Saturday, July 28, 2007

A CHEFE!
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O chefe não oprime,
Promove, dá lugar,
Deixa que ela rime,
E diz: não desanime!
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Faz, não é só mandar;
É justo, faz justiça.
Não fala por falar.
É bem fiel ao lar.
.
Vermelho, amarelo,
Espanha, Portugal,
Brasil, China e Melo!
E, pão quente com farelo!

Friday, July 27, 2007

À ATENÇÃO DO METRO DE LISBOA, e não só…
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1) Será que os lucros da estação do Areeiro não justificam o seu melhoramento ?
2) Será que o cego terá mesmo de continuar a mijar na dita Estação, como talvez outros não cegos mijam num dos cantos do edifício da DGADR, ex-IDRHa ?

INTERNET
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Há net em quase
Todo o lado; manda
Uma mensagem base
Para toda a banda!
.
Não é preciso dor,
Amigo, nem engano;
Pois, temos o amor,
Amor ‘té p’ra cigano!
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O que n os faz voltar
É ela e amor
Que lhe temos; amar
Elimina a dor.
.
Euromilhões eu não
Ganhei; mas, não desisto
De jogar: saberão
Que ganho se insistir.
.
Cobiça é ruim:
Não pode o que é teu
Fazer-me bem a mim,
Se não te dou o meu!
.
Separação é vida,
Sim, se acordo há;
Unidos não divida,
Pode ser coisa má!
VOCEMECÊ
.
Dois fazem um deus,
E, três, um milagre:
Juntos nossos eus,
São doce vinagre.
.
Todo é doutor
Para o mendigo
Do Chiado: dor
Da rigidez, digo!
.
Por voltas que dê,
Sempre vou parar
A “vocemecê”;
Para a amar.
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Só, estou contigo.
Que mais desejar ?
Fuga ao castigo
De mui te amar ?
.
E, na multidão
Convosco estou.
Só há bem na paixão:
P’ rá compaixão vou.
.
Sem união não
Há vida, amor.
Jamais matarão
Gozo do fervor!
.

“...
...
Mas aqueles que buscam a felicidade e bem-estar,
Mediante disputas ou fruições,
.
estão profundamente perturbados
ou então vibrantes de alegria.
Sofrem, esforçam-se, contendem entre si mesmos,
Acutilando, apunhalando, injuriando-se uns aos outros.
.
de vez em quando vêm à tona nos estados de beatitude,
abandonam-se si próprios a muitos prazeres.
Mas, morrendo, caem para sofrer tormento,
Longo, insuportável, nos reinos da aflição.”

Autor: Shantideva

Comentário: o tormento é só um: o resultante do abuso e do erro, dentro do contexto, e, tem pouco a ver com a morte – acontece tanto em vida como em morte! E, não me digam que não é a felicidade e a alegria que devemos buscar!


O PASSARINHO
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Um passarinho só,
Que mal voar sabia...
Um país que dá dó,
Que vai ‘inda sem guia ?...
.
Uma cega sem olhos
Que mete aflição...
Sal, gordura nos molhos,
Que lembram maldição...
.
Não vou desanimar:
Tu queres melhorar,
Tu queres triunfar,
Nós queremos amar.
.
Que ternura, carinho,
Que brisa, que beleza...
Lembra o passarinho,
Lembra a natureza!
.
Era lindo e forte
O jeep de Lisboa:
Antigo e sem morte,
De conservação boa!

Thursday, July 26, 2007

ELA
.
Ela bonita é
P' ra mim; outra p'ra ti;
Meu gémeo pé
Tem, já o vi.
.
A ela me levam
Todas; p' ra ti qual ?
Nela se enlevam
todos - sem igual!

Wednesday, July 25, 2007

UM, DOIS, TRÊS
.
Um, dois, três… expansão;
Três, dois, um… contracção;
Em cima, barulhão…
Passou. Meditação!
.
P’ ra quê consumação ?
Para a desilusão ?
É melhor ilusão,
É melhor, amigão !
.
Um, dois, três… parceria,
Trio, iguaria,
Sossego, gritaria…
Será que mentiria ?

QUERER .
Queres, sem fazer sofrer,
O gozo, o bem estar,
O ser feliz, o prazer
De todos. ‘stás no altar!
.
Não havemos de querer
Assim também para nós ?
Seguramente! Correr
Pois até às mós!!
.
SÁBIO
.
Tu és mais sábio
Do que eu: só
Alma. Mas, pó
É também lábio!
.
Mas, nada sei...
Juntos, um deus;
Sós, uns ateus.
Ajudarei!
Pois quando, com uma irreversível intenção,
A mente abraça o bodhichita,
Desejando libertar as infinitas multidões de seres,
Nesse preciso instante, desse momento em diante,
.
Um grande e incessante caudal,
Uma força de vigoroso mérito,
Mesmo durante o sono e a desatenção,
Ergue-se igual á vastidão do céu.
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Isto o Tathagata,
No Sûtra solicitado por Subãtu,
Afirmou com demonstração racional
Para aqueles inclinados para vias menores.
.
Se, com bondosa generosidade,
Temos meramente o desejo de apaziguar
As dores de cabeça de outros seres,
Tal mérito não conhece limites.
.
.
.
Se o simples pensamento de ajudar os outros
Excede em valor o culto dos Budas,
Que necessidade há de falar de actos efectivos
Que causam a felicidade e o benefício dos seres?
.
Pois os seres anseiam libertar-se da aflição,
Mas a própria aflição seguem e perseguem.
Aspiram à alegria, mas na sua ignorância
Destroem-na, como fariam ao seu inimigo.
.
Mas aqueles que enchem de felicidade
Todos os seres desprovidos de alegria,
Que afastam toda a dor e sofrimento
Daqueles que a aflição oprime,
.
Que afastam as trevas da sua ignorância –
Que virtude se poderia irmanar com as suas ?
Que amigo se poderia comparar com eles ?
Que mérito há semelhante a este ?
.
Se alguém que retribui um favor
É merecedor de algum louvor,
Porque precisamos de falar dos Bodhisattvas,
Aqueles que fazem o bem mesmo não solicitados ?
.
As pessoas louvam como doadores virtuosos
Aqueles que, desdenhosos, sustentam
Uns poucos com comida simples e comum,
Dom momentâneo que alimenta apenas metade de um dia.
.
Que necessidade há de falar daqueles
Que por muito tempo conferem a ilimitadas multidões
A incomparável alegria da bem-aventurada Budeidade,
A realização última das suas esperanças ?
.
Todos aqueles que acalentam maldade nas suas mentes
Contra tais senhores da generosidade, os herdeiros do Buda,
Permanecerão no inferno, disse o poderoso Sábio,
Durante tantas eras quantos os momentos da sua malícia.
.
Mas pensamentos jubilosos e devotos
Produzirão abundantes frutos com maior vigor.
Mesmo em grandes dificuldades, os Bodhisatvas
Nunca causam o mal; as suas virtudes naturalmente aumentam.
.
Perante aqueles nos quais esta preciosa jóia do espírito
Se gerou, eu me prosterno !
Entro em refúgio nessas fontes de felicidade
Que levam os seus próprios inimigos à perfeita beatitude.
.”
Fonte : “A Via do Bodhisattva”, de Shantideva, da Ésquilo

