Saturday, December 31, 2011

Ruído,é
o que são
os que ao
que não é
dão atenção.
O controlador
é o controlado,
e,o sofredor
é a dor:
não é pois necessário
nem controlar
nem ser curado,
por não ser
dissipada
a energia
a usar
no ultrapassar
da agitação
causada pelo pensar.

Padrões de pensamento
que podem até ter sido de livramento
repetidos só por há muito serem assim
não são para levar mui a sério,
são repetição ruim.

Além da mente
somos ação
e emoção:
velhice é ser só mente,
sendo a pior velhice a da gente
que só pensa e mente.

Arte que é arte
põe tudo no lugar
certo: destarte,
não há confusão no lugar.

Friday, December 30, 2011

No fazer no esquecimento
de nós mesmos, o bem estar;
na crença, o guerrear
e o entorpecimento.

E, se de cuidar Deus
tivesse das insignificâncias
nossas, nem ele era Deus
nem nós passaríamos de insignificâncias.

A mente é a reação
do passado ao presente,
a reação da separação,
não da cooperação.

E, todavia, sem inteligente
união, nada de vera criação;
mas, não é inteligente
a religiosa, a política obrigação:

fim da maneira separada
do pensamento urge, pois,
pela inteligência integrada,
mente pela sensibilidade completada.

Nem crença, nem maldade,
nem dogma, nem nacionalidade,
portanto, mas, boa vontade,
consideração e humildade.

E, é a não agarrada
mente que canta
e encanta,
à desgarrada.

Thursday, December 29, 2011

Olhar, observar, viver a vida, a beleza
não a partir de porquês, conclusões,
esperanças e desesperos, o que é estreiteza
e dor, mas, a partir das não acumulações.


Nada a ganhar,
nada a perder,
nada a proteger:
só imenso Ser!

Completamente sós,intocados,
em nós mesmos não centrados,
por nenhuma influência,
nenhum desejo intoxicados
é que ficamos libertados.

A energia da fricção
entre o que é e o que devia
ser, da contradição,
nada constrói, só desvia.

E, logicamente, não
é no aumentar da tensão
que tal energia passa a criativa:
alegria, só reconhecendo contradição.

A lei começou
quando terminou
o amor, a amizade,
e, tudo estragou.

O paraíso não
se conquista:
vive-se quando não
mais queremos
vir a ser
e vir a ter,
pois, então
somos e então
temos.

Wednesday, December 28, 2011

Pessoas à espera,
pessoas que exploraram
e que roubaram,
fim de uma era.

Com amor conquistar
e morrer para o conquistado,
sem estar amarrado
ao ego; dar sem pensar.

Tempo é observação
parada do movimento:não
há tempo para quem em união
está com a movimentação.
-
Ó mesquinhez
que te entretens a dividir
em vez
de a unir,

Cresce!:
Verdadeiro gozo
está no que floresce
grande e mimoso,
não no que parece.

-
Português universal,
português de Portugal,
português da verdade total,
português sem ideal.

Português da ação,
não da reação;
da criação,
não da imitação.
.
Nada é só nosso,
isto posso
e aquilo não posso:
nada é só nosso.
.
Silêncio não forçado,
sem centro a observar,
pode ser visitado
pelo infinito, pelo amado.

Tuesday, December 27, 2011

Liberdade já, não
depois; com expressão
ou não; sem causa
ou com causa.

Meditação é tranquilidade
da mente que não
procura, onde não
há espaço nem temporalidade.

Não procurando,
não desejando,
da sociedade não
há contaminação,

há inocência,
e, com a inocência,
uma grande possibilidade
de surgir a eternidade.

Sim, é a liberdade em relação
à inveja, à avidez, à ambição,
ao desejo de poder ter
que permite carácter/bondade florescer.

E, o amor brota da mente
serena,quieta e sem motivo:
serenidade não tem motivo,
serenidade não anseia por mais.

Thursday, December 22, 2011

O conhecido compreendido,
e, transcendido, é o amor,
mas, não o amor
egoísta, encolhido.

