Wednesday, August 10, 2011

Experimentar sem desejo

é que é o verdadeiro experimentar,

pois, o desejo provoca a separação

entre pensador e pensamento,

o que é a causa da contradição,

do conflito, da violência interiores

exteriores.

Mas, não é só o desejo

que divide, também o pensamento

o faz: quando estamos unidos

com mulher, filhos, vizinhos, colegas,

casas, tempo, alimento, paisagem...,

e o pensamento

interfere, perde-se o contacto,

há uma desintegração,

entramos em conflito e perdemos

o bem-estar, o prazer, a criatividade.

E perdemos o contato porque pensamento

é memória e o real, o momento

não o é.

Pode soar a sacrilégio sugerir que o pensamento

não é uma coisa boa, que isto é sermos irracionais,

mas, não é o que quero dizer: o que quero dizer é que não

devemos permitir nem que desejo, de ter

experiências, de ser isto ou aquilo, de não

sermos, de não termos nem que pensamentos

e suas imagens nos separarem do momento, dos amigos...

faço-me entender?

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