Sunday, September 25, 2005


Há dois dias a “limpeza” destruiu a teia quase toda à aranha, que ainda lá está (embora antes tivesse parecido ser tentada a sair), sem a reconstruir. E, parece-me visível: 1) os bichinhos não querem que os matem, possivelmente para não terem de começar tudo de novo; 2) a aranha também não quer que os mate, senão morre sem comida, ali onde está escondida; 3) a aranha parece beneficiar da protecção de humanos, por comer os bichinhos que não só sujarão, como limparão também o chão; 4) a vitória da vida sobre a morte, não só possivelmente os seres vivos reencarnando, na mesma espécie ou noutra, mais ou menos evoluídos, conforme a vida mais ou menos inteligente que levaram, como continuando a viver nos filhos.

Há entre nós, humanos, muitas famílias e muitas classes. Marx falava de exploradores, mais ricos, e de explorados, mais pobres, identificando os primeiros com os donos dos meios de produção: terra, máquinas, fábricas, escritórios, e, os segundos, com os que só tinham a sua força de trabalho para vender. Há uma parte de verdade na teoria marxista. Mas, a realidade é muito mais complexa, a história ajudando a demonstrá-lo. Assim, um partido de trabalhadores, como o partido comunista, que ajudou bastante, p.e., os operários e os trabalhadores rurais portugueses, ter-se-á corrompido na Rússia, onde exerceu o poder sozinho.
Por outro lado, não faz sentido os grupos e as classes, profissionais, vocacionais, de sexos, étnicas, de países, religiosas, de conhecimento, de regiões, de riqueza ou falta dela, ou mesmo de mais ou menos utilidade tentarem eliminar-se umas às outras. O que faz sentido é colaborarem umas com as outras, permitirem a mobilidade entre umas e outras, o único caminho de progresso e evolução. E, reduzir tudo a duas classes só pode ser uma coisa muito pontual e passageira, já que as classes, os grupos e as espécies são mesmo muitos…

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