Thursday, December 10, 2009

O Universo como um Holograma

Michael Talbott

Existe a Realidade Objetiva ou o Universo é um Fantasma?

Em 1982 um evento notável aconteceu. Na Universidade de Paris uma equipe de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect realizou o que pode vir a ser um dos mais importantes experimentos do século XX. Você não ouviu sobre isto nos noticiários. De fato, a menos que você tenha o hábito de ler revistas científicas, você provavelmente nem mesmo tenho ouvido o nome de Aspect, embora haja alguns que acreditem que a descoberta dele pode mudar a face da ciência. Aspect e sua equipe descobriram que sob certas circunstâncias as partículas sub-atômicas como os eletrons são capazes de se comunicarem instantaneamente umas com a outras a despeito da distância que as separam. Não importa se elas estão a 10 pés ou a 10 bilhões de milhas separadas.

De alguma forma uma partícula sempre parece saber o que a outra está fazendo. O problema com este feito é que ele viola o princípio de longo prazo de Einstein que nenhuma comunicação possa viajar mais rápido do que a velocidade da luz. Já que viajar mais rápido do que a velocidade da luz é equivalente a quebrar a barreira do tempo, esta perspectiva assombrosa tem feito com que alguns físicos tentem vir com meios elaborados de descartar as descobertas de Aspect. Mas isto tem inspirado outros a oferecerem até mesmo explicações mais radicais.

O físico da Universidade de Londres, David Bohm, por exemplo, acredita que as descobertas de Aspect implicam que a realidade objetiva não existe; a despeito de sua aprente solidez, o universo está no coração de um fantasma, um gigantesco e esplendidamente detalhado holograma.

Para entender porque Bohm faz esta surpreendente avaliação, devemos primeiro entender um pouco sobre hologramas. Um holograma é uma fotografia tridimensional feita com a ajuda de um laser. Para fazer um holograma, o objeto a ser fotografado é primeiro banhado na luz de um raio laser. Então um segundo raio laser é ricocheteado da luz refletida do primeiro e ao resultante padrão de interferência [a área onde os dois raios laser se encontram] é capturado em um filme. Quando o filme é revelado, ele parece um rodamoinho sem significado de luz e linhas escuras. Mas logo que o filme revelado é iluminado por um outro raio laser, uma imagem tridimensional do objeto original aparece.

A tridensionalidade de tais imagens não é a única caraterística notável dos hologramas. Se um holograma de uma rosa é cortado na metade ele ainda contém a imagem inteira da rosa. De fato, cada metade conterá a imagem inteira da rosa. Se as metades são divididas novamente, cada fragmento do filme sempre será descoberto conter uma versão menor mas intacta da imagem original. Diferente das fotografias normais, cada parte de um holograma contém a informação completa possuida pelo todo.

A natureza “do todo em cada parte” do holograma nos fornece um modo inteiramente novo de entender a organização e a ordem. Pela maior parte de sua história, a ciência ocidental tem trabalhado sob a tendência que o melhor meio para entender um fenômeno físico, seja um sapo ou um atómo, é dissecar isto e estudar suas partes respectivas. Um holograma nos ensina que algumas coisas no universo podem não se render a estas abordagens. Se tentarmos separar algo construido holograficamente, não obteremos os pedaços do que isto é feito, apenas obteremos inteiros menores.

Este insight sugeriu a Bohm um outro meio de entender a descoberta de Aspect. Bohm acredita que a razão porque as partículas sub-atômicas são capazes de permanecerem em contacto uma com a outra a despeito da distância que as separam não é porque estejam enviando um algum tipo de sinal misterioso, mas porque a sua separação é uma ilusão. Ele argumenta que em algum nível mais profundo da realidade tais partículas não são entidades individuais, mas realmente sejam extensões do mesmo algo fundamental.

Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que ele quer dizer, Bohm oferece a seguinte ilustração. Imagine um aquário contendo um peixe. Imagine também que você seja incapaz de ver o aquário diretamente e seu conhecimento sobre ele e o que ele contém venha de duas câmeras de televisão, uma dirigida a frente do aquário e a outra a seu lado. Quando você olha fixamente os dois monitores de televisão, você pode assumir que o peixe em cada uma das telas é uma entidade em separado. Afinal, porque as câmeras estão colocadas em ângulos diferentes, cada um a das imagens será ligeiramente diferente. Mas quando você continua a observar os dois peixes, você eventualmente se tornará ciente que há um certo relacionamento entre eles. Quando um se volta, o outro também faz uma volta ligeiramente diferente, mas correspondente. Quando um fica de frente, o outro está de lado. Se você continua inconsciente do escopo completo da situação você pode até mesmo concluir que o peixo deve estar instantaneamente se comunicando com o outro, mas este claramente não é o caso.