Não o amor da posse,da perdição,
do ciúme, do conflito; não
o amor do simples sentimento, da mera emoção,
mesmo da natalícia emoção.

Mas, o amor, não teórico mas cheio de atenção,
misericórdia, efectividade e compaixão
pelas mulheres, pais,filhos, amigos,
colegas, vizinhos e inimigos.

Só este grande Amor, rarefeita
a teoria de esquerda ou de direita
ou outra pode dar a paz, a felicidade,
a ordem e a beleza à humanidade!

Wednesday, December 21, 2011

Todas as atividades egoístas,
negociais, religiosas,sociais,
políticas, desportivas, culturais...
Fortalecem o eu.Mas, nos actos sexuais
pode verificar-se não só uma grande diminuição do eu,
como uma grande felicidade por meio da fusão, da integração sexual.
Sexo portanto a toda a hora e em todos os locais?
Certamente que não, certamente que não,pois, sexo é somente uma das funções;
mas, fusão dos eus em todos os momentos e em todas as funções, trabalho, alimentação,criação, lazer... Até na função dormir,certamente que sim, certamente que sim, já que, eus funcionando em perfeita relação são a felicidade completa,o Êxtase!
Do desejo é urgente a compreensão,
pois, no satisfazer
do desejo é, com seu prazer
e dor, engendrada a paixão.

E, se queremos mesmo compreender
o desejo é óbvio que escolher
não pode haver: não podemos dizer
este desejo vou ter e aquele não vou ter.

Todo o desejo compreender
na sua beleza, na sua obcessão, na sua fealdade,
na sua contradição, na sua fundamentalidade,
não perverter, suprimir, abusar do desejo, é que é viver!

Quem muito condenar, avaliar, identificar, escolher
pouco atento e consciente é, pois, em conflito está.
Não há mal algum no prazer, mas, querer repetir prazer
não pode ser já que tudo está sempre a mudar, até o prazer.
Não somos separados
dos desejos, nem da memória,
nem do conflito, nem da carência:
tentar preencher carência
ou dela fugir é o erro dos séculos:
quase tudo o que temos de fazer
é a nós próprios nos compreender.

Ficámos da palavra escravos:
quando a palavra deixa des ser
importante, direta passa a ser
a experiência, não mais do medo somos escarvos!
A ideia é fictícia, é irreal,
é ficção, é abstracta,
é o que devia ser...
O facto é concreto, é real,
é o que é.
Entre ambos está o tempo
e o esforço da compreensão,
da análise, da fuga, da ação,
do medo.

A mente é o resultado
do tempo, e, o tempo é
a palavra, o tempo é
pensamento.
Também o medo, o grande inimigo
da liberdade, surge da ânsia de ser
outra coisa diferente do que se é:
querer alcançar e depender
engendra o medo.
E, ficar sem medo
não é tornar-se corajoso,pois, em todo o vir a ser
há medo. O fim do medo
está em compreender o medo.

O passado está sempre a querer ser
presente, o que não pode ser,
pois, tal é fenecer.

Tuesday, December 20, 2011

Ação de massas
não é solução,
é mais confusão:
solução
é auto-conhecimento,
tratamento
do pequeno chão:
compreensão
de mim mesmo
é compreensão
de ti, e, desta compreensão
nasce a afeição,
o amor e a grande comunhão,
a Plenitude tão
procurada
e tão pouco encontrada!
Com a compreensão
da atenção
surge a afeição
que é a lubrificação
da tensão
da grande relação.
Romantismo, ilusão,
saudade são
reconhecidos e no chão
colocados.

Dirigimos então
a atenção para compreensão
da relação,enquanto ilusão
renasce ou não do chão.

E, nem na maior relação
haverá pleno conforto: vida é tensão
entre realidade e ilusão,
entre desejo de conforto e ação:
haja compreensão!

Monday, December 19, 2011

A dependência, a necessidade
é uma constante e desgastante conflitualidade
que vai do apego para a animosidade
e vice-versa e na qual não há nem compreensão nem libertação.

Importa pois ter grande consciência
do processo do apego e da dependência
da necessidade: com esta consciência
até se revela toda a sub-consciência.

