Tuesday, September 28, 2010

Compreendemo-nos profundamente
no que queremos e somos,
compreendemos toda a nossa mente
agora e não amanhã, e, pomos

ordem, criação, produção e felicidade
na casa, no laboratório,
no campo, na cidade,
na fábrica, no escritório...

Mas, se dizeis: nisso vou pensar,
introduzis o elemento
tempo, estais a criar
mui auto-destruidor vento.

Interesse sério, verdadeiro, são
é imediata ação,
é instantânea compreensão,
é imediata revolução:
mudar amanhã é mera modificação,
não novo ser, não perfeição!

E, esta vera revolução
é do ego a cessação,
e, verdadeira proteção
do vento da destruição.

Felicidade não é satisfação,
felicidade não é sequer mera plenitude:
felicidade é sim derivação
do auto conhecimento que é virtude,
infinito, clareza, integração,
serenidade não imposta, união,
paz... a Realidade,
Deus.

Monday, September 27, 2010

Cuidado, cuidado, verdade
aceite é grande liberdade,
bem preciosíssimo, mas, há-de
ser mesmo aceite, se não mal pode trazer,

e, viver o Agora tem de ser
em tudo e sempre, se não hipocrisia
é, que também mais dor vai trazer,
como deveria ser fácil de ver.

Mas, continuais a adiar,
mentes preguiçosas, indolentes...
A adiar a urgência do observar
e compreender tudo agora, já!
Muito atentos na relação
com todos: o que somos no relacionamento
cria a sociedade: sem transformação
de nós mesmos, com sistema, não há melhoramento.

Verdadeiramente, chefes e controladores dos sistemas
são os piores, pois, exaltando
sistemas e estratagemas
gentes vão desprezando e explorando.

Mas, vós, exploradores,
também sofreis,
por vezes com piores dores,
não é, republicanos e reis?

Saturday, September 25, 2010

Entendimento direto, imediato
de coisas, pessoas e tudo
liberta-me do tempo, fico mudo!
E, o que é muda muito e ao mudar me ato.

A propaganda, a repetição
não são a verdade:
repetir é cobrir com palavras de autoridade
a própria confusão.

Tirar partido do sofrimento?
Tal não é possível, pois não?
Sofrimento é sofrimento, dele nem ladrão
nem explorador tem fugimento.

Friday, September 24, 2010

Dívida portuguesa

Para a descoberta gloriosa
não podemos depender da opinião
nem do maior “doutorão”: opinião
tem pouco a ver com realidade mui formosa.

Só a pessoa confusa
escolhe mestres e guias
ou aceita sê-lo; e, só a porfias
más leva jogo do confuso e da confusa.

Todo o problema, toda a crise
é sempre nova; portanto, para a compreender
mente lúcida, fresca e rápida temos de ter,
não é, amigo Mundo, amiga Ilse?

Juros da dívida portuguesa
não param de aumentar:
fundações têm de cessar
para dívida amortizar, marquesa.

Dívida portuguesa não
pára de aumentar:
compras de topo de gama têm de parar,
dos muitos existentes fazendo divisão,

e,invejas e vinganças intensas,
destruidoras devem cessar também,
para o geral bem,
assim como as muitas e incríveis tenças.

Thursday, September 23, 2010

A grande compreensão é imediata,
direta, sem resistência, sem proteção,
e, fatual, experimental:
não é fruto da interpretação,
da condenação, da justificação,
da tradução de acordo com a nossa
disposição, ilusão e imaginação.
E, a grande, verdadeira compreensão
é a extraordinária solução.
Comunicarmos, compreendermos
e compreendermo-nos é de suma
importância, mas,nem sempre é fácil;
por exemplo, ouvimos ou não ouvimos
consoante a(s) língua(s) que falamos/escrevemos
ou não escrevemos/falamos, até o simples ladrar de um cão
variando nas várias línguas (p.e.: ão, ão
em português, woof, woof em inglês),apesar dos cães
ladrarem do mesmo modo por todo o lado, supomos.
Isto é, as descrições não são as coisas/seres descritos,
o que não quer dizer que não devamos praticar a excelência da descrição.
E, na mesma língua, podemos não
dar todos o mesmo significado
à mesma palavra/som/expressão.
E, nem sequer basta termos
bons e grandes meios técnicos de comunicação
que nos permitam estar ao mesmo tempo no mesmo nível (empatia):
muito mais importante é a existência da verdadeira afeição
entre os comunicantes (êxtase).

