![](http://photos1.blogger.com/blogger/4537/1364/320/CAH52TPY.jpg)
1. Aranha – Tudo indica que fizeram desaparecer a já “minha” aranha de estimação… como ela deveria aliás fazer desaparecer os outros “meus” bichinos de quase estimação… Mas, não desisto…
2.Budismo (Suprema sabedoria e compaixão) - O Caminho Perfeito na Dieta :: Anna Kingsford :: Proêmio
“O Rei se encontrava na sala dos holocaustos. Os Brâmanes, com trajes brancos, a seu lado, recitavam seus mantras, avivando o fogo que crepitava no altar, colocado no meio da sala. As línguas claras das chamas saltavam das madeiras perfumadas, sibilando e torcendo-se ao lamber as oferendas de manteiga, de aromas e de suco de soma, alegria de Indra. Ao redor da pira, um arroio espesso e lento, de cor escarlate, fumegava e corria, absorvido pela areia, porém renovado sem cessar; era o sangue das vítimas que ainda há pouco balavam nos campos. Uma delas, uma cabra com grandes chifres, estava estendida com a cabeça atada para traz, com erva munja; um sacerdote apoiou a faca no seu pescoço esticado, murmurando: "Eis aqui, ó deuses terríveis, o princípio dos numerosos Yajnas, oferecidos por Bimbisara; regozijai-vos vendo correr o sangue e gozai com a fumaça da carne tostada nas chamas ardentes; fazei com que os pecados do Rei sejam transferidos a esta cabra e que o fogo os consuma ao queimá-la; vou dar o golpe fatal!"
Porém, Buda disse docemente: "Não o deixeis ferir, grande Rei!" E, ao mesmo tempo, desatou os lagos da vítima, sem que ninguém o detivesse, tão imponente era seu aspecto.
Então, depois de haver pedido permissão, falou da vida que todos podem tirar, mas ninguém pode dar; da vida que todas as criaturas amam e pela qual lutam; a vida, esse dom maravilhoso, caro e agradável a todos, mesmo para os mais humildes; sim, um dom precioso para todas as criaturas que sentem piedade, porque a piedade faz o homem doce para com os débeis e nobres para com os fortes. Emprestou às mudas bocas do seu rebanho palavras enternecedoras para defender sua causa; demonstrou que o homem que implora a clemência dos deuses não tem misericórdia, ele que é como um deus para os animais; fez ver que tudo o que tem vida está unido por um laço de parentesco, e que os animais que matamos nos deram o doce tributo do seu leite e de sua lã, e depositaram confiança nas mãos dos que os degolam. Falou também do que os livros sagrados ensinam, de uma maneira certa, isto é: depois da morte, alguns de nós se tornam pássaros e animais e estes se tornam homens, transformando-se a chispa viajante em fogo purificado. Por esse motivo, o sacrifício seria um novo pecado, se fosse detida a transmigração, à qual está destinada a alma.
Ninguém - ajuntou - pode purificar com sangue seu espírito; se os deuses são bons, não podem comprazer-se com o sangue derramado; e se são maus, não podem lançar sobre a cabeça de um animal amarrado o peso de um cabelo, dos pecados e erros, pelos quais se deve responder pessoalmente. Cada um deve dar conta de si próprio, segundo esta aritmética invariável do universo, que distribui o bem ao bom e o mal ao mau, dando a cada um sua medida segundo seus atos, suas palavras e seus pensamentos; esta lei exata, implacável e imutável vigia eternamente e faz com que todos os futuros sejam frutos dos passados. Falou assim com palavras tão misericordiosas e com tal dignidade, inspirado pela compaixão e a justiça, - que os sacerdotes se despojaram dos seus ornamentos e lavaram suas mãos vermelhas de sangue, e o Rei, aproximando-se, o saudou com as mãos juntas.
Entretanto, Nosso Senhor continuou ensinando quão feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e não se alimentassem senão de coisas puras, sem derramamento de sangue; os grãos dourados, os frutos brilhantes, as ervas saborosas que brotam para todos, as pacificas águas, bastariam para alimentar e saciar todo o mundo. Tanto convenceu aos sacerdotes o poder das suas nobres palavras que eles próprios derribaram seus altares inflamados e lançaram longe a faca do sacrifício.
No dia seguinte, foi proclamado um decreto pelos arautos, em todo o reino, que foi gravado sobre as rochas e colunas, nos seguintes termos: "Eis aqui a vontade do Rei: Até agora se tem dado a morte a animais para oferecê-los em sacrifício e para a alimentação; porém, a partir de hoje, ninguém derramará o sangue de um ser vivo, nem comerá sua carne, porque já sabemos que a vida é única e que a misericórdia está reservada para Os misericordiosos”.
Tal foi o edito Promulgado, e desde aquela época uma doce paz reinou sobre todas as criaturas: o homem, os animais e os pássaros, sobre aquelas praias do Ganges, onde nosso Senhor pregou a paz com doce linguagem e santa piedade.
- A Luz da Ásia – Vida e doutrina de Gautama, fundador do Budismo, de Edwin Arnold, p. 116-119.
Veja também:
:: The Perfect Way in Diet - texto completo em inglês
:: Dedicatória a Anna Kingsford - Mãe do Vegetarianismo
:: Cronologia da vida de Anna Kingsford
:: O vegetarianismo e a Bíblia - Edward Maitland
:: Hermetismo e vegetarianismo - Anna Kingsford
:: O Banquete dos Deuses - Anna Kingsford
Visite também:
http://www.svb.org.br/ http://www.svb.org.br/http://www.ivu.org/portuguese http://www.ivu.org/portuguesehttp://www.kingsford.com.br/ http://www.kingsford.com.br/
Página de chegada / Que Sítio é este / Perguntas&Respostas / BrasilVeg/ Eventos Artigos / Notícias / Livros / Receitas / Por que vegan / Links / Entrevistas / Era Jesus vegetariano? Lista de discussão (veg-brasil) / Lista de discussión (veg-latina) Meu restaurante favorito / Por que me tornei vegetariano(a) / Por que comer carne Mil e um motivos para sermos vegetarianos / Guia de restaurantes/Lojas de produtos naturais / Junte-se ao Sítio / Listas de discussão / Bate-papo / Encontros / Citações / Direito dos Animais P&R
Realidade
Como vocês provavelmente devem ter suposto, eu sou um buddhista. Pediram-me para que eu lhes apresentasse ao Buddha, ao seu caminho e aos seus ensinamentos. Essa é uma tarefa difícil, algo que não pode ser feito em um tempo curto. Mas nestes dias e nesta era, quando o mundo está ocupado com a agressão, a cobiça e todos os tipos de conflito, eu regozijo por ter tantas pessoas querendo saber mais sobre um tópico tão chato quanto o buddhismo.
O Buddha foi um príncipe. Ele foi um ser humano comum. Não havia nada de divino nele, ele era apenas um príncipe. De fato, o clã Shakya não era um grande reino, era apenas uma pequena república. Mas o que ele e outros indianos chamavam de Mahavira efetivamente mudou o sistema filosófico indiano. Até então, a presença da cultura dos Upanishads ou dos Vedas era predominante na Índia. Havia uma forte crença em castas, deuses, sacrifícios e, ao longo destas linhas, fortes conceitos de ética, moralidade e assim por diante — apesar de os conceitos dos Upanishads e dos Vedas sobre deus, o criador, serem diferentes do conceito de deus que existe no Ocidente, por exemplo, no judaísmo, no cristianismo e no islamismo.
Antes de o Buddha morrer, seus seguidores perguntaram o que eles deveriam dizer ao mundo. Buddha disse quatro coisas bem interessantes. Ele disse que seus seguidores deveriam dizer ao mundo que houve uma vez um homem comum chamado Siddhartha, em Kapilavastu, na Índia. Siddhartha veio a esta terra como um ser humano comum. Ênfase na palavra comum. A segunda mensagem era que este homem comum atingiu a iluminação. Este ser humano comum mais tarde ensinou um método de como atingir a iluminação; esta era a terceira mensagem. A quarta mensagem era que até mesmo este ser iluminado faleceu. Estas são as quatro mensagens que o Buddha verdadeiramente quis que seus seguidores dessem ao mundo.
Quando o Buddha disse que um homem comum veio a esta terra, ele estava dizendo que cada ser humano pode se tornar um buddha; eles têm o potencial de um buddha. De fato, sua natureza é buddha. Siddhartha não nasceu como um buddha; ele era comum, assim como vocês e eu. Essa é uma mensagem muito importante. Uma pessoa ignorante, agressiva, mesquinha, comum, também pode se tornar um buddha. Isso é o que ele estava dizendo na primeira e segunda mensagens.
A terceira mensagem também é muito importante. Podemos pensar, "Isto pode ter acontecido para ele, mas e quanto a nós?" Então, na terceira mensagem, o Buddha está dizendo que nos deixou o método de como ele atingiu a iluminação. Em outros discursos, o Buddha afirmou claramente que ele não pode lhes dar a iluminação, ele não pode apagar o seu sofrimento, vocês têm de fazer isso por si mesmos.
A quarta é provavelmente a mensagem mais importante. O Buddha não se tornou imortal. Ele não se tornou algo que nunca morre, como um vampiro. Ele foi para o que os buddhistas chamam de parinirvana. Pari significa adiante.
Com isto, os ensinamentos de Buddha prevaleceram em muitos lugares — Índia, muitas das regiões do Himalaya, Afeganistão, Paquistão, Indonésia, China, Japão. Acredito que a mais antiga importadora européia do buddhismo foi a Rússia e agora ele está engatinhando lentamente através das Américas e do resto do mundo.
A sabedoria do Buddha é muito complicada e não é nada atrativa. É muito verdadeira, muito crua, nua. Portanto, ela não é apelativa porque ninguém gosta de ouvir a verdade, é muito desagradável de ouvir. Os métodos de Buddha são orientados muito individualmente. Ele mesmo disse que vocês são o seu próprio mestre, seu próprio salvador, ninguém pode salvá-lo. Ele nunca deu distinções claras, então é muito complicado. Muitas vezes digo às pessoas, se eu tivesse a autoridade de mudar algo no buddhismo, eu faria o buddhismo ser simplificado. Por exemplo, "os buddhistas deve usar meias; como buddhistas, pelo menos uma vez na vida vocês devem ir a Bodhgaya, na Índia; e, como buddhistas, vocês devem tentar fazer o mundo todo ser buddhista" — esse tipo de disciplina, de orientação. Mas o buddhismo não tem isso.
Às vezes, quando viajo de avião, uma pessoa sentada perto de mim diz, "Oh, você é um buddhista". E digo sim. Então ela diz, "Logo, você deve ser vegetariano". Bem, é legal quando as pessoas associam o buddhismo com "ser vegetariano", "ser não-violento", sorrindo... É legal. Logo, não posso contradizer e então resmungo, "Sim". E quando a comissária de bordo chega, eu não como carne. Tenho de aderir à minha pretensão.
Como também faço filmes, há todas as perguntas constantes: "Você é buddhista, como você pode fazer filmes?" Esta pergunta aparece muito. Então, quero discutir isto um pouco, porque penso que é muito importante.
Baseado na minha análise, estas perguntas — "Você é vegetariano?", ou "Como você pode fazer filmes?" — surgem porque muitas vezes o buddhismo é categorizado como uma religião. E uma religião quase sempre tem a ver com a ética e a moralidade, não é? Quando falamos sobre ética e moralidade, geralmente falamos sobre a ética e a moralidade que estão escritos em algum lugar — seguir as regras. Penso que é por isto que as pessoas fazem perguntas assim. Mas devo dizer que a filosofia oriental, especialmente a filosofia indiana, coloca a ênfase na sabedoria. No buddhismo, a sabedoria é muito mais importante que a ética e a moralidade. A moralidade e a ética existem apenas como ferramentas para melhorar e estabilizar a sabedoria. Se não for pela sabedoria, a assim chamada ética e moralidade são muito perigosas. Podem fazer nossa vida ser miserável. Por exemplo, quando pulei o prato não-vegetariano, isso foi devido à moralidade. (Então e a parte técnica, de nem tudo a comer nem tudo a saber?) Mas a moralidade e a ética parecem muito importantes no cristianismo, no judaísmo e no islamismo. Sim, é claro, os buddhistas também valorizam a moralidade, mas a sabedoria vem primeiro.
Quando falamos sobre a sabedoria, falamos sobre algo além de fazer a coisa certa ou de não fazer a coisa errada. Apesar de ser um pouco intelectual, devo parafrasear um dos grandes santos e eruditos do buddhismo, Chandrakirti. Ele disse:
Aqueles que não são sábios farão muitas coisas não-virtuosas
E, como conseqüência, irão para o inferno.
Aqueles que não são sábios farão muitas coisas virtuosas
E então irão para o céu.
Aqueles que são sábios vão além do virtuoso e do não-virtuoso
E então atingirão a liberação.
