"A partir do momento em que nos deixamos prender pelas coisas (e pessoas e seres) como se fossem permanentes e sólidas, começamos a admitir que têm, por si próprias, a faculdade de nos proporcionar prazer ou de serem causas de sofrimento. É deste modo que atribuimos aos objectos e aos seres em geral características – bonito ou feio, agradável ou desagradável – que apenas são rótulos conceptuais. Como explicava Dharmakirti:«Quando há consciência de si, há consciência do outro.De nós e do outro nascem apego e repulsa,E da combinação dos doisDerivam todos os males.» Neste texto, o esforço do budismo não tem como objectivo determinar a massa e a carga das partículas, mas desfazer a noção de solidez e da permanência das coisas (e seres e pessoas) para que não continuemos a ser dominados pela engrenagem das ilusões, causa dos nossos sofrimentos."Comentário: mais uma vez, vemos a grandeza do budismo em livrar da dor. Mas, não basta libertar do sofrimento. Como pode alguém que já experimentou momentos de glória, prazer, exaltação e exultação contentar-se em não ter dor?Mas, aqui e agora, o que há a fazer só pode ser a não consciência de nós, e, a consciência do Todo interdependente.
Pág. 126 de: O Infinito na Palma da Mão
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