Sunday, May 13, 2012


Sem desejo de  segurança;
sem o condicionamento
do medo e da esperança;
com todo o auto-conhecimento.
.
Sem buscar experiências, que são
o caminho da ilusão;
sem controlar, sem fazer
o que nos apetecer.
.
Deixando a janela
aberta à brisa: ela
vem quando vier,
trazendo o que trouxer.
.
Ver sem procurar, sem pedir
o amor, a afeição, a liberdade,
a justiça, a Verdade...
E, à Beleza assistir.
.
À Beleza da consciência
dos rostos, dos antepassados,
dos futuros, do frio, dos molhados,
do riso, da ciência...
.
Do percebimento da ignorância,
da inveja, da beleza ver
da charneca dos montes e vales, da variância...
Apercebendo-nos apenas, sem nada escolher,
.
sem muito parar,
sem nome dar,
apenas a escutar,
a amar.
.
A charneca da esteva, do sobreiro 
do rosmaninho, do alecrim, do sobreiro,
do tojo, da urze, da túbera, da amora;
a charneca multi-flor, da demora.
.
A charneca verde, preta, castanha,
vermelha, roxa, branca, amarela,
lilás, azul, cinzenta, rosa... A charneca tela;
a charneca tamanha!
.
O próprio pensamento
mui bem escutando,
mas, não o controlando
a todo o momento.
.
Sensibilidade é sem escolher, sem condenação,
sem comparação ou interpretação,
sem controlo, sem concentração, sem oração:
é só atenção, só observação !
.
Beleza é apreciação:
não há nada nem ninguém
sem sua beleza...
O que há é falta de apreciação!
.
Da flor do sabugueiro,
o ativo cheiro;
vinte cêntimos; movimento;
Machoqueira da Passada; sentimento,
empreendimento.
.
Abril,
Montargil,
Brasil,
e, venham mais mil!









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