Como disse, o buddhismo é muito complicado! Esta apreciação da sabedoria afeta nossas vidas sociais. Por exemplo, os loucos divinos do Tibet. O Tibet é uma sociedade que venera os loucos, uma sociedade que estima a louca sabedoria, a anormalidade. Na nossa sociedade, raramente ouvimos um louvor como, "Ele foi uma grande pessoa porque era muito imoral". Mas muitas vezes ouvimos alguém louvado porque tem muita sabedoria. A tradição ou visão buddhista é sempre baseada na sabedoria. A sabedoria é o mais importante.
Então, o que é esta sabedoria? A sabedoria não é divina. Não é um presente celestial pelo qual temos de procurar. Nada assim. Também não é um super intelecto. Posso quase dizer, não é nada especial. E não é algo que obtemos. Não podemos comprar a sabedoria. Não podemos adicioná-la. Isto é assim porque já a temos. Temos sabedoria. Todos nós. Vocês, eu e os cachorros. Todos. Ninguém é excluído. Todos têm esta sabedoria. Mas bem agora, esta sabedoria que vocês e eu temos não está se manifestando porque ela está embrulhada com todos os tipos de papel de embrulho. Alguns são feitos muito belamente, um origami muito bonito — chamamos isto de embrulho religioso, o embrulho do materialismo espiritual. Esses são duros, não queremos abri-los porque o embrulho é muito bonito. E alguns são bem feios — para esses é fácil ter a motivação de desembrulhar, mas se vamos desembrulhá-los ou não, isso é outra coisa. Esse é único problema; de outro modo, a sabedoria está lá.
Agora a pergunta é como desembrulhá-la, como tirar este véu que está cobrindo a sabedoria. Há muitos métodos, muitos! E estes métodos são efetivamente, às vezes, os réus. O tanto quanto eles ajudam a desembrulhar esta sabedoria, eles também se tornaram os réus em muitos níveis — e é por isso que, por exemplo, em muitos lugares o buddhismo sempre é categorizado como uma religião. Por quê? Por causa destes métodos. Os buddhistas usam flores, incenso, mantos e assim por diante. Claro, desembrulhar é necessário para descobrir o objeto interior, mas, infelizmente, às vezes as pessoas colocam tanta ênfase no embrulho e no desembrulho em si que eles se esquecem de qual é a meta.
No buddhismo, somos encorajados a usar todos os tipos de métodos, desde que estejam acompanhados pela sabedoria. Há métodos populares que, é claro, dependem de onde vocês estão. Se forem ao sudeste asiático, um método muito popular é renunciar ao lar, raspar a cabeça, vestir algo amarelado ou castanho e ir para a floresta. Esse é um dos milhares e milhares de métodos. Acredita-se que há 84.000 métodos diferentes — esse é apenas um deles. Incenso, mantras, mandalas de areia, arranjos de flores e jardins zen são alguns dos outros métodos. Alguns métodos são mais arriscados do que outros porque alguns métodos são como brincar com fogo. Alguns métodos são realmente perigosos. São bastante duros, crus, portanto mais perigosos. Alguns métodos são isentos de risco, mas muito lentos, porque vocês não estão tomando qualquer risco. Como em qualquer outro caminho, quanto menos risco vocês tiverem, menos ganho vocês terão. Depende de quanta coragem vocês têm.
Mas entre todos este métodos, há um que é muito popular e bastante efetivo, e também quase todos os métodos são baseados neste único método. Isso é chamado, essencialmente, de não fazer nada. Não fazer absolutamente nada é o método real. Se quiserem dar um nome para iso, é chamado de samadhi ou meditação. Então, a meditação é não fazer nada, basicamente.
Agora, para juntar. O que estamos fazendo aqui? Estamos tentando descobrir a sabedoria, a sabedoria que está lá. Como isto funciona? Não fazer nada descobre a sabedoria? Como?
Se interpretarmos a sabedoria, ou prajna, em uma linguagem comum, mundana, ela significa "normalidade absoluta", uma mente em seu estado absolutamente normal. Mas a nossa mente não é normal. Suas mentes não são normais. Minha mente definitivamente não é normal. Por quê? Porque alguns de nós somos viciados. Alguns de nós somos alcoólatras. Mas viciados e alcoólatras — estas são coisas pequenas, não uma grande ameaça. Há outras trivialidades que nos fazem anormais e é porque somos viciados em agressão, inveja, raiva, desejo, orgulho. (Não me parece que agressões ou raivas em legítima defesa, invejas do que é nosso ou bons desejos e orgulhos possam ser anormais). Estas emoções nos fazem anormais.
Quase todo o tempo somos trabalhados pela raiva, pela inveja ou pelo orgulho. Sempre! Quando estamos olhando para as coisas, vemos tudo através dos cinco óculos de sol: os óculos de sol da inveja, os óculos de sol da raiva, os óculos de sol do orgulho e assim por diante. Quando vemos o objeto real, temos uma visão completamente distorcida. E é assim que vocês e eu, pessoas como nós, nos tornamos anormais.
Então, como alcançamos a normalidade? Como devemos fazer isso? Há muitos, muitos modos, como eu disse — incenso, flores, raspar a cabeça. Mas um dos melhores modos é se sentar e não fazer nada. O que isso faz? É um truque muito bom, efetivamente. Vejam, geralmente a nossa mente está sempre ansiando por entretenimento. Nossa mente não pode ficar parada, sem estar ocupada. Temos de fazer algo. Quando nossa mente está ocupada com algo, então temos um forte apego em direção daquilo com o que estamos ocupados, o que quer que seja. Vêem? A mente é anormal, trabalhada, engrossada, ocupada. Não há como nós possamos nos tornar normais.
Então, o que fazemos? Deixamos tudo isto ir e apenas não fazemos nada. Isso é difícil. Tentem isto quando vocês voltarem para casa à noite. Sentem-se na sua sala de estar por dois minutos, não fazendo nada. É muito chato, muito duro. Temos de fazer algo — ler um jornal, assistir televisão, chamar alguém, fazer festa. Temos feito isto de novo, de novo e de novo. E agora estamos tão esgotados que nenhum destes sequer funcionada. A televisão também é chata, o jornal é chato e uma fazer festa todo noite também é chato. Nenhum deles nos liga. De fato, alguns de nós tomamos refúgio em chicotes e correntes. E logo, a fim de nos ligarmos, precisaremos de um ralador de queijo. Isso é porque nos tornamos muito anormais, muito grosso. Nossa mente tornou-se como o queijo parmesão, e o ralador de queijo não é absolutamente afiado.
Então, o que temos de fazer é apenar sentar e não fazer nada. Absolutamente nada, incluindo não sonhar acordados. Hoje em dias as pessoas dizem "Eu estou meditando", mas estão olhando para um pôr-do-sol. Isso é fazer algo, do maior modo! Olhar para o pôr-do-sol produziu algumas das maiores canções, olhar para as ondas produziu muitas coisas. Vocês não devem fazer nenhum desses. Não ouvir música New Age. É terrível: a Nona Sinfonia de Beethoven com Pássaros — isto é o quão anormal nos tornamos! Isto funcionado ao longo das linhas do ralador de queijo: A Nona Sinfonia com Pássaros e Gotas de Chuva. Nada funcionada, nada.
Então, o modo mais seguro é não fazer nada. (Incluindo não pensar). Dois minutos todo dia. E então, se vocês forem disciplinados, três minutos, quatro minutos, cinco minutos. Se puderem não fazer nada, se sentar e observar sua mente dez minutos por dia, continuamente, por um ano, uma grande mudança virá. Não um terceiro olho, não. Quem se importa com isso? Por que vocês gostariam de ter um terceiro olho? Vocês se tornarão tão autoconscientes que não serão capazes nem mesmo de ter um namoro adequado com alguém. Imaginem, vocês têm um terceiro olho! Essa não é a nossa meta.
Nossa meta é dez minutos de meditação (não pensar) todo dia. Depois de um ano, certas coisas começam a mudar em vocês. Digamos que vocês normalmente são alguém que lava vigorosamente suas mãos com sabão depois de usar o toalete. Então vocês voltam para a sala e pensam, "Eu fiz isto?" E então vocês voltam e as lavam de novo. No meio da noite, vocês se perguntam, "Eu lavei minhas mãos?", e então vão lavá-las de novo.
Este talvez seja um bom exemplo. Mas coisas pequenas, como passar suas roupas íntimas, ou dias e horas olhando vitrines para comprar cintas-liga ou lingerie. Isso é realmente ridículo! Porque mesmo se vocês as usarem, ninguém irá vê-las (de certeza?), e vocês ficam olhando para as vitrines por dois dias, escolhendo.
Temos todos os tipos de pequenas obsessões como estas. E então, estes tipos de obsessões começarem a se afrouxar, isso é certamente uma meta digna. Depois de um ano de meditação, vocês também podem lavar suas mãos na pia do toalete, não secá-las com a toalha e nem se preocuparem com isto. Vocês dormirão sem preocupações e amanhã comerão o café da manhã com suas mãos, sem preocupações. Isso, eu lhes digo, é uma pequena iluminação. Tudo o que temos a fazer e colecionar muitos desses.
Sinto que há uma falha proeminente em muitos países asiáticos que eram tradicionalmente hindus ou buddhistas. Na Ásia, a cultura é muito entesourada, as pessoas se identificam com sua cultura. E de algum modo a religião mistura-se com a cultura. De todas as religiões, o hinduísmo e o buddhismo são duas que não deveriam ser misturadas com a cultura. Especialmente o buddhismo. Devemos nos lembrar do ato rebelde de Siddhartha há 2.500 anos atrás — abandonando o palácio, abandonando seu dever guerreiro e se tornando um sanyassin, um renunciante. Isto nos diz que o Dharma, a verdade, tem de superar a cultura. A cultura é feita pelos humanos.
Não estou dizendo que temos de abandonar a própria cultura para praticar o buddhismo, mas se realmente quisermos seguir o caminho de Buddha, devemos saber que a cultura e o buddhismo são diferentes. A xícara e o chá são duas coisas diferentes. Uma xícara é necessária, mas o chá é o que vocês querem. Sendo butanês, sei muito bem que a cultura do Butão é muito apreciada e guardada muito zelosamente. Isto é bom. A cultura é muito importante porque é através da cultura vocês podem estudar a verdade. É o único meio, o único modo que temos para estudar o buddhismo. É a xícara. Mas não devemos nos preocupar com o fato de a xícara ser fabricada na China, no Japão ou onde quer que seja. Quem se importa?
Tenho sido muito encorajado pela resposta do Deerpark [Gathering, fórum buddhista on-line]. Mas às vezes me sinto um pouco estarrecido. Parece que muitas das pessoas que fazem perguntas no Deerpark Gathering devem ter terminado seus estudos em conventos ou escolas cristãs. Por muitos anos, esta era a única educação acessível, especialmente há 20 anos atrás. Este pano de fundo cristão nos leva a perguntas como, "Qual é o objetivo da vida?" Ouço muitas perguntas usando palavras como "pecado" ou implicando que o Buddha era como Deus, o Todo-Poderoso. O buddhismo é tratado como uma religião. Por exemplo, uma das perguntas mais estarrecedoras que recebi foi, "Por que as mulheres não podem entrar no gönkhang [casa dos protetores do Dharma]?" Isso tem muito a ver com a cultura, mas também é o senso comum. A maioria dos monastérios é para monges. E os monges, é claro, têm votos a manter. Não seria sábio ter garotas se pendurando ao redor dos monastérios. Seria similar se a situação fosse a contrária, se fosse em um convento.
Precisamos de um professor para estudar o buddhismo?
Penso que é importante ter um professor se vocês forem sérios quanto a seguir adiante no caminho, se vocês realmente quiserem segui-lo completamente. Mas como disse Jigme Lingpa, antes de escolher um professor, vocês devem aprender a analisar o professor. A fim de analisar o professor, temos de estar equipados com algum conhecimento. Se as pessoas forem novas ao buddhismo, ao invés de pensar sobre um professor, talvez elas devam primeiro estudar alguns ensinamentos básicos do Buddha. Isso seria de grande ajuda. O próprio Buddha encorajou esta análise de tempos em tempos, dizendo que seus ensinamentos não deveriam ser aceitos como verdadeiros. Seus ensinamentos devem ser como o minério de ouro, que precisa ser batido e queimado para produzir o ouro.
Como podemos integrar a velha religião na vida cotidiana?
Novamente, esta pergunta volta ao buddhismo e cultura. A essência do buddhismo pode ser condensada no que chamamos de os Quatro Selos:
Todas as coisas compostas são impermanentes;
Todas as emoções que vêm do ego são dor (de certeza?);
Todas as coisas não têm uma natureza inerentemente existente;
O nirvana está além dos extremos;
Isso não é velho nem é novo. Não é como se, uma vez no tempo, as coisas compostas não fossem impermanentes, mas agora as coisas estão mudando. É muito improvável que estes quatro sequer mudem.
Tenho muita simpatia pelos butaneses ou sikkimeses mais jovens, que são constantemente importunados e ralhados por seus pais por não tiraram seus sapatos, não acenderem lamparinas de manteiga e assim por diante. A maioria da geração mais velha, especialmente aqueles que não têm muito entendimento teórico do buddhismo, muitas vezes enfatiza este aspecto da prática às suas crianças. E hoje em dia as crianças são espertas, elas foram à escola e querem saber a razão. Quando os pais não podem dar uma razão sólida, as crianças começam a pensar que o buddhismo é apenas uma fé cega — o que é muito desafortunado. Mas esta é uma das razões pelas quais o Deerpark foi fundado.