Monday, September 20, 2010

Conhecermo-nos muito bem
no bem e no mal,
no incondicional
e nos condicionamentos
e relacioamentos;
morrer,
desaparecer,
experimentar ser
nada, morte conhecer
em vida e deixar
de a temer.
Não estar mais
influenciado
pelo fraco injusto
nem condicionado
pelo tempo...

Thursday, September 16, 2010

Constantemente mudando,
continuamente vindo a ser,
em revolução sem fim,
muito flexíveis,
sós,
libertos de toda influência
e opinião,
sem organizações espirituais
e de pensamento e outras
que se tornam impedimento
ao próprio pensamento,
que são a fonte inesgotável
dos cancros da avidez pelo poder,
do orgulho, da inveja e do antagonismo,
por mais encobertos que possam estar
por todo o tipo de palavras doces
ou/e evocativas de algo oficial.
O ideal, o que devia ser
impede a compreensão
do que é, compreensão
que não é resignação;
e, imediata percepção
é ação que ideal
também impedir não
pode, não.
Realidade é sem exigências:
procurar, suplicar até mesmo a Deus
não faz sentido.
Para encontrar o não fabricado
pela mente temos de desfrutar
da tranquilidade não forçada,
não por meio do repetir,
que é auto-hipnose.
Desejo, que não é o mesmo
que necessidade, não pode moldar
súplica e sua resposta.
A tranquilidade, serenidade total,
exteriores e interiores são
portanto as da compreensão
de todos e todas as coisas,
sem influências.
E a tranquilidade verdadeira,
não imposta, é a que descobre
o estado criativo no qual
tudo passa a existir.
Não se encontra Deus
sem virtude. E, todavia,
na religião organizada
e demais organizações,
aliás,família incluída,
há quase de tudo, menos liberdade.

Wednesday, September 15, 2010

Para lá do poema, do quadro,
da música, do edifício, da dança...
Em permanente estado de criação,
em contínua relação com o(a) desconhecido(a),
o velho sempre novo(a).
Mas, não há tal coisa como entrar
no desconhecido com toda a segurança,
após todos os cálculos e avaliações
e mais algumas: temos sempre de correr
alguns riscos, saltando para os braços
desse desconhecido, agindo, criando,
não reagindo somente:o desconhecido
não falha ...
Pedimos coisas, temos fé e recebemo-las.
Isso acontece com alguma frequência,
mesmo havendo outros envolvidos.
Já talvez mais difícil, mas não
impossível, é suplicarmos a experiência
vasta e profunda da realidade última,
Deus, se quisermos, e tê-la.
Pedimos e recebemos mesmo a Deus
ou ao imenso reservatório de avidez
e ódio humanos... que dá a sua própria
recompensa e o seu próprio preço?
Poderá a súplica a outrem fazer
brotar a compreensão/vivência da verdade?
Ou, temos sempre de investigar e compreender
por nós mesmos?

Tuesday, September 14, 2010

Sem medo
que quer ordem,
consistência, forma,
configuração
para o controle e direção;
sem contradições,
sem confusões,
sem a mediocridade
da escolha entre influências;
sondarmos mas
sem imitações,
sem moldes,
com criatividade,
verdadeiramente anónimos.
Sem procurar Deus, sem rituais...
Compreendendo-nos
e melhorando-nos
a nós mesmos pelas compreensões;
sem tradições;
sempre presentes e vivos;
nunca fugindo nem negando os factos;
sem ponta de avidez,
de inveja, de ambições;
independentes das circunstâncias,
sem negarmos sermos delas fruto...
E, sempre descobrindo e sendo o novo.