Isto feito, consciência
una com inconsciência
resolvem não só dependência
como toda a pendência.
Beleza da humildade,
da virtude? Não
são da dor, não
são cultiváveis:
são vivas, são imparáveis,
são claridade!

Sunday, December 18, 2011

Acumular esforçadamente
conhecimento
é um movimento
do conhecido
para o conhecido,
não é portanto aprender:
aprender, descobrir
é ir
do conhecido
para o desconhecido.

E,pensamentos maus e caprichosos
não são diferentes do pensador,
do juiz, do que, sempre esforçadamente
e rapidamente se deteriorando os tenta controlar:
deixemos, bem o observando, todo o mau pensar
florescer, e, vejamo-lo esmorecer!

Descontente com o que és\tens
lutas e labutas, outra dependência
criando: segurança não tem existência,
tudo muda enquanto vens e não vens!

E ainda, utilização
é satisfação e infelicidade:
êxtase, felicidade
só com a grande comunhão!
Atenção total não
é só grande atenção,
é também atenção
a tudo\todos. De modo que atenção
para adquirir algo é distração,
falta de bondade.
Bondade
é totalidade
de atenção
sem nenhum esforço para ser
ou não ser,
adquirir ou não
adquirir.

O que existe é tudo o que observamos e conhecemos
mais o que não observamos e não conhecemos.
Se houver, se formos só que seja uma pequeníssima bactéria
que não morre quando nós morremos...
E,nos pais e nos filhos vivemos.

O pensamento é temporal;
o que é eterno, intemporal
é a atenção profunda e total
que é também bondade geral.

Não é mais importante o presente
nem desprezamos passado nem futuro:
o tempo não é nada, o modo é fundamental;
e, o modo é tudo/todos observarmos/vivermos
sem escolha, sem ocupação da mente:
mente ocupada é mente cega, mui doente!
MONTARGIL

Montargil da charneca,
das hortas, da cortiça, dos pais,
dos pêssegos, das melancias, dos arrozais,
da argila, do eco, da caneca,

e do CS Hotel do Lago Montargil,
entre a praia e a feira,
entre a Inglaterra e o Brasil,
entre o Fundão e Albufeira.

Montargil de Santarém,
de Rui Pereira, de Violante
Lopes, do rancho cantante,
de Pedro Velho, do Porto de Santarém,

e, da igreja Matriz
e do protestante,
do uno e do tris...
Onde todo é importante.

Montargil dos primeiros passos,
da tradição, da inteligência,
dos intermédios e dos últimos passos,
da sã convivência.

Montargil dos feijões
frades, das couves
com carne, do feijão com couves,
dos moinhos, e, dos Leitões!

Montargil do rio Sôr,
Montargil de Avis,
Montargil de Ponte de Sôr,
Montargil de bons, não de vis!
Ideia é separação,
confusão e adiamento,
mas Amor é solução,
ação no momento.

Saturday, December 17, 2011

Os factos, a vida são
simples, uma beldade e não
exigem crença, fé:
crença só é
exigida pela fuga à realidade,
pela falsidade.

E, se ser bom não
é ser-se bonzinho,
é certamente não
se ser sem carinho.
A autoridade cega, do estado,do patrão,
do mestre, do salvador, do explorado...
Alimenta a corrupção,pois, poder é centralização,
o que implica a corrupção.

Não é que as pessoas de idade
não vejam isto, mas, como são
de opinião que cuidado
não é sem dor, entregam-se à autoridade.

Mas, cuidado, atenção
não só sem dor pode ser
como é a única solução:
bem ver ignorância é inteligente ser.

Obviamente, função
não é divisão,
e, divisão
é disfunção!

Hierarquias, distinções e títulos, mundanos ou espirituais,
uma coisa em casa outra no emprego ou na igreja, pais
esquecendo que também são filhos... Nada disto tem a ver
com o amor, com a afeição, com a amizade, com o compreender.

Amor é união
sem sombra de divisão:
ou se ama
ou não se ama.

E, ter transformado
a falta de amor num processo
infindável cujo resultado
seria a união, foi grande insucesso.

