Thursday, December 31, 2009

Porque há-de existir em nós, nem que seja só por um segundo, o tumulto, a confusão, a luta, a escuridão? Quando tudo isto cessa então há Deus, a Luz, o Paraíso... Sem os procurarmos, não é?

O mesmo com a estupidez e a inteligência: temos de ver muito completa, profunda e totalmente como somos por vezes
estúpidos, não de trabalharmos e nos esforçarmos muito para sermos inteligentes, o que é estupidez ainda, para então a estupidez findar e ficarmos verdadeiramente inteligentes, a fim de compreendermos, p.e. (por exemplo), de uma vez por todas, que o prazer/dor arruina e é sempre mais dor do que prazer, coisa que não acontece de modo algum com a alegria\gozo do paraíso, de Deus, e, que, o que transforma o mundo em paraíso é tão somente vivermos o mundo mas sem nos identificarmos com ele.

Com a mente em silêncio, quieta, profundamente em paz, sem vaidade, ambição, acumulação, fugas pela arte, música, comida, bebida, sexo... Sem projeções no futuro, querendo alguma coisa... Então o Desconhecido, Deus torna-se real, VEM. Ele(a) só vêm quando o campo está em condições, quando o solo está preparado, mas se nós nos preparamos PARA QUE o Desconhecido venha, então não O chegaremos a ter.
A Intenção

Efetivamente o estilo de pouco importa na acção ao fim do sofrimento: a intenção é quase tudo.
Depois há os que tentam justificar os abusos ou a dor que infligem aos demais seres pelas desgraças/sofrimentos que têm/tiveram...
Mas, também existem, sempre existiram, e não são assim tão poucos(as), os suportes do mundo, do universo... os que genuinamente buscam a verdade, a afeição e a justiça.

Wednesday, December 30, 2009

A Grande pergunta

O que é o eu, a consciência?
É o produto do movimento do nosso pensamento, certo?
E a morte, o que é? O fim deste pensamento, ou a sua continuidade
em vida próxima?
Se for o fim do pensamento, poderá este realizar-se enquanto vivemos?

Poderemos viver, no dia a dia, cada um no seu lugar, sem o «eu» da identificação
com o nosso nome, a nossa família, o nosso corpo, o nosso clube, os nossos cheiros, a nossa língua, a nossa religião,o nosso partido, a nossa ocupação, os nossos sabores, o nosso salvador(a), as nossas músicas, a nossa casa, o nosso transporte, o nosso emprego, as nossas caras?...
Poderá o movimento do pensamento cessar enquanto estamos vivos? Esta é a pergunta, não o que vai acontecer quando morrermos, não é verdade?

O «eu», a «mente», o «espírito» não são senão um movimento do pensamento. "E o próprio pensamento é muito limitado. É um pequeno estilhaço num vasto movimento. E, na medida em que o pensamento é limitado, uma coisa estilhaçada, um fragmento, o que quer que crie será limitado, fragmentado e fragmentável. Certo? Assim, poderá o ser humano... viver(existir) sem o movimento do pensamento que é a essência do «eu»?" - Krishnamurti, in: "Será que a humanidade pode mudar?", da Dinalivro.

Aqui estamos nós, com todos os nossos problemas, medos e sofrimentos. Será que o nosso sofrimento pode terminar, de uma vez por todas?
E, qual é a origem de todas estas confusões, incertezas, inseguranças, preocupações e esforços se não o nosso «eu», o nosso «ego»?

Bem sei que nem cristianismo, nem islamismo, nem judaismo, nem outros põem a questão nestes termos... Mas, é assim que tem mesmo de ser posta, não é? A pergunta é pois: "será possível libertarmo-nos dos «eus» que produzem todo este caos (e esta dor)... exteriormente... e também interiormente?...

Poderá o pensamento cessar, de modo a que não exista para ele nenhum futuro e aquilo que começa a partir desse momento seja de uma qualidade (e quantidade) totalmente nova(s) - e não seja apenas o ínicio do fim do(s) «eu(s)», o que poderia conduzir ao seu reaparecimento posterior?