Tuesday, July 24, 2007

A VIAGEM
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É preciso preparar
A viagem, longa ou
Curta; não chega: pagou!
É preciso estudar.
.
Todos tão depressa vão,
Desapareceram mesmo:
Não sabem quão grandes são,
Temem o gozo a esmo!?
.
As coisas e as pessoas
Uma unidade são:
Não as separes, e, boas
Serão idas ao sertão.
.
Que espírito meu Deus,
Que perfeição, e cabelo,
E corpo, mais o chinelo!
Foi para os ateneus?!
.
Vou naturalmente; vou
Em segurança, contigo;
Mal não vai haver pois sigo
Contigo, e, com avô.

Malhada = bardo = lugar de pernoita das ovelhas. Bardo é também, no Oriente, situação/lugar entre reencarnações ou vidas.

A MÁGOA
.
As asas da noite
Fecharam-se sobre a Terra.
As asas das tuas pálpebras
Fecharam-se sobre os teus olhos.
E tu dormes.
Não é ainda o orvalho
Que humedece o teu colo.
São as minhas lágrimas.
Penso numa felicidade perdida.
.
Sob que carícias
Dorme ela a esta hora ?
.
Séc. X (anónimo árabe)

A ESPERANÇA
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Contempla bem a tua desgraça.
No deserto, acabarás
Por aperceber um oásis.

Séc. X (anónimo árabe)

O GOZO
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Somos só um.
A tua felicidade
É o meu gozo,
Estejas onde estiveres.
E, o meu gozo
É a tua felicidade.
Não há mais ciúmes,
Mas, cuidado com o mal.
O mal ainda existe.
Ou já não?
.
AMOR
.
Onde há amor
Não pode haver dor:
Amemos, amor,
Até mau odor,
Seja a quem for,
Como uma flor,
Lavando horror!
.
SORRISO
.
Que sorriso, que doçura,
Que graça para nós todos;
Que delícia, que modos,
Que higiene madura!
.
Tens medo de ser mulher?
Tens medo de ser o homem?
Não faz sentido colher
Sem garfo, e, ambos tomem!
.
Que sorriso, que amor,
Que corpo, que destemor,
Que alma e que andor!
Que sejas imitador!
.

RAIVA
.
Para quê a ira,
Se todo deserto,
Quando descoberto,
Em água vira?
.
Amo e não amo:
Não posso ter raiva,
Não faço saraiva,
Só fruto no ramo.
.
Não param, não param…
O que nem é mau:
Ponho-os na nau,
Na nau que amaram.

