhos daquele que foi, à
época, o mais celebrado dos pintores ingleses.
Trata-se duma primeira grande retrospectiva,
organizada por ocasião do centenário da sua morte.
Apresentam-se aí praticamente todas as suas obras
maiores, incluindo algumas das séries de quadros,
nomeadamente a célebre série de Perseu.
Edward Coley Burne-Jones nasceu em
Birmingham, Inglaterra, em 1833 e aí faleceu em
1898. Foi um pintor polémico, seguidor das ideias do esteticismo e da filosofia da arte
pela arte. Opôs-se a vários movimentos artísticos que apareceram no dobrar do século,
nomeadamente aos impressionistas, que dizia retratarem «apenas paisagens e
prostitutas». Talvez por isso, Burne-Jones foi esquecido durante grande parte deste
século pois, em certa medida, representava valores estéticos postos em causa pela
«A chamada de Perseu», pintura a
óleo de Edward Burne-Jones
pintura moderna. Passados cem anos, a sua arte pode ser apreciada com outros olhos,
como de um grande pintor.
Burne-Jones é parte importante de um largo movimento artístico por vezes designado
como «a revolta romântica» e aparece no seguimento de uma escola que hoje volta a
despertar as atenções, a escola dos pré-rafaelitas. Como todas as tendências artísticas e
intelectuais, os pré-rafaelitas não constituem um movimento único, mas englobam
sensibilidades e motivações diversas. O termo foi originado pela «Irmandade Pré-
Rafaelita» (Pre-Raphaelite Brotherhood), um grupo de sete poetas e pintores ingleses,
fundado por William Holman Hunt (1827-1910), Dante Gabriel Rossetti (1828-82) e
outros artistas. Um dos objectivos do grupo era a prática simultânea das letras e artes
plásticas, o que, no entanto, apenas Dante Gabriel Rossetti conseguiu realizar. No
campo da pintura, o grupo propunha-se regressar ao estilo e espírito dos pintores que
apareceram antes de Rafael (1483-1520), rompendo abertamente com a tradição
artística da Academia Real Inglesa.
Assim, por exemplo, enquanto a Academia Real
ensinava a compor as figuras numa pirâmide central, com
iluminação proveniente de um lado e ênfase nas sombras,
destacando o relevo, os pré-rafaelitas utilizavam cores
vivas e iluminadas em todo o quadro, que aparecia quase
plano. Enquanto a Academia ensinava a destacar os
elementos centrais, que apareciam com muito mais
pormenor do que o que os circundava, a irmandade prérafaelita
admitia que todos os elementos, muitas vezes
mesmo os laterais e de pano de fundo, podiam merecer ser
tratados com grande pormenor e precisão.
Os pré-rafaelitas inspiraram-se na técnica de
William Dyce (1806-1864), de quem já falámos a propósito da pintura realista dos céus
(«Cíntia, Vénus e Francesca», na Revista do EXPRESSO de 12 de Setembro de 1998).
Contudo, a sua atitude ideológica e social, a sua técnica e, sobretudo, os seus motivos,
afastam-nos deste outro pintor.
«Perseu e as Graias», o
segundo quadro da série e
aquele em que Burne-Jones
descreve, em latim, o mito
grego de Perseu
O novo grupo artístico misturava um certo realismo figurativo com um
simbolismo tipológico, procurando temas do passado heróico e mítico. Nesse aspecto,
os pré-rafaelitas aproximavam-se de muitas outras correntes da revolta romântica,
procurando estilizar tipos heróicos. Tal como Wagner compunha óperas sobre temas da
mitologia germânica, assim os pré-rafaelitas reviviam os heróis e mitos do passado da
Inglaterra, nomeadamente as lendas arturianas. Na inspiração dos pré-rafaelitas está,
aliás, um grupo de pintores alemães conhecidos como «os nazarenos». Tratava-se de um
grupo semi-religioso, que adoptou o nome de «Irmandade de São Lucas» e que se
propunha renovar a arte sacra alemã, imitando o estilo de pintores como Dürer (1471-
1528), Perugino (1445-1523) e Rafael (1483-1520).
Imagina-se que grande parte do público e dos
críticos se possa ter desinteressado da ideologia e do
trabalho destes pintores. E que grande parte deste século
tenha passado sem que Burne-Jones fosse frequentemente
citado e considerado. Se há hoje um renovado interesse
pelo seu trabalho, isso deve-se certamente à pintura e ao
que ela nos transmite de misterioso e de único. A arte
deste grande pintor vitoriano consegue traduzir o estado
de alma de uma época e de uma corrente, de uma forma
que transcende a sua motivação histórica directa.