Perguntas sobre moralidade e karma, por exemplo, podemos fumar?
Basicamente, devemos evitar qualquer coisa que fira aos outros ou a si mesmo. Quando falamos sobre ferir, estamos falando de um assunto muito grande. Dependendo do quão sofisticados vocês forem, sua interpretação do ferir também mudará. Claro, se houver alguém que matará uma outra pessoa se ela não puder dar uma baforada, ao invés disso eu apenas lhe daria um cigarro, ao invés de uma morte. Agora, se a mesma pessoa for um pouco mais sofisticada e puder aprender a se acalmar, ele não se tornará uma assassina se perder uma ou duas baforadas. Posso dizer a essa pessoa: "Talvez seja a hora de você parar de matar a si mesma". In: Site: http://khyentre.dharmanet.com.br/
Comentário: Quanto a mim, a questão essencial é de facto esta, deste último parágrafo: a interpretação de ferir, de fazer sofrer depende da nossa sofisticação, do nosso nível de evolução e de inteligência. Para muitas pessoas não faz sentido não comer carne ou peixe, só por isso fazer sofrer uns animais, afinal, no mínimo sem uma alma tão evoluída como a nossa. O que até faz algum sentido. Entretanto, como podemos depois não sofrer também?
Por outro lado, há um tempo mesmo para cada desejo e prazer, sendo um erro grave o budismo dar a entender que todo o desejo é mau.
Também não vejo que a legítima defesa possa ser errada.
1. Deus, natureza, nós e outros seres primeiro mostramo-nos tanto maiores e melhores quanto mais vamos complexificando coisas e seres, e, de seguida mostramo-nos ainda superiores ao simplificá-las. No processo que continuamente recomeça e acaba ganhamos/evoluímos, quem quiser, sempre alguma coisa.
2. Sermos/fazermos originalmente bons é sermos\fazermos fielmente às boas origens, nossas e dos demais. Sermos\fazermos inovadoramente bons é sermos/fazermos\conservarmos coisas, seres e pessoas novos, velhos e bons.
3. Macrobiótica por Francisco Varatojo - Neste artigo tentarei elucidar os leitores sobre o que são a alimentação e o estilo de vida macrobióticos, uma vez que me parece haver uma certa confusão por parte do público em geral sobre que é e o que não é este modo de vida. Leio com alguma frequência, críticas à prática alimentar macrobiótica, que não têm muitas das vezes qualquer fundamento dum ponto de vista nutricional, por mero desconhecimento técnico por parte de quem escreve a crítica.
Existe também a ideia de que a Macrobiótica e o vegetarianismo se regem pelos mesmos princípios, o que também não é verdade - o regime macrobiótico sendo predominantemente de origem vegetal, não é necessariamente um regime vegetariano; o uso de produtos animais (preferivelmente peixe) é aceitável e nalguns casos necessário dependente de factores como o clima, grau de actividade física, antecedentes biológicos e outros.
A Macrobiótica não é exclusivamente uma dieta, um regime, mas sim um estilo de vida que tem como objectivo último ajudar-nos a desenvolver o nosso potencial humano, ao seguirmos as leis da natureza dum ponto de vista biológico (através da alimentação), ecológico (fazendo escolhas diárias que contribuem para uma melhor qualidade de vida ambiental), social e espiritual (tratando os outros com amor e compaixão e assumindo a nossa responsabilidade como um pequeno elo numa vasta cadeia de seres e fenómenos).
A origem da palavra é grega, "macro" - grande - e "bio" - vida e não significa apenas "grande vida" mas também a capacidade de vivermos a vida duma forma grandiosa e magnífica. A esse nível, a alimentação é importante, essencial, porque nos dá a base biológica, a saúde para gozarmos a vida em todo o seu esplendor e para termos sensibilidade para com o meio que nos rodeia. Nós somos literalmente o que comemos, os alimentos criam o nosso sangue que vai nutrir as células, os órgãos, o cérebro. Sem alimentos a vida não é possível.
A palavra Macrobiótica foi utilizada por filósofos gregos como Hipócrates e na era moderna primeiro no séc. XVIII por um professor de medicina alemão, médico pessoal de Goethe, chamado Christoph Von Hufeland que escreveu o livro "Macrobiótica, ou a Arte de prolongar a Vida" onde prescreveu recomendações muito semelhantes às da "macrobiótica moderna". Nos finais do séc. XIX, um médico do exército japonês, Sagen Ishisuka, que se curou duma doença de rins intratável pela medicina moderna, adoptando um regime alimentar baseado em cereais integrais e vegetais, fundou a primeira organização macrobiótica denominada na altura Sokuiokai e foi extremamente famoso no Japão nos finais do séc. XIX e início do séc. XX.
Para Ishizuka todos os problemas de saúde e sociais tinham como origem uma má nutrição, particularmente um desequilíbrio entre sódio e potássio nos alimentos e, para ele, todos os problemas podiam ser corrigidos adoptando uma prática alimentar de acordo com a constituição biológica humana, em especial a utilização de cereais integrais e vegetais como alimentos principais.
O trabalho de Ishizuka foi continuado e desenvolvido por George Ohsawa que nos anos 30 trouxe os seus ensinamentos para a Europa, em especial para a França e Bélgica; Ohsawa escreveu dezenas de livros e foi relativamente conhecido em França, mas duma forma geral, o que se conhece mais da abordagem de George Ohsawa é uma prática alimentar macrobiótica extremamente restritiva que não se adapta bem (na minha opinião) à vida moderna. Isto, apesar de Ohsawa ter uma concepção extremamente alargada do regime macrobiótico, recomendando desde dietas muito simples, monodietas, até regimes com uma quantidade aceitável de produtos animais e pequena quantidade de bebidas alcoólicas.
Ohsawa prescrevia segundo a condição individual - para ele, praticar macrobiótica era comer segundo as necessidades em constante mutação de cada um - para algumas pessoas jejuar é a terapia, para outros comer bastante variedade e divertir-se é a solução mais indicada. No entanto, na prática diária, os cereais integrais e os vegetais continuam a ser os alimentos mais adaptados à espécie humana, e consequentemente aqueles que mais ajudam a criar e a manter a saúde.
Os ensinamentos de George Ohsawa foram na geração seguinte disseminados pelos seus discípulos orientais particularmente Michio e Aveline Kushi, Herman e Cornelia Aihara, Tomio e Bernardete Kikuchi, Shizuko Yamamoto, Clim Yoshimi, entre outros e na geração actual especialmente por estudiosos europeus e americanos. Michio Kushi, residente nos Estados Unidos desenvolveu um modelo alimentar mais simples de compreender e mais adaptado à vida moderna denominado "Alimentação Macrobiótica Padrão" (Standard Macrobiotic Diet), o modelo alimentar mais utilizado pela maioria dos praticantes macrobióticos modernos.
Nas linhas que me restam para concluir este artigo, vou tentar identificar aqueles que me aparecem ser os aspectos mais importantes da alimentação e estilo de vida macrobióticos.
Devemos comer segundo as nossas características biológicas - o Homem é por natureza um ser designado para comer maioritariamente alimentos de origem vegetal, em particular cereais e vegetais, apesar de ter a capacidade para ingerir de tudo.
A alimentação deve reflectir o enquadramento geográfico e climático pelo se deve adaptar aos diferentes climas e habitats; deve também ser tradicional, ou seja devemos escolher um estilo alimentar que venha a ser seguido há séculos (os cereais, os vegetais e as leguminosas foram a base alimentar da espécie humana durante milhares de anos e só recentemente esses hábitos foram alterados).
A noção de bipolaridade, ou a teoria de "yin" e "yang" é uma parte essencial deste estilo de vida - a ideia de que todos os fenómenos, alimentos incluídos, têm qualidades energéticas, metafísicas e de que a harmonia relativa é conseguida quando "equilibramos" estes dois pólos, yin e yang, nas nossas vidas.
Temos o livre arbítrio para escolhermos comer e viver como quisermos, mas há uma responsabilidade inerente a cada uma das escolhas que fazemos; não existem alimentos proibidos mas existe um critério a partir do qual podemos escolher duma forma mais responsável e consciente.
Essencialmente, na prática da Macrobiótica, a saúde e a felicidade começam em cada um de nós, e as nossas vidas são em grande parte, um reflexo das nossas escolhas e prioridades.
Espero que com este artigo passe a ter uma ideia mais alargada e mais acertada do que significa praticar macrobiótica; oportunamente escreverei sobre os aspectos mais técnicos e nutricionais desta prática alimentar.
4. Montargilenses e Machoqueiras. Os Montargilenses existem, como existiram(existem) os Lusitanos ou como existem os Portugueses. E, até melhor definição, por Montargilenses entendem-se todos os homensmulheres que nasceram de pais ou só pai ou só mãe Montargilenses, em Montargil ou não, ou, que adoptaram (e foram adoptados) Montargil como terra primeira e mais amada. Os quais têm um modo de ser e de pensar próprios.
Montargilenses
Os primeiros Montargilenses de que há memórias visíveis, que construíram as Antas de MonteArgil, remontam a mais de 4 ou 5 mil anos. ( Cardoso, J.L. – “Pré-História de Portugal”, Editorial Verbo, 2002“, e: “O Arqueólogo Português – Nova Série – II “ , – Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos – Lisboa – 1953 - Hemeroteca Municipal de Lisboa )
Já os primeiros adoptados terão sido romanos. A atestá-lo, a Necrópole de Santo André, e, uma das vias romanas que vinha de Mérida a Lisboa que passa a norte do seu termo, em Perna Seca, e outra estrada Romana que passava nas Mesas ( Serra de Montargil ), unindo Tomar e Évora. ( Revista: “ Conímbriga – Volume XX “ – Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – 1981 ( Faculdade de Letras de Lisboa e, site: http://psoutinho.planetaclix.pt/out/mapa-lisboa-merida.gif )
E, possivelmente, o primeiro “MonteArgilense “ de quem sabemos o nome, oriundo ignoramos de que família e parte de Portugal, foi o cavaleiro Ihoam Stevez (João Esteves), o que nos faz lembrar do Monte de Cavaleiros, com Anta, a quem, e aos seus sucessores MonteArgil foi “doada” por D. Fernando I – o Formoso ou o Inconstante – que nasceu em 1345 e reinou de 1367 até á sua morte, em 1383. ( Conforme fls 116 e 117, do Livro 1 de D. Fernando – Torre do Tombo )
Apraz-nos registar que ainda hoje há não poucos, e bons e trabalhadores Esteves em Montargil.
Também não temos dúvidas, como as não têm muitos outros(as), de que MonteArgil é formosa e tem formosos ( possui aliás mesmo a Herdade da Formosa! ). Somos, porém, também, por vezes, não constantes. O que não é bom. De tal modo que, por exemplo, na última vez que, há cerca de 2 anos, houve eleições para a Direcção do “Grupo Desportivo Montargilense” o lema do eleito António Manuel Magalhães Prates Courinha, teve de ser: COMIGO EM PRESIDENTE, O FUTEBOL NÃO ACABA EM MONTARGIL!
Mas, tanto como “ o mui leal” Ihoam Esteves foi leal para com D. Fernando, ( citado Livro 1 de D. Fernando, fls 116 e 117– Torre do Tombo
assim o foram, por exemplo, os Monteargilenses para com D. Maria Segunda – a Educadora ou a Boa Mãe - e D. Pedro IV – o Rei Soldado. ( Actas da Câmara de MonteArgil dos anos 30 do Séc. XIX que estão não se sabe onde nem como, na Câmara Municipal de Ponte de Sôr ). Como ainda o são os Montargilenses para com o Leal!
E, como “os serviços e os merecimentos” de Ihoam Esteves foram “mui altos e grandes” e, “constantes”, ibidem, assim o continuam a ser os dos Montargilenses, grandes e menos grandes. Vejam-se, por exemplo, as vidas e as obras de Montargilenses antigos, como “o Doutor Pedro Velho da Silva que se despachou para os Lugares das Judicaturas e foi Procurador das Capitais na Cidade de Lisboa e nela Secretário da Inconfidência”,(Memórias Paroquiais/TT Dicionário Geográfico, Vol 24/Mf: 0458 P, Nº 194) de que só podemos afirmar ter vivido antes de 1728, e, modernos, como por exemplo, e é mesmo só exemplo, os pais de António Moura, Prates Miguel, Manuel Patrício, António Castro, Emília Sousa, A. Ildefonso Fortio, António Correia, Luis Velez, Lourenço Macedo, Eduardo Teles, Lino Mendes, Joaquim Vieira, José Raposo, Jorge Fernandes (Batalha), José Varela, António Augusto Prates, Adriana Pina, João Fernandes, Joaquim António Nogueira, Custódia Fouto, “ o Foutinho”, Jorge Soeiro, Luis Fernandes Soeiro, Manuel Fouto, Hermenegildo Brites, José Alves, Joaquim Oliveira, Amável Garcia, António Gomes, José Teles, Luis Jordão, Jorge Castro, etc, etc, e, eles próprios, claro!