Monday, July 23, 2007

POLÍTICA-MENTE
.
Política é tão somente
Resolver questões comummente,
Questões comuns a toda a gente.
É preciso ser previdente,
Agir antes do acidente,
Agir solidariamente
E não egoisticamente.
É preciso ser exigente
(Re)focar com uma só mente,
(Re)puxar continuamente.
Mente quem tem esperta mente!
Procuração damos vãmente
P’lo voto ao ‘sperto que mente;
Voto em conhecida mente,
Vá que não vá; mas, realmente,
Voto já não dá nada à gente.
Temos de ir todos p’ rá frente,
Grupo mesmo independente.
Política é tão somente
Resolver questões comummente,
As questões de toda a gente,
De quem sente e quem não sente!
A FLAMA
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Poli o teu corpo com tantas carícias,
Que ele se parece agora
Com a pedra sagrada do Al Djouf,
Lapidada por tantos lábios.
Pode o sol apagar-se e a lua cair
Que ele inundar-me-á de luz.
.
O SEU SORRISO
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Quando lhe peço desculpa,
Ela limita-se a sorrir, de olhos baixos.
Que posso eu esperar de um amor tão temível?
Ela conhece o poder do seu sorriso.
Como esconder-lhe que a amo?
Tu és o meu universo,
Com colinas e jardins, fontes e searas.
Eu queria ter mil bocas.
Eu queria nunca ter sono.
Entretanto, não sou o viajante que adormece,
Todas as noites, sob sombras perfumadas?
Tu és o meu universo,
Com colinas e jardins, fontes e searas.
Quando o teu hálito passa no meu rosto
Penso nas brisas do Hedjaz,
Que desfolharam tantas rosas.
Os meus falcões emagrecem nos seus poleiros.
Os meus cavalos perdem o hábito do freio.
O brilho das minhas armas desvaneceu.
Que importa, se o brilho das tuas faces
É como o coração sangrento das romãs,
Se o teu ventre é mais macio
Que o dorso dos meus corcéis,
Se os teus beijos
São falcões sempre insaciados!
Estendido nas colinas suaves do teu corpo,
Bebo na fonte da tua boca
Abraçando as minhas searas.
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O SONO DAS POMBAS
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Elas pousaram no cedro,
Depois de andarem à volta,
Muito hesitantes.
Agora elas vão dormir.
Como todas as noites,
No ramo mais alto
Cantará um rouxinol.
Assim, eu embalo muitas vezes
O teu sono com palavras de amor.
Creio que o mesmo instinto
Guia as pombas e as raparigas
Para os jardins onde
Cantam os rouxinóis.
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TU
.
A tua cabeleira é o estandarte do meu amor.
Tua fronte, morna e saliente como uma caçoleta.
Os teus olhos estão acamados no teu rosto.
Teus lábios, esta porta do Jardim.
Teus dentes, entre os lábios, como neve sobre púrpura.
A tua língua é um fruto maduro para a minha boca.
O teu pescoço é uma coluna de marfim.
Teu ombro, liso como o parapeito de um poço.
Os teus braços serão duas chamas à volta do meu corpo.
Os teus seios brotam para se darem.
Teu ventre, um átrio de mármore.
Tuas pernas, juntas como dois cordeiros receosos.
Os teus pés, que transportam a soleira da porta
E que coloco na minha fronte.
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A HORA PLÁCIDA
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Esta a hora em que os rebanhos
Se dirigem para os poços.
Espero Daoulah.
Estou deitado sobre as almofadas
Que conservam a marca do seu corpo.
Em sinal, coloquei na janela
Um vaso com uma haste de rosa.
Esta rosa sobressai
No cume de uma colina azul.
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A DANÇARINA NUA
.
Ela tinha-se erguido, com as mãos na nuca.
Quando recordo a sua beleza,
Ouvir-se-á bater o meu coração.
Ela tinha executado algumas danças da sua tribo:
A dança do Sol, que era um bailado vertiginoso,
A dança da Lua, que era discreta,
A dança da Morte, que era estática.
Porém, ela não tinha executado a dança do Amor.
O Sol com o seu cortejo de alegrias,
A Lua com as suas melancolias
E a Morte com o seu cortejo de dores,
Tinham dançado diante de nós.
O amor esperava que tivéssemos juncado
De rosas o tapete da sua celebrante.
Duas crianças tinham vindo libertá-la de seus véus
E ela mandou sair os músicos.
Antes de tudo, foram os seus olhos
E as suas pálpebras aladas de cílios que dançaram.
Na cavidade das suas palmas
A cabeça pesava como um enorme fruto.
Um êxtase iluminou o seu rosto.
Ela executou três passos, com o dorso arqueado
E as mãos abertas, num gesto apaixonado.
De repente ela endireitou-se,
Estendendo-me as suas mãos
Que tinham aprisionado
O perfume das rosas.
.
A VITÓRIA
.
Ela disse-me:
« Que fizeste para merecer possuir-me?»»
a sua cabeleira estava espalhada pelos ombros
e as suas mãos repeliam-me.
Ela disse-me ainda:
«Ignoras que o amor é um combate?
Ó mais valoroso dos homens,
Aceitarias triunfar sem combater?»
Sorriu com desdém
E depois afastou-se para a sombra.
Os seus olhos encontraram-se com os meus.
Eu estremecia.
Ela voltou a dizer:
«Que fizeste para merecer
que me abandone nos teus braços?
Ignoras que um porta-estandarte
É sempre um guerreiro corajoso?
Tu, que tiveste mais ferimentos que Dahãl,
A pantera encantada,
Terias receio do sofrimento de amor?»
Tomei suavemente as suas mãos
E murmurei: «Talvez...»
O crepúsculo principiava.
Ciumento, tinha-se o sol escondido
Porque ela me apareceu nua?
Ela deixou as suas mãos nas minhas e repetiu:
«Que fizeste para merecer possuir-me?»
que podia eu responder?
Não sabia ela que eu ia ser vitorioso?
Ao longe, na planície,
Um pastor cantava alegremente.
E eu disse-lhe: «Escuta.»
.
O MERCADOR DE PERFUMES
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Tu pretendes que Karoun e que Balkis
Não possuíram perfumes mais suaves que os teus.
Pretendes que os jardins de Marib
Não exalam perfumes mais penetrantes.
Não conheci nem Karoun, nem Balkis.
Nunca atravessei os jardins de Marib.
Mas respirei o perfume da minha bem-amada.
Agora, ela dorme nas sombras do Paraíso.
E eu procuro o seu perfume.
Procurei-o no vento do sul
Que tinha devastado oásis,
No vento do norte,
Que tinha acariciado
As flores brancas das montanhas.
Procurei-o no hálito da primavera.
Mas o hálito da primavera
Não continha aromas suficientes.
O vento do norte não tinha acariciado
Os seios da minha bem-amada.
E o vento do sul não tinha emaranhado
A sua cabeleira.
Mercador de perfumes,
Não me mostres os teus frascos.
.
MIRAGEM
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Eu adormecera. E sonhava
Que uma caravana extenuada
Atravessava um deserto
Onde eu guiava.
Uma miragem aparecera diante de mim
E esta miragem eras tu própria,
Com os lagos dos teus olhos
E os pomares do teu corpo.
Tu chamaras-me, só.
Os meus companheiros, desesperados,
Tinham-se deitado para morrer.
Acabo de pronunciar o teu nome,
Para recomeçar este sonho.
Pobre de mim, nunca de vê
Duas vezes a mesma miragem
.
OS MÚSICOS
.
Eu escutava os músicos de Debila.
Outrora, a minha bem-amada
Percorreu esta região.
Outrora, a minha bem-amada
Ouviu cantar as flautas de Debila.
Agora, ela já não existe.
E eu procuro-a na música
E nos perfumes que ela preferia.
Se interrogasse os músicos de Debila,
Lembrar-se-iam de ter conhecido Messaouda?
E dir-me-iam que a sua música
É dilacerante porque ela não passeia
Mais nos jardins de Debila?
Eles tocavam, de pálpebras cerradas
E a cabeça reclinada,
Como vergados sob um beijo profundo.
Não lhes perguntarei se conheceram Messaouda.
Não se pergunta aos rouxinóis
Do mês de Rebi-Al-Aouel
Se cantam para as noites perfumadas
Ou para as estrelas que se apagaram.
Fonte: «JARDIM DAS CARÍCIAS», de autor anónimo árabe do séc. X, da Farândola