Monday, September 13, 2010

Sós, mas não solitários;
sem avidez, inveja, ambição, arrogância,
estatuto, realização... e, a beleza,
a grande alegria;
sós, mas não isolados pelos nacionalismos,
raças, castas, classes...
O verdadeiro Deus não tem a ver
com crenças, sacerdotes, livros sagrados,
igrejas...
Deus é a beleza da união,
da proporção, da luz, da perfeição,
a energia,e, só fundamentalmente sós podemos
experimentar a inacreditável beleza,
a incrível energia;
sós mas não bloqueados,
desamparados,
encurralados...
Apesar da total compreensão do último
reduto até poder conduzir ao Sós...
Sós mas não singulares, únicos,
de forma excepcional;
sós porque de uma sensibilidade,
inteligência e compreensão extraordinárias;
sós porque somente influenciáveis
pelas incontaminadas Beleza e Energia,
e pelos infinitos Imortal e Imensurável;
sós, porque plenamente integrados em nós
mesmos e no Todo.
O processo da mente gera a separação
e a tristeza, a dor da solidão, mas,
estar só não separa: estar só é estar não só nas boas
massas mas em toda a Massa, embora sem sermos afetados
pelas massas estragdas.
Não portanto a dependência, companheiros, amigos
que são separação e conflito, mas sós sem solidão,
sem mente, e, assim, sem hipótese de conflito:
"o que está só nunca está em estado de conflito" (K.).
Sós e inocentes, de 1ª classe: só o só, sem pertencer
a nada nem ninguém, mas todos/tudo amando
pode ser
completamente inocente, e, só
a inocência liberta da tristeza.

Sunday, September 12, 2010

As astúcias da mente
e as suas exigências,
medos, apegos, negações,
determinações e urgências
é que são os inimigos da compaixão
e destruidoras do amor.
Não desprezamos eficientes
e poderosos, governos e organizações
que resolvem problemas de alimentação,
saúde, segurança, educação...
Mas, a organização
não tem a generosidade do coração
que brota da Fonte das fontes,
que está para além de toda a medida.
A ambição e a inveja
destroem tal generosidade,
mas, a Fonte não
cessa de a jorrar... Só temos de ir
até ela a todo o momento.
Há no entanto que o fazer
de mãos vazias, sem orações,
sem sacrifícios, não
por meio da capacidade, da obediência,
sem o cultivo da virtude, apesar
da sua necessidade,
com serenidade,
sem ansiedade
por conseguir mais.

Saturday, September 11, 2010

A questão é que o ilícito,
a injustiça, o roubo também dão
mais dor do que gozo,
não é, ladrão?
Qual a solução então,
para honesto e ladrão,
para todos, João?
Não é a compaixão
pelo corte da raiz
profunda do pensamento,
pelo grande cuidado e atenção
sem motivo, sem causa,
nunca pela compulsão,
pela moralização,
pela falsa curiosidade?
Onde há causa pode existir
mercado mas nunca compaixão,
profunda preocupação até pelo ladrão.
Bondade, beleza, sagrado, compaixão
são infinitamente mais do que a fedorenta
repetição e morte da propaganda e da persuasão
mesmo que mui bem embrulhadas em sorrisos e prendinhas.
Bondade e compaixão não são filhas da adaptação
mas da extraordinária liberdade
que nasce da compreensão
de todo o problema da inveja, da avidez,
do desejo de poder e da ambição.

Friday, September 10, 2010

Sono profundo...
e, um aparente
nada que de repente
faz que a gente
fique mui renovada
depois da pequena massada
do fazer do amor que sente...
Só existe um modo de tudo melhorar:
mais amor verdadeiro e menos ambicionar.

Thursday, September 09, 2010

Viver pelo cérebro
e não pelo coração
é sem amor viver;
portanto, cérebro tem de ceder,
sob perigo de morrer...
Sem coração,
que é amor,
é o medo
da falsa organização,
que, esses sim têm de morrer,
pelo grande compreender.
O amor sem motivo
é portanto a essência
da virtude: o amor sem qualquer incentivo;
sem que se queira dele algo para nós;
sem que se fique ferido
quando não se é correspondido;
sem que ajudemos na esperança
de ser ajudados.
Sem amor viver
é apenas existir,
é controlo, confusão, conflito e dor ter.
O amor é organização,
mas, nada do pesadelo das intelectuais,
mecânicas, eficientes, burocráticas, brutais
e insensíveis organizações
das ditaduras e exércitos,
por exemplo.
A organização do amor
é a única boa organização
por ser tanto do coração
como da mente: e, só ela garante
a paz e a ordem finais
e portanto também presentes.