Mais que nenhum outro pintor da época, a arte de Burne-Jones era «escapista»,
levando o público a um mundo de sonho povoado por almas em corpos estilizados. A
nostalgia por um passado heróico associa-se a um mundo alternativo em que reina a
perfeição e a beleza. Burne-Jones considerava a vida moderna repugnante e queria
construir um mundo em que a beleza reinasse.
As figuras de Burne-Jones reflectem seres idealizados, que atingiram uma
espécie de perfeição genética andrógina. As figuras femininas revelam uma sexualidade
ambígua e até os guerreiros em armadura aparecem com uma juventude pré-púbere,
exibindo uma espécie de indiferença enfastiada, mesmo quando em riscos de serem
devorados por monstros diabólicos. Há quem diga que Burne-Jones é pintor de um
erotismo assexuado. As suas figuras são tipos idealizados, facilmente reconhecíveis
como tendo saído do seu hábil pincel. Por vezes, parecem enfermas e sem vida, o que
«A Morte de Medusa I»
levou muitos críticos a censurar o estilo de Burne-Jones como um estereotipo vazio e
desinteressante. Henry James, contudo, notou que é «absurdo dizer que as suas jovens
estão enfermas, pois elas não estão nem doentes nem saudáveis: vivem num mundo
diferente do nosso». E acrescentou que «é uma questão de graça, delicadeza,
ternura».
Entre os trabalhos mais importantes de Burne-Jones destaca-se a série de Perseu,
uma sequência de dez quadros que retrata a lenda grega. A série foi encomendada em
1875 por lorde Arthur Balfour, que dez anos mais tarde haveria de ser primeiro-ministro
britânico. Os quadros foram concebidos para decorar um salão da casa londrina de
Balfour e demoraram mais de dez anos a ser pintados. Nunca vieram a ocupar o seu
destino e pertencem hoje à City Art Gallery de Southampton. Fazem parte da
retrospectiva de Burne-Jones e podem ser apreciados agora no Musée d'Orsay, onde se
encontram até dia 6 de Junho, altura em que esta grande retrospectiva se encerra e as
pinturas regressam aos seus locais de exposição
permanente.
A lenda de Perseu, como todas as lendas gregas,
aparece na literatura antiga em versões muito variadas.
Tal como tantas outras personagens da mitologia grecoromana,
Perseu é filho de Zeus (Júpiter para os romanos)
e dos seus amores ilegítimos com uma bela jovem, neste
caso Dánae, filha do rei Acrísio de Argos.
A princesa tinha sido encerrada numa torre pelo
pai, temeroso das paixões que a filha poderia despertar.
Mas o rei de Argos foi surpreendido com o aparecimento de um neto… «Ao saber do
misterioso nascimento», escreveu Maria Lamas em O Mundo dos Deuses e dos
Heróis, «Acrísio meteu a mãe e o filho num cofre e lançou-os ao mar. Depois de
andar muito tempo ao sabor das ondas, o cofre foi dar à ilha de Serifos, onde
Dánae e Perseu foram recolhidos pelo rei Polidectes, que casou, mais tarde, com a
princesa argiva. Para se desembaraçar do enteado, Polidectes ordenou-lhe que
fosse cortar a cabeça de Medusa (uma das três Górgones, em princípio de uma
formosura rara e com magníficos cabelos, que Atena (Minerva), a quem ela
«Condenação Cumprida»
ofendeu, transformou, por vingança, em horríveis serpentes, ao mesmo tempo que
deu ao seu olhar a força de petrificar todos aqueles que fitava).»
É neste momento da narrativa que a ilustração de Burne-Jones começa.
O primeiro quadro da série mostra Perseu nas margens de um ribeiro, pouco
depois de ter abandonado a cidade. Curiosamente, Burne-Jones pinta duas cenas no
mesmo quadro. Na primeira, à esquerda, vê-se o jovem, pensativo e desconsolado, a ser
abordado por uma figura encapuçada. Na segunda, à direita, essa figura revela-se como
a deusa Atena, que o aconselha quanto à sua viagem, o adverte sobre o poderoso olhar
da Medusa e lhe oferece um espelho para poder ver o monstro sem com isso ficar
petrificado.
No segundo quadro, Burne-Jones pinta uma
descrição, em latim, de toda a história, o que lhe permite,
na parte de baixo, fazer uma pintura alongada da cena. Aí
aparecem três irmãs das Górgones, as Graias, que viviam
numa região recôndita, uma terra das trevas, tão perto do
leste como do oeste. As três criaturas tinham apenas um
olho e um dente, que partilhavam e trocavam entre si,
conforme fosse necessário. Perseu abordou-as