Parece-me, todavia, que temos errado por vezes ao levar tanto bem a outras terras, esquecendo-nos da nossa. É que isto chama-se “sermos bons demais”, ou, andarmos excessivamente dispersos, o que também não é bom!
Ultimamente soube de mais um ilustre Montargilense por adopção, Dr. Campos Cunha, ex-Ministro das Finanças que, com a Dra. Leonor Beleza e marido grandemente vieram valorizar Montargil. Todos parecemos poucos para fazer os mais de que necessários: 1) CasaArquivo MuseuBiblioteca; 2) IC 13; 3) Parque de Jogos e Ginásio; 4) Freguesia Forte e Rica, como a de Galveias, por exemplo, ou Município Restaurado; 5) Nova ETAR; e, 6) Zona Industrial; 6) Piscina ou praia fluvial, etc., etc..
De antes mesmo de 1700, outro grande Montargilense, António Manuel Prates de Carvalho, assinala, no seu livro: “ Genealogias Alentejanas “, Edição do Autor, 2003,” outros MonteArgilenses cujos nomes não tendo a divulgação, por exemplo, da do Doutor Pedro Velho ou até do Prior Frei Nicolau Galhardo, não deixam de ser importantes.
Passo a citar, sempre a título de exemplo, claro, os seguintes: 1) “ Margarida Monteiro que em 6 de Fevereiro de 1598 era viúva de Rodrigo Afonso... que sabemos ter sido provedor da Misericórdia de Montargil...”( pág 35 ); 2) “ Diogo Cardoso. Terá nascido em meados do século XVI na vila de Montargil, tronco dos Cardosos desta vila.” ( pág. 45 ); 3) “ Diogo Fortio. Foi homem da governança de Montargil onde foi juiz ordinário e provedor da Misericórdia ( 1655 ) “ ( pág. 52 ); 4) “ Manuel Nunes. Baptizado em Montargil a 19.3.1665. Casou ... a 4.10.1684... com Serafina Lourença. Foram Senhores da Herdade dos Atalhadouros... Manuel Nunes foi homem principal e da governança de Montargil onde foi juiz ordinário “ ( pág. 80 )
Ainda uma referência ao único Visconde de Montargil, Aníbal Ferreira de Melo, cujo título lhe foi concedido em sua vida, por Decreto de 631906 ( D. Carlos) e que nasceu em Angola em 22-IX-1875: “foi presidente da Comissão de Turismo da Figueira da Foz, cidade a que prestou relevantes serviços. No campo desportivo foi a sua acção de muito relevo. Com os irmãos Guilherme e Eduardo Basto foi um dos iniciadores do futebol em Portugal e fez parte do Comité Olímpico Português”.
Mesmo que nunca tenha ido a Montargil, pelo menos não rejeitou o nome, não pomposo, mas sem dúvida formoso, de Montargil no título de Visconde, e, que estará porventura na origem dos muitos portugueses com o nomes de Montargil existentes hoje em dia!
Machoqueiras
A primeira referência que encontrei até agora aos Machoqueiras foi esta: “ Aos vinte e três dias do mês de Jan. de mil sete centos e hum annos, ( 1701 ) baptizei... a Manoel, filho de Manuel Luiz e de Margarida Nunes... foi Madrinha Maria Nunes da Machoqueira...”; a segunda, esta: “ Aos vinte e três dias de Fev. de mil sete centos e hum annos, ( 1701 ) baptizei... a Manoel, filho de Joam Nunes e de Madalena Monteira, do monte da Machoqueyra”( Arquivo Distrital de Portalegre – Freguesia de Montargil – Cotas: PPSR030102B, fls. 46vº e 47, e, f. 49 ).
A terceira encontrei-a nos Arquivos Históricos da Misericórdia de Montargil, e foi um contemporâneo do Joam(João) Nunes acabado de referir, de nome Rui de Moura, da Machoqueira.
Ora, como é sabido existem pelo menos 3 herdades com o nome de Machoqueira, a saber: 1) a “Machuqueira do Grou” , e que bela ave, o grou! actualmente na Freguesia de Parreira, até 1985 na de Vale de Cavalos, concelho da Chamusca, sendo que: “ Em outros tempos vieram de vários lugares pessoas para trabalhar no campo ( corte de mato, arroteias de milho e outros cereais, para as tiradas de cortiça, etc. entre as quais das Zonas de Montargil e Ponte de Sôr... “ ( http://WWW.património-turismo.com/juntas/2_parreira ); 2) a “ Machoqueira da Passada “, até 1984 na Freguesia de Montargil, actualmente na dos Foros do Arrão, mais propriamente “Mosqueira”, também há os Mosqueras, como é identificada na Carta Militar e no site: ( http://www.cm-pontedesor.pt/ ); e, 3) a “Machoqueira” da freguesia de S. Bento do Mato(Azaruja), concelho de Évora ( http://www.evora.net/jfazaruja/ ).
Há muitos Machoqueiras em Montargil, sendo uns “Nunes Machoqueira”, outros “Prates Machoqueira”, outros só “Machuqueira” ou “Machoqueira”, outros ainda só “Prates” ( deve haver outras variantes).
Não sei se há “Machoqueiras” na Azaruja, mas, os “Machoqueiras” de Montargil dificilmente terão tido origem na Azaruja.
Por outro lado, pelo menos o João Nunes casado com Madalena Monteira é claramente natural da “Machoqueira ou Mosqueira da Passada”, isto é, junto à Passada, Montargil: Arquivo Distrital de Portalegre – Freguesia de Montargil – Cotas: PPSR030102C, fl. 49v e ...05B, f. 21.
Entretanto, um dos filhos de João Nunes ( teve pelo menos mais uma filha, Catarina Nunes, que casou em Montargil com Manuel Fernandes, das também antigas famílias Montargilenses Bernardes e Fernandes – ( pág. 43, do livro: “ Genealogias Alentejanas “, Edição do Autor, 2003,” ), Manuel Nunes, nascido em Montargil em 1701, casou com uma senhora de Ulme, Margarida Marques; já um filho de Manuel Nunes, Manuel Nunes também, nascido em Montargil em 1741, casou com Maria Josefa, de Vale de Cavalos.
E, um filho do segundo Manuel Nunes, ainda Manuel Nunes, nascido em Montargil em 1766, “casou em 19-02-1788,... viúvo que ficou de Maria Josefa..., com Maria Prates(as), natural da freguesia do Espírito Santo, do lugar de Valle de Cavalos... filha de Manoel Roiz e de Maria Pratas.”
Também um filho deste terceiro Manuel Nunes, Francisco Prates, nascido em Montargil em 1787, casou com mulher do Chouto, Maria Joaquina. Já o filho de Francisco Prates, José Prates, meu e de outros Machoqueiras bisavô paterno, nascido em Montargil em 1835, com pelo menos uma irmã, Maria, nascida em 1817, casou com Jesuina Maria, de Montargil também.
Falou-me recentemente, no Lar da Misericórdia de Montargil, uma senhora de Montargil, entretanto falecida, mas que sempre viveu em Vale de Cavalos, onde teve 12 filhos, todos vivos ainda, de pelo menos um Machoqueira existente em Vale de Cavalos. A questão que se põe portanto é: haverá dois tipos de Machoqueiras, não os ricos e os pobres, mas, os de Vale de Cavalos(Machuqueira do Grou) e os de Montargil? Ou, só os de Montargil?
Não tenho ainda elementos para responder.
Joaquim Marques da Machoqueira
Este sítio é dedicado à Mãe do Vegetarianismo, a grande médica inglesa Anna Kingsford, que não mediu esforços para propagar o vegetarianismo, tendo inclusive ido estudar em Paris - porque na Inglaterra não aceitavam mulheres nos cursos de medicina - para provar que a dieta vegetariana é a mais adequada ao homem. Ela se desincumbiu desta tarefa com brilho e defendeu sua tese, em 1880, De l’Alimentation Végétale chez l’Homme (A Alimentação Vegetal do Homem).
Esta tese foi posteriormente publicada em inglês com o título The Perfect Way in Diet (O Caminho Perfeito na Dieta). Trata-se de uma apresentação pioneira de quase todos os argumentos ainda hoje utilizados na defesa do vegetarianismo, como uma dieta que traz benefícios para a saúde, para os animais e para o Planeta e também a mais adequada para quem almeja trilhar o caminho da virtude, ou caminho espiritual. Anna Kingsford advoga nesta obra, com brilho, o retorno à dieta natural e ancestral de nossa raça, cobrindo temas como anatomia e fisiologia, hábitos naturais, química, efeitos estimulantes da carne, alcoolismo, considerações sociais etc.
:: Veja Proêmio de O Caminho Perfeito na Dieta :: Proêmio
Movimento Vegetariano: Redentor do Mundo
“Considero o movimento vegetariano o mais importante movimento de nossa época. Acredito nisso porque vejo nele o começo da verdadeira civilização. Minha opinião é que até o presente momento não sabemos o que significa civilização. Quando olhamos para os cadáveres dos animais, sejam inteiros ou cortados – que com molhos e condimentos são servidos em nossas mesas – não pensamos no horrível fato que precedeu esses pratos; e, não obstante, é algo terrível saber que a cada refeição que fazemos foi a custo de uma vida. Sustento que devemos à civilização a elevação de toda aquela classe profundamente desmoralizada e barbarizada de pessoas – açougueiros, boiadeiros e todos os outros envolvidos nesse negócio deplorável. Milhares de pessoas são degradadas pela presença de abatedouros em suas vizinhanças, o que condena classes inteiras a uma ocupação aviltante e desumana. Aguardo pelo tempo em que a consumação do movimento vegetariano tenha criado homens perfeitos, pois vejo nesse movimento o alicerce da perfeição. Quando percebo as possibilidades do vegetarianismo e as alturas a que ele pode nos elevar, me sinto convencida de que ele se provará o redentor do mundo”. [Anna Kingsford - citado por Samuel H. Hart, em In Memoriam Anna Kingsford. Este livreto contém o texto completo, com adendos do autor, da palestra proferida por ele para a Sociedade Vegetariana de Leeds, em 15 de setembro de 1946, na comemoração do Centenário do nascimento de Anna Kingsford.]
· Citações e Textos Selecionados
· Informações Biográficas e Biografias
· Obras de Anna Kingsford e Edward Maitland
· Galeria de Imagens e Fotos
· Sites Relacionados - Links
Veja também:
:: The Perfect Way in Diet - O Caminho Perfeito na Dieta
:: Addresses and Essays on Vegetarianism - Palestras e Ensaiso sobre o Vegetarianismo
:: O Banquete dos Deuses
:: Anna Kingsford M.D. (1846-1888) - Curta biografia de Anna Kingsford
:: Nota Biográfica - "Obras Completas de H.P. Blavatsky"
:: Cronologia da vida de Anna Kingsford
:: O vegetarianismo e a Bíblia - Edward Maitland
:: Hermetismo e vegetarianismo
:: Dreams and Dream Stories - Anna Kingsford
:: Anna Kingsford and Edward Maitland - by R. Shirley
:: The Virgin of the World - By Hermes Trismegistus
:: The Perfect Way, or, The Finding of Christ - Anna Kingsford
:: Anna Kingsford
:: Links
Visite também:
http://www.kingsford.com.br/
http://www.anna-kingsford.com/
http://www.svb.org.br/ http://www.svb.org.br/http://www.ivu.org/members/council/marly-winckler.html http://www.ivu.org/members/council/marly-winckler.html
Página de chegada / Que Sítio é este / Perguntas&Respostas / BrasilVeg/ Eventos Artigos / Notícias / Livros / Receitas / Por que vegan / Links / Entrevistas / Era Jesus vegetariano? Lista de discussão (veg-brasil) / Lista de discussión (veg-latina) Meu restaurante favorito / Por que me tornei vegetariano(a) / Por que comer carne Mil e um motivos para sermos vegetarianos / Guia de restaurantes/Lojas de produtos naturais / Junte-se ao Sítio / Listas de discussão / Bate-papo / Encontros / Citações / Direito dos Animais P&R
Realidade
5. Prazer infinito (Cont.)- Prazer de tentar, sem nos prejudicarmos, o impossível.
Prazer do verdadeiro dever cumprido, de termos feito\dado o nosso melhor. Prazer
de (re)encontrar os que amamos e nos amam. O prazer da escrita, da leitura, do
desenho, da pintura, do canto...
“Sir Herbert Read escreveu:«a visão estética da vida não está restrita àqueles que são
capazes de criar ou apreciar arte. Ela existe sempre que os sentidos naturais se
expressam livremente nos multiformes fenómenos do nosso mundo, e quando
consequentemente se descobre que a vida está cheia de felicidade» In: Ser Criativo
Com tantos prazeres que há no mundo, não faz muito sentido dizer qual é o maior.
Mas, sem dúvida que o do orgasmo, até por estar tão associados a Deus e à criação, é
dos maiores.
