Wednesday, August 31, 2011

http://g1.globo.com/platb/paulocoelho/2011/08/31/prece-do-mestre-sufi-dhu/comment-page-0/#comment-98421
Onde há dor nada vai florescer,
mas, não condenamos muito a dor:
observando que também somos dor,
vemos que ela se transforma em saber
primeiro e depois em prazer.

Somos também amigos de quem se for
ou só de nós próprios? Egoísmo
é o mal, egoísmo é a dor:
bem bom é o Amor!

Também somos dor
por causa do conflito
que dói pelo atrito;
dando vida, alegria, prazer,
temos prazer, felicidade:
dar é mesmo receber...
Paraíso é todos dando muito
gozo e todos recebendo muito
gozo!
Não sem música!
Obviamente, quando há
uma grande atenção,
um grande empenhamento, não
há pensamento nem tempo há.

Existe sim, um enorme contentamento,
um grande superamento,
uma extraordinária sensibilidade,
um sentir da eternidade.

Nem estatismo, nem neoliberalismo,
nem nenhum outro ismo,
nenhum outro ismo...mas amizade
profunda na diversidade, na liberdade.

Andam iludidos, pensam que são
alguma coisa, quando não somos nada
uns sem os outros, nada...
Mas, juntos ou sós, humanidade-nação!

Tão belo, tão gozoso,
tão verdadeiro compartilharmos
consciência desde Carvalhoso
até ao infinito, pois, todos compartilhados
somos, somos todos perfilhados!

E, não há português
de primeira e portugês
de segunda: só português!

Traça-se um objetivo,
fixa-se uma meta,
arranjam-se meios,
e, trabalha-se
para alcançar,
para concretizar.
Mas, há que actualizarmos,
há que não nos preocuparmos,
há que estarmos
mui atentos ao presente,
há que não estarmos
nada divididos
entre a ação presente
e o resultado futuro:
caminho e meta têm
a mesma importância;
e, verdadeiramente,
só existe um objectivo:
viver com amizade,
sem contradições,
com clareza,
com grandeza.

Tuesday, August 30, 2011

Conhecer é sem contradição,
sem contradição é conhecer;
e, situação e oposição um são:
imensidão.
E, viver é sem agressão,
com compaixão,
com justiça,
com adão.
Não está longe, a verdade,
ela está nas coisas simples.
Para quê mudar por mudar?
Há pouca inteligência na mudança,
na fuga, na substituição:
acabar antes do fim tem custo;
é como a mentira, a ocultação:
como se não
se soubesse sempre tudo!
Já ser eterno é dar a importância
devida ao tempo, que é valorizar
tanto o agora, como o antes, como o depois...
E, ser infinito será valorizar tanto o aqui,como o além, como o ali...
E criar é combinar e recombinar.
"O que mais surpreende é o homem, pois perde a saúde para juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde. Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba por nao viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido."
Dalai Lama

"Sem pressa e sem enganação mas com equilíbrio...nem tudo para um lado nem tudo para o outro."
Elias L.Machoqueira

Quando a contradição,
por exemplo, ter inveja
e não querer ter inveja,
se estabelece profundamente
e duradouramente,
não se aceitando que a contradição
se dissolve pela transcendência,
compreendendo, dá-se a última fuga, suicidária,
afirmando-se/vivendo-se como se vida fosse um processo de desintegração
e desilusão. Só que não
o é: vida é vida, com o glorioso propósito
de se viver abundantemente,
só se transformando em desintegração
para quem, tendo provado da verdade verdadeira,
profunda e vasta, não sectária, ao invés de a cheirar...
observar...comer....ouvir...beber....tocar...
inteligentemente
e apaixonadamente,
a rejeita, a tenta conspurcar,
a combate até...
Ilusões, mitos são ideias
sem correspondência com a realidade,
com a ação que é co-incidente
com o pensamento, a ideia, o espírito,
assim como mamarrachos são ações
sem correspondência com a ideia, sem espírito:
ação e pensamento não são,
verdadeiramente,
uma sem o outro, não
é um primeiro do que a outra,
como no caso do ovo e da galinha, aliás,
e, não será
a incapacidade
em vermos a realidade
como ela é mesmo que a alterará.
Sem matéria/coisas não há
pensamento\espírito,
e, sem espírito\pensamento não há
coisas/matéria.
Agora, umas pessoas são mais
matéria, outras mais ideia; mesmo uma pessoa mais
equilibrada, mais perfeita, mais criativa, mais
feliz pode ser, sem estar errada, umas vezes mais
material outras mais
espiritual.