perguntando pela localização da Medusa mas elas
recusaram-se a colaborar. O quadro mostra o momento em
que o herói lhes retira o olho único, aproveitando um
momento em que uma das Graias o passava a outra.
Ficando na posse do único instrumento de visão das três
irmãs, Perseu facilmente as convenceu a colaborar e a
indicar-lhe o almejado paradeiro da Medusa.
Este quadro é um dos mais notáveis da série, tanto pelo conjunto colorido e pelo
conseguido retrato sombrio, como pelo pormenor com que o olho é pintado - claramente
destacável na pintura original.
A cena seguinte, que aqui não reproduzimos, mostra Perseu com as ninfas
marinhas, que lhe emprestam o capacete de invisibilidade de Hades e as sandálias de
«Cabeça Maligna», onde se
retrata a luta entre Perseu e
a terrível deusa Medusa,
capaz de transformar em
pedra cada ser que a
olhasse
Hermes (Mercúrio). Uma outra cena, também aqui omissa, revela Perseu aproximandose
da Medusa e observando-a com o espelho que Atena lhe tinha oferecido.
O quinto quadro da série pinta o momento em que Perseu decepa a Medusa e lhe
arranca a cabeça. Do pescoço do monstro saem Crisaor e Pégaso, o cavalo alado, que
em algumas versões da lenda é depois montado por Perseu. Sem que Perseu o soubesse,
ao matar a Medusa tinha cumprido uma vingança da deusa, que odiava a criatura por ter
violado o seu templo e aí ter concebido estes seus dois estranhos filhos. A riqueza de
pormenor deste quadro é notável: algumas das serpentes caídas da cabeça da Medusa
aparecem no chão contorcendo-se, o cavalo é desenhado com grande rigor anatómico e
a vestimenta de Perseu é pintada com atenção ao mais pequeno adereço. Igualmente
curioso é o aparecimento dos nomes das personagens. Na sua globalidade, o quadro
revela-se de uma grande modernidade, parecendo ter inspirado directamente alguma da
banda desenhada que circula entre nós no final deste
século.
O sexto quadro, aqui omisso, mostra as outras
Górgones procurando castigar o vencedor da Medusa,
enquanto este se escapa graças ao capacete de Hermes,
que o torna invisível. O sétimo quadro mostra Perseu de
regresso, passando por Atlas, que segura o céu sobre os
ombros.
O oitavo quadro descreve uma das cenas capitais
da história de Perseu: o momento em que este encontra a
princesa Andrómeda acorrentada a uma rocha à espera de
ser devorada pelo monstro enviado por Poseidon
(Neptuno). Conta a história que Cassiopeia, a vaidosa rainha da Etiópia, se tinha sido
vangloriado de ser mais bela do que as próprias ninfas do mar, pelo que Poseidon, o
deus dos oceanos, se tinha vingado enviando tempestades que devastavam o reino.
Cassiopeia e o marido, o rei Cefeu, queriam a todo o custo apaziguar a divindade.
Quanto Poseidon reclamou a vida de Andrómeda, os reis cederam e prenderam-na a um
rochedo para ser devorada por um monstro marinho. É nesse momento que Perseu passa
sobre as costas da Etiópia e se surpreende por ver a bela jovem em posição tão insólita.
Aproxima-se, ainda invisível, e retira o capacete mágico para se revelar a Andrómeda.
«A Pedra da Condenação»,
de Edward Burne-Jones
No retrato de Burne-Jones, a princesa encontra-se numa pose estranhamente calma para
quem se encontra em situação tão desesperada. Inclina a cabeça, como que a mostrar
pudor pela sua nudez, mas esta nudez é uma nudez ideal e casta, como a de uma estátua
de mármore.
Depois de libertar Andrómeda das suas cadeias, Perseu enfrenta o monstro
marinho que entretanto se aproximara. Segundo as versões mais populares da lenda, o
herói petrifica-o e derrota-o mostrando-lhe a cabeça da Medusa, que trazia no seu saco.
Na versão de Burne-Jones, que aqui mostramos no nono quadro da série, Perseu prefere
destruir o monstro com a força dos seus braços e o poder da sua espada, como que para
exibir a sua valentia frente à jovem, de quem logo se tinha enamorado. No quadro, a
figura graciosa de Andrómeda aparece estranhamente indiferente ao perigo e confiante
na valentia do seu apaixonado. Em contraste, o monstro agita-se para esmagar o herói.
As suas cores sombrias contrastam com a alvura da
donzela.
No décimo quadro, Burne-Jones termina a série.
Perseu mostra a cabeça de Medusa a Andrómeda, com
quem viria a casar-se. Não a olham directamente, mas sim
através do reflexo das águas paradas de um bebedouro. É