Wednesday, September 08, 2010

Amor não é cultivável
nem divisível.
Amor é desapegado,
como bela e cheirosa
flor, que não se preocupa
nem com quem a observa
e/ou sente a sua fragrância,
nem com quem lhe vira as costas.
Amor não é ciumento
nem diz que ama: ama!
Amor é livre
mas não licencioso.
O amor é muitíssimo tranquilo,
atento e desinteressado.
O amor é vivo, criativo
e solucionador.
E, vale infinitamente
mais uma pequenina ação de amor
do que milhentas atividades sem ele.
Causa é efeito,
efeito torna-se causa,
e, especialização
é estagnação.

Mas, renovação
é o nosso apanágio,
não a morte, a estagnação.
Como agirmos é pois a questão,
não no que acreditamos.

Mas, ação baseada
na ideia, na experiência
não é livre, leva sempre à dor:
só na responsável liberdade
há verdade.

E, mente condicionada
não age,
reage.

E ainda, amor não é prazer
nem sexo fazer
e mau uso do sexo
é dor e problema.

Mas, nem suprimir
nem fugir,
mesmo que só emocionalmente,
resolve problema.

E outrossim, quem ama
a todos ama,
sem se preocupar
quem seu amor vai beneficiar:
amor não é memória,
não é da mente,
e, surge naturalmente
com a compreensão
e resolução
pela compreensão
dos problemas.

Tuesday, September 07, 2010

Viver outra vida?
Seguramente. Não
renascemos
cada vez
que para eu morremos
após cada realização
concreta e completa
no presente?
Mas, quem morrer
não quer em vida
a cada momento
para egoísmo,
que em proteger-se
contra a vida só pensa
está na ilusão
e na ignorância.
O mais importante não é saber
se há reencarnação
ou vida depois da morte final,
mas, viver
o melhor possível
o momento,
que é pensar e viver
de forma sempre renovada,
libertada
de falsos valores,
totalmente nus...

E, o que liberta é a verdade,
não a conclusão, a opinião.
Agora, espíritos estão para lá do tempo,
não morrem, não renascem,
não têm princípio nem fim,
não continuam...
Mas, existirá uma alma permanente, eterna,
que não nasce nem morre? De que façamos parte?
É natural que sim, mas, a existir não é coisa
que possa ser pensada. A alma pensada
é uma invenção
da mente assustada,
que deseja, que procura durar,
que quer certezas, permanências,
continuidades...
De qualquer modo, pó ou cinza
nunca deixamos de ser. Será que podemos
amar mais tal pó, tal terra, tal universo
do que amamos a alma invenção/ilusão?
Se não houver mesmo um fim na ação/relação,
não pode existir vera renovação:
o que não pára não se renova.
E,o fim do eu, com as suas conclusões
prévias, memórias e experiências
é o princípio da imortalidade
experimental.
Todo o terminal
renovativo é a verdadeira boa
morte e renascimento eternos,
mas, o que continua entra
em decadência e morre mesmo.

Monday, September 06, 2010

Como conhecer a morte?
Morrendo a cada momento,
sem argumentação, para a agonia,
a solidão, o relacionamento,
os hábitos, os rituais, a mulher,
o marido, o grupo, a família, o pensamento,
o nome, os bens, as causas...:
morte é sem argumento!
Só morrendo para coisas e pessoas
as podemos olhar com olhos novos,
vê-las mui claramente, sem distorção
alguma, e, sermos sempre novos,
frescos e jovens.
E, conhecendo a morte,
vai-se o medo dela e vem
o grande amor.
Limitar a morte ao plano físico
ou eterno, ignorando a morte
em vida é tão pouco, pouquíssimo, mesmo.
Como podem vidas, almas cheias de agonia,
insensibilidade, problemas sempre crescentes
e uma estupidez, egoísmo e maldade infinitos
participar do divino?
Pessoas assustadas, medrosas têm hábitos,
empatias e podem forçar-se a ser amáveis
e superficialmente atenciosas,
mas, isso não é amor...
Porque o medo cria tristeza,e, onde existe tristeza
não há verdadeiro amor.
Mas, conhecendo íntima e profundamente a morte
enquanto estamos vivos, a tristeza se vai,
e, o amor nos enche.
Físico e psicológico são
um só, e, toda a dor vem
do abuso da satisfação
e do medo de a perder que se tem.