Isto, diz Bohm, é precisamente o que está acontecendo entre as partículas sub-atômicas no experimento de Aspect. Segundo Bohm, esta ligação aparentemente mais rápida do que a luz entre as partículas sub-atômicas realmente está nos dizendo que há um nível mais profundo da realidade a qual não temos acesso, uma dimensão mais complexa além da nossa que é análoga ao aquário. E, ele acrescenta, vimos os objetos tais como as partículas sub-atômicas como separadas uma da outra porque estamos vendo apenas uma porção de sua realidade. Tais partículas não são partes separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda e subjacente que é ultimamente tão holográfica e indivisível como a rosa anteriormente mencionada. E já que tudo na realidade física está compreendido destes “eidolons”, o próprio universo é uma projeção, um holograma.

Além de sua natureza fantasmagórica, um tal universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas sub-atômicas é ilusória, isto significa que em um nível mais profundo da realidade todas as coisas no universo estão infinitamente conectadas. Os elétrons em um átomo de carbono no cérebro humano estão conectados as partículas sub-atômicas que compreendem cada salmão que nada, cada coração que bate, e cada estrela que brilha no céu. Tudo interpenetra tudo, e embora a natureza humana possa buscar categorizar e arquivar e subdividir, os vários fenômenos no universo, todas as partilhas são de necessidade artificial e toda a natureza é ultimamente uma teia sem costuras.

Embora Bohm admita que não tenhamos meio de saber o que mais está oculto no super-holograma, ele se aventura a dizer que não temos razão para assumir que isto não contenha mais. Ou como ele coloca isso, talvez o nível super-holográfico da realidade seja um ‘mero estágio’ além do qual jaz “uma infinidade de desenvolvimento posterior”.

Bohm não é o único pesquisador a encontrar evidência de que o Universo seja um holograma. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista de Stanford, Karl Pribram também tem se tornado persuadido da natureza holográfica da realidade. Pribram estava desenhando o modelo holográfico do cérebro para o enigma de como e onde as memórias são armazenadas no cérebro. Por décadas, os estudos tem mostrado que muito mais do que estarem confinadas a uma localização específica, as memórias estão dispersas pelo cérebro.

Em uma série de experimentos principais na década de 1920, o cientista cerebral Karl Lashley descobriu que não importava qual porção do cérebro de um rato ele removia; ele era incapaz de erradicar sua memória de como realizar tarefas complexas que ele havia aprendido antes da cirurgia. O único problema era que ninguém foi capaz de vir com um mecanismo que pudesse explicar esta curiosa natureza do “todo em cada parte” do armazenamento da memória.

Então na década de 1960 Pribram encontrou o conceito da holografia e entendeu que ele havia descoberto a explicação que os cientistas cerebrais haviam estado procurando. Pribram acredita que as memórias estão codificadas não nos neurônios, ou pequenos agrupamentos de neurônios, mas nos padrões dos impulsos nervosos que se entrecruzam no inteiro cérebro do mesmo modo que os padrões da interferência da luz do laser se entrecruza na área inteira de um pedaço de filme contendo uma imagem holográfica. Em outras palavras, Pribram acredita que o próprio cérebro seja um holograma.

A teoria de Pribram também explica como o cérebro humano pode armazenar tantas memórias em tão pouco espaço. Tem sido estimado que o cérebro humano tenha a capacidade de memorizar algo da ordem de 10 bilhões de bits de informação durante um período de vida médio [ou a grosso modo a mesma quantidade de informação contida em cinco conjuntos da Encyclopaedia Britannica].

Similarmente, tem sido descoberto que em adição suas outras capacidades os hologramas possuem uma capacidade estonteante de armazenar informação – simplesmente ao mudar o ângulo no qual os dois raios laser atingem um pedaço de filme fotográfico, é possível registrar muitas imagens diferentes na mesma superfície. Tem sido demonstrado que um centimetro cúbico de filme pode manter tanto quanto 10 bilhões de bits de informação.