Monday, August 29, 2011

Um ou dois sabem tudo,estão em contacto direto com as pessoas que já disseram tudo, e, gradualmente se tornam a autoridade, gradualmente vão dominando e explorando os demais...
E,porque se não revoltam os demais? Porque há um certo gozo no estar-se junto (os exploradores sabem disso), nos mexericos, no saber as últimas novidades,no comungar das migalhas.
Só que a vida não é para ser só em grupo,é também para ser vivida a solo.

Sunday, August 28, 2011

Verdadeiro,
real, com graça
é urgente!

O conforto da crença
nada tem a ver
com a glória de descobrirmos
por nós próprios.

Mesmo que outro tenha
visto, vivido a realidade,
a glória, todo há-de
vivê-la de novo, não imitar.

Sem algum risco,
sem irmos,
com toda a atenção,
no insondável não
há penetração!

Atenção com concentração,
que é silêncio sem esforço,
pela compreensão
da necessidade da libertação
temporária do conhecido
para recebermos o desconhecido,
o inominável.
Livres, não seguindo
nem sendo seguidos,
não possuindo
nem sendo possuídos...
Livres até de nós mesmos,
e nossas experiências
e lembranças passadas,
finadas.Livres de todo o conflito,
até do mais recôndito.
Livres da vontade
de levar até ao fim,
quando o mundo foi em frente,
livres da vontade
de negar...
Livres não reprimindo
nem alimentando desejos contraditórios,
deixando-os desenvolver-se,
observando-os
de muito perto,vendo
como eles se transformam
num grande sentir,
numa grande paixão:
desejos contraditórios destroem:
paixão
como razão,
é solução!

Saturday, August 27, 2011

Aquela melancia,
verde, vermelha,rosa, branca...
Nem quente nem fria,
doce não em demasia,
que muito bem sabia,
que muito bem se ruia,
qual da língua um veludo...
Vale mais do que tudo:
é um pedaço do céu sem igual,
é um pedaço de Portugal,
ali para os lados(bandas) do Couço,
de Montargil, de Coruche, da Branca...

E, a palavra não
é o facto, a experiência,
mas, representa-o, descreve-a.
Palavra e fato,
necessidade e satisfação,
natural e artificial
se completam, na imensidão...
A experiência
é sempre nova,
conforme a aproximação...
E, tapa-se, para maior exposição.
Mas, só no todo há realização,
só no todo não há dor,
só no todo e no pormenor,
no global e na especialização.
A parte cultural
é a diferença
que é igual,
é olivença.

Todo o tempo num pensamento,
tudo num olhar:
não é preciso embelezamento,
toda a beleza num par.

Morrer seria
total extinção,
mas, como tal não
existe, morte também não.

Nenhuma competição,
nenhum adiamento,
contínua morte e ressurreição,
e, grande vida, sem sofrimento.

Thursday, August 25, 2011


A bondade existe por si mesma,e, não
pode vir do egoísmo, do mal:
é possível e insistimos na criação
de uma sociedade boa sem igual.

E, não é no dogma, no ideal,
que só fazem conflito,
que floresce a bondade que livra aflito,
é na atenção total.

Palavras brasileiras de origem índia:

http://www.numaboa.com/component/glossario/?view=category&id=264%3Aindigena
Sem ideais;
plenamente;
amando todos os seres;
sem mesquinhez,
sem estreiteza;
com beleza;
não superficialmente;
com cada coisa/pessoa/ser
no seu lugar;
com lucidez;
sem contradição;
serenamente;
sem fugir da realidade:
sagradamente.
Atenção total,
com todo o nosso ser,
todos os sentidos;
silêncio profundo,
nada de tagarelice,
de condenação
sem compreensão,
e... Cuidado total,
afeição total,
egoísmo zero.

