Sunday, April 22, 2012


Pensamento, apesar de limitado,tem o seu próprio espaço,
a sua própria ordem. Quando cessa a atividade do limitado
pensamento, então existe mesmo espaço: não o pequenino espaço
criado pelo pensamento em torno de si próprio, mas, espaço ilimitado
.
O pensamento é limitado,e, faça o que fizer, será sempre limitado,
porque, por natureza,é condicionado. Quando o pensamento
descobre por si próprio a sua limitação, e vê que esse apoucamento
está criando destruição no mundo, com essa observação fica parado
.
para descobrir algo novo. Então há silêncio e espaço. Meditação
é assim compreender o que significa medir, comparar, e logo, o findar
desse medir e do desejo de vir a ser. E, é também a compreensão
de que o pensamento é sempre limitado: no ilimitado pode ele pensar,
.
mas, esse ilimitado é ainda  do limitado. Quando o pensamento
fica suspenso, o centro da tagarelice, da desordenação
fica subitamente silencioso - sem disciplina, sem compulsão,
porque vê o fato, a verdade da sua própria limitação.
.
E,do ver o facto,a verdade que estão para além do tempo, nasce
o silêncio. O pensamento pára. E, sente-se no cérebro silêncio
completo. O pensamento   cessa totalmente. Cessa, mas traz-se
à atividade quando necessário. Agora está quieto,em silêncio.
.
E, onde há silêncio há espaço, um espaço da universalidade,
por não existir eu.O eu cria seu próprio limitado espaço. 
Mas, quando não há eu,quer dizer, sem nenhuma atividade
do pensamento, há então profundo silêncio, um incrível espaço.
.
Porque pensar está agora liberto de todo seu condicionamento.E é
apenas onde existe espaço e silêncio que pode haver algo novo,
intocado pelo tempo/pensamento. Pode ser isto - talvez, o que é
mais sagrado. Isto é talvez o Inominável, o sempre Novo!
.
E, quando isto está, há inteligência, compaixão, ou seja,
amor justo por todos os seres. E, a vida assim não é fragmentada.
É um processo unitário, total cheio de movimento que não se deseja
E morte vale tanto como vida: ambas andam juntas, vida integrada.
.
Viver também é morrer. Pôr fim a toda a aflição
da vida,ao sofrimento, à ansiedade é morrer. É com se fossem dois
rios de tremendo volume correndo juntos. Tudo isto é meditação.
Tudo isto é a nossa natureza, e, ninguém pode mutação
gloriosa nela produzir a não sermos nós próprios.


K. e J.





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