Friday, November 11, 2005


“ Sem divertimento, o aprendizado e a evolução são impossíveis. O divertimento é a raiz de onde brota a arte original... a própria técnica nasce da diversão... o trabalho criativo é divertimento; é a livre exploração dos materiais (e ideias, digo eu) que escolheu. A mente criativa brinca com os objectos que ama. O pintor brinca com a cor e o espaço. O músico brinca com o som e o silêncio. Eros brinca com os amantes. Os deuses brincam com o universo. As crianças brincam com qualquer coisa em que possam pôr as mãos... A brincadeira é natural nos mamíferos superiores, e exacerbada nos macacos e chimpanzés... “Mas quando se alcança a diversão”, escreve Huizinga, “se adquire compreensão, porque onde há diversão não existem problemas... O divertimento não depende do que fazemos mas de como fazemos (tem de depender dos dois, depende sempre, digo eu)... o ambiente onde a diversão ocorre pode ser informal ou extremamente solene... até o trabalho mais difícil, se enfrentado com espírito alegre ( e certo, acabar com esse trabalho, p.e., digo eu), pode ser diversão... o divertimento desafia hierarquias sociais... misturamos (ou dividimos, digo eu) elementos que anteriormente estavam separados... Esse é o valor evolucionário da diversão – ela nos torna mais flexíveis... Brincar é diferente de jogar. Brincar é ter o espírito livre para explorar, ser e fazer por puro prazer. O jogo (ou trabalho... ) é uma actividade definida por um conjunto de regras. A brincadeira é uma atitude, uma disposição, uma maneira de fazer as coisas... se estivermos suficientemente livres, poderemos nos divertir mesmo diante de um grande perigo. O contexto especial é marcado pela mensagem: «Isto é divertimento» - um cão que abana a cauda, um sorriso, um brilho nos olhos, a entrada de um teatro, o apagar das luzes numa sala de concerto (o pintar o cabelo do amigo com um “sray”... acrescento eu” (pgs. 49 e 50 de: Ser Criativo, de Stephen Nachmanovitch – Summus Editorial)

O problema do anti, seja contra o que for, é o mesmo do pró, seja pelo que for.

Temos sempre tudo em comum. Mas o inimigo-amigo é real, especialmente quando chega bruto, manhoso ou doente.

Tem de ser a legalidade e a justeza.

O dinheiro não tem mal nenhum, e, pode até ser útil e belo. O problema está mesmo no amor ao dinheiro.

E, até domingo à noite, se Deus quiser.

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