Sunday, July 22, 2007

SUPERIORES
.
Não digo que não há superiores:
Se vós me destes mui melhor e mais
Do que vos dei, ficastes meus senhores:
Dou-vos agora o que não tenhais.
.
E, será assim que me libertais,
Mesmo pensando aprisionais.
É assim preciso que vos movais,
Que me mova, transforme nossos ais.
.
Muitos estão agora onde nós
Estivemos: sucesso, parabéns!
E, nós somos agora como vós
Éreis: haverá sempre melhores bens!
.
Nada nem ninguém é nosso e tudo
E todos são nossos. Falador, mudo,
Formiga, azarento e sortudo,
Vivo e morto, com ou sem canudo,
.
Todos mui felizes precisam ser,
E isto não é com fazer sofrer,
É com equilibrado viver,
E é com forno a lenha comer!
.
Não podemos, para felizes ser,
Insistir só no mal do inimigo,
Que podemos transformar em amigo,
Ou, termos ilusão de o fazer!

Saturday, July 21, 2007

Dizer que a mosca varejeira não era inteligente seria uma asneira (saiu para espaços bem mais amplos e seguros, quando a ajudei nisso). E, dizer que não tem espírito, que não será muito diferente de mente, sede da inteligência, sê-lo-á também. Há um espírito universal, que se mostra ora terno ora brutal, ora justo ora injusto. Mas, podemos e devemos eliminar a brutalidade e encher o mundo, o universo de suavidade e de gozo, sem dor!

TU E EU
.
A beleza é só uma,
Cada um tem um pedaço:
Tu mostras um belo aço,
O pavão a bela pluma.
.
Tu mostras um belo rosto,
Mas foi ela que o lírio
Trouxe, e, que o martírio
Mandou p’ra lá do sol posto!
.
Com do alecrim o cheiro,
Da sardinheira, da madre
Silva, da rosa, do “padre”,
Do cravo, do tremoceiro,
.
Do goivo, das alfazemas,
E da flor da larangeira,
Mais os perfumes da eira,
Mais as tuas belas gemas,
.
Mais o odor do pinheiro…
Vamos fazer um Jardim
Inebriante, oh sim!
E não com muito dinheiro!
O ESQUECIMENTO
.
No dia seguinte a esse dia
Que eu julgava inolvidável,
Respirei o teu perfume neste véu
Que tinhas esquecido no tapete.
Foi como se não tivesse que pronunciar
O teu nome para te lançares em meus braços.
Eu não ousava voltar-me.
Via-te sentada no meu leito e esperando-me.
.
No dia seguinte a esse dia em que o teu perfume
Me evocava a tua presença,
Apercebi-me, ao beijar o teu véu,
Que este aroma se esbatia.
Então, procurei-te no meu quarto.
.
No dia seguinte, o teu perfume
Já não estava no véu
E a recordação do dia
Que eu julgava inolvidável
Já não estava no meu coração.

Origem: Anónimo árabe do Séc. X

Friday, July 20, 2007

A DESCONHECIDA
.
Agrada-me fixar esta recordação
Enquanto pensas ainda em mim, certamente.
.
Já que me foi impossível falar contigo,
Pois que a multidão nos separou,
Quero aqui agradecer-te
A embriaguez que me proporcionaste,
Querida desconhecida!
.
Sem dúvida, não voltarei a ver-te.
Hoje a felicidade está perto de nós.
Amanhã, onde estará ?
Quem a procura não a encontrará jamais.
Nessa noite ela passou em Irchad.
.
Quando cheguei, cem pessoas
Envolviam já o narrador.
Por que me sentei ao sol
E não fiquei à sombra ?
Por que estavas diante de mim ?
.
Posso repetir o que disse o narrador
Até ao momento em que toquei no teu braço.
Para mim as aventuras de Antar terminaram
Quando o teu primeiro estremecimento
Respondeu à minha tímida carícia.
.
Não sou audacioso com as mulheres.
A abelha é brusca com o jasmim ?
Tinha acabado de roçar no teu braço.
Tu voltaste-te suavemente. Vi o teu rosto.
Teus olhos estavam entre os cílios
Como um regato de fogo sob os ramos.
.
Senti-me encorajado.
.
Percebeste que não era só o meu desejo
Que vibrava contigo ?
O meu coração acarinhava o teu
E a minha alma a tua.
.
Como um cavaleiro que modera o ímpeto
Do seu cavalo fogoso,
Eu reprimia o entusiasmo
Que me lançava para ti.
.
Os teus frémitos faziam ondular as espáduas.
O mistério e o perigo juntavam-se à tua volúpia.
Tu davas-te inteiramente.
.
Murmurei, com amargura,
Que me proporcionaste essa embriaguez
Sem sequer me conhecer
E que qualquer outro poderia tê-la desfrutado.

Fonte: “O Jardim das Carícias”, de Anónimo Árabe (Séc. X), da Farândola – Paris, 1995

Thursday, July 19, 2007

Há no lado Norte, ou Noroeste, da Capela de Santo António, em Montargil, o que, estranhamente, parece ter sido uma entrada em arco, a qual foi em algum tempo tapada.

Os amigos budistas, após descreverem o mundo dos deuses como um mundo sem dor e cheio de gozo, e, demonstrarem a sua existência, assim como dos outros mundos: semi-deuses, animais, fantasmas esfomeados e infernos, dizem-nos que o melhor dos seis é o humano, onde ainda há sofrimento. Mas, como podem convencer alguém disto?