Se não temos experimentação
do amor, mui conscientes
deste facto, por meio da atenção
sem escolha, pode haver JÁ transformação!

Começa sempre tudo no nosso interior:
se estamos divididos de algo ou alguém exterior
é por não sermos unos, integrados,
equilibrados, serenos, harmonizados.

E, esta integração
não é por dor,por disciplinador,
por sacrifício, por salvador,
mas, é pela auto-compreensão!

E, criar não é de todo manifestar
o eu, intelectualizar, exercitar
a mente: criação só pode acontecer
quando a mente está quieta e ausente, não a reconhecer!

Sendo até o movimento
positivo da mente,
tipo: vou então parar de pensar,
ao criar inconveniente!

Friday, December 16, 2011

Memória não é
realidade, é ilusão.
E, quem não
se conhece
a si mesmo não
sabe o que é
nem a liberdade
nem a criatividade.
Ideia não
é facto,
é ficção,
e, só destruindo
ficção,
tem lugar ação!
Barragem na ribeira do Pisão - Alqueva: Anteprojecto dos órgãos hidráulicos:



https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/633900/1/Projecto.pdf
APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO CRATO-ALTER DO CHÃO:


http://sir.dgadr.pt/conteudos/regadios/cartografia/reg_Potencial2011/PDFs_Alentejo/AH_Crato2011.pdf
Autoconhecimento é observação,
a cada instante, do eu, das suas ações,
dos seus apetites, das suas intenções,
dos seus pensamentos, da sua ambição.

Sem o autoconhecimento
experiência é ilusão,
resíduo, confusão
do envenenamento.
Só o medroso
e o ganancioso
seguem, repetitivos,
cansativos e
mecânicos:
virtude e ética
não são
repetição,
nem sequer do bom.
Virtude, humildade
não podem ser cultivadas,e,
mente sem humildade,
sempre a julgar,
a pesar e a condenar,
não simples,
não silenciosa,
não pode compreender
nem viver,
nomeadamente o intemporal.
Vivendo
e aprendendo
à medida que caminhamos
não acumulamos
e daí tomamos
decisões,
não havendo
assim deteriorações.

Aprender
não é interpretar,
nem traduzir,
nem olhar com os olhos
de outros ou do passado:
aprender é uma coisa viva,
nova, afectuosa
e em movimento
em cada momento.

Padrão
não é liberdade,
e, função
não é autoridade.
Vivam a função
e a inteligência:
nenhuma experiência
é assim tão pessoal!

Ideal da não violência, de não ser
ganancioso de nada adianta: a virtude, o poder
sem o qual não há liberdade, vem ter
connosco quando do que somos temos profundo compreender.

Thursday, December 15, 2011

ETERNIDADE
é o presente,
é a bela música,
o som da comunicação,
a letra, a palavra
mais ou menos rápida...
És tu e eu,
é a relação
fecunda, criativa,
é a relação.
Livres portanto da tradição
entranhada,
da ideia viciada,
da ilusão,

da ambição,
e, do medo de viver
e de morrer
e de estar em relação...

É o facto,
a realidade,
o olfacto
e o perfume,
o tacto,
e, a moralidade
da afeição!
O processo da autoridade,
como todo o processo,
começa, desde tenra idade,
dentro de nós: é o abcesso

do desejo de segurança,
de dominar ou ser dominado,
de ter certezas, do não alterado,
mas, mudar apenas de chefe não é nenhuma mudança,

O que temos é de compreender
todo o processo da autoridade,
ver como ele depois passa para a sociedade,
e, assim, desejo de segurança transcender!
Ordem, virtude da liberdade
só com o auto-conhecimento
da aprendizagem da vivacidade
que é sem o passado do agastamento.

Não basta a instrução,
que é mera repetição:
urge a criatividade
da liberdade!

Aprender, esquecer
e aprender de novo
o novo,
é que é viver!

É abominável
quase toda a autoridade, e, execrável,
pois, amável e amoroso
parece não poder ser o poderoso.
Experiências do conhecimento
e da crença são
da autoprojeção,
logo,do divino impedimento.