Somos feixes de acumulações,
nomeadamente de crenças
para evitar dores, perturbações,
mas,se tais crenças só invenções
falsas são, também causam aflições.

Espiritual está para além do tempo; portanto,
não renasce, está para lá do pensamento,
que é de ontem, e, não morre: em cada momento
é sempre novo e fresco. Espírito, portanto,
é sem memória, sem desejo, sem experimento.

Sunday, September 05, 2010

Sendo verdade que vida
é descoberta do bom,
e que falar da descoberta
do bom o faz sumir, por divisão,
há então que reunirmos
e voltarmos a reunir com quem partilhou
da comunicação...
Voltando o bom, acrescentado.
Não o símbolo, mas a realidade,
a experienciação profunda de todos
os estados do ser é que é fundamental,
apesar da pretensão de totalidade
do símbolo, claro.
Não estamos condenados nem à limitação
do símbolo, nem à ansiedade,
à monotonia, à incerteza, nem às muitas
dores dos prazeres: uma vida feliz, plena
de êxtase de todos os sentidos e do afeto,
beleza e amor, sem dores, é possível.
Morte é portanto a vida mal vivida,
descanso quanto basta não o sendo de maneira
algum. De modo que, quanto melhor sabemos
viver e vivemos, menos medo da dor e da morte temos.
Gostar de tudo o que somos, de tudo o que vemos,
ouvimos, cheiramos, saboreamos, sentimos, tocamos e temos...
do bom e do mau... do belo e do feio... do triste e do alegre...
Mas, sendo todo(s) bons, belos,felizes!...
Felicidade depois de morte bem sofrida? E, se for mentira?
Muito mais "seguro" a felicidade
em vida, não é?
Medo da morte, de perder a felicidade, de deixar de existir?
Então há que experimentar a perda,
ser a própria perda
e morte em vida, certo?

Saturday, September 04, 2010

Uma, uma só hora ou uma eternidade de vida:
existe alguma diferença?
E, se tivesse uma só hora para viver?
Testamento, contrariando/completando lei
em vigor? Não sei.
Acho que esperava
um pouco, enquanto chegava
a morte, ou, até a procurava
para irmos, ou ficarmos juntos.
Afinal, não somos bem conhecidos,
até quando desconhecidos?
Grandes amigos até?
Pedir perdões a ofendidos?
Mas, não estão pedidos?
Também não há nada a perdoar.
Nós somos a vida e a morte:
uma só hora de vida?
Sim, morrer para o desejo do conflito
mas não para a necessidade nem para o mundo;
sim, vivê-la totalmente,
satisfazendo plena e intensamente
toda a necessidade, todo o chamamento
de todo o Todo, da mente, do corpo e do espírito,
e, sabe-se lá, pode ser que não morresse...


E ainda, é imperativo deitarmos fora
todas as cargas excessivas de experiências
e de sofrimentos e cansaços, pois,
de outro modo é completamente impossível
a descoberta e vivência da verdade,
da fresquidão, do aconchego, da inocência,
do puríssimo.
Não podemos fugir aos maus cheiros,
ao cadáver, à tortura...
Mas,podemos responder-lhes sem lhes
ficarmos presos.
Já quanto a definir idade só em função
do movimento da terra... Não é pouquíssimo!
A mente que momento a momento contempla
todo o Universo e morre para todas as más e boas memórias
de todo o passado, é uma mente sadia, leve, inocente,
sem idade, que não morre, que encontra DEUS!