o triunfo final do heroísmo e da juventude contra os
inúmeros inimigos que Perseu derrotou. O quadro é,
finalmente, idílico. O jardim é luxuriante, como o jardim
do paraíso. Nada perturba os jovens apaixonados, que
aparecem em lugar central, junto à fonte e enquadrados
pela vegetação. O quadro é primorosamente trabalhado, providenciando um final
triunfante.
Conta a lenda que os deuses imortalizaram a aventura dos nossos heróis,
colocando-os nos céus sob a forma de grupos de estrelas. Assim teriam aparecido as
constelações de Andrómeda e de Perseu, tal como a de Pégaso, o cavalo alado, as dos
pais da heroína, Cefeu e Cassiopeia, e a do monstro Cetus, a Baleia.
As constelações dos reis da Etiópia, Cefeu e Cassiopeia são visíveis durante todo
o ano. Rodam em torno do pólo, a uma declinação tal que nunca desaparecem no nosso
Exemplo da utilização da
estética do pintor na
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horizonte. Para observadores à latitude de Portugal continental e dos Açores, são o que
se chama constelações circumpolares. Já as restantes constelações aparecem no Outono
e Inverno e começam a mergulhar muito cedo nos horizontes da Primavera. Esta noite,
uma hora depois do pôr-do-Sol, ainda são todas visíveis acima do horizonte oeste.
Poucas horas mais tarde, já Pégaso e a Baleia terão mergulhado no horizonte. Pela meianoite
é a vez de Andrómeda, pelas três da manhã, a de Perseu. Dentro de poucas
semanas, todas estas constelações começarão a desaparecer no horizonte de oeste e
noroeste muito mais cedo, pelo que temos agora uma última oportunidade para ler nos
céus toda a lenda de Perseu.
Se a princípio da noite olharmos para os céus de noroeste, deve ser fácil
identificar a Cassiopeia, destacável como um «M» ou um «W», perto do pólo norte
celeste. À sua direita e quase por debaixo da estrela Polar, vê-se Cefeu, constelação
mais difícil de reconhecer, pois é constituída por estrelas menos brilhantes e não
reproduz nenhum padrão geométrico nítido. Abaixo da Cassiopeia e um pouco à sua
esquerda aparece a princesa Andrómeda. Abaixo desta e já muito perto do horizonte,
aparece Pégaso e o grande quadrado. O quadrado de Pégaso costuma ser fácil de
identificar, mas está agora muito perto do horizonte, o que dificulta a sua observação.
A ajudar a localização destas constelações, aparecem agora três planetas
brilhantes, alinhados quase na vertical
sobre o ponto cardeal oeste. Mais perto
do horizonte vê-se Júpiter, logo
seguido de Vénus. Quem, no dia 23,
observou a espectacular conjugação
destes dois planetas - que tivemos
oportunidade de assinalar no artigo «O
Céu de Inverno», na Revista do EXPRESSO de 23 de Janeiro - terá reparado que Vénus,
movendo-se muito rapidamente sob o fundo estelar, passou para trás de Júpiter,
desaparecendo agora mais tarde no horizonte do que o planeta gigante. Bastante acima
destes dois planetas e muito menos brilhante, aparece Saturno.
Tomando os três planetas como referência e olhando para a esquerda, pode-se
localizar a Baleia, um outro conjunto de estrelas pouco conspícuas. Todas as outras
constelações desta lenda aparecem entre os planetas e a Polar.
Texto de NUNO CRATO, em Nova Iorque

ENLEVO
Tirá-los, os humanos
Animais ou dali
Ou da Alma daqui:
Compaixão pelos manos!
.
Nem nos sábados param,
Nem nos domingos, pobres
Ricos… Mas, que não dobres
Nem pelos que pecaram,
.
Que nem alarves comendo,
Matando inocentes,
Roubando belos entes,
E ignorantes sendo!
.
Um ano mais passou,
Voltei a semear
d’ árvore q’ outro plantou:
qu’ enlevo ao olhar!
.
Não morreu, não morremos,
Nada e ninguém morre:
Só ruim é que corre…
Todos amados temos!

.
Mergulha profundamente no oceano do Amor Divino. Não temas. É o mar da Imortalidade.

Rāmakrishna

Fonte:http://fundacaomaitreya.com/


22 de Novembro
Automóveis/AmbienteMobilidade de emissões Zero a partir de 2010 (Motores)

O Governo Português e a Aliança Renault Nissan anunciaram hoje uma parceria com o intuito de proporcionar uma mobilidade de emissão zero em Portugal a partir de 2010. O acordo estabelece a utilização de veículos eléctricos fornecidos pela Aliança e a criação de uma extensa rede de carregamento que será construída por todo o país nos próximos três anos.

Fonte: Sapo on line