Tuesday, July 11, 2006



MONTARGIL AO TEMPO DOS ROMANOS


Tão pouco os Romanos, que desembarcaram na Península Ibérica no ano 218 a. C., por ocasião da 2ª Guerra Púnica ( entre Roma e Cartago ), cujo objectivo era o domínio de toda a bacia Mediterrânica, e outros, desprezaram MonteArgil.
A atestá-lo, uma das vias romanas que vinha de Mérida a Lisboa que passa a norte do seu termo, em Perna Seca, e outra estrada Romana que passava nas Mesas ( Serra de Montargil ), unindo Tomar e Évora, e, a Necrópole de Santo André.

Os resultados das escavações da Necrópole ou Cemitério de Santo André, do tempo dos Romanos na Península Ibérica, feitas nos anos de 1973, 74 e 75 d. C., foram publicados na Revista Conímbriga nº XX, por João Rosa Viegas, Jeannette U. Smit Nollen, Maria Luisa Ferrer Dias e outros, a informação do “Sr. Manuel Falcão de Sousa, proprietário da Herdade de Santo André”.

Segundo a referida Revista: “ A necrópole de Santo André oferece uma cronologia muito homogénea; a maioria dos enterramentos parece caber dentro do período Flávios – Trajano ou, melhor dito, no último terço do séc. I d. C. e no primeiro quartel do séc. seguinte. “

E, de acordo com J. R. Viegas, na mesma Revista: “ A boa aceitação da escavação por parte da população de Montargil e dos campos vizinhos de Santo André animou-nos com as sua visitas e o interesse com que acompanharam as nossas explicações; graças a elas pudemos, com prudente tranquilidade, deixar materiais no terreno durante dias, obtendo assim fotografias de conjunto, sem que nunca tivesse havido interferências furtivas. Devemos também gratidão à Casa do Povo de Montargil e ao seu secretário, Sr. Lino Mendes, pelas facilidades que nos deram para a realização de uma pequena exposição de materiais da necrópole que, durante alguns dias, foi visitada por escolas das povoações vizinhas; e de uma palestra acompanhada de projecção de
diapositivos sobre os trabalhos realizados em Santo André e proferida diante de um auditório extremamente participante.”
Eis alguns dos objectos encontrados na Necrópole que, a informação da Dra Jeannette Nolen soube estarem, não sei se todos, no Museu Arqueológico de Setúbal ( não deveriam era estar, como o espólio das Antas, pelo menos em boa parte, num Museu de Montargil? ): um par de brincos em ouro, urnas ou potes funerárias, ossos humanos, um anel de sinete, que terá pertencido a alguém com um lugar não inferior ao de um “eques Romano”, um anel de prata, fíbulas, que começaram a aparecer na Península Ibérica a partir do séc. I a. C. nos castros Ibéricos e em Numância, fivelas de bronze, pinça, campainha igualmente de bronze, faca de ferro, 2 moedas, pregos, bilhas, jarros, púcaros, cantil, copas ( copos ), pratos, tigelas, malgas, garrafas, testos, potes, etc..
Nota: O mapa da estrada romana foi retirado do site: http://psoutinho.planetaclix.pt , e, a figura dos brincos, do anel, das moedas e das fíbulas da Revista Conímbriga referida acima, com a devida autorização do Instituto de Arqueologia. Pergunta: onde se situava a ponte romana?

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