Sunday, November 20, 2005


1 - Conceitos

a) Desenvolver - progredir, resolver problemas, evoluir, modernizar, inovar, criar, melhorar... O que se consegue envolvendo-nos, mas não em excesso, daí o des- envolvermo-nos...
b) Candidatura - pretensão a um lugar, muitas vezes de mando, pelo engano do voto. O que se confirma, para quem vê que as palavras são conjuntos ou famílias de letras, pelo facto de didatura se escrever com as mesmas letras de ditadura! O que não quer dizer que nos devemos erradamente esquecer dos candidatos.
2 - Comida e convívio
Se coca-cola "não dá" com sopa, por que há quem faça "menus" assim, e, os venda? Por ser muito por não muito dinheiro!... Entretanto, depois ou se estraga o corpo, ou a sopa, ou a coca-cola!!
3 - Liberdade e inspiração
" Outra criança, uma menina de oito anos, contou-me, indignada, que a sua professora do terceiro ano havia dito que os números negativos não existem. A classe estava a fazer contas de subtrair quando um garoto perguntou: «quanto é 3 menos 5?». A professora insistiu que não existia tal coisa. A menina interferiu: «mas todo o mundo sabe que é menos 2!» A professora retrucou: "vocês estão na terceira série e não devem saber isso!»
Então perguntei à garota: «o que é um número negativo para ti?». Sem qualquer hesitação, ela respondeu: « É como olhar o meu reflexo no lago. Quanto mais eu vou para cima, mais ele vai para baixo». Isto é a mente original em acção, a forma mais pura de zen.
Essa voz clara e profunda está latente em nós desde a mais tenra idade, mas apenas latente. As aventuras, as dificuldades... (os adultos, as coisas boas, digo eu) podem desenvolver e expandir essa voz, mas geralmente a sufocam. Ela pode ser desenvolvida ou atrofiada, estimulada ou inibida, dependendo da maneira como somos ( e nos deixamos ser, digo eu) criados e educados na vida. Como a maioria das nossas instituições se apoia na fantasia lockeana de que um ser recém-nascido é uma tábua rasa (quando é uma reencarnação, digo eu) sobre a qual o conhecimento é construído como uma pirâmide, tendemos a apagar nas nossas crianças esse conhecimento que vem de cima (e de todos os lados, digo eu) para baixo e substituí-lo por um conhecimento simplista de baixo para cima. Quanto mais crescemos, mais esquecemos as raízes - disse E.E. Cummings num poema (o que tem de mudar, digo eu!).
A escola pode alimentar a criatividade das crianças, mas também pode destruí-la - e quase sempre é assim que acontece. Idealmente, as escolas existem para preservar e recriar a aprendizagem e as artes, para dar às crianças as ferramentas com que construir o futuro (entre a qual se encontra o conhecimento do passado, da história individual e colectiva, consciente e inconsiente...) . Mas quase sempre criam adultos medíocres e nivelados para suprir o mercado de trabalho com trabalhadores, dirigentes e consumidores (que são todos oprimidos pelos grandes senhores da política, do capital, da guerra, da ignorância, da religião...).
A criança que fomos e ainda somos aprende explorando e experimentando, bisbilhotando constantemente em todos os cantos - inclusivé nos cantos proibidos! Mas, mais cedo ou mais tarde, nossas asas são cortadas. O mundo real (e fantasmagórico, e estúpido, digo eu) criado pelos adultos acaba se abatendo sobre as crianças... ( o que tem de mudar, digo.)" In: SER CRIATIVO, de Stephen Nachmanovitch

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