Wednesday, August 24, 2011

Pai, mãe que se prezem,
e, muitíssimos se prezam,felizmente,
nunca estão demasiado longe para ajudarem
seus filhos: até mesmo depois de mortos
nos fazem sentir extraordinariamente
a sua presença benfeitora.
O mesmo com os filhos que se prezam,
que são bons filhos...
Medi-lo, descrevê-lo, só muito mal:
é ordem, é lucidez, é eterno,
é sensível, é justo, é terno,
é uno, é completo, é intemporal,
é compassivo,é poderoso.
Atua continuamente na vida, mas não
contra a(s) vontade(s).É sem divisão,
é pura energia. Não compara, não
controla, não envelhece,é felicíssimo, não
reprime, é novo a cada momento,
é sereníssimo, é mutável e imutável.
É belo, é totalmente inteligente, é criador,
é criativo, não sofre, é perfeito, não é lutador...

E:

Ser, ser
uma coisa ou outra,
um ser ou outro,
ser simplesmente,
extraordinariamente,
porque ser é ... isto!

Tuesday, August 23, 2011

Facebook me disse:
convida para amigos
quem conheces; e, lhe disse:
convido desconhecidos e amigos.

Vida é amizades ter,
e, amizade é dar e receber;
dar, mesmo sem receber;
e, dizer não, se tiver de ser.

Desconhecidos e conhecidos
são iguais: todos querem
ser felizes, queridos,
não ser enganados pelos que ferem.

And, facebook
insists that I must
only invit to be friends
knowned people!...
Uma mente sempre jovem
é uma mente sempre a morrer
para o passado, para o conhecido,
mesmo para os prazeres do passado...
Como é importante, como é belo,
como é enriquecedor morrer
em cada momento para o egoísmo
e para o o velho, renascendo
para o amor, para a justiça,
para a mudança,para o novo.

Sim, morrer-se a cada momento um bocado
para o eu por conflitos dilacerado,
para o espaço por minas vedado,
é não se ser pela morte encontrado.

Monday, August 22, 2011


Estudamos, sem julgamento,
sem condenação todo o nosso ciúme,
más intenções, invejas, vaidades,
espiritualidades desencarnadas,
sensualidades desespiritualizadas,
e,descobrimos causas visíveis
e ocultas de todos os nossos desequilíbrios,
e, cessam todos os desequilíbrios.
Não termos medo de morrer
não é para nos matarmos:
é para a viver andarmos,
e, para não termos medo de viver.

Querermos e não querermos
é dos nossos problemas a causa;
não querermos é uma bendita pausa,
e, não pensarmos é desconhecido conhecermos.

O pensamento, o consciente é o conhecido;
o coração, o inconsciente é o desconhecido;
o que reconhece que não sabe é o entendido;
e, também são um, o conhecido e o desconhecido.

Espírito, influência, pensamento?
Uma boa influência, então;
e, o mal é o egoísmo, não
é? A falta de amor. Certo, Bento?

A beleza é o amor,
a amizade, um senhor,
uma senhora, um pintor,
uma música, em escultor.

Só há um caminho, só há uma salvação,
e, é o justo, belo amor, da relação
na compreensão da total atenção
que é plena inclusão.

O único, é isso;
e, o só, mas não solitário,
é sensibilidade, Dário,
e amizade, Carriço.

Um cineasta faz
um filme com violência
e o pacífico é capaz
de o ver sem violência.

Também as cores
uma são, assim
como letras e línguas.

A mente criativa,
que está no estado
de criação, cria
diretamente
e indiretamente.

Friday, August 19, 2011

Sempre como podendo morrer
no próximo minuto;
sem motivo,que é com serenidade
por dentro e por fora: sereníssimo não
anseia por mais.
Sem motivo é o mais importante:
muitos não
cessam de produzir,
(nunca houve tantos bens),e, mortes
por fome findar poderão,
mas, isso é motivado pela ambição
do lucro; não
é assim com a compaixão,
a generosidade, o amor que são
um toque da Vida, da Fonte, do Deus
sempre originais.
Devemos procurar este toque e ser
virtuosos, mas, não
com a virtude adquirida.Não
é difícil chegar à Fonte, se o coração
não estiver cheio das astúcias, dos truques,
dos apegos e desapegos, da negação
e das exigências da mente.
Nem tão
pouco o caminho é o dos sacrifícios,
da capacidade, da obediência e da oração.