Por outro lado, as mulheres têm tanto direito a ser encantadas pelos homens, como
estes põe elas
2.Budismo (Suprema sabedoria e compaixão) - O Caminho Perfeito na Dieta :: Anna Kingsford :: Proêmio
“O Rei se encontrava na sala dos holocaustos. Os Brâmanes, com trajes brancos, a seu lado, recitavam seus mantras, avivando o fogo que crepitava no altar, colocado no meio da sala. As línguas claras das chamas saltavam das madeiras perfumadas, sibilando e torcendo-se ao lamber as oferendas de manteiga, de aromas e de suco de soma, alegria de Indra. Ao redor da pira, um arroio espesso e lento, de cor escarlate, fumegava e corria, absorvido pela areia, porém renovado sem cessar; era o sangue das vítimas que ainda há pouco balavam nos campos. Uma delas, uma cabra com grandes chifres, estava estendida com a cabeça atada para traz, com erva munja; um sacerdote apoiou a faca no seu pescoço esticado, murmurando: "Eis aqui, ó deuses terríveis, o princípio dos numerosos Yajnas, oferecidos por Bimbisara; regozijai-vos vendo correr o sangue e gozai com a fumaça da carne tostada nas chamas ardentes; fazei com que os pecados do Rei sejam transferidos a esta cabra e que o fogo os consuma ao queimá-la; vou dar o golpe fatal!"
Porém, Buda disse docemente: "Não o deixeis ferir, grande Rei!" E, ao mesmo tempo, desatou os lagos da vítima, sem que ninguém o detivesse, tão imponente era seu aspecto.
Então, depois de haver pedido permissão, falou da vida que todos podem tirar, mas ninguém pode dar; da vida que todas as criaturas amam e pela qual lutam; a vida, esse dom maravilhoso, caro e agradável a todos, mesmo para os mais humildes; sim, um dom precioso para todas as criaturas que sentem piedade, porque a piedade faz o homem doce para com os débeis e nobres para com os fortes. Emprestou às mudas bocas do seu rebanho palavras enternecedoras para defender sua causa; demonstrou que o homem que implora a clemência dos deuses não tem misericórdia, ele que é como um deus para os animais; fez ver que tudo o que tem vida está unido por um laço de parentesco, e que os animais que matamos nos deram o doce tributo do seu leite e de sua lã, e depositaram confiança nas mãos dos que os degolam. Falou também do que os livros sagrados ensinam, de uma maneira certa, isto é: depois da morte, alguns de nós se tornam pássaros e animais e estes se tornam homens, transformando-se a chispa viajante em fogo purificado. Por esse motivo, o sacrifício seria um novo pecado, se fosse detida a transmigração, à qual está destinada a alma.
Ninguém - ajuntou - pode purificar com sangue seu espírito; se os deuses são bons, não podem comprazer-se com o sangue derramado; e se são maus, não podem lançar sobre a cabeça de um animal amarrado o peso de um cabelo, dos pecados e erros, pelos quais se deve responder pessoalmente. Cada um deve dar conta de si próprio, segundo esta aritmética invariável do universo, que distribui o bem ao bom e o mal ao mau, dando a cada um sua medida segundo seus atos, suas palavras e seus pensamentos; esta lei exata, implacável e imutável vigia eternamente e faz com que todos os futuros sejam frutos dos passados. Falou assim com palavras tão misericordiosas e com tal dignidade, inspirado pela compaixão e a justiça, - que os sacerdotes se despojaram dos seus ornamentos e lavaram suas mãos vermelhas de sangue, e o Rei, aproximando-se, o saudou com as mãos juntas.
Entretanto, Nosso Senhor continuou ensinando quão feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e não se alimentassem senão de coisas puras, sem derramamento de sangue; os grãos dourados, os frutos brilhantes, as ervas saborosas que brotam para todos, as pacificas águas, bastariam para alimentar e saciar todo o mundo. Tanto convenceu aos sacerdotes o poder das suas nobres palavras que eles próprios derribaram seus altares inflamados e lançaram longe a faca do sacrifício.
No dia seguinte, foi proclamado um decreto pelos arautos, em todo o reino, que foi gravado sobre as rochas e colunas, nos seguintes termos: "Eis aqui a vontade do Rei: Até agora se tem dado a morte a animais para oferecê-los em sacrifício e para a alimentação; porém, a partir de hoje, ninguém derramará o sangue de um ser vivo, nem comerá sua carne, porque já sabemos que a vida é única e que a misericórdia está reservada para Os misericordiosos”.
Tal foi o edito Promulgado, e desde aquela época uma doce paz reinou sobre todas as criaturas: o homem, os animais e os pássaros, sobre aquelas praias do Ganges, onde nosso Senhor pregou a paz com doce linguagem e santa piedade.
- A Luz da Ásia – Vida e doutrina de Gautama, fundador do Budismo, de Edwin Arnold, p. 116-119.
Veja também:
:: The Perfect Way in Diet - texto completo em inglês
:: Dedicatória a Anna Kingsford - Mãe do Vegetarianismo
:: Cronologia da vida de Anna Kingsford
:: O vegetarianismo e a Bíblia - Edward Maitland
:: Hermetismo e vegetarianismo - Anna Kingsford
:: O Banquete dos Deuses - Anna Kingsford
Visite também:
http://www.svb.org.br/ http://www.svb.org.br/http://www.ivu.org/portuguese http://www.ivu.org/portuguesehttp://www.kingsford.com.br/ http://www.kingsford.com.br/
Página de chegada / Que Sítio é este / Perguntas&Respostas / BrasilVeg/ Eventos Artigos / Notícias / Livros / Receitas / Por que vegan / Links / Entrevistas / Era Jesus vegetariano? Lista de discussão (veg-brasil) / Lista de discussión (veg-latina) Meu restaurante favorito / Por que me tornei vegetariano(a) / Por que comer carne Mil e um motivos para sermos vegetarianos / Guia de restaurantes/Lojas de produtos naturais / Junte-se ao Sítio / Listas de discussão / Bate-papo / Encontros / Citações / Direito dos Animais P&R
Realidade
Como vocês provavelmente devem ter suposto, eu sou um buddhista. Pediram-me para que eu lhes apresentasse ao Buddha, ao seu caminho e aos seus ensinamentos. Essa é uma tarefa difícil, algo que não pode ser feito em um tempo curto. Mas nestes dias e nesta era, quando o mundo está ocupado com a agressão, a cobiça e todos os tipos de conflito, eu regozijo por ter tantas pessoas querendo saber mais sobre um tópico tão chato quanto o buddhismo.
O Buddha foi um príncipe. Ele foi um ser humano comum. Não havia nada de divino nele, ele era apenas um príncipe. De fato, o clã Shakya não era um grande reino, era apenas uma pequena república. Mas o que ele e outros indianos chamavam de Mahavira efetivamente mudou o sistema filosófico indiano. Até então, a presença da cultura dos Upanishads ou dos Vedas era predominante na Índia. Havia uma forte crença em castas, deuses, sacrifícios e, ao longo destas linhas, fortes conceitos de ética, moralidade e assim por diante — apesar de os conceitos dos Upanishads e dos Vedas sobre deus, o criador, serem diferentes do conceito de deus que existe no Ocidente, por exemplo, no judaísmo, no cristianismo e no islamismo.
Antes de o Buddha morrer, seus seguidores perguntaram o que eles deveriam dizer ao mundo. Buddha disse quatro coisas bem interessantes. Ele disse que seus seguidores deveriam dizer ao mundo que houve uma vez um homem comum chamado Siddhartha, em Kapilavastu, na Índia. Siddhartha veio a esta terra como um ser humano comum. Ênfase na palavra comum. A segunda mensagem era que este homem comum atingiu a iluminação. Este ser humano comum mais tarde ensinou um método de como atingir a iluminação; esta era a terceira mensagem. A quarta mensagem era que até mesmo este ser iluminado faleceu. Estas são as quatro mensagens que o Buddha verdadeiramente quis que seus seguidores dessem ao mundo.
Quando o Buddha disse que um homem comum veio a esta terra, ele estava dizendo que cada ser humano pode se tornar um buddha; eles têm o potencial de um buddha. De fato, sua natureza é buddha. Siddhartha não nasceu como um buddha; ele era comum, assim como vocês e eu. Essa é uma mensagem muito importante. Uma pessoa ignorante, agressiva, mesquinha, comum, também pode se tornar um buddha. Isso é o que ele estava dizendo na primeira e segunda mensagens.
A terceira mensagem também é muito importante. Podemos pensar, "Isto pode ter acontecido para ele, mas e quanto a nós?" Então, na terceira mensagem, o Buddha está dizendo que nos deixou o método de como ele atingiu a iluminação. Em outros discursos, o Buddha afirmou claramente que ele não pode lhes dar a iluminação, ele não pode apagar o seu sofrimento, vocês têm de fazer isso por si mesmos.
A quarta é provavelmente a mensagem mais importante. O Buddha não se tornou imortal. Ele não se tornou algo que nunca morre, como um vampiro. Ele foi para o que os buddhistas chamam de parinirvana. Pari significa adiante.
Com isto, os ensinamentos de Buddha prevaleceram em muitos lugares — Índia, muitas das regiões do Himalaya, Afeganistão, Paquistão, Indonésia, China, Japão. Acredito que a mais antiga importadora européia do buddhismo foi a Rússia e agora ele está engatinhando lentamente através das Américas e do resto do mundo.
A sabedoria do Buddha é muito complicada e não é nada atrativa. É muito verdadeira, muito crua, nua. Portanto, ela não é apelativa porque ninguém gosta de ouvir a verdade, é muito desagradável de ouvir. Os métodos de Buddha são orientados muito individualmente. Ele mesmo disse que vocês são o seu próprio mestre, seu próprio salvador, ninguém pode salvá-lo. Ele nunca deu distinções claras, então é muito complicado. Muitas vezes digo às pessoas, se eu tivesse a autoridade de mudar algo no buddhismo, eu faria o buddhismo ser simplificado. Por exemplo, "os buddhistas deve usar meias; como buddhistas, pelo menos uma vez na vida vocês devem ir a Bodhgaya, na Índia; e, como buddhistas, vocês devem tentar fazer o mundo todo ser buddhista" — esse tipo de disciplina, de orientação. Mas o buddhismo não tem isso.
Às vezes, quando viajo de avião, uma pessoa sentada perto de mim diz, "Oh, você é um buddhista". E digo sim. Então ela diz, "Logo, você deve ser vegetariano". Bem, é legal quando as pessoas associam o buddhismo com "ser vegetariano", "ser não-violento", sorrindo... É legal. Logo, não posso contradizer e então resmungo, "Sim". E quando a comissária de bordo chega, eu não como carne. Tenho de aderir à minha pretensão.
Como também faço filmes, há todas as perguntas constantes: "Você é buddhista, como você pode fazer filmes?" Esta pergunta aparece muito. Então, quero discutir isto um pouco, porque penso que é muito importante.
Baseado na minha análise, estas perguntas — "Você é vegetariano?", ou "Como você pode fazer filmes?" — surgem porque muitas vezes o buddhismo é categorizado como uma religião. E uma religião quase sempre tem a ver com a ética e a moralidade, não é? Quando falamos sobre ética e moralidade, geralmente falamos sobre a ética e a moralidade que estão escritos em algum lugar — seguir as regras. Penso que é por isto que as pessoas fazem perguntas assim. Mas devo dizer que a filosofia oriental, especialmente a filosofia indiana, coloca a ênfase na sabedoria. No buddhismo, a sabedoria é muito mais importante que a ética e a moralidade. A moralidade e a ética existem apenas como ferramentas para melhorar e estabilizar a sabedoria. Se não for pela sabedoria, a assim chamada ética e moralidade são muito perigosas. Podem fazer nossa vida ser miserável. Por exemplo, quando pulei o prato não-vegetariano, isso foi devido à moralidade. (Então e a parte técnica, de nem tudo a comer nem tudo a saber?) Mas a moralidade e a ética parecem muito importantes no cristianismo, no judaísmo e no islamismo. Sim, é claro, os buddhistas também valorizam a moralidade, mas a sabedoria vem primeiro.
Quando falamos sobre a sabedoria, falamos sobre algo além de fazer a coisa certa ou de não fazer a coisa errada. Apesar de ser um pouco intelectual, devo parafrasear um dos grandes santos e eruditos do buddhismo, Chandrakirti. Ele disse:
Aqueles que não são sábios farão muitas coisas não-virtuosas
E, como conseqüência, irão para o inferno.
Aqueles que não são sábios farão muitas coisas virtuosas
E então irão para o céu.
Aqueles que são sábios vão além do virtuoso e do não-virtuoso
E então atingirão a liberação.
Como disse, o buddhismo é muito complicado! Esta apreciação da sabedoria afeta nossas vidas sociais. Por exemplo, os loucos divinos do Tibet. O Tibet é uma sociedade que venera os loucos, uma sociedade que estima a louca sabedoria, a anormalidade. Na nossa sociedade, raramente ouvimos um louvor como, "Ele foi uma grande pessoa porque era muito imoral". Mas muitas vezes ouvimos alguém louvado porque tem muita sabedoria. A tradição ou visão buddhista é sempre baseada na sabedoria. A sabedoria é o mais importante.