- Pequenas amabilidades que podemos/devemos fazer uns aos outros(as) … LUZ!
- Que todas(os) nos desenvolvamos em tudo, mental e fisicamente… JUSTIÇA!
- Dizer que ser humano é melhor do que ser deus é quase o mesmo que dizer que não podemos ser deuses … CUIDADO!
- Mesmo vivendo de restos e sobras podemos ser mais felizes do que os ladrões e opressores… SABEDORIA!
- Se deixarmos as pessoas, se nos deixarmos fazer o que não nos é imposto, o que gostamos mais, o prazer, até o que nos é imposto, o que gostamos menos, o dever fazemos melhor, com gosto… OUSADIA!!

Tuesday, July 17, 2007

Sexo e amor parecem ser quase a mesma coisa, não devendo haver mal algum no sexo. O mal fazem-no as pessoas que não compreendem isto.
Um dos problemas das organizações muito fechadas é a falta de criatividade. Por exemplo, no folclore há uma coisa que não compreendo: pessoas interessantes “recolheram” boas músicas e danças populares, mas, só na aparência estando perto do povo, podem ser um obstáculo não só à criatividade desate como deles próprios. (As classes tendo de existir, defendo a mobilidade inter classes).
Entretanto, há uma jovem no Chiado, em Lisboa que, na Rua, toca muito bem, com uma flauta simples (pífaro) música medieval…

Sunday, July 15, 2007


Podemos amar a muitas(os), a todos(as) ao mesmo tempo e em tempos diferentes, verdadeiramente a todos os seres, nós incluídos.
Os vivos são a continuação dos mortos: seremos o que somos e são todos os seres vivos e não vivos mais chegados, mais o que de melhor formos capazes de ser. Amando os mortos, amando os vivos, nós sempre incluídos.
Somos (sou) da Machoqueira, e, a Machoqueira é minha(nossa). O mesmo para Montargil, para Portugal, para o Mundo, para o Universo!
Há muita coisa/gente para restaurar, a começar pela Monarquia Portuguesa, com a República, e, esta com a Monarquia! E, o novo Restaurador não pode ter medo de ir a eleições ou referendo, que é a mesma coisa!

Friday, July 13, 2007

QUERO ESTAR.
.
Quero estar ao pé
De ti: pelo teu pé,
Pelo nosso bebé,
Pela devida fé.
.
Temos a mesma mente,
Amamo-nos, falar
Não precisamos; sente
A luz: há revelar.
.
Há sempre duas, dois,
Três, quatro… e mais:
Isto é, muitos bois:
Homens e animais!

FELIZ CONFIANÇA
.
Inteligente: mui conhecedor,
De larga e profunda confiança,
Que sabe como evitar a dor,
Forte, belo, que alegra criança.
.
Criamo-nos no momento que passa:
Sentados, deitados ou a andar;
Somos poupança e somos “devassa”,
Não nos deixemos enganar, fintar.

Thursday, July 12, 2007

.
Não é por decreto,
A felicidade;
Mas a unidade
Ajuda ao recto.
.
Não ao abandono
Ou ao vil desprezo;
Sim ao amor preso
E livre, sem dono.
.
Não espere mais
Nem menos; espere,
E não desespere,
Pelos maiorais.
.
Antecipar bom
Por vezes será
Só modo que há
De melhorar dom.
.
Com tempo correr:
Devagar aqui,
Depressa ali:
Isto é viver.

Wednesday, July 11, 2007

Há um conjunto de condições; há custos e benefícios em cada acção (só faz sentido procurar o lucro nessas acções); há coisas que fazem mal, há coisas que fazem bem (todos procuramos sempre o máximo de bem estar, felicidade, prazer – escrever pode dar grande gozo); não podemos querer demais (outros também precisam), nem de menos – temos de ficar\estar satisfeitos.
Não somos nada/ninguém que exista somente por si próprio. Pouco interessa o que seremos amanhã, o que fizemos ontem: o que importa é viver bem o presente.
Não podemos fazer só o que queremos porque há outras(os); nem tão pouco podemos fazer só o que os outros(as) querem, porque temos existência própria.
Temos de comunicar com todos os demais seres, dando e recebendo, procurando sempre níveis superiores de gozo e felicidade, nunca fazendo sofrer a não ser em justa defesa.
Nada\ninguém se perde, todos/tudo nos tranformamos sempre para melhor e superior.
Claro que a reencarnação é uma tremenda realidade, e, podemos e devemos conhecer vidas passadas, tanto pelas regressões como pelos antepassados genealógicos. O mesmo para as almas gémeas, os seres com quem mais vivemos intimamente com quem mais nos identificamos, com que mais nos completamos.

Monday, July 09, 2007

Há tanta coisa/pessoa/ser bons neste mundo: como pode alguém dedicar-se só a duas ou três, com todas as limitações e eventualmente prejuízos que tal atitude pode acarretar?
.
Se somos independentes não o demonstramos: ao fazê-lo deixamos de o ser. O mesmo para a dependência (dependência quando tem de ser, e, independência quando tem de ser), claro.
Arquivo Distrital de Portalegre (MONTARGIL):
- Administração do concelho (Anos 1851-1853)
- Assembleia Distrital
- Governo Civil
-Ouvidorias e Provedorias
-Direcção de Finanças do D. de P. (matrizes rústicas) - 1952-1959
-Câmaras Municipais - Décimas (1844-1855)
Etc..
COOPERAR
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Um homem com mau cheiro, da boca e não só; um pombo peado (com as patas presas por fios)… Nem eu posso fazer nada por eles, nem eles parecem poder fazer alguma coisa por si próprios. Devido ao egoísmo/individualismo [havia outro pombo(a)]. Mas, seguramente que sofreremos menos e seremos mais felizes cooperando mais.