Thursday, August 18, 2011

Vidas passadas,
almas gémeas,
reencarnações...
Liberdade da compreensão
do problema dos problemas:
a inveja, a ambição,
o desejo de poder.
É na liberdade
em relação
a isto
que essa coisa extraordinária
chamada carácter pode florir,
sorrir
e frutificar
em quantidade
e qualidade...
Não
na repetição
de palavras moralistas
no altifalante
propagante.



O Amor e a amizade não são prazer,
não são memória,
não são pensamento,
não são cultiváveis.
Mas, quando cessam a avidez,
a inveja, o conflito,
o desejo e a mente,
eles surgem, belos,
inesperados, pacíficos,
alegres e solucionantes.

Wednesday, August 17, 2011

Não contactarmos com a imagem que criámos da morte, mas, sentirmos realmente o estado da morte é o único modo de perder o medo de morrer.
Se amássemos profundamente tudo e todos será que teríamos medo de morrer?
Medo de morrer, medo de viver...
Se não compreendermos a causa do medo, se não nos libertarmos dele pouco importa se estamos vivos ou mortos...
Sentir o estado de morte é pormos fim, a cada momento, a tudo o que conhecemos, à imagem que temos construído de nós mesmos por meio dos prazeres e das suas dores, da nossa família, dos nossos relacionamentos... de tudo.
Alma que somos capazes de pensar faz ainda parte do tempo, não é verdadeiramente espiritual, não está para além do tempo.
O que continua não se renova: o que continua morre e, o que morre renasce. Morrendo em vida, renascemos em vida, e, morte física e reencarnação são naturais. Resistindo à morte renovadora sofremos, vivemos mal, não experimentamos a incrível Realidade.
Sentir o estado da morte é morrermos a cada momento, e, sem argumentação (afinal a morte quando chega não argumenta conosco) para tudo - para a agonia,a solidão, a tristeza, os relacionamentos, o pensamento, os hábitos, a mulher, os pais, os filhos, os países... para que, ressuscitados, novos, fortes, jovens... possamos olhar e tratar a todos e a tudo sem medo e com todo o amor.
Muito dificilmente quem não morre em vida a cada momento resistirá à morte física. Só quem morre em cada momento para nome, estatuto, propriedades, causas... contacta com a vida, renascendo também a cada momento gloriosamente.
Não é, portanto, que não haja reencarnação. Mas, como podem vidas tristes, insensíveis, estúpidas... reencarnar alegres, sensíveis, inteligentes... se primeiro não morrerem para a tristeza, para a insensibilidade, para a estupidez, o egoísmo? Não podem, não é?
Enquanto tivermos medo da morte do eu individualista, separado, constituído pelas conclusões prévias, memórias, experiências, e, não só egoístas, continuaremos morrendo. Mas, no morrer do eu a cada segundo existe eternidade, imortalidade, algo a ser extraordinariamente experimentado, reencarnação gloriosa mesmo até em adultos - não meras especulações filosóficas ou outras.
Deixando assim de ter medo entramos na dimensão do conhecido-desconhecido, de todo o Real, da morte-renascimento-reencarnação, não numa continuidade: o que continua morre, mas o que morre renasce, é eterno.
Mas, a questão não é o carma ou a reencarnação: o importante é a plena realização em cada momento. Apesar de de existir a reencarnação, claro.
Mente velha é mente sobrecarregada
com todas as experiências, sofrimentos
e canseiras da vida.
Mente nova, jovem, fresca, inocente é a mente
da experiência completa, da solução imediata,
que não acumula resíduos, que responde a tudo - à corrupção,
ao convívio com os amigos, aos acidentes, à beleza de um animal,
ao trabalho ou à viagem enfadonhos, à doença, ao cadáver... sem
ficar presa à experiência.
É a tradição, as cinzas da memória, a acumulção de experiências
que tornam a mente velha, que matam.
A mente que morre a cada momento para a memória
de todas as alegrias e tristezas é que é uma mente sem idade,
divina, que se encontra com Deus...
Compreendermos o que somos sem o tentarmos mudar;
vivermos completamente desconhecidos, sem sermos famosos,
cruéis, ambiciosos... Sem darmos importância ao eu.
Para quê tanta luta, tanto esforço para atingir o sucesso?
Mais importante do que o sucesso
não será compreender e pôr fim à tristeza?
Que faríamos se dispuséssemos apenas de uma hora de vida?
Não daríamos andamento aos trabalhos em mãos?
Não falaríamos com família, colegas e amigos sobre nossas
últimas vontades, ou, pedindo perdão ou perdoando?
Não iríamos morrer completamente
para as coisas da mente,
para os desejos e para o mundo?
Ora,
se isto pode ser feito
por uma hora,
também pode ser feito
por toda a eternidade!
O resultado não pode ser mais importante do que a ação.
Tendo alguma coisa boa, nova a dizer criamos nosso estilo;
não tendo nada novo a dizer, mesmo que com um estilo bonito,
o dito/escrito é apenas rotina, tradição, repetição
por outras palavras da mesma coisa, morte...
Ter luz é ver, e, ver a própria beleza é arte!
Não há como explicar o que é a luz
a um cego de nascença:
ele escuta de acordo com o seu condicionamento, a sua cegueira:
só existe um modo de ele compreender o que é a luz,
e, é vendo, nem que seja com olho artificial!
É por isso que é outra estupidez separarmos natural
de artificial.
É por isso que não
cessamos de escrever/falar estes olhos, estas sensibilidades,
estes cheiros,estas vistas, esta vida.
E, a verdadeira cooperação não
pode ter padrão, não pode ser imitação,
não pode ser co-operar com autoridades,
com pessoas que sabem; a verdadeira cooperação
que não só não
cria mais conflitos como dissolve
os existentes, resulta da compreensão, da atenção,
da sabedoria, da vontade, da criatividade
e da autoridade
de tudo e de todos, e,
pode ser não cooperar: não
podemos cooperar com o erro e a injustiça!

