A VIAGEM
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É preciso preparar
A viagem, longa ou
Curta; não chega: pagou!
É preciso estudar.
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Todos tão depressa vão,
Desapareceram mesmo:
Não sabem quão grandes são,
Temem o gozo a esmo!?
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As coisas e as pessoas
Uma unidade são:
Não as separes, e, boas
Serão idas ao sertão.
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Que espírito meu Deus,
Que perfeição, e cabelo,
E corpo, mais o chinelo!
Foi para os ateneus?!
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Vou naturalmente; vou
Em segurança, contigo;
Mal não vai haver pois sigo
Contigo, e, com avô.
Malhada = bardo = lugar de pernoita das ovelhas. Bardo é também, no Oriente, situação/lugar entre reencarnações ou vidas.
A MÁGOA
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As asas da noite
Fecharam-se sobre a Terra.
As asas das tuas pálpebras
Fecharam-se sobre os teus olhos.
E tu dormes.
Não é ainda o orvalho
Que humedece o teu colo.
São as minhas lágrimas.
Penso numa felicidade perdida.
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Sob que carícias
Dorme ela a esta hora ?
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Séc. X (anónimo árabe)
A ESPERANÇA
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Contempla bem a tua desgraça.
No deserto, acabarás
Por aperceber um oásis.
Séc. X (anónimo árabe)
O GOZO
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Somos só um.
A tua felicidade
É o meu gozo,
Estejas onde estiveres.
E, o meu gozo
É a tua felicidade.
Não há mais ciúmes,
Mas, cuidado com o mal.
O mal ainda existe.
Ou já não?
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AMOR
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Onde há amor
Não pode haver dor:
Amemos, amor,
Até mau odor,
Seja a quem for,
Como uma flor,
Lavando horror!
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SORRISO
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Que sorriso, que doçura,
Que graça para nós todos;
Que delícia, que modos,
Que higiene madura!
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Tens medo de ser mulher?
Tens medo de ser o homem?
Não faz sentido colher
Sem garfo, e, ambos tomem!
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Que sorriso, que amor,
Que corpo, que destemor,
Que alma e que andor!
Que sejas imitador!
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RAIVA
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Para quê a ira,
Se todo deserto,
Quando descoberto,
Em água vira?
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Amo e não amo:
Não posso ter raiva,
Não faço saraiva,
Só fruto no ramo.
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Não param, não param…
O que nem é mau:
Ponho-os na nau,
Na nau que amaram.
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