Reforma exige até mais quatro meses de trabalho
CATARINA ALMEIDA PEREIRA
Segurança Social. Os descontos nas pensões vão crescendo com o aumento da esperança média de vida. É preciso adiar a reforma para compensar a introdução do factor de sustentabilidade. Quem se reformar este ano terá que trabalhar mais dois a quatro meses para evitar uma penalização de 1,32%Tempo adicional de trabalho duplica face a 2008Os trabalhadores com 65 anos que se quiserem reformar este ano vão ter que trabalhar mais dois a quatro meses - dependendo do período contributivo - para não serem penalizados na reforma. Isto porque o factor de sustentabilidade, já determinado para 2009, implica um desconto de 1,32% no valor das pensões, explicou fonte do Instituto da Segurança Social ao DN.A reforma da segurança social estabeleceu a progressiva penalização das pensões segundo o aumento da esperança média de vida. O chamado "factor de sustentabilidade" é calculado através da relação entre a esperança média de vida aos 65 anos no ano anterior ao da reforma e o registado em 2006. Um valor que passou de 17,89 anos em 2006 para 18,13 anos no ano passado. O factor de sustentabilidade para este ano é, por isso, de 0,9868. Fonte oficial do Instituto da Segurança Social esclareceu ao DN que este valor se traduz num desconto acumulado de 1,32% sobre o valor da pensão de quem se reformar aos 65 anos. Os beneficiários vão ter que trabalhar mais se quiserem cobrir este valor. Assim, segundo a mesma fonte, quem tiver entre 15 e 24 anos de contribuições para a Segurança Social terá que trabalhar mais quatro meses, além dos 65 anos; para quem descontou entre 25 e 34 anos o período adicional é de três meses; já os que contribuíram durante mais de 35 anos terão que adiar a reforma por dois meses. Desta vez, os trabalhadores no escalão contributivo superior a 40 anos não serão beneficiados, já que os cálculos apontavam para um período extraordinário de pouco mais de um mês que, na prática, é arredondado para dois. De ano para ano, os descontos previstos pelo factor de sustentabiliade registam aumentos significativos. Em 2008, primeiro ano de aplicação do factor de sustentabilidade, o valor do desconto foi de 0,56%. Os beneficiários com uma carreira contributiva de 15 a 24 anos que se reformaram no ano passado podiam compensar o "desconto" com dois meses de trabalho. Uma exigência que duplica este ano, para quatro meses, como forma de evitar uma penalização de 1,32% no valor da pensão. O mesmo aconteceu no caso de quem descontou mais de 40 anos.Que outras opções têm os beneficiários? O Instituto de Segurança Social aproveita para salientar, em comunicado, que "além dos regimes privados já existentes", os beneficiários podem aderir ao Regime dos Certificados de Reforma. Uma solução que não serve, contudo, a quem ainda não subscreveu o produto e se quer reformar este ano.
Fonte: DN de 2009-01-13
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