Saindo do normal
trilho, poluído,
a mais pequeninhina,
e, bonitinha
flor !
Mas, que era
linda, a papoila,
era !
E, que sossego interior !
Sem objetivo.
Por toda a parte,
mesmo se retrocedendo.
Salgadeiras,
miúdo correndo.
Maré claramente enchendo.
Água limpa.
Formiga aflita.
Pássaro cantando.
Pequeno caranguejo.
Grandes buracos: que animais?:
Coelhos !
Cheiros.
E, nem cão
faz ão,ão;
nem grilo
faz gri,gri:
nem ovelha
faz mé, mé:
não há palavras
para descrever o indescritível !
É preciso mesmo ir,
ver, cheirar, saborear e ouvir,
sem pré-conceitos,
sem rejeitar...
.
Sem nada a lucrar,
sem tentar alcançar ou evitar,
sem objetivo utilitarista, portanto,
olhando, saboreando, cheirando,
tocando, ouvindo... Aquele sol nascente,
aquele regato, aquela ave,
aquela árvore,
este pão de semente
aquecido com bêcel,
aquele deficiente...
Intensamente,
bem dispostos, 
tranquilamente,
sem qualquer tensão...
É que é viver,
milagre da vida viver
sem quaisquer barreiras,
sem divisão !