Sunday, July 08, 2007

DE MONTARGIL A LISBOA
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Entre Lisboa e Montargil,
Estando Alhos Vedros no meio,
Passo bem o meu tempo servil:
O serviço é como passeio.
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Aquisição de terra p’ ra obras
Hidroagrícolas é serviço
Honroso, valioso: que sobras
Nossas vão p’ ra lá do passadiço
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E alimentem quem fome tem;
Que gordos comam menos, que todos
Sejam felizes, de Santarém
Também, Cartagineses e Godos!
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Dá-me a vontade de sorrir:
Todos procuram felicidade
Que está sempre no descobrir
Que é na originalidade.
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Se nos entregamos cegamente
Ao desejo de sermos felizes
Devemos agora abrir mente
E olhos, sermos como petizes.
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Com razão voltamos sempre lá;
Mesmo que não o façamos:
É Deus, é Eva e é Alá;
São pais, filhos, mulheres – amamos!
COMENDA
Uma comenda é um benefício que antigamente era concedido a eclesiásticos e a cavaleiros de ordens militares, mas que atualmente costuma designar apenas uma distinção puramente honorífica. No passado, podia remeter ainda a uma porção de terra doada oficialmente como recompensa por serviços prestados, ficando o beneficiado com a obrigação de defendê-la de malfeitores e inimigos.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenda"

Faro e Sousa (D. Diogo de).
n. f. 25 de Setembro de 1698
Comendador de Santo Ildefonso, de Montargil, e de N. Sr.ª da Graça, de Mora, ambas na ordem de Avis, e de Santo André de Fiães do Rio, da de Cristo; 7.º senhor de Vimieiro, e das vilas de Alcoentre, Tagarro, Quebradas, etc. Alcaide-mor de Rio Maior e de Mora; coronel dum dos regimentos das ordenanças da corte, vedor da casa da infanta D. Isabel Luísa Josefa, e da rainha D. Maria Sofia. Era filho de D. Sancho de Faro, e de sua mulher, D. Isabel de Liuna.
Seus pais viveram algum tempo em Bruxelas; e foi nessa cidade que nasceu D. Diogo de Faro a Sousa. Vindo para Portugal em 1646, depois deles terem falecido, e trazendo consigo uma sua irmã, D. João IV os recebeu com toda a consideração. Esteve nas cortes de 1649, a que foi chamado por carta de 26 de Março deste anno, nas de 1667 e nas de 1683. Em 1690 foi um dos fidalgos que assistiram à entrega do corpo da infanta D. Isabel de quem fora vedor, quando foi depositado no mosteiro do Santo Crucifixo.
Fal. a 25 de Setembro de 1698. Casou em 1658 com D. Francisca de Meneses, filha de Gaspar de Faria Severim, do conselho de D. João IV, de sua mulher D. Mariana de Noronha, filha de D. Francisco de Noronha, comendador de S. Martinho de Frazão.

Fonte: http://www.arqnet.pt/dicionario/farosousa.html





Biografia do Comendador João Lopes Fernandes :
Nascido em 26 de Junho de 1905, João Lopes Fernandes, estudou na Escola Académica de Lisboa, onde concluiu o curso Comercial, e iniciou a sua actividade de agricultor aos 19 anos de idade.
Homem aberto à inovação, cedo se apercebeu da ruína em que se viria a transformar a o cultivo do trigo; optou pela exploração silvo-pastoril das suas propriedade onde, a par da construção de importantes obras de rega, intensificou e melhorou a produção pecuária e os montados de sobro.
Em 1941 iniciou o adensamento e a instalação de novos povoamentos de sobreiro, tendo mais do que duplicado a sua produção de cortiça.
Rodeando-se sempre pelos melhores técnicos, teve a colaboração e o apoio do Engenheiro Agrónomo Sardinha de Oliveira que, em 1953, levou às suas propriedades o Professor Joaquim Vieira Natividade.
Surgindo num momento decisivo, para o futuro dos novos sobreirais, Vieira Natividade introduziu novas técnicas de poda de formação, conduzindo os sobreiros para conformações mais adequadas à produção de cortiça, imprimindo, assim, aos povoamentos uma fisionomia mais florestal.
Por decreto de 18 de Maio de 1960, foi agraciado com a Comenda da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.
Em estreita colaboração com a Comissão de Fomento Suberícola, João Lopes Fernandes deu um forte contributo à Subericultura Nacional, incentivando a experimentação, proporcionando a visita de um sem número de técnicos, nacionais e estrangeiros, aos seus “montados” e criando em 1966 o Prémio Prof. Joaquim Vieira Natividade.
No sector pecuário, apostou na criação de F1s para produção de carne, tendo importado excelentes reprodutores de diversas raças ovinas, caprinas e bovinas.
Deu um importante contributo ao fomento pecuário, produzindo reprodutores puros que distribuía gratuitamente, e instituindo em 1967 o Prémio Eng.º Luís Quartim Graça, constituído por um carneiro em ouro, destinado a premiar o produtor com maior iniciativa e resultados práticos na criação de ovinos.
João Lopes Fernandes faleceu a 19 de Março de 1973 após uma vida inteira dedicada ao fomento da Agricultura e da Subericultura.
Fonte: http://fundacaojlf.no.sapo.pt/Bio_JLF.htm


OS BESTEIROS DO CONTO
Os besteiros eram soldados medievais equipados com bestas.
Era normal em Portugal os besteiros terem montadas, provinham em regra dos chamados "Besteiros do Conto" ordenação antiga pela qual todos os concelhos do país deveriam possuir um determinado número de besteiros escolhidos entre os habitantes com posses para adquirir tal armamento, já que quem tinha dinheiro para adquirir uma besta tambem podia sustentar um cavalo ou outra montada, deslocavam-se a cavalo no terreno da batalha mas por regra desmontavam para combater. Acontecia ainda que os chamados "Cavaleiros Vilões" (milites villani) armavam-se frequentemente com besta, dado que era uma arma que qualquer pessoa poderia utilizar mesmo não sendo particularmente possante, montados numa pileca, com a besta, poderiam enfrentar um nobre cavaleiro de armadura montado num corcel de guerra.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Besteiro
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AS ORDENANÇAS
“As Ordenanças foram instituídas em 1570 no reinado de D. Sebastião, após várias tentativas de criação de um sistema de organização militar controlado pelo Rei, realizadas nos reinados de D. Manuel I e D. João III, que viesse substituir a milícia concelhia dos Besteiros do Conto, extinta por D. Manuel em .... Foram restabelecidas em 1640, e a sua organização definitiva, como meio de recrutamento para o Exército, deu-se em 1643. “
Fonte: http://www.arqnet.pt/exercito/ordenancas.html
“Nas organizações militares de Portugal, entre o séc. XVI e o princípio do séc. XIX, as Ordenanças eram as tropas de 3ª linha. Estas tropas actuavam na sua área territorial como auxiliares do Exército Regular (1ª linha) e das Milícias (2ª linha).
A organização militar de 1806 organizou as Ordenanças Portuguesas em 24 brigadas, sendo-lhes atribuida como característica identificadora, um uniforme verde.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenan%C3%A7as
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AS MILÍCIAS
“As Milícias foram criadas em 1643, no reinado de D. João IV, devido ao compromisso da coroa com as classes privilegiadas das províncias, que aceitaram um aumento dos impostos, mas ganharam o privilégio de não serem recrutadas para as tropas de linha. (1ª linha).”
Fonte: http://www.arqnet.pt/exercito/ordenancas.html