Nossa desconcertante capacidade de rapidamente recuperar seja qual for a informação que precisamos do imenso armazenamento de nossas memórias se torna mais compreensível se o cérebro funcionar sob os princípios holográficos. Se um amigo lhe pedir para dizer a ele o que vem a mente quando ele diz a palavra “zebra” você não tem que escolher desjeitadamente de volta a um gigantesco arquivo cerebral alfabético para encontrar a resposta. Ao invés, asociações como “semelhante a um cavalo”, “listrada”, “animal nativo da África” todos pulam imediatamente na sua cabeça. De fato, uma das coisas mais surpreendente sobre o processo do pensamento humano é que cada pedaço de informação parece imediatamente se inter-relacionar com cada outro pedaço de informação – uma outra característica intrínsica ao holograma. Porque cada porção de um holograma está infinitamente interconectada com todas as outras porções, talvez este seja o supremo exemplo da natureza de um sistema interelacionado.

O armazenamento da memória não é o único enigma neurofisiológico que se torna mais tratável à luz do modelo holográfico do cérebro de Pilbram. Um outro é como o cérebro é capaz de traduzir a avalanche de frequências que ele recebe via os sentidos [frequências de luz, frequências de som etc] para o mundo concreto de nossas percepções.

Codificar e descodificar frequências é precisamente o que um holograma faz melhor. Exatamente como um holograma funciona com um tipo de lente, uma aparelho de tradução capaz de converter um borrão aparentemente sem sentido de frequências em uma imagem coerente, Pribram acredita que o cérebro também inclui uma lente e usa os princípios holográficos para converter matematicamente as frequências que ele recebe pelos sentidos para o mundo interno de nossas percepções.

Um corpo impressivo de evidência sugere que o cérebro usa os princípios holográficos para realizar suas operações. A teoria de Pribram, de fato, tem recebido um apoio crescente entre os neurofisiologistas.

O pesquisador argentino-italiano Hugo Zucarelli recentemente estendeu o modelo holográfico ao mundo do fenômeno acústico. Intrigado pelo fato de que os humanos possam localizar a fonte dos sons sem mover suas cabeças, até mesmo quando possuem a audição em um só ouvido, Zucarelli descobriu que os princípios holográficos podem explicar esta habilidade.

Zucarelli tem também desenvolvido a tecnologia do som holofônico, uma técnica de gravação capaz de reproduzir situações acústicas com um realismo quase desconcertante.

A crença de Pribram que nossos cérebros constróem matematicamente a “dura” realidade ao contar com o input de um domínio de frequência também tem recebido uma boa quantidade de apoio experimental.

Tem sido desoberto que cada um dos nossos sentidos é sensível a um alcance muito mais amplo de frequências do que previamente suspeitado.

Os pesquisadores tem descoberto, por exemplo, que nossos sistemas visuais são sensíveis a frequências de som, que nosso sentido de olfato é em parte dependente do que agora é chamado “frequências cósmicas” e que até mesmo as células em nossos corpos são sensíveis a um amplo alcance de frequências. Tais achados sugerem que é somente no domínio holográfico da consciência que tais frequências sejam escolhidas e divididas nas percepções convencionais.

Mas o aspecto mais fascinante do modelo holográfico do cérebro de Pribram é o que acontece quando ele é colocado junto da teoria de Bohm. Porque se a concretividade do mundo nada mais é do que uma realidade secundária e o que está “lá” é realmente uma mancha holográfica de frequências, e se o cérebro também é um holograma e somente seleciona algumas das frequências desta mancha e as transforma matematicamente em percepções sensoriais, o que vem a ser a realidade objetiva?

Falando muito simplesmente, isto cessa de existir. Como as religiões do oriente há muito tem mantindo, o mundo material é Maya, uma ilusão, e embora nós possamos pensar que somos seres físicos nos movendo em um mundo físico, isto também é uma ilusão.

Realmente somos “receptores” flutuando em um mar caledoscópico de frequências, e o que extrairmos deste mar e transmodificamos em realidade física nada mais é do que um canal dos muitos extraídos do super-holograma.

Esta impressionante nova imagem da realidade, a síntese das opiniões de Bohm e Pribram, tem vindo a ser chamado o paradigma holográfico, e embora muitos cientistas tenham recebido isto com ceticimo, isto tem galvanizado outros. Um grupo pequeno mas crescente de pesquisadores acredita que este possa ser o modelo mais acurado da realidade a que a ciência já tenha conseguido chegar. Mais do que isto, alguns acreditam que possam resolver alguns mistérios que nunca antes tem sido explicáveis pela ciência e até mesmo estabelecer o paranormal como parte da natureza.

Numerosos pesquisadores, incluindo Bohm e Pribram, tem notado que muitos fenômenos parapsicológicos se tornam muito mais compreensíveis em termos do paradigma holográfico.

Em um universo no qual os cérebros individuais são realmente porções indivisíveis de um holograma maior e tudo está infinitamente interconectado, a telepatia pode meramente ser o acesso do nível holográfico.

É obviamente muito mais fácil entender como a informação pode viajar da mente do indivíduo ‘A’ para aquela do indivíduo ‘B’ a um ponto a longa distância e ajuda a entender um número de enigmas não resolvidos em psicologia. Em particular, Stanislav Grof, um fundador do campo de psicologia transpessoal, sente que o paradigma holográfico ofereça um modelo para o entendimento de muitos fenômenos embaraçosos vivenciados pelos indíviduos durante estados alterados da consciência.

Criação – Universo Holográfico

Na década de 1950, enquanto realizava pesquisa nas crenças do LSD como um instrumento psicoterapêutico, Grof tinha uma paciente que subitamente se tornou convencida que ela havia assumido a identidade de uma fêmea de uma espécie de réptil pré histórico. Durante o curso da alucinação dela, ela não apenas deu uma descrição rica e detalhada do que ela sentia como estar encapsulada em uma tal forma, mas notou uma porção da anatomia masculina da espécie, o que era de um parte de escamas coloridas no lado de sua cabeça. O que foi surpreendente para Grof foi que embora a mulher não tivesse conhecimento anterior sobre tais coisas, uma conversa com um zoologista mais tarde confirmou que em certas espécies de répteis as áreas coloridas na cabeça de fato desempenham um papel importante como gatilhos do arrebatamento sexual.

A experiência da mulher não foi única. Durante o curso de sua pesquisa, Grof encontrou exemplos de pacientes regredindo e identificando-se com virtualmente todas as espécies da árvore revolucionária [achados de pesquisa que ajudaram a influenciar o cenário "homem a partir do macaco" no filme "Estados Alterados"]. Sobretudo, ele descobriu que tais experiências frequentemente continham obscuros detalhes zoológicos que acabavam por se mostrar acurados.

As regressões ao reino animal não eram o único fenômeno intrigante que Grof encontrou. Ele também teve pacientes que pareciam “grampear” algum tipo de inconsciente coletivo ou racial. Os indivíduos com pouca ou nenhuma educação subitamente davam descrições detalhadas de práticas funerárias do Zoroastrismo e cenas da mitologia hundu. Em outras categorias de experiência, os indivíduos davam narrativas persuasivas de experiências fora do corpo, de visualizações pré-cognitivas do futuro, de regressões a aparentes encarnações de vidas passadas.

Na última pesquisa, Grof descobriu este mesmo alcance de fenômenos manifestados nas sessões de terapia que não envolveram o uso de drogas. Por causa que o elemento comum em tais experiências parecia ser a transcendência da consciência do indivíduo além das fronteiras usuais do ego e/ou limitações de espaço e tempo, Grof chamou a tais experiências de “experiências transcendentais” e no final da década de 1960 ele ajudou a formar um ramo da psicologia chamado “psicologia transpessoal” devotado inteiramente ao estudo delas.

Embora a recém fundada Associação de Psicologia Transpessoal de Grof reunisse um número rapidamente crescente de profissionais de mente similar e tenha se tornado um ramo respeitado da psicologia, por anos nem Grof nem seus colegas foram capazes de oferecer um mecanismo para explicar o bizarro fenômeno psicológico que eles estavam testemunhando. Mas isto tem mudado com o advento do paradigma holográfico.

Como Grof recentemente notou, se a mente é realmente uma parte de um continuum, um labirinto que está conectado não apenas a todas as outras mentes que existem ou tem existido, mas a todos os átomos, organismos, e regiões na vastidão do próprio espaço e tempo, o fato que ela seja capaz de ocasionalmente fazer investidas no labirinto e ter experiências transpessoais não mais parece tão estranho.

O paradigma holográfico também tem implicações para as chamadas ciências duras como a biologia. Keith Floyd, um psicólogo da Universidade Virginia Intermont, tem ressaltado que se a concretividade da realidade nada mais é que uma ilusão holográfica, não mais seria verdade que o cérebro produza a consciência. Muito mais, é a consciência que cria o aparecimento do cérebro – bem como do corpo e de tudo mais ao redor de nós que interpretramos como físico.

Uma tal reviravolta no modo em que vemos as estruturas biológicas tem feito com que os pesquisadores ressaltem que a medicina e o nosso entendimento do processo de cura pode também ser transformado pelo paradigma holográfico. Se a aparente estrutura física do corpo nada mais é que a projeção holográfica da consciência, torna-se claro que cada um de nós é mais responsável por nossa saúde que a atual sabedoria médica permite. O que agora vemos como remissões miraculosas de doenças podem realmente ser devido a mudanças na consciência que por sua vez afetam mudanças no holograma do corpo.

Similarmente, novas técnicas controvertidas de cura tais como a visualização podem funcionar tão bem porque no domínio holográfico do pensamento as imagens são ultimamente tão reais quanto a “realidade”.

Até mesmo visões e experiências envolvendo uma realidade “não ordinária” se tornam explicáveis sob o paradigma holográfico. Em seu livro, “Gifts of Unknown Things,” o biólogo Lyall Watson descreve seu encontro com uma mulher shamã na Indonésia que, ao realizar uma dança ritual, foi capaz de fazer um inteiro grupo de árvores instantaneamente desaparecer no fino ar. Watson relata que ele e um outro espectador atônito continuaram a observar a mulher, e ela fez as árvores reaparecem, então desaparecerem novamente e assim novamente por várias vezes em sucessão.

Embora o atual entendimento científico seja incapaz de explicar tais eventos, experiências como estas se tornam mais defensáveis se a “dura” realidade é apenas uma projeção holográfica.

Talvez concordemos sobre o que seja “lá” ou “não lá” porque o que chamamos consenso da realidade é formulado e ratificado a nível do inconsciente humano ao qual todas as mentes estão infinitamente interconectadas.

Se isto é verdade, é a mais profunda implicação do paradigma holográfico de todas, porque isto significa que as experiências tais como as de Watson não são lugar comum apenas porque não temos programado a nossa mente com as crenças que as fazem assim. Em um universo holográfico não há limites na extensão em que podemos alterar o tecido da realidade.

O que percebemos como realidade é apenas uma tela que nos espera para desenhar nela qualquer imagem que quisermos. Tudo é possível, desde curvar colheres com o poder da mente até os eventos fantasmagóricos vivenciados por Castaneda durante seus encontros com o bruxo Yaqui Don Juan, porque o mágico é nosso direito inato, nem mais nem menos miraculoso do que a nossa habilidade de computar a realidade que queremos quando estamos em nossos sonhos.

De fato, até mesmo nossas noções mais fundamentais sobre a realidade se tornam suspeitas, porque em um universo holográfico, como tem ressaltado Pribram, até mesmo eventos aleatórios tem sido vistos como baseados nos principios holográficos e portanto determinados. As sincronicidades ou coincidências significativas subitamente fazem sentido, e tudo na realidade teria que ser visto como uma metáfora, porque até mesmo os eventos mais casuais expressariam alguma realidade subjacente.

Se o paradigma holográfico de Bohm e Pribram se torna aceito pela ciência ou morre uma morte ignóbil, permanece a ser visto, mas é seguro dizer que ele já tenha uma influência no pensamento de muitos cientistas. E até mesmo se é descoberto que o modelo holográfico não fornece a melhor explicação para as comunicações instantâneas que vemos estar ocorrendo para diante e para trás entre as partículas sub-atômicas, ao menos, como notado por Basil Hiley, um físico da Universidade Birbeck em Londres, as descobertas de Aspect “indicam que devemos estar preparados para considerar radicalmente novas visões da realidade”.

Fonte: http://conspireassim.wordpress.com/2008/10/14/o-universo-como-um-holograma/

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