Então, o que é esta sabedoria? A sabedoria não é divina. Não é um presente celestial pelo qual temos de procurar. Nada assim. Também não é um super intelecto. Posso quase dizer, não é nada especial. E não é algo que obtemos. Não podemos comprar a sabedoria. Não podemos adicioná-la. Isto é assim porque já a temos. Temos sabedoria. Todos nós. Vocês, eu e os cachorros. Todos. Ninguém é excluído. Todos têm esta sabedoria. Mas bem agora, esta sabedoria que vocês e eu temos não está se manifestando porque ela está embrulhada com todos os tipos de papel de embrulho. Alguns são feitos muito belamente, um origami muito bonito — chamamos isto de embrulho religioso, o embrulho do materialismo espiritual. Esses são duros, não queremos abri-los porque o embrulho é muito bonito. E alguns são bem feios — para esses é fácil ter a motivação de desembrulhar, mas se vamos desembrulhá-los ou não, isso é outra coisa. Esse é único problema; de outro modo, a sabedoria está lá.
Agora a pergunta é como desembrulhá-la, como tirar este véu que está cobrindo a sabedoria. Há muitos métodos, muitos! E estes métodos são efetivamente, às vezes, os réus. O tanto quanto eles ajudam a desembrulhar esta sabedoria, eles também se tornaram os réus em muitos níveis — e é por isso que, por exemplo, em muitos lugares o buddhismo sempre é categorizado como uma religião. Por quê? Por causa destes métodos. Os buddhistas usam flores, incenso, mantos e assim por diante. Claro, desembrulhar é necessário para descobrir o objeto interior, mas, infelizmente, às vezes as pessoas colocam tanta ênfase no embrulho e no desembrulho em si que eles se esquecem de qual é a meta.
No buddhismo, somos encorajados a usar todos os tipos de métodos, desde que estejam acompanhados pela sabedoria. Há métodos populares que, é claro, dependem de onde vocês estão. Se forem ao sudeste asiático, um método muito popular é renunciar ao lar, raspar a cabeça, vestir algo amarelado ou castanho e ir para a floresta. Esse é um dos milhares e milhares de métodos. Acredita-se que há 84.000 métodos diferentes — esse é apenas um deles. Incenso, mantras, mandalas de areia, arranjos de flores e jardins zen são alguns dos outros métodos. Alguns métodos são mais arriscados do que outros porque alguns métodos são como brincar com fogo. Alguns métodos são realmente perigosos. São bastante duros, crus, portanto mais perigosos. Alguns métodos são isentos de risco, mas muito lentos, porque vocês não estão tomando qualquer risco. Como em qualquer outro caminho, quanto menos risco vocês tiverem, menos ganho vocês terão. Depende de quanta coragem vocês têm.
Mas entre todos este métodos, há um que é muito popular e bastante efetivo, e também quase todos os métodos são baseados neste único método. Isso é chamado, essencialmente, de não fazer nada. Não fazer absolutamente nada é o método real. Se quiserem dar um nome para iso, é chamado de samadhi ou meditação. Então, a meditação é não fazer nada, basicamente.
Agora, para juntar. O que estamos fazendo aqui? Estamos tentando descobrir a sabedoria, a sabedoria que está lá. Como isto funciona? Não fazer nada descobre a sabedoria? Como?
Se interpretarmos a sabedoria, ou prajna, em uma linguagem comum, mundana, ela significa "normalidade absoluta", uma mente em seu estado absolutamente normal. Mas a nossa mente não é normal. Suas mentes não são normais. Minha mente definitivamente não é normal. Por quê? Porque alguns de nós somos viciados. Alguns de nós somos alcoólatras. Mas viciados e alcoólatras — estas são coisas pequenas, não uma grande ameaça. Há outras trivialidades que nos fazem anormais e é porque somos viciados em agressão, inveja, raiva, desejo, orgulho. (Não me parece que agressões ou raivas em legítima defesa, invejas do que é nosso ou bons desejos e orgulhos possam ser anormais). Estas emoções nos fazem anormais.
Quase todo o tempo somos trabalhados pela raiva, pela inveja ou pelo orgulho. Sempre! Quando estamos olhando para as coisas, vemos tudo através dos cinco óculos de sol: os óculos de sol da inveja, os óculos de sol da raiva, os óculos de sol do orgulho e assim por diante. Quando vemos o objeto real, temos uma visão completamente distorcida. E é assim que vocês e eu, pessoas como nós, nos tornamos anormais.
Então, como alcançamos a normalidade? Como devemos fazer isso? Há muitos, muitos modos, como eu disse — incenso, flores, raspar a cabeça. Mas um dos melhores modos é se sentar e não fazer nada. O que isso faz? É um truque muito bom, efetivamente. Vejam, geralmente a nossa mente está sempre ansiando por entretenimento. Nossa mente não pode ficar parada, sem estar ocupada. Temos de fazer algo. Quando nossa mente está ocupada com algo, então temos um forte apego em direção daquilo com o que estamos ocupados, o que quer que seja. Vêem? A mente é anormal, trabalhada, engrossada, ocupada. Não há como nós possamos nos tornar normais.
Então, o que fazemos? Deixamos tudo isto ir e apenas não fazemos nada. Isso é difícil. Tentem isto quando vocês voltarem para casa à noite. Sentem-se na sua sala de estar por dois minutos, não fazendo nada. É muito chato, muito duro. Temos de fazer algo — ler um jornal, assistir televisão, chamar alguém, fazer festa. Temos feito isto de novo, de novo e de novo. E agora estamos tão esgotados que nenhum destes sequer funcionada. A televisão também é chata, o jornal é chato e uma fazer festa todo noite também é chato. Nenhum deles nos liga. De fato, alguns de nós tomamos refúgio em chicotes e correntes. E logo, a fim de nos ligarmos, precisaremos de um ralador de queijo. Isso é porque nos tornamos muito anormais, muito grosso. Nossa mente tornou-se como o queijo parmesão, e o ralador de queijo não é absolutamente afiado.
Então, o que temos de fazer é apenar sentar e não fazer nada. Absolutamente nada, incluindo não sonhar acordados. Hoje em dias as pessoas dizem "Eu estou meditando", mas estão olhando para um pôr-do-sol. Isso é fazer algo, do maior modo! Olhar para o pôr-do-sol produziu algumas das maiores canções, olhar para as ondas produziu muitas coisas. Vocês não devem fazer nenhum desses. Não ouvir música New Age. É terrível: a Nona Sinfonia de Beethoven com Pássaros — isto é o quão anormal nos tornamos! Isto funcionado ao longo das linhas do ralador de queijo: A Nona Sinfonia com Pássaros e Gotas de Chuva. Nada funcionada, nada.
Então, o modo mais seguro é não fazer nada. (Incluindo não pensar). Dois minutos todo dia. E então, se vocês forem disciplinados, três minutos, quatro minutos, cinco minutos. Se puderem não fazer nada, se sentar e observar sua mente dez minutos por dia, continuamente, por um ano, uma grande mudança virá. Não um terceiro olho, não. Quem se importa com isso? Por que vocês gostariam de ter um terceiro olho? Vocês se tornarão tão autoconscientes que não serão capazes nem mesmo de ter um namoro adequado com alguém. Imaginem, vocês têm um terceiro olho! Essa não é a nossa meta.
Nossa meta é dez minutos de meditação (não pensar) todo dia. Depois de um ano, certas coisas começam a mudar em vocês. Digamos que vocês normalmente são alguém que lava vigorosamente suas mãos com sabão depois de usar o toalete. Então vocês voltam para a sala e pensam, "Eu fiz isto?" E então vocês voltam e as lavam de novo. No meio da noite, vocês se perguntam, "Eu lavei minhas mãos?", e então vão lavá-las de novo.
Este talvez seja um bom exemplo. Mas coisas pequenas, como passar suas roupas íntimas, ou dias e horas olhando vitrines para comprar cintas-liga ou lingerie. Isso é realmente ridículo! Porque mesmo se vocês as usarem, ninguém irá vê-las (de certeza?), e vocês ficam olhando para as vitrines por dois dias, escolhendo.
Temos todos os tipos de pequenas obsessões como estas. E então, estes tipos de obsessões começarem a se afrouxar, isso é certamente uma meta digna. Depois de um ano de meditação, vocês também podem lavar suas mãos na pia do toalete, não secá-las com a toalha e nem se preocuparem com isto. Vocês dormirão sem preocupações e amanhã comerão o café da manhã com suas mãos, sem preocupações. Isso, eu lhes digo, é uma pequena iluminação. Tudo o que temos a fazer e colecionar muitos desses.
Sinto que há uma falha proeminente em muitos países asiáticos que eram tradicionalmente hindus ou buddhistas. Na Ásia, a cultura é muito entesourada, as pessoas se identificam com sua cultura. E de algum modo a religião mistura-se com a cultura. De todas as religiões, o hinduísmo e o buddhismo são duas que não deveriam ser misturadas com a cultura. Especialmente o buddhismo. Devemos nos lembrar do ato rebelde de Siddhartha há 2.500 anos atrás — abandonando o palácio, abandonando seu dever guerreiro e se tornando um sanyassin, um renunciante. Isto nos diz que o Dharma, a verdade, tem de superar a cultura. A cultura é feita pelos humanos.
Não estou dizendo que temos de abandonar a própria cultura para praticar o buddhismo, mas se realmente quisermos seguir o caminho de Buddha, devemos saber que a cultura e o buddhismo são diferentes. A xícara e o chá são duas coisas diferentes. Uma xícara é necessária, mas o chá é o que vocês querem. Sendo butanês, sei muito bem que a cultura do Butão é muito apreciada e guardada muito zelosamente. Isto é bom. A cultura é muito importante porque é através da cultura vocês podem estudar a verdade. É o único meio, o único modo que temos para estudar o buddhismo. É a xícara. Mas não devemos nos preocupar com o fato de a xícara ser fabricada na China, no Japão ou onde quer que seja. Quem se importa?
Tenho sido muito encorajado pela resposta do Deerpark [Gathering, fórum buddhista on-line]. Mas às vezes me sinto um pouco estarrecido. Parece que muitas das pessoas que fazem perguntas no Deerpark Gathering devem ter terminado seus estudos em conventos ou escolas cristãs. Por muitos anos, esta era a única educação acessível, especialmente há 20 anos atrás. Este pano de fundo cristão nos leva a perguntas como, "Qual é o objetivo da vida?" Ouço muitas perguntas usando palavras como "pecado" ou implicando que o Buddha era como Deus, o Todo-Poderoso. O buddhismo é tratado como uma religião. Por exemplo, uma das perguntas mais estarrecedoras que recebi foi, "Por que as mulheres não podem entrar no gönkhang [casa dos protetores do Dharma]?" Isso tem muito a ver com a cultura, mas também é o senso comum. A maioria dos monastérios é para monges. E os monges, é claro, têm votos a manter. Não seria sábio ter garotas se pendurando ao redor dos monastérios. Seria similar se a situação fosse a contrária, se fosse em um convento.
Precisamos de um professor para estudar o buddhismo?
Penso que é importante ter um professor se vocês forem sérios quanto a seguir adiante no caminho, se vocês realmente quiserem segui-lo completamente. Mas como disse Jigme Lingpa, antes de escolher um professor, vocês devem aprender a analisar o professor. A fim de analisar o professor, temos de estar equipados com algum conhecimento. Se as pessoas forem novas ao buddhismo, ao invés de pensar sobre um professor, talvez elas devam primeiro estudar alguns ensinamentos básicos do Buddha. Isso seria de grande ajuda. O próprio Buddha encorajou esta análise de tempos em tempos, dizendo que seus ensinamentos não deveriam ser aceitos como verdadeiros. Seus ensinamentos devem ser como o minério de ouro, que precisa ser batido e queimado para produzir o ouro.
Como podemos integrar a velha religião na vida cotidiana?
Novamente, esta pergunta volta ao buddhismo e cultura. A essência do buddhismo pode ser condensada no que chamamos de os Quatro Selos:
Todas as coisas compostas são impermanentes;
Todas as emoções que vêm do ego são dor (de certeza?);
Todas as coisas não têm uma natureza inerentemente existente;
O nirvana está além dos extremos;
Isso não é velho nem é novo. Não é como se, uma vez no tempo, as coisas compostas não fossem impermanentes, mas agora as coisas estão mudando. É muito improvável que estes quatro sequer mudem.
Tenho muita simpatia pelos butaneses ou sikkimeses mais jovens, que são constantemente importunados e ralhados por seus pais por não tiraram seus sapatos, não acenderem lamparinas de manteiga e assim por diante. A maioria da geração mais velha, especialmente aqueles que não têm muito entendimento teórico do buddhismo, muitas vezes enfatiza este aspecto da prática às suas crianças. E hoje em dia as crianças são espertas, elas foram à escola e querem saber a razão. Quando os pais não podem dar uma razão sólida, as crianças começam a pensar que o buddhismo é apenas uma fé cega — o que é muito desafortunado. Mas esta é uma das razões pelas quais o Deerpark foi fundado.