...Algumas pessoas dizem que é pela meditação, controlando, reprimindo... Algumas pessoas dizem: «Reprime, identifica o "eu" com o Supremo, o que continua a ser movimento do pensamento.» Outras dizem: «Reduz a cinzas os sentidos todos.» E fazem isso, jejuam, são capazes de tudo com esse objectivo. Então, chega alguém como eu e diz que o esforço é a própria essência do «eu». Certo? Compreendemos isto? ...como é que escuta? ... «Um esforço de qualquer espécie apenas fortalece o "eu"...

Quando comemos, comemos porque temos fome, o estômago recebe a comida, não existe a ideia de receber a comida. Assim, seremos capazes de escutar(ler)- escutar(ler)- sem a IDEIA de receber ou aceitar ou negar ou discutir, apenas escutar(ler) uma afirmação? Pode ser falsa, pode ser verdadeira, mas escutar apenas... De que modo,então, recebe ou escuta a verdade do facto de que o pensamento é a origem do «eu»? É uma ideia, uma conclusão ou é um facto absoluto, irreversível?... Está a comparar - só um minuto - e por isso deixou de escutar(ler)? Portanto, está a escutar(ler)?... O que pensa?... Mas não se está a revelar a mim e eu estou a revelar-me a si. Por isso temos uma relação através de Buda, não uma relação directa....

Portanto, quando escutamos, estarei a escutar para me identificar com aquele facto de que se está a falar, ou não existe qualquer identificação e, por isso sou capaz de escutar de um modo completamente diferente?... Estou a escutar com uma atenção total? Ou a minha mente anda a vaguear?...Conseguirei estar tão completamente presente, que só há o acto de escutar(ler)?... Quando ouço(leio, olho) desta forma, o que acontece? A verdade de que o pensamento é a essência do «eu» e de que o «eu» cria toda esta infelicidade acaba. Não tenho de meditar, não tenho de praticar, tudo isto termina, porque vejo o perigo que aí reside. Portanto, seremos capazes de escutar(ler) tão completamente de modo a que haja a ausência do «eu»? Poderei ver, observar alguma coisa sem o «eu» - aquele céu, um belo céu - e tudo o mais?

Portanto, o cessar do pensamento, que é o cessar do «eu» ou o cortar o «eu» pela raiz - uma má imagem, mas tomemo-la -, quando há uma tal atenção activa, que não cria identificação, existirá o «eu»?... Uma escuta activa implica escutar os sentidos. Certo? Para o meu paladar, por exemplo, preciso de todo o movimento sensorial. Não se pode parar os sentidos, ficaríamos paralisados. MAS, NO MOMENTO EM QUE DIGO: «QUE SABOR MARAVILHOSO, TENHO DE TER MAIS DISTO», toda a identificação começa...

Sim, a morte. Quando o «eu» termina - pode terminar, obviamente, EXCEPTO PARA OS MAIS IGNORANTES E PARA AS PESSOAS ALTAMENTE SOBRECARREGADAS COM CONHECIMENTOS, que se identificam com os conhecimentos e tudo isso. Quando o cessar do «eu» acontece, o que se passa? NÃO NO FIM DA VIDA, NÃO QUANDO O CÉREBRO SE ESTÁ A DETERIORAR, MAS QUANDO O CÉREBRO ESTÁ EXTREMAMENTE ATIVO, CALMO, VIVO. O que acontece então, quando o «eu» não está lá? Como é que descobrimos isso? Digamos que X cessou completamente o «eu», que não aparecerá mais no futuro, num outro dia qualquer, tendo cessado COMPLETAMENTE. E ele diz: «Sim, existe em mim uma actividade totalmente diferente que não é o "eu". «De que me serve isso, a mim, e a qualquer de nós? E X responde: «SIM, O "Eu" PODE TERMINAR, HÁ UM MUNDO COMPLETAMENTE DIFERENTE, NUMA OUTRA DIMENSÃO, NÃO NUMA DIMENSÃO SENSORIAL, NÃO NUMA DIMENSÃO INTELECTUALMENTE PROJECTADA, mas uma coisa totalmente DIFERENTE.» Direi que ou ele não regula bem, ou é um charlatão, ou um hipócrita, mas quero descobrir, não porque ele(ela) o diz, mas porque eu quero descobrir. Poderei eu, como ser humano, vivendo neste mundo tremendamente duro, brutal, violento, tanto económica como social e moralmente, viver sem o «eu»? Quero descobrir... Temos de pôr tudo no seu devido lugar... Por que razão hei-de obedecer ao Papa, ou ao guru, ou às escrituras ou aos políticos? Por isso tenho de descobrir qual é o lugar certo para o sexo ou o dinheiro... Como hei-de descobrir?... Como hei-de descobrir?