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenan%C3%A7as"
HISTÓRIA
“… Acima de tudo, pretendo salientar especificidades históricas portuguesas e explicá-las…. Nos textos das ciências sociais, «centro» e «periferia(s)» são expressões que se vulgarizaram para designar, não necessariamente espaços geográficos circunscritos, mas, por um lado, a «zona central», onde se definem os símbolos, valores e crenças «que governam a sociedade», e, por outro, as grandes massas da população que se encontram mais ou menos distanciadas desse centro…. A casa de Bragança detivera sempre poderes e recursos excepcionais… faziam fidalgos com o mesmo foro, e privilégios da casa Real, proviam muitas Comendas, Ouvidorias, Judicaturas, e grande número de Igrejas e benefícios…. Em todo o caso, depois do pombalismo, a sua identidade(do Santo Ofício=Inquisição) de corpo sofreu uma restrição decisiva. Mas, Montesquieu considerava… que a Igreja era em Espanha e em Portugal o único poder que travava o resvalar da monarquia para o despotismo… Finalmente não havia instituições provinciais… as instâncias intermédias entre o centro e o local (câmaras) eram delegados da coroa, quer dizer, magistrados nomeados por esta(corregedores e provedores) ou, até 1790, numa parcela cada vez mais reduzida do território, os senhores(ouvidores)… Todas as câmaras… estavam sujeitas, desde a viragem do séc. XV para o XVI, a normas gerais quanto às suas competências e à eleição das vereações (em resultado da publicação das Ordenações do reino: impressão de 1512-1514, da reforma manuelina dos forais e da multiplicação das magistraturas régias…. O modelo de eleição(das câmaras) trienal então (1670) definido vigorou até finais do antigo regime… incumbia aos corregedores a escolha de dois ou três informantes, os quais elaboravam a lista dos elegíveis. Convocavam-se depois os eleitores…”

Fonte: “ELITES E PODER – Entre o Antigo Regime e o Liberalismo”, de Nuno G. F. Monteiro, da Imprensa de Ciências Sociais – Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2003

Saturday, July 07, 2007

SORRISO
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Isto só interessa:
É a felicidade,
É a igualdade,
É o cumprir a promessa.
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Esse sorriso é
de mulher, bem o sei;
dá-mo também, pensei:
prazer é o que é!
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Recorrentemente surge a tentação de considerar mais importante a acção mental\espiritual do que a manual/física em tempos chamada «mecânica». As classes operárias, ainda que não sem os "filhos adoptivos" não "trabalhadores" à cabeça, também já tiveram\têm, depondo clero, nobres e burgueses, os seus tempos de glória.
Logo, a verdade é que somos todos iguais, todos dispondo dos nossos poderes... que não devem, nenhuns, ser menosprezados/desprezados por ninguém. Este poder estende-se a todos os seres vivos e ditos mortos.
Não se fere nenhum ser, não se mata nenhum ser... e, assim acaba a dor e o sofrimento. Não nos preocupemos com os por nascer: eles já nasceram. Deixemos todos os seres divertirem-se (nós incluídos), serem felizes, desfrutarem do prazer; mais, ajudemo-los(nos) nessa grande tarefa: este é o magno objectivo da vida! Da Natureza!
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Todas as populações, todos os territórios devem portanto ser objecto, por parte dos governos e de todos nós, dos mesmos cuidados, da mesma liberdade, de idêntica protecção.
Já começaram em Portugal (Vidigueira) os incêndios de 2007: aviões foram pedidos, mas não chegaram. Como é que é?
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Montargil e outros Montargis continuam a contribuir mais para as receitas municipais do que a benefiar das despesas. Onde estão a justiça e a bondade?
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E, na DGADR, mobiliário está nos corredores e "halls" há semanas...

Friday, July 06, 2007

JOSÉ MARIA DE CASTRO FREIRE DE ANDRADE
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Naturalidade: Montargil
Data de Nascimento: 6-6-1901
Pai: Rufo Freire de Andrade, professor primário
Mãe: Vitória Maria
Iniciado em 8-3-1926 na Loja Revolta nº 336, de Coimbra com o nome João de Deus
Licenciado em Medicina, em 9-11-1931
Morreu em 9-6-1982, em Lisboa, na Freguesia de Campo Grande

Thursday, July 05, 2007

PRINCÍPIOS DE FELICIDADE
1) A actividade moderada, não a ociosidade, é que leva à felicidade.
2) Antever bons momentos já é meia felicidade. Recordá-los também;
3) Liberdade dá prazer, e, é sempre possível mais liberdade; até à porta da cadeia!
4) Devemos estar sempre apaixonados, ou quase: por coisas, por pessoas, por seres… Isso dá bem estar;
5) O que torna uma infeliz pode eventualmente tornar outro feliz;
6) O que nos faz felizes é a felicidade do outro(a) e a nossa.
NÓS SOMOS A NATUREZA
Nós somos a natureza, a sabedoria e a evolução, e, seduzimo-nos a fim de fazermos o que nos é mais aconselhável à felicidade.
Esquerda e direita, alegria e irritação são eternos amantes, rivais e cooperantes para a alegria, para a felicidade, para a vitória, para o prazer, para o bem estar...