Perguntas sobre moralidade e karma, por exemplo, podemos fumar?
Basicamente, devemos evitar qualquer coisa que fira aos outros ou a si mesmo. Quando falamos sobre ferir, estamos falando de um assunto muito grande. Dependendo do quão sofisticados vocês forem, sua interpretação do ferir também mudará. Claro, se houver alguém que matará uma outra pessoa se ela não puder dar uma baforada, ao invés disso eu apenas lhe daria um cigarro, ao invés de uma morte. Agora, se a mesma pessoa for um pouco mais sofisticada e puder aprender a se acalmar, ele não se tornará uma assassina se perder uma ou duas baforadas. Posso dizer a essa pessoa: "Talvez seja a hora de você parar de matar a si mesma". In: Site: http://khyentre.dharmanet.com.br/
Comentário: Quanto a mim, a questão essencial é de facto esta, deste último parágrafo: a interpretação de ferir, de fazer sofrer depende da nossa sofisticação, do nosso nível de evolução e de inteligência. Para muitas pessoas não faz sentido não comer carne ou peixe, só por isso fazer sofrer uns animais, afinal, no mínimo sem uma alma tão evoluída como a nossa. O que até faz algum sentido. Entretanto, como podemos depois não sofrer também?
Por outro lado, há um tempo mesmo para cada desejo e prazer, sendo um erro grave o budismo dar a entender que todo o desejo é mau.
Também não vejo que a legítima defesa possa ser errada.
1. Deus, natureza, nós e outros seres primeiro mostramo-nos tanto maiores e melhores quanto mais vamos complexificando coisas e seres, e, de seguida mostramo-nos ainda superiores ao simplificá-las. No processo que continuamente recomeça e acaba ganhamos/evoluímos, quem quiser, sempre alguma coisa.
2. Sermos/fazermos originalmente bons é sermos\fazermos fielmente às boas origens, nossas e dos demais. Sermos\fazermos inovadoramente bons é sermos/fazermos\conservarmos coisas, seres e pessoas novos, velhos e bons.
3. Macrobiótica por Francisco Varatojo - Neste artigo tentarei elucidar os leitores sobre o que são a alimentação e o estilo de vida macrobióticos, uma vez que me parece haver uma certa confusão por parte do público em geral sobre que é e o que não é este modo de vida. Leio com alguma frequência, críticas à prática alimentar macrobiótica, que não têm muitas das vezes qualquer fundamento dum ponto de vista nutricional, por mero desconhecimento técnico por parte de quem escreve a crítica.
Existe também a ideia de que a Macrobiótica e o vegetarianismo se regem pelos mesmos princípios, o que também não é verdade - o regime macrobiótico sendo predominantemente de origem vegetal, não é necessariamente um regime vegetariano; o uso de produtos animais (preferivelmente peixe) é aceitável e nalguns casos necessário dependente de factores como o clima, grau de actividade física, antecedentes biológicos e outros.
A Macrobiótica não é exclusivamente uma dieta, um regime, mas sim um estilo de vida que tem como objectivo último ajudar-nos a desenvolver o nosso potencial humano, ao seguirmos as leis da natureza dum ponto de vista biológico (através da alimentação), ecológico (fazendo escolhas diárias que contribuem para uma melhor qualidade de vida ambiental), social e espiritual (tratando os outros com amor e compaixão e assumindo a nossa responsabilidade como um pequeno elo numa vasta cadeia de seres e fenómenos).
A origem da palavra é grega, "macro" - grande - e "bio" - vida e não significa apenas "grande vida" mas também a capacidade de vivermos a vida duma forma grandiosa e magnífica. A esse nível, a alimentação é importante, essencial, porque nos dá a base biológica, a saúde para gozarmos a vida em todo o seu esplendor e para termos sensibilidade para com o meio que nos rodeia. Nós somos literalmente o que comemos, os alimentos criam o nosso sangue que vai nutrir as células, os órgãos, o cérebro. Sem alimentos a vida não é possível.
A palavra Macrobiótica foi utilizada por filósofos gregos como Hipócrates e na era moderna primeiro no séc. XVIII por um professor de medicina alemão, médico pessoal de Goethe, chamado Christoph Von Hufeland que escreveu o livro "Macrobiótica, ou a Arte de prolongar a Vida" onde prescreveu recomendações muito semelhantes às da "macrobiótica moderna". Nos finais do séc. XIX, um médico do exército japonês, Sagen Ishisuka, que se curou duma doença de rins intratável pela medicina moderna, adoptando um regime alimentar baseado em cereais integrais e vegetais, fundou a primeira organização macrobiótica denominada na altura Sokuiokai e foi extremamente famoso no Japão nos finais do séc. XIX e início do séc. XX.
Para Ishizuka todos os problemas de saúde e sociais tinham como origem uma má nutrição, particularmente um desequilíbrio entre sódio e potássio nos alimentos e, para ele, todos os problemas podiam ser corrigidos adoptando uma prática alimentar de acordo com a constituição biológica humana, em especial a utilização de cereais integrais e vegetais como alimentos principais.
O trabalho de Ishizuka foi continuado e desenvolvido por George Ohsawa que nos anos 30 trouxe os seus ensinamentos para a Europa, em especial para a França e Bélgica; Ohsawa escreveu dezenas de livros e foi relativamente conhecido em França, mas duma forma geral, o que se conhece mais da abordagem de George Ohsawa é uma prática alimentar macrobiótica extremamente restritiva que não se adapta bem (na minha opinião) à vida moderna. Isto, apesar de Ohsawa ter uma concepção extremamente alargada do regime macrobiótico, recomendando desde dietas muito simples, monodietas, até regimes com uma quantidade aceitável de produtos animais e pequena quantidade de bebidas alcoólicas.
Ohsawa prescrevia segundo a condição individual - para ele, praticar macrobiótica era comer segundo as necessidades em constante mutação de cada um - para algumas pessoas jejuar é a terapia, para outros comer bastante variedade e divertir-se é a solução mais indicada. No entanto, na prática diária, os cereais integrais e os vegetais continuam a ser os alimentos mais adaptados à espécie humana, e consequentemente aqueles que mais ajudam a criar e a manter a saúde.
Os ensinamentos de George Ohsawa foram na geração seguinte disseminados pelos seus discípulos orientais particularmente Michio e Aveline Kushi, Herman e Cornelia Aihara, Tomio e Bernardete Kikuchi, Shizuko Yamamoto, Clim Yoshimi, entre outros e na geração actual especialmente por estudiosos europeus e americanos. Michio Kushi, residente nos Estados Unidos desenvolveu um modelo alimentar mais simples de compreender e mais adaptado à vida moderna denominado "Alimentação Macrobiótica Padrão" (Standard Macrobiotic Diet), o modelo alimentar mais utilizado pela maioria dos praticantes macrobióticos modernos.
Nas linhas que me restam para concluir este artigo, vou tentar identificar aqueles que me aparecem ser os aspectos mais importantes da alimentação e estilo de vida macrobióticos.
Devemos comer segundo as nossas características biológicas - o Homem é por natureza um ser designado para comer maioritariamente alimentos de origem vegetal, em particular cereais e vegetais, apesar de ter a capacidade para ingerir de tudo.
A alimentação deve reflectir o enquadramento geográfico e climático pelo se deve adaptar aos diferentes climas e habitats; deve também ser tradicional, ou seja devemos escolher um estilo alimentar que venha a ser seguido há séculos (os cereais, os vegetais e as leguminosas foram a base alimentar da espécie humana durante milhares de anos e só recentemente esses hábitos foram alterados).
A noção de bipolaridade, ou a teoria de "yin" e "yang" é uma parte essencial deste estilo de vida - a ideia de que todos os fenómenos, alimentos incluídos, têm qualidades energéticas, metafísicas e de que a harmonia relativa é conseguida quando "equilibramos" estes dois pólos, yin e yang, nas nossas vidas.
Temos o livre arbítrio para escolhermos comer e viver como quisermos, mas há uma responsabilidade inerente a cada uma das escolhas que fazemos; não existem alimentos proibidos mas existe um critério a partir do qual podemos escolher duma forma mais responsável e consciente.
Essencialmente, na prática da Macrobiótica, a saúde e a felicidade começam em cada um de nós, e as nossas vidas são em grande parte, um reflexo das nossas escolhas e prioridades.
Espero que com este artigo passe a ter uma ideia mais alargada e mais acertada do que significa praticar macrobiótica; oportunamente escreverei sobre os aspectos mais técnicos e nutricionais desta prática alimentar.
4. Montargilenses e Machoqueiras. Os Montargilenses existem, como existiram(existem) os Lusitanos ou como existem os Portugueses. E, até melhor definição, por Montargilenses entendem-se todos os homensmulheres que nasceram de pais ou só pai ou só mãe Montargilenses, em Montargil ou não, ou, que adoptaram (e foram adoptados) Montargil como terra primeira e mais amada. Os quais têm um modo de ser e de pensar próprios.
Montargilenses
Os primeiros Montargilenses de que há memórias visíveis, que construíram as Antas de MonteArgil, remontam a mais de 4 ou 5 mil anos. ( Cardoso, J.L. – “Pré-História de Portugal”, Editorial Verbo, 2002“, e: “O Arqueólogo Português – Nova Série – II “ , – Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos – Lisboa – 1953 - Hemeroteca Municipal de Lisboa )
Já os primeiros adoptados terão sido romanos. A atestá-lo, a Necrópole de Santo André, e, uma das vias romanas que vinha de Mérida a Lisboa que passa a norte do seu termo, em Perna Seca, e outra estrada Romana que passava nas Mesas ( Serra de Montargil ), unindo Tomar e Évora. ( Revista: “ Conímbriga – Volume XX “ – Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – 1981 ( Faculdade de Letras de Lisboa e, site: http://psoutinho.planetaclix.pt/out/mapa-lisboa-merida.gif )
E, possivelmente, o primeiro “MonteArgilense “ de quem sabemos o nome, oriundo ignoramos de que família e parte de Portugal, foi o cavaleiro Ihoam Stevez (João Esteves), o que nos faz lembrar do Monte de Cavaleiros, com Anta, a quem, e aos seus sucessores MonteArgil foi “doada” por D. Fernando I – o Formoso ou o Inconstante – que nasceu em 1345 e reinou de 1367 até á sua morte, em 1383. ( Conforme fls 116 e 117, do Livro 1 de D. Fernando – Torre do Tombo )
Apraz-nos registar que ainda hoje há não poucos, e bons e trabalhadores Esteves em Montargil.
Também não temos dúvidas, como as não têm muitos outros(as), de que MonteArgil é formosa e tem formosos ( possui aliás mesmo a Herdade da Formosa! ). Somos, porém, também, por vezes, não constantes. O que não é bom. De tal modo que, por exemplo, na última vez que, há cerca de 2 anos, houve eleições para a Direcção do “Grupo Desportivo Montargilense” o lema do eleito António Manuel Magalhães Prates Courinha, teve de ser: COMIGO EM PRESIDENTE, O FUTEBOL NÃO ACABA EM MONTARGIL!
Mas, tanto como “ o mui leal” Ihoam Esteves foi leal para com D. Fernando, ( citado Livro 1 de D. Fernando, fls 116 e 117– Torre do Tombo
assim o foram, por exemplo, os Monteargilenses para com D. Maria Segunda – a Educadora ou a Boa Mãe - e D. Pedro IV – o Rei Soldado. ( Actas da Câmara de MonteArgil dos anos 30 do Séc. XIX que estão não se sabe onde nem como, na Câmara Municipal de Ponte de Sôr ). Como ainda o são os Montargilenses para com o Leal!
E, como “os serviços e os merecimentos” de Ihoam Esteves foram “mui altos e grandes” e, “constantes”, ibidem, assim o continuam a ser os dos Montargilenses, grandes e menos grandes. Vejam-se, por exemplo, as vidas e as obras de Montargilenses antigos, como “o Doutor Pedro Velho da Silva que se despachou para os Lugares das Judicaturas e foi Procurador das Capitais na Cidade de Lisboa e nela Secretário da Inconfidência”,(Memórias Paroquiais/TT Dicionário Geográfico, Vol 24/Mf: 0458 P, Nº 194) de que só podemos afirmar ter vivido antes de 1728, e, modernos, como por exemplo, e é mesmo só exemplo, os pais de António Moura, Prates Miguel, Manuel Patrício, António Castro, Emília Sousa, A. Ildefonso Fortio, António Correia, Luis Velez, Lourenço Macedo, Eduardo Teles, Lino Mendes, Joaquim Vieira, José Raposo, Jorge Fernandes (Batalha), José Varela, António Augusto Prates, Adriana Pina, João Fernandes, Joaquim António Nogueira, Custódia Fouto, “ o Foutinho”, Jorge Soeiro, Luis Fernandes Soeiro, Manuel Fouto, Hermenegildo Brites, José Alves, Joaquim Oliveira, Amável Garcia, António Gomes, José Teles, Luis Jordão, Jorge Castro, etc, etc, e, eles próprios, claro!