Pensar com clareza e com sanidade,
sem ilusões, que são fugas à realidade,
é que interessa, e, isso não é só informação
e conhecimento, é também fazer tudo por si próprio com amor e sem coerção.

Portanto, nem a coerção
da influência, nem do apego,
nem da ameaça, nem da persuasão
do encorajamento, nem das subtis
formas da compensação.

E, aprendizagem, contrariamente
à crença generalizada,pela comparação
não é nada encorajada, já que esta só cria frustração,
medo e inveja,à qual chamam competição.

Wednesday, December 14, 2011

Compreensão
do eu é sua cessação,
e, sua cessação
é a eternidade a chegar.

Verdade adorar
é perder verdade,
e,adorar a falsidade
é no inferno entrar.

E, desconhecido,
só após compreensão
e separação
do conhecido.

O ego gosta
de impressionar,
como se de pagar
não tivesse também o Costa!
Tranquilamente observando,
passivamente vigilantes,
sistemas não desprezando,
mas, pessoas valorizando antes.

Não passando a vida a adiar,
não passando a vida a falar,
a impor-se... Mas, tratar
do que há para tratar.

Agir logo que surge a questão,
compreendendo imediata
e instantaneamente, é a solução:
compreensão é a única solução.

Tuesday, December 13, 2011

O que somos, então,
é espírito:corpo vem
e baixa ao chão,
mas, alma é afeição.

Quem ama é imortal
espírito sempre presente,
mas, ganancioso fica ausente,
esquecido pelo seu mal.

Amar, até o ganancioso,
é ouvir e ver sem concepções
prévias, ser gracioso,
não fazer classificações.
Com felicidade,
sem procurarmos resultados,
e, não estagnados,
por compreendermos realidade.

A alegria da criação,
a verdadeira, não
é com o esforço, não,
é com a sua cessação!

De modo que, não cria
o grande ambicioso, e, vida
sua obra não tem, nem alegria,
e,observando-o(a), sua doença é ida.

O egoísta é muito consciente
de si próprio e infeliz;
mas, criando, mente
não sente e é feliz.

Total cessação
do conflito é possível
e é enorme renovação,
criação incrível!

Assim como do mal não
vem nenhum bem,
também do esforço não vem
nenhuma realização, só destruição.

Esforço não
está na base da ação:
esforço só impede, atrasa criação,
que é pela grande comunicação,
pela integração com atenção,
sem distração!
Não necessitando, absolutamente,
de superior, não o combatemos:
bem o observando o compreendemos,
e, também cessa, como demais doente.

Monday, December 12, 2011

Somos em cada momento,
eternamente,
antes e depois.
Pouco importa o tempo.
O muito ambicioso estraga
tudo e tem de ser estragado.
Pouco importa o dinheiro.
Não está certo umas vezes não
querer nada e outras querer tudo.
Só a verdade,
só Deus interessam.
Eu sou tu
e tu és eu;
todos os que morreram são nós
e nós somos eles;
somos ainda todos os seres
vivos e mortos e eles são nós.
também todos os que estão
por nascer são nós
e nós somos eles.
Existimos antes,
existimos agora
e existiremos amanhã,
em diferentes formas,
e, eternamente: umas vezes
em forma extraordinária
outras quase como que não
existindo!
Observando sem querer mudar, sem esforço, até o de querer entender,
como no próprio problema reside a solução,
no momento em que reconhecemos o problema, se dá a sua extinção:
mente sempre a condenar muito pouco consegue entender/fazer.
As pessoas se ofendem quando lhes dizemos que podem ser
elas próprias que estão a responder
às suas preces em vez de Deus, por tal poder
significar estarem enganadas, a nosso ver.

Mas, mão dizemos que Deus não possa estar
na nossa pequena, calma voz\força que, do nosso subconsciente
efetivamente em silêncio, sobe até ao consciente:
dizemos tão só não ser justo uns sujarem e Outro limpar!

E, queremos também dizer existir na realidade
a possibilidade de uma imensa
relação, em cada momento,
com a Realidade!
No essencial
a vida
é constituída
por vários fatores
de perturbação
com manifestação,
por exemplo,
na fome, no sono,
no cansaço e nos demais
apetites e desejos: bem viver
é bem saber acalmar tais
perturbações,
nas relações,
sem criar mais
alterações.

