Thursday, April 16, 2009


O Tempo - O PRAZER - A Morte
Sou tentado a repetir a história de um grande discípulo que foi a Deus pedir que lhe ensinasse a verdade.
Disse o "pobre" Deus: "Meu amigo, hoje está fazendo muito calor; por favor, vai buscar-me um copo d'água". O discípulo sai e vai bater à porta da primeira casa que encontra e uma linda jovem lhe abre a porta. O discípulo dela se enamora, os dois se casam e têm vários filhos. Então, um dia começa a chover, a chover sem parar. Os rios se engrossam, as ruas se inundam, as casas são arrastadas pelas águas. O discípulo se agarra à mulher, põe sobre os ombros os filhos e. ao sentir-se arrastado pela torrente, brada: "Senhor, imploro-vos que me salveis". E o Senhor responde: "Que é do copo d'água que te pedi?"
"Nós somos o senhor,
O eu superior, eternos,
Presentes, sem dor,
Sem fugas."
É uma história bastante instrutiva, porquanto, em geral, pensamos em termos de tempo. O homem vive do tempo. A invenção do futuro se tornou seu favorito jogo de fuga.
Pensamos que as mudanças em nós mesmos só podem ser efetuadas no tempo, que a ordem só pode ser estabelecida em nós mesmos pouco a pouco, aumentada dia por dia.
"Não gradual, mas continuadamente
É que é: imediata e totalmente.
Não logo, mas agora, Mente!
Não dormente!"
Mas, o tempo não traz a ordem nem a paz e, portanto, temos de deixar de pensar em termos de gradualidade. Isso significa que não há um amanhã em que viveremos em paz. Temos de alcançar a ordem imediatamente.
Quando se apresenta um prazer ou um perigo reais, o tempo desaparece, não é verdade?
"Acção imediata:
Dor, prazer não cessam!
Mexe-te Agora,
Que não te impeçam!"
Mas, nós não percebemos o perigo/prazer existente em muitas das nossas situações e, por conseguinte, inventamos o tempo como um meio de superá-los. O tempo é um embusteiro, porquanto nada faz para nos ajudar a promover uma melhoria em nós mesmos.



"O tempo é o Ente
contínuo: esquece isso
de passado, futuro
e, Presente!


O mesmo com espaço,
um com tempo,
e com vida e morte,
Sorte!"

E, enquanto fizer essa divisão, o homem viverá sempre em conflito.
O aprender depende do tempo? Após tantos milhares de anos, ainda não aprendemos que existe uma maneira de vida melhor do que odiarmos e matarmos uns aos outros. Muito importa compreender o problema do tempo, se desejamos uma solução para a dor que cada um de nós contribuiu para tornar tão monstruosa e sem significação como é.


"Mas, não te atires,
não, de cabeça;
nem te retires,
Eça."


A primeira coisa, pois, que se deve compreender é que só podemos olhar o tempo com aquele vigor e aquela inocência da mente, que já estivemos considerando. Vemo-nos confusos a respeito de nossos numerosos problemas, e perdidos no meio desta confusão. Ora, quando uma pessoa se perde numa floresta, qual a primeira coisa que faz? Pára e olha em torno de si. Mas nós, quanto mais nos vemos confusos e perdidos na vida, tanto mais corremos em todos os sentidos, buscando, indagando, rogando.

"Inocentemente, paremos,
ouçamos, cheiremos,
fechemos, baixemos,
olhemos...
P’ra dentro!"


A primeira coisa que deveis fazer, se me permitis sugeri-lo, é fazer alto, interiormente. E, quando parais, interiormente, psicologicamente, vossa mente se torna muito tranqüila e clara. Podeis então considerar verdadeiramente a questão do tempo.

"Os problemas e o prazer
com dor só existem no tempo,
isto é, quando nos encontramos
com um facto de maneira incompleta
ou quando fazemos que não o sentimos.

Esse encontro incompleto ou desencontro
com o fato cria o problema.
Quando enfrentamos um desafio parcial,
fragmentariamente, ou dele tentamos fugir - isto é,
quando o enfrentamos com atenção incompleta - criamos um problema.
E o problema continua
existente enquanto continuarmos a dar-lhe incompleta atenção,
enquanto esperarmos resolvê-lo um dia destes.

"É agora, olhemos AGORA
Completamente para o problema...
Ideia, acção...Ideia, acção...
É o nosso lema!
Fonema."


Sabeis o que é o tempo? - Não o tempo medido pelo relógio, o tempo cronológico, porém o tempo psicológico? É o intervalo entre a ideia e a ação. Uma ideia visa, naturalmente, à

"Autoproteção, bem estar,
gozo, segurança... Acção
sempre imediata há que festejar,
São-São!"

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