Parece-me, todavia, que temos errado por vezes ao levar tanto bem a outras terras, esquecendo-nos da nossa. É que isto chama-se “sermos bons demais”, ou, andarmos excessivamente dispersos, o que também não é bom!
Ultimamente soube de mais um ilustre Montargilense por adopção, Dr. Campos Cunha, ex-Ministro das Finanças que, com a Dra. Leonor Beleza e marido grandemente vieram valorizar Montargil. Todos parecemos poucos para fazer os mais de que necessários: 1) CasaArquivo MuseuBiblioteca; 2) IC 13; 3) Parque de Jogos e Ginásio; 4) Freguesia Forte e Rica, como a de Galveias, por exemplo, ou Município Restaurado; 5) Nova ETAR; e, 6) Zona Industrial; 6) Piscina ou praia fluvial, etc., etc..
De antes mesmo de 1700, outro grande Montargilense, António Manuel Prates de Carvalho, assinala, no seu livro: “ Genealogias Alentejanas “, Edição do Autor, 2003,” outros MonteArgilenses cujos nomes não tendo a divulgação, por exemplo, da do Doutor Pedro Velho ou até do Prior Frei Nicolau Galhardo, não deixam de ser importantes.
Passo a citar, sempre a título de exemplo, claro, os seguintes: 1) “ Margarida Monteiro que em 6 de Fevereiro de 1598 era viúva de Rodrigo Afonso... que sabemos ter sido provedor da Misericórdia de Montargil...”( pág 35 ); 2) “ Diogo Cardoso. Terá nascido em meados do século XVI na vila de Montargil, tronco dos Cardosos desta vila.” ( pág. 45 ); 3) “ Diogo Fortio. Foi homem da governança de Montargil onde foi juiz ordinário e provedor da Misericórdia ( 1655 ) “ ( pág. 52 ); 4) “ Manuel Nunes. Baptizado em Montargil a 19.3.1665. Casou ... a 4.10.1684... com Serafina Lourença. Foram Senhores da Herdade dos Atalhadouros... Manuel Nunes foi homem principal e da governança de Montargil onde foi juiz ordinário “ ( pág. 80 )
Ainda uma referência ao único Visconde de Montargil, Aníbal Ferreira de Melo, cujo título lhe foi concedido em sua vida, por Decreto de 631906 ( D. Carlos) e que nasceu em Angola em 22-IX-1875: “foi presidente da Comissão de Turismo da Figueira da Foz, cidade a que prestou relevantes serviços. No campo desportivo foi a sua acção de muito relevo. Com os irmãos Guilherme e Eduardo Basto foi um dos iniciadores do futebol em Portugal e fez parte do Comité Olímpico Português”.
Mesmo que nunca tenha ido a Montargil, pelo menos não rejeitou o nome, não pomposo, mas sem dúvida formoso, de Montargil no título de Visconde, e, que estará porventura na origem dos muitos portugueses com o nomes de Montargil existentes hoje em dia!
Machoqueiras
A primeira referência que encontrei até agora aos Machoqueiras foi esta: “ Aos vinte e três dias do mês de Jan. de mil sete centos e hum annos, ( 1701 ) baptizei... a Manoel, filho de Manuel Luiz e de Margarida Nunes... foi Madrinha Maria Nunes da Machoqueira...”; a segunda, esta: “ Aos vinte e três dias de Fev. de mil sete centos e hum annos, ( 1701 ) baptizei... a Manoel, filho de Joam Nunes e de Madalena Monteira, do monte da Machoqueyra”( Arquivo Distrital de Portalegre – Freguesia de Montargil – Cotas: PPSR030102B, fls. 46vº e 47, e, f. 49 ).
A terceira encontrei-a nos Arquivos Históricos da Misericórdia de Montargil, e foi um contemporâneo do Joam(João) Nunes acabado de referir, de nome Rui de Moura, da Machoqueira.
Ora, como é sabido existem pelo menos 3 herdades com o nome de Machoqueira, a saber: 1) a “Machuqueira do Grou” , e que bela ave, o grou! actualmente na Freguesia de Parreira, até 1985 na de Vale de Cavalos, concelho da Chamusca, sendo que: “ Em outros tempos vieram de vários lugares pessoas para trabalhar no campo ( corte de mato, arroteias de milho e outros cereais, para as tiradas de cortiça, etc. entre as quais das Zonas de Montargil e Ponte de Sôr... “ ( http://WWW.património-turismo.com/juntas/2_parreira ); 2) a “ Machoqueira da Passada “, até 1984 na Freguesia de Montargil, actualmente na dos Foros do Arrão, mais propriamente “Mosqueira”, também há os Mosqueras, como é identificada na Carta Militar e no site: ( http://www.cm-pontedesor.pt/ ); e, 3) a “Machoqueira” da freguesia de S. Bento do Mato(Azaruja), concelho de Évora ( http://www.evora.net/jfazaruja/ ).
Há muitos Machoqueiras em Montargil, sendo uns “Nunes Machoqueira”, outros “Prates Machoqueira”, outros só “Machuqueira” ou “Machoqueira”, outros ainda só “Prates” ( deve haver outras variantes).
Não sei se há “Machoqueiras” na Azaruja, mas, os “Machoqueiras” de Montargil dificilmente terão tido origem na Azaruja.
Por outro lado, pelo menos o João Nunes casado com Madalena Monteira é claramente natural da “Machoqueira ou Mosqueira da Passada”, isto é, junto à Passada, Montargil: Arquivo Distrital de Portalegre – Freguesia de Montargil – Cotas: PPSR030102C, fl. 49v e ...05B, f. 21.
Entretanto, um dos filhos de João Nunes ( teve pelo menos mais uma filha, Catarina Nunes, que casou em Montargil com Manuel Fernandes, das também antigas famílias Montargilenses Bernardes e Fernandes – ( pág. 43, do livro: “ Genealogias Alentejanas “, Edição do Autor, 2003,” ), Manuel Nunes, nascido em Montargil em 1701, casou com uma senhora de Ulme, Margarida Marques; já um filho de Manuel Nunes, Manuel Nunes também, nascido em Montargil em 1741, casou com Maria Josefa, de Vale de Cavalos.
E, um filho do segundo Manuel Nunes, ainda Manuel Nunes, nascido em Montargil em 1766, “casou em 19-02-1788,... viúvo que ficou de Maria Josefa..., com Maria Prates(as), natural da freguesia do Espírito Santo, do lugar de Valle de Cavalos... filha de Manoel Roiz e de Maria Pratas.”
Também um filho deste terceiro Manuel Nunes, Francisco Prates, nascido em Montargil em 1787, casou com mulher do Chouto, Maria Joaquina. Já o filho de Francisco Prates, José Prates, meu e de outros Machoqueiras bisavô paterno, nascido em Montargil em 1835, com pelo menos uma irmã, Maria, nascida em 1817, casou com Jesuina Maria, de Montargil também.
Falou-me recentemente, no Lar da Misericórdia de Montargil, uma senhora de Montargil, entretanto falecida, mas que sempre viveu em Vale de Cavalos, onde teve 12 filhos, todos vivos ainda, de pelo menos um Machoqueira existente em Vale de Cavalos. A questão que se põe portanto é: haverá dois tipos de Machoqueiras, não os ricos e os pobres, mas, os de Vale de Cavalos(Machuqueira do Grou) e os de Montargil? Ou, só os de Montargil?
Não tenho ainda elementos para responder.
Joaquim Marques da Machoqueira
Este sítio é dedicado à Mãe do Vegetarianismo, a grande médica inglesa Anna Kingsford, que não mediu esforços para propagar o vegetarianismo, tendo inclusive ido estudar em Paris - porque na Inglaterra não aceitavam mulheres nos cursos de medicina - para provar que a dieta vegetariana é a mais adequada ao homem. Ela se desincumbiu desta tarefa com brilho e defendeu sua tese, em 1880, De l’Alimentation Végétale chez l’Homme (A Alimentação Vegetal do Homem).
Esta tese foi posteriormente publicada em inglês com o título The Perfect Way in Diet (O Caminho Perfeito na Dieta). Trata-se de uma apresentação pioneira de quase todos os argumentos ainda hoje utilizados na defesa do vegetarianismo, como uma dieta que traz benefícios para a saúde, para os animais e para o Planeta e também a mais adequada para quem almeja trilhar o caminho da virtude, ou caminho espiritual. Anna Kingsford advoga nesta obra, com brilho, o retorno à dieta natural e ancestral de nossa raça, cobrindo temas como anatomia e fisiologia, hábitos naturais, química, efeitos estimulantes da carne, alcoolismo, considerações sociais etc.
:: Veja Proêmio de O Caminho Perfeito na Dieta :: Proêmio
Movimento Vegetariano: Redentor do Mundo
“Considero o movimento vegetariano o mais importante movimento de nossa época. Acredito nisso porque vejo nele o começo da verdadeira civilização. Minha opinião é que até o presente momento não sabemos o que significa civilização. Quando olhamos para os cadáveres dos animais, sejam inteiros ou cortados – que com molhos e condimentos são servidos em nossas mesas – não pensamos no horrível fato que precedeu esses pratos; e, não obstante, é algo terrível saber que a cada refeição que fazemos foi a custo de uma vida. Sustento que devemos à civilização a elevação de toda aquela classe profundamente desmoralizada e barbarizada de pessoas – açougueiros, boiadeiros e todos os outros envolvidos nesse negócio deplorável. Milhares de pessoas são degradadas pela presença de abatedouros em suas vizinhanças, o que condena classes inteiras a uma ocupação aviltante e desumana. Aguardo pelo tempo em que a consumação do movimento vegetariano tenha criado homens perfeitos, pois vejo nesse movimento o alicerce da perfeição. Quando percebo as possibilidades do vegetarianismo e as alturas a que ele pode nos elevar, me sinto convencida de que ele se provará o redentor do mundo”. [Anna Kingsford - citado por Samuel H. Hart, em In Memoriam Anna Kingsford. Este livreto contém o texto completo, com adendos do autor, da palestra proferida por ele para a Sociedade Vegetariana de Leeds, em 15 de setembro de 1946, na comemoração do Centenário do nascimento de Anna Kingsford.]
· Citações e Textos Selecionados
· Informações Biográficas e Biografias
· Obras de Anna Kingsford e Edward Maitland
· Galeria de Imagens e Fotos
· Sites Relacionados - Links
Veja também:
:: The Perfect Way in Diet - O Caminho Perfeito na Dieta
:: Addresses and Essays on Vegetarianism - Palestras e Ensaiso sobre o Vegetarianismo
:: O Banquete dos Deuses
:: Anna Kingsford M.D. (1846-1888) - Curta biografia de Anna Kingsford
:: Nota Biográfica - "Obras Completas de H.P. Blavatsky"
:: Cronologia da vida de Anna Kingsford
:: O vegetarianismo e a Bíblia - Edward Maitland
:: Hermetismo e vegetarianismo
:: Dreams and Dream Stories - Anna Kingsford
:: Anna Kingsford and Edward Maitland - by R. Shirley
:: The Virgin of the World - By Hermes Trismegistus
:: The Perfect Way, or, The Finding of Christ - Anna Kingsford
:: Anna Kingsford
:: Links
Visite também:
http://www.kingsford.com.br/
http://www.anna-kingsford.com/
http://www.svb.org.br/ http://www.svb.org.br/http://www.ivu.org/members/council/marly-winckler.html http://www.ivu.org/members/council/marly-winckler.html
Página de chegada / Que Sítio é este / Perguntas&Respostas / BrasilVeg/ Eventos Artigos / Notícias / Livros / Receitas / Por que vegan / Links / Entrevistas / Era Jesus vegetariano? Lista de discussão (veg-brasil) / Lista de discussión (veg-latina) Meu restaurante favorito / Por que me tornei vegetariano(a) / Por que comer carne Mil e um motivos para sermos vegetarianos / Guia de restaurantes/Lojas de produtos naturais / Junte-se ao Sítio / Listas de discussão / Bate-papo / Encontros / Citações / Direito dos Animais P&R
Realidade
5. Prazer infinito (Cont.)- Prazer de tentar, sem nos prejudicarmos, o impossível.
Prazer do verdadeiro dever cumprido, de termos feito\dado o nosso melhor. Prazer
de (re)encontrar os que amamos e nos amam. O prazer da escrita, da leitura, do
desenho, da pintura, do canto...
“Sir Herbert Read escreveu:«a visão estética da vida não está restrita àqueles que são
capazes de criar ou apreciar arte. Ela existe sempre que os sentidos naturais se
expressam livremente nos multiformes fenómenos do nosso mundo, e quando
consequentemente se descobre que a vida está cheia de felicidade» In: Ser Criativo
Com tantos prazeres que há no mundo, não faz muito sentido dizer qual é o maior.
Mas, sem dúvida que o do orgasmo, até por estar tão associados a Deus e à criação, é
dos maiores.
Por outro lado, as mulheres têm tanto direito a ser encantadas pelos homens, como
estes põe elas
No comments:
Post a Comment