Sunday, December 11, 2011

Qual o mais eminente,
o tempo psicológico
ou o cronológico?
E, existe tempo fora da mente?

Não são os relógios e os calendários,
que são processos mecânico-materiais,
que decorrem fora de nós, que nos são secundários
que nos envelhecem, nos fazem dar ais.

Não é portanto nada lógico
que seja dado tanto valor
ao espaço e ao tempo cronológico,
ignorando\desprezando o tempo psicológico.

O tempo psicológico é produto da mente,
memória do há pouco, do ontem. O presente
é o novo, a única realidade verdadeiramente,
pois, passado se foi e futuro é ausente.

Tempo psicológico é pois recordação.
E, há duas maneiras de viver o presente:
de um modo geral as pessoas vivem/respondem ao presente
pela memória do anterior, isto é, o hoje é repetição,

do ontem a continuação,
mais do mesmo, frustração,
dor, desalento, acumulação,
tristeza, findar, solidão.

Mas, este é o modo errado de viver
a vida: o presente, que é a vida
e que em si mesmo é sempre novo, é para se viver
como eterno, sem fim, como divino, sem ser
um meio(isso é secundarizar o único que secundarizado não pode ser)
para atingir fins (futuro), o que é ter
sempre conflitos, derrotas, desgaste, envelhecer e morrer.

O tempo psicológico não passa de conflito.
Isto bem compreendido, fica também o tempo psicológico
sem qualquer importância, cessa, cessando igualmente o conflito.
E, conflito geral terminado, cessa também o tempo cronológico,
é a eternidade, e,o infinito, o sem limites.
Visão é ação instantânea,imediata,
acurada, precisa, sem arrependimento,
sem esforço, sem recompensa, sem castigo.
E, verdade é sem tempo, sem egoísmo, sem pensamento
e sem medida, e,com amor, com compaixão
e com inteligência mente\coração.

A verdade absoluta existe,é sem contradição,
sem fantasia e sem ilusão,
e, é completa, mutável e e imutável e sem perturbação.

Verdadeiro é tudo o que acontece,
inclusive a ideia, a crença e a opinião:
a fantasia, o romântico, a ilusão
é o que está longe do que existe,
ilusão quer dizer movimento para longe do que existe.

Compreendendo a existência total,
quem julga não é mais a opinião pessoal,
mas, a observação verdadeira, global.

Deixar que a crença,
a ideia ou a opinião
se intrometam entre a observação
e a realidade é cair na ilusão.

Temos de observar a nossa dependência,
seja de pessoas, de crenças,de ideais
ou de excitante experiência
e compreendê-la:é a única maneira de sair da ilusão.

Não cairmos mais na ilusão,
não nos aferrarmos à experimentação
do indevidamente chamado verdadeiro,
é atrair a ordem verdadeira
que é virtude,e sem a qual não
há de Deus a ação!

Pelo pensamento vamos ao espaço exterior
e infinito:não pensando, pensamento é também material,
rumamos ao também ilimitado espaço interior,
descobrindo assim o material-imaterial,
Deus, a Verdade absoluta.

E, quem vai precisar
da relativa verdade
quando tem a absoluta verdade,
Mesmo com tudo sempre a mudar?

Saturday, December 10, 2011

Tempo é também tradução
do novo em termos do conhecido,
do passado, que o mesmo é dizer:
fuga do novo, não
vivência intensa do presente,
incapacidade, deficiência
em momento presente viver,
seja ele qual for, pois, mesmo que não
seja mui famoso, o momento não
deixa de VIDA ser!

Vida só é vida
quando todo o passado
e todo o futuro é vivido
no presente com todo o sentido.

E, não traduzir
presente nos termos do passado
é não ser pelo tempo afetado,
é ser sem tempo, é da eternidade o vir!
Medição, peso, avaliação
é não só a base da tecnologia
e da arte, como também da separação,
do conflito: cesse abuso da medição!