Tenho a chave para isso. A chave é a não identificação com a sensação. Certo?... a qual se traduz pela designação moderna de «experiência» (experienciar)... A identificação com a sensação produz o «eu». Será possível não me identificar com a sensação?... Não identificação, essa é a verdade. Se vir, de fato, essa verdade, então o sexo, o dinheiro (a segurança, a comida...) tudo tem o seu devido lugar....

Existe a verdade de que a identificação com a sensação, com isto ou aquilo, produz a estrutura do «eu». Certo? Será esta uma verdade absoluta, irreversível, apaixonante, duradoura? Ou apenas uma ideia que aceitei como verdadeira e que posso mudar amanhã? Mas isto é irreversível. Temos de ter dinheiro - e o dinheiro dá-nos liberdade, o que quisermos - sexo, se se quiser -, o dinheiro possibilita-nos viajar, dá-nos a sensção de poder, posição... vocês sabem tudo isso. PORTANTO, NÃO-IDENTIFICAÇÃO COM O DINHEIRO. PERCEBEM?... no final o desejo tem muito pouco significado. Mas isso não significa que eu seja um vegetal morto... Portanto, tendo posto tudo no seu devido lugar - não sou eu que o faço, isso acontece porque vi a verdade deste facto - tudo entra no seu devido lugar... E, então, o pensamento está no seu devido lugar...

Quando se vê alguma coisa terrivelmente perigosa [como a(o)morte] , não se retrocede ou avança, é perigoso!... Então o que é a morte? Será possível viver a vida do dia a dia com a morte, que é o cessar do «eu»?...

A partir do momento em que se tem uma percepção interior, ela acaba...

Será a morte o cessr do «eu»? Obviamente, não é no sentido habitualmente aceite da palavra «morte», porque o sangue está a circular, o cérebro trabalha, o coração bombeia e tudo o mais...

Está vivo, mas o «eu» não existe, porque NÃO HÁ IDENTIFICAÇÃO DE QUALQUER ESPÉCIE. Isto é uma coisa espantosa. A não-identificação com coisa alguma, com experiência, com crença, com país, ideias, ideais, mulher, marido, amor, nenhuma espécie de identificação. Será isso a morte? As pessoas que ouvem chamar a isso morte dizem: «Meu Deus, se eu não me identificar com alguma coisa minha ou qualquer outra coisa, eu não sou nada.» Ora elas têm medo de não ser nada e, então, identificam-se com algo Mas, o nada, que não é uma coisa, compreende? Não é uma coisa - é, por isso, um estado mental mui diferente. Ora, isso é a morte. Morte enquanto há vida...

Os nossos cérebros estão danificados... Durante milhares de anos temos sido feridos psicologicamente... E A ÚNICA COISA QUE OS PODE CURAR É ESCUTAR ATENTAMENTE. Escutar e, nesse escutar, ter a percepção interior daquilo que se diz. E, imediatamente, há uma mudança nas células cerebrais e, por conseguinte, uma completa e total ausência de identificação. Ora, será isso o AMOR?... Falo desse amor enquanