Perfeição é realização
e realização é perfeição,
e, são a harmonia
da mente e do coração na ação:
o chamado progresso que consiste
em ir do não essencial
para o essencial
que por sua vez se transforma
em não essencial,
é ilusão.
Perfeita realização,
plenitude, é agir com mente e coração.
Nem certeza nem indecisão;
nem segurança nem insegurança;
nem a abarrotar de objetivos
nem sem nenhuns objetivos:
nós não estamos aqui e a verdade além:
a verdade é a realização
constante e harmoniosa de mente e coração.
E, procuramos até sem o desejo de obter:
procurar faz parte de nós mesmos;
não desprezamos resultados,
mas,para nós, procurarmos é o grande resultado!
Só na compreensão e na perceção há justiça e liberdade:
querer conquistar por não se compreender é engano e ilusão.
O eu é o resultado do conflito: quando temos de dizer não
à usurpação, dizemos, mas, força de vontade e caráter do conflito nada são.
Jamais se acabou com usurpação por meio da resistência,
mas, quando a percecionamos
ela se vai, usurpador desaparece, deixamos
de ser roubados e explorados.
E, qual é a mente que compreende, perceciona se não
a que é flexível, moldável, não possessiva?
Andar por normas, objetivos, ideias, padrões, rígidas leis,
dogmas, crenças... É o oposto da flexibilidade, da realização,
da ação plena, da compreensão.
Terão até compreendido alguma verdade, os autores de tais leis,
normas e padrões, mas, repetir, mesmo a nós próprios, é mentira, é imitação,
jamais a gloriosa Verdade!
Conhecimento, virtude não são realização, pois, o que é considerado virtude numa sociedade é chamado de vício noutras. Fala-se em bom e mau, e, em muitos outros opostos, como esquerda e direita, ricos e pobres, homens e mulheres... Mas, profunda e intrinsecamente não há opostos.
O chamado progresso jamais pode levar à ação plena, pois, progresso implica tempo, e, tempo, passado ou futuro não conduz à ação perfeita: realização, só no presente. Passado e futuro só servem para nos impedir de viver completamente no presente, e, como só nos podem fazer mal/bem no presente, se deixarmos, é o fim da possível maldade do futuro, do passado, e, até do presente!
De outro modo: essencial, verdade, realidade não são, não podem ser possuídos: no momento em que se pensa que se possui o essencial, ele passa a não essencial!
E, não desejamos influenciar nem uma única pessoa: pessoas não são um rebanho de ovelhas/carneiros que tem de chegar a um fim, a uma meta: cada um de nós é um fim, uma meta do Todo, não de ninguém, nem de nós próprios!
Mas,podemos ajudar-nos uns aos outros a sermos plenamente inteligentes, de coração e mente!
Já as religiões, por meio de promessas e perseguições, tentaram dissuadir-nos da constante atividade egocêntrica. Tendo falhado, vieram as organizações políticas a substituí-las por meio da austeridade e perseguições a toda a resistência. E, o egoísmo é realmente mau.
Mas,também não vão lá, pois, eles próprios são egoístas, geralmente os mais egoístas. E egoísmo, claro, não pode acabar com egoísmo. E todavia, sem o fim da atividade egocêntrica, o que não quer de modo algum dizer austeridade, miséria e morte, não pode existir felicidade.
Há egoísmo individual e egoísmo de grupo: egoísmo é oposição, desejo de ganhar, ser\ter mais do que o outro(a) e é divisão, consciente ou inconsciente, por meio da memória, do reconhecimento.
Já sem ego é não conscientemente, não intencionalmente, sem objetivos determinados, não em termos de tempo, não em termos do que fomos, seremos ou somos, não em termos de escolhermos ou evitarmos.
No processo do tempo não há renovação, só continuidade sem fim do mal: inferno. Só com o completo cessar do processo do tempo, jamais com a ilusão da evolução, surge o paraíso, o bem bom.
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