O ESQUECIMENTO
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No dia seguinte a esse dia
Que eu julgava inolvidável,
Respirei o teu perfume neste véu
Que tinhas esquecido no tapete.
Foi como se não tivesse que pronunciar
O teu nome para te lançares em meus braços.
Eu não ousava voltar-me.
Via-te sentada no meu leito e esperando-me.
.
No dia seguinte a esse dia em que o teu perfume
Me evocava a tua presença,
Apercebi-me, ao beijar o teu véu,
Que este aroma se esbatia.
Então, procurei-te no meu quarto.
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No dia seguinte, o teu perfume
Já não estava no véu
E a recordação do dia
Que eu julgava inolvidável
Já não estava no meu coração.
Origem: Anónimo árabe do Séc. X
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