Monday, November 22, 2010

O eu é repetitivo, é repetição:
está sempre (re)nascendo,
sofrendo e morrendo,
mas, o verdadeiro anónimo não.

Reside basicamente a dor
no escolher e no evitar...
Mas, cessando a preferência e o rejeitar,
surge o eterno novo, seja onde for.

Para o eu morrermos é vital:
morrermos para o (re)conhecimento
do passado e do futuro: esquecimento
não deliberado é surgimento do sem tempo, do imortal.

E o sem tempo é o amor;
e ser verdadeiro anónimo
não é sinónimo
de deliberadamente não ser/ter, senhor.

É sempre velha, a mente,
e, o amor é sempre novo,
mas, amor sem velho(a) é ovo
estragado, minha gente.

E, amor egocêntrico não
é: se penso/digo que amo, já não
amo: como demais virtudes, amor também não
se cultiva; e, por isso é tão belo, o amorzão!

Só o amor é sempre novo,
só o amor é criativo:
ser muito imaginativo
nada é ao pé do amor, bom povo!

E,o sem tempo, o intemporal
não se atinge tempo usando,
mas, tempo compreendendo, Fernando:
compreender o tempo é dele ficar liberto, Juvenal.

Tempo é igual a pensamento:
sem o tempo, futuro e passado,
cessam actividades do eu marado
e surge amor verdadeiro, livramento.

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