Pensamento é limitado,
não podemos consciência tomar
da totalidade só com o pensar:
tudo/todo tem de ser observado.

Tudo muito bem pensado,
tudo mal observado: ideado
fuga é do observado,
do imediato, do objectivado.

Enganou, sempre à frente ficou,
e, também velho(a) ficou,
e, morreu: tempo criou
pelo muito que pensou,
e, tempo o matou,
isto é: se matou.

Ideia em grego, é observar;
pelo observar, onde não
há crime, há que ficar:
viva a observação, sem avaliação!

Quem muito pensa
é pouco dado à observação
e à vida: ideia é ilusão,
fuga do imediato, da ação!

Observação
sem nome dar,
sem conclusão,
sem finalidade
é que é ver com objetividade.

Sem sombra de divisão,
de contradição;
o mesmo em toda a ocasião;
sem nenhuma visão
do passadão!

Não só a visão do cientista ou do artista,parcial,
mas a visão de todos os sentidos, total:
livres de todo o impedimento,
em particular do impedimento do passado, num só momento,
num só vislumbre, ter a visão do global!

Friday, December 09, 2011

O homem vive
normalmente
num estado de ilusão
e de sombras: Realidade
só surge com mente
naturalmente, não forçadamente,
tranquila e serena.

Deus não pode ser encontrado
pelos intermediários: crenças, doutores,
rituais, seguidores...
Tem de ser encontrado
por nós mesmos, e, sem exigências
nem súplicas: Deus é justo e equilibrado.
O eu contínuo é só mecanicidade
transmitida de idade em idade
sempre sem nenhuma novidade:
compreender isto é renovação e criatividade.

Insulto ou elogio registar
é não observar
o outro: inovar
é tudo observar.

Sem registo psicológico,
sem crenças, deuses, superstições,
medos,apegos, desapegos e comparações
até fica novo cérebro fisiológico.

E, a essência da falta de amor
é o processo do registo:
onde impera o registo
não pode existir amor.
Estamos bem
quando estão bem cem,
quando todos estão bem,
quando eu não vem.

Estamos bem
quando estamos sem ideal,
quando estamos com o real,
quando não fugimos ao real.

Estamos bem
quando somos um com o papel,
com o piano, com nossa pele,
quando não se repele.

Estamos bem
quando não escolhemos,
quando vivemos,
quando não nos encolhemos.

Wednesday, December 07, 2011

O ideal, que se sobrepõe à realidade
presente, é estéril atividade
do pensamento, há exclusividade
entre eles: onde ele está,não há da luz atividade.

E esta luz para a qual
não há como, nem quanto, nem formular,
e, que é VER, mas ver individual,
é de todos e não é de ninguém: é amar!
No vero relacionamento,
não no ajustamento,
que é desordenamento,
é onde está o contentamento.

Da total compreensão
da desordem, sem escolher,
nasce a beleza da integração,
da afeição por todo o viver.

O que nos separa da ação
é o ideal, sendo esta separação
a causa da fraqueza, da aflição:
viva pois a intemporal ação!

O falso, mesmo o mais sofisticado, negando,
entramos em contacto com o verdadeiro:
completamente rituais e símbolos do pensar rejeitando,
o verdadeiro eterno, poderoso e inominável é o companheiro!

A lei comum é fragmentária e cheia de contradições:
precisamos de ser uma luz, uma lei para nós mesmos, sem conclusão:
a verdadeira ética/moralidade não nasce do ontem, da tradição,
nasce do amor, da compaixão, da tranquilidade e da afeição.

E, sermos verdadeiramente
livres é estarmos a todo o momento
libertos de toda a dependência,
de todo o apego,
de toda a pendência,
de todo o desapego,
de toda a apetência,
de todo o pensamento.

Tuesday, December 06, 2011

Contradição
só existe quando
projetamos um ideal,
quando nos separamos
ou apegamos
à ação!
Rir-se, sorrir
com problemas alheios
é compaixão não cumprir;
É não olhar a meios
para fins atingir;
é a si próprio se ferir.
Observação
só do que é
sem evasão
para o que devia
ser é a solução.