Friday, September 03, 2010

Dar e receber,
olhos sãos e luz...
O que é a luz?
É o que permite aos
olhos sãos verem objetos
e seres, certo?
E, como não é possível
vermos sem bons órgãos
de visão, não
pode haver compreensão
da realidade,
da verdade
se houver consfusão
na nossa mente.
E ainda, ver o que somos
sem tentarmos melhorar
é o único modo de melhorarmos.
E como melhoramos quando vemos
mesmo tudo o que de bom e mau somos.
E, outrossim, mui bom é o anonimato,
o desconhecimento, a falta de ambição,
a bondade, a não crueldade.
Um grande sucesso sempre vem
acompanhado de uma grande tristeza:
não faz portanto sentido algum venerar,
glorificar o sucesso.
Compreender e dissolver
a tristeza é muito mais importante do que o sucesso:
a felicidade é sem ambição, que é o eu:
esta é a correta educação.
Primeiro criatividade,
coração,
depois técnica;
primeiro mensagem,
depois estilo.
Que interessa um estilo bonito
se a mensagem é somente
uma repetição por outras
palavras, sons, cores?...
Se a vida, a alegria estiverem
presentes, se não há violino,
assobia-se; se não há caneta,
escreve-se na areia...
A própria grande técnica é portanto
a inventada, não a repetida,
mesmo que adaptada.
Promessas não adiantam
e cinismo também não,
mas,total compreensão
do funcionamento da mente
faz a necessária e grande revolução.
E, totalmente livres em relação
ao eu, à avidez, à inveja, à comparação
é a nova, verdadeira, justa,
bela e abençoada civilização.
Sem a libertação
dos trágicos condicionamentos
mentais da desmedida ambição
e da adequação a toda a confusão,
medo e ansiedade sociais
não há hipótese.
E, um dos grandes propósitos
da vida é a claridade,
a luz.

Thursday, September 02, 2010

Não é nascimento,
vida, morte,
renascimento:
é para lá/cá dos opostos,
sem sobrecarga dos ontens,
e, pela total compreensão
de tudo e todos, momento
a momento:
nada pode ficar
por compreender.
Presente não é simplesmente
meio para alcançar
um fim: o presente,construído
quanto basta, é o grande, eterno final,
na cozinha,na estrada, no estúdio,no campo,
na secretária, no palco, na fábrica...
Para ser vivido inteira e profundamente,
sem restos, sem preocupações,
nomeadamente
de sucesso e fama,
por quem ama:
só quem com paixão não ama
o que faz pode sofrer
de mau gosto do desejo de fama...
O resultado jamais
pode ser mais
importante do que a ação.
Não é a fama, é o escondido
brilho do talento criativo,
a renovação permanente,
o amor pelo que se faz,
e, até pode ser que a fama venha...

Wednesday, September 01, 2010

Para lá do desejo,
felizes,não feios,
não violentos,
não deprimidos,
com qualidade,
não condicionados,
sem medo,mui atentos,
livres.
Para lá do esforço,
dos deuses e mitos
criados pela mente,
sem prisões,
mesmo as douradas.

O eu é prisão no tempo,
e, o não eu a liberdade,
a eternidade; mas, o não eu
não é o oposto do eu: é o amor
e a compaixão por todos os seres,
embora não sem limites.
Hábitos como beber, fumar,
comer, sexo,jogar
podem tornar-se muito perturbadores,
fazendo muitas dores...
E, o hábito então
é a condenação
ou a substituição.
Mas, o correto é não
rejeitar, não suprimir, não
substituir nem aceitar, justificar.
O que não quer dizer
meter a cabeça na areia:
temos de estar
é mui atentos e cheios
de curiosidade para com os hábitos,
embora sem agirmos ativamente.
E, não é substituir
ideias por ideias:
é para lá do pensamento ir,
desconhecido descobrir,
veneração findar,
autoridade e garantia cessar,
e , a grande relação re-forçar.
Verdadeiro melhoramento
não é com recompensa,
castigo, sucesso,
lucro, conhecido, insucesso...
E, não basta ver a verdade,
é também necessário compreender
a mentira e a ilusão para as abandonar.
O melhoramento é pois sem motivo:
se há motivo há oposição,
e, onde há oposição não existe melhoramento.