Wednesday, July 04, 2007

MÁXIMAS
Não podemos evitar mais o risco do que procurar a sorte. Nem falar mais em coisas/pessoas más do que em pessoas\coisas boas.
SÊ INTUITIVO

A casa arruma,
Sê intuivo;
Não ao negativo,
Sim ao que perfuma.
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Trata bem criança,
Trata bem idoso,
Sê mui caridoso,
Descobre herança.
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Encontra encantos
Novos do antigo;
Eu irei contigo,
Calado, com cantos!
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Trabalho feliz
É possível, é;
E andar a pé,
E fazer que diz.
SEM COMPLEXOS
Faz muito pouco sentido vermos a felicidade, ou prazer sempre mais além, no tempo ou no espaço, que é mais ou menos o mesmo. O gozo pleno da vida deve ser desfrutado em cada momento, com tudo\todos que nos rodeiam, sem complexos nem medos!

Tuesday, July 03, 2007

SENTIR A FELICIDADE

"O tema deste livro não é querer TER mais felicidade. Eu pretendo simplesmente ajudar os meus leitores a SENTIREM mais felicidade...Constantemente somos tentados a confundir o ter sorte com o ser feliz: ansiamos por sensações alegres e pensamos que circunstâncias favoráveis nos podem aproximar delas. Com isso roubamos com frequência a nós próprios as hipóteses de sentirmos verdadeiramente essa felicidade... Nada é comparado ao SÂNSCRITO, a língua da Índia antiga, que conhece mais do que uma dúzia de palavras para expressar os vários matizes da felicidade..."
Fonte: "Simplesmente Feliz", de Stefan Klein, da lua de papel.

Monday, July 02, 2007

Experimentemos então proceder como superiores na preocupação e no amor para com todos, esquecendo-nos de nós próprios, fazendo-lhes coisas, mesmo quando a provocação é grande...
CONFISSÃO
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Aos Budas, aqueles que assim partiram,
Ao sagrado Dharma, imaculado e supremamente raro,
E à descendência do Buda, oceanos de boas qualidades,
A fim de poder obter esta preciosa atitude, faço
uma perfeita oferenda.
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Ofereço cada fruto e cada flor,
Cada espécie de remédio curativo
E todas as preciosas gemas que o mundo contém,
Com todas as puras águas que refrescam;
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Cada montanha, ornada de jóias preciosas,
Todas as doces e solitárias alamedas da floresta,
As árvores do paraíso adornadas de florações,
Árvores com ramos arqueados de perfeitos frutos;
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A perfumada fragrância de divinos e outros reinos,
Todo o incenso, árvores de desejos e gemas,
Todas as colheitas que crescem sem os cuidados do lavrador
E todo o sumptuoso objecto digno de ser oferecido;
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Lagos e mares ornados de lótus,
Deleitosos com os clamores melodiosamente sonoros
das aves aquáticas,
E tudo o que é livre e sem dono
Até aos confins do céu ilimitado.
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Tudo isso sustento perante o meu espírito e ao poderoso Sábio,
o maior da nossa raça,
E aos seus herdeiros faço uma perfeita oferenda.
Sublimes receptores, senhores compassivos,
Oh, pensai em mim com amor; aceitai estes meus dons!

Shantideva
Querer que tudo o que de mais importante estivesse num só livro é uma tentação... da preguiça.
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Se estamos a sofrer hoje pode ser por termos feito sofrer outros seres ou pessoas no passado. Tem de ser assim. E também não podemos fazer-nos sofrer a nós próprios. Pois, o grande objectivo de cada vida, da vida é sermos cada vez mais felizes!

Sunday, July 01, 2007

Pois, destituído de mérito, sou muito pobre;
Não tenho outra riqueza.E assim, protectores,
Vós cujas sábias intenções visam apenas o bem dos outros,
Recebei-os, em vosso grande poder, para meu beneficio.
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Seres iluminados e todos os vossos herdeiros Bodhisattvas,
Ofereço-vos o meu corpo ao longo de todas as minhas vidas.
Ó supremos corajosos, aceitai-me totalmente,
Pois com devoção serei o vosso escravo!
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Porque, se me aceitardes, não serei
Atemorizado pelo samsara e agirei pelo bem dos seres.
Abandonarei os males do meu passado
E deles desviarei sempre o meu rosto.
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Uma sala balnear de excelsas fragrâncias,
Com pavimentos lisos de cristal, radiante e claro,
E graciosos pilares tremeluzindo de gemas,
Completamente recobertos de cintilantes dosséis de pérolas:
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Aí os bem-aventurados Budas e seus herdeiros
Banharei com muitos vasos preciosos,
Repletos de água perfumada e deleitosa,
Ao som de abundantes árias de cantos e melodias.
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Com tecidos de qualidade única,
Com imaculadas toalhas perfumadas os secarei,
Oferecendo-lhes esplêndidos e olorosos trajes,
Bem tingidos e de excelência transcendente.
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Com diferentes vestes, leves e macias,
E uma centena de belos ornamentos,
Agraciarei o sublime Samantabhadra,
Manjugsha,Lokeshvara e a sua descendência.
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E com uma sumptuosa fragrância, que
Impregne mil milhões de mundos,
Ungirei os corpos dos poderosos Sábios,
Reluzindo brilhantes como ouro polido, refinado e purificado.

SHANTIDEVA
Que todos os seres felizes sejam,
Superiores e inferiores;
O que todos querem é não ter dores
E ter gozo; somos iguais, vejam!
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Em última análise não há
Nem criação, nem duração, nem
Final: só a causa e efeito, em
Dependência divina, não má.
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Não tenhas medo de morrer: a morte
Não existe no sentido do fim
De tudo; teme só um pouco, sim,
Seres infeliz, perderes o norte.
Se queremos ser mesmo felizes, não podemos limitar-nos a ver os aspectos maus do "inimigo".