Só compreendendo
que pensamento
também é tempo
e movimento
pode mente ir para
além de si mesma.

Pensamento pode ser criador
de imagens e símbolos
maravilhosos do sagrado,
mas, sagrado é para os que observado
sabem mui bem ser o observador.

Não sabendo o que fazer
com o que é, não o tentemos
controlar, reprimir. E, compreender
isto implica que imóveis fiquemos.

Mas, não se trata da imobilidade
daquilo que é estático: é a imobilidade
completa do pensamento,
o total silêncio do pensamento.

Acaba então
o tempo, mas, não a ação
que passa a integral,
incorruptível, sem desordem, total,
instantânea, inspiradada,
não programada.

Sunday, December 04, 2011

Não é por pensares\creres
nos inventores de deuses
e/ou nos que fazem de deuses
que coisas vão melhorar antes de morreres.

Se a coisa não melhorar
agora não é amanhã que vai melhorar;
e, também não podemos desesperar:
há uma esperança que não é para cessar.

De todos os prazeres, medos, lutas, ansiedades,
ofensas, dores e apegos esvaziados
são todos os tempos parados,
é a entrada nas\das eternidades.

Esvaziados de tudo
de uma só vez
porque tudo
vimos numa só vez.

E, sem depender
de ninguém,
sempre a ver
o Todo/tudo,
Eterno vem!
Só cérebro totalmente
liberto de todo o passado
é puro, delicado, inocente
e não condicionado.

E, só mentes não
condicionadas vão
para além da projeção
da imaginação.

Só tal cérebro são
pode ser, criar
e trabalhar
em união.

Tristeza, solidão,
falta de significação
para a vida, multidão,
tagarelice, segunda mão...
Mas,não tem de ser assim, não!

Totalmente sós, sem pertencer,
embora podendo ter,
a família, nação, cultura...
Sem particular compromisso ter,

é sensação de estrangeiro
se ser, e,todavia, é inocência:
só esta grande inocência
liberta o da tristeza prisioneiro.

Saturday, December 03, 2011

Livres da estrutura social do invejar,
da avidez, da competição, da ambição,
da arrogância, do estatuto, da realização
é a beleza e a energia: temos de sós ficar!

Mas, não no isolamento, na solidão,
mesmo da chamada religião:
religião verdadeira é a beleza
da imortalidade, da não contaminação.

Estar só não gera separação,
é estar na massa
sem ser influenciado pela massa,
é ser da massa a levedação!

Mente não pode estar
só pois ela é separação;
mas, bem atentos à solidão
pode acontecer só se ficar.
E, é no ficar só que não há conflituar!

Friday, December 02, 2011

Com resistência e condenação
não se resolve nem pequena nem grande perturbação.
Resolvem-se sim com muita atenção
passiva e curiosa, sem rejeição nem aceitação.

Renovação é essencial e é sem o amontoar
das cargas, dos factos, do experienciar,
da aprendizagem dos ontens, e, com descansar e cansar...
O presente sempre sendo o que mais deve importar!

Desejar alterar ou condenar
o presente sem o compreender
só ajuda mau passado a continuar.
E, para presente bem compreender,
vida toda renovando, não há como ver
o momento como o reflexo do passado,
nalguns casos talvez não.


Quem vive inteira, plena, completa e intensamente
vive sem as marcas doentias da memória do eu monstruoso.Presente
não é, para tal pessoa, um meio para alcançar um fim; para tal, o presente
é mesmo o momento, a vida, o único, incrível e eterno começo, meio e fim!

Mas, uma inventada, construída mente não pode compreender
o que está para além de qualquer valor: vivamos portanto cada experiência
total e profundamente à medida que surge, reflectindo
sobre ela, com todo o nosso ser a sentindo,
estando mui atentos à dor e ao prazer que ela envolver,
atentos a todo o julgamento e identificação:
somente quando vida é completa pode haver renovação:
as quatro estações e direções num só momento, numa só viração,
libertos de toda e qualquer diária acumulação!

Thursday, December 01, 2011

Nada mais precisamos do que de compaixão e bondade.