Tuesday, August 16, 2011

Condenar o presente
sem o compreender
é piorá-lo, mas, compreendê-lo,
vivendo, sentindo
profunda e amplamente
cada experiência que vai surgindo,
boa ou má, libertos da acumulação
da memória, é tudo renovar.
O presente não
é um meio para alcançar
um fim, é a eternidade.
Mas, só a mente-sentimento
compreende isto, que está
para lá de todo o valor.
E, isto não
é presente eterno sem mudança,
é a gloriosa eternidade,
Já, do amor ao que e com o que fazemos,
seja plantar, cuidar
de uma criança,
ou de um animal,
cozinhar, falar,
compor, pintar, construir,
jogar, destruir!
Quando cessa o amor, triunfam
as regras, os deveres, os direitos.
Mas, quando amamos
o que fazemos não
nos preocupamos
em ser famosos: só
o pobre em amor deseja a riqueza
trivial e estúpida da fama!
Escondendo o brilho do talento,
sendo amáveis anónimos, amando
o que fazemos sem ostentação,
eis a verdadeira beleza,
a verdadeira riqueza.
E,primeiro a ação,
depois a ideia;
primeiro a criação,
depois a técnica;
primeiro a amor,
depois o amor: se temos
algo para comunicar,
encontraremos a técnica para o fazermos.
O pensamento é confuso e obscuro; a meditação é movimento clraro no e do desconhecido.
Morrendo para o conhecido, podemos ser tocados pelo desconhecido.
Meditar é perceber o que é e transcendê-lo, é olhar e escutar em silêncio, é não desejar.
O silêncio da mente é a própria negação do silêncio: o pensamento deve permacer imóvel, não forçadamente, para que o silêncio possa ocorrer.
A verdadeira humildade e a verdadeira criação procedem deste silêncio.

Nunca perdendo de vista a Totalidade,
sendo intemporais.
Tranquilos, sem como, atentos.
Não condenando nem nos identificando.
Não influenciando nem sendo influenciados.

Monday, August 15, 2011


Porquê?! Por ignorância?
Por inconsciência?
Por deficiência
na relação, Venância?

Vida é relação;
vida é consciência,
até a do cão;
vida é amor, é atenção.

Já viste: fixo-me ?
no que vejo: Deus é o Todo,
a mente-sentimento, a consciência que não
é só o cérebro mas Todo o ser vivo
e não vivo
que se manifesta particularmente na Vida e nas vidas
abundantes
e mutantes.
Morrer é somente mudar de forma: não
faz pois sentido algum nem
o medo de morrer nem
qualquer outro medo.

Originalidade, atenção
a cada momento, não
repetição; e, o que não
se repete é o realizado
e completado,
o compreendido.

Sunday, August 14, 2011


A verdade, o tirar da dúvida,
o belo, a experiência completa,
o extraordinário vêm inesparadamente,
quando menos o esperamos,
no primeiro ou no último momento,
em qualquer hora,
como o pássaro amarelo
de João Pessoa que grita.

Saturday, August 13, 2011

Conhecer o desconhecido,

o espontâneo, o novo,

o imensurável, o criativo

é sem preparação,

sem preconcepcão, e, quando

baixamos a guarda, quando

deixamos de conduzir,

de transformar, de avaliar,

de subjugar, de controlar.

Momentos de grande alegria,

de grande êxtase não são

programáveis: acontecem misteriosamente,

secretamente e inesperadamente... Quando

baixamos a guarda... Sem motivo.

Friday, August 12, 2011


Ambição prejudica pois é fuga

ao agora, ao que é. E, fuga não

é vantagem. Ação

afastada do que é

e do que somos só traz mais tristeza.

A fonte de todos os conflitos

é negarmos, criticarmos, fugirmos

ao que é. O que é é simples: não

há nenhuma complexidade no que é,

apenas nas muitas formas de lhe escaparmos.

Wednesday, August 10, 2011

Experimentar sem desejo

é que é o verdadeiro experimentar,

pois, o desejo provoca a separação

entre pensador e pensamento,

o que é a causa da contradição,

do conflito, da violência interiores

exteriores.

Mas, não é só o desejo

que divide, também o pensamento

o faz: quando estamos unidos

com mulher, filhos, vizinhos, colegas,

casas, tempo, alimento, paisagem...,

e o pensamento

interfere, perde-se o contacto,

há uma desintegração,

entramos em conflito e perdemos

o bem-estar, o prazer, a criatividade.

E perdemos o contato porque pensamento

é memória e o real, o momento

não o é.

Pode soar a sacrilégio sugerir que o pensamento

não é uma coisa boa, que isto é sermos irracionais,

mas, não é o que quero dizer: o que quero dizer é que não

devemos permitir nem que desejo, de ter

experiências, de ser isto ou aquilo, de não

sermos, de não termos nem que pensamentos

e suas imagens nos separarem do momento, dos amigos...

faço-me entender?

Tuesday, August 09, 2011

Quando ouço/vejo desgraças fico triste; mas, lembro-me de milhões e milhões de pessoas no mundo com vidas normais, felizes até muitas vezes. A violência é um fato, mas, não é discutindo sobre ela que se soluciona. O mesmo para a verdade. Verdadeiramente, opiniões não resolvem nada. Só quando começamos a olhar bem para os problemas sem críticas é que eles se começam a resolver, pela verdade. Temos de compreender os factos, neste caso o fato da violência.

A causa da violência é a divisão, a falta de integração. E, isto não é novo, é muito pouco lutarmos pela integração, totalidade dos violentos, temos de começar pela união de nós mesmos. Há demasiadas divisões, competições no mundo. Isto é uma evidência. Mas acusarmos políticos, religiosos, novos, velhos... nada resolve; entretanto, se eu for hoje uma pessoa mais verdadeira, mais inteligente, mais compreensiva, mais integrada do que fui ontem, por ter compreendido que a violência, toda a violência, física, psicológica, mental, espiritual não compensa, que vale apenas amar... então as coisas melhoram, sem grande esforços.

Monday, August 08, 2011

Nada está separado de nós,
somos a sombra e o sol,
o chilrear alegre dos pássaros
e a vizinha que ronca,
o homem de sucesso e a mulher decadente,
o forte que goza e a criança que chora,
o homem e o animal, o que morre e o que vive...
Nenhum problema é só dos outros, nenhuma alegria
é só nossa, nenhum problema é só nosso, nenhuma
alegria é só dos outros...
Não há só alegria, há também tristeza,
não há só prazer, há também dor,
e,há um modo de existir só prazer e alegria, que é
o modo da compreensão, da atenção, do amor e da beleza.
Se olharmos, observarmos, pensarmos o sofrimento, doutros
ou nosso, a partir de um centro, como quando dizemos:
"não devo ter nenhuma dor,não devia existir dor,deve-se
venerar a dor, devo fugir da dor...", seja esse centro
uma conclusão, uma ideia, uma esperança ou um desespero ou
qualquer outra coisa, esse é um pensar muito limitado,
muito estreito,não cessando o sofrimento.
E, sim, fazer bem a todos, sem esperar recompensa, mas, não
rejeitando recompensa.
E, outrossim, não ter medo do prazer, de ser feliz, olhando
para o prazer/alegria/bem-estar/felicidade como o bem por excelência,
supremo, ilimitado, Deus(a) que não está fora de nós mas em nós e em todo o lugar, em todos os demais seres e coisas, ocupando todo o vazio deixado pela dor\tristeza.

Saturday, August 06, 2011

No momento em que nos sentimos felizes, a felicidade se vai.
A felicidade não se procura, surge; se a procuramos, ela se vai também.
Recordar, mesmo uma coisa muito boa, nunca é o mesmo que ser!


Sensação agradável,
satisfação da necessidade,
felicidade criativa, prazer,
êxtase, bem-aventurança,
alegria sem dor, sem corrupção,
permanente,experimentando
e não experimentando,
na observação, no pensamento totais,
não condenatórios nem aceitativos,
nem egoístas nem auto-destrutivos.

Thursday, August 04, 2011

A causa da agressividade
e da tristeza é a aquisitividade.
Compreender, tomar consciência,
olhar, ouvir sem pensar,
sem imagem, com inocência,
sempre como sendo a primeira vez
isto, é dissolver a agressivdade.

Sem bem estar, com fome,
em conflito, em dor, por exemplo,
não há como criar. Nem com tempo,
cuja causa são as ideias, as ideologias,
as doutrinas, deformantes e condicionantes.
E, se temos um problema, é para o resolvermos JÁ.
Verdadeiramente, problema é tempo:
onde não há tempo não há problemas,
a começar pelos problemas do infantilismo
e, do envelhecimento.
E, não há tempo onde está o Todo!
Repetição
com alteração,
com atenção,
eis a criação.
No sertão,
um calorão;
na beira mar, em João
Pessoa, uma brisa, um vento,
um bem estar...
E, total atenção
é plenitude.

Não compreendemos, e, por isso
imitamos, repetimos,
não somos criativos:
não há compreensão e criação
sem desaceleração.

Atenção é cuidado,
é amor. Olhando
a violência com
toda a atenção,
sem condenação
nem aceitação,
ela desaparece.
Nã imito,
omito;
crio,
pio.

Não imito,
não escrevo,
escrevo,não
penso,observo, ouço,
crio? um novo A,
um A maiúsculo
mais largo em cima
do que em baixo,mas,não
um a totalmente novo.
Cheiro, mas, não
há nada para cheirar;
saboreei uma sopa.
Como pode alguém ter
alguma coisa contra algum
dos sentidos, que são a vida?

Wednesday, August 03, 2011

Mestres, seguidores;
rígidos grupos disto e daquilo;
conflitos, egoísmos,
vista dos defeitos dos outros
mas não dos nossos;
divisões, conflitos, medos,
incompreensões, egoísmos, aceitações,
negações...e, tristezas,
ilusões, prazeres que sempre terminam
em dores: dores que sempre triunfam.
Tantos caminhos, da política,
da religião, dos negócios, da filosofia... tentados
e falhados.
Que venha pois de cada grupo
o amor, a compreensão, o bem estar e a união.
Pouco interessam as ideias, interessa sim resolver
os problemas, sendo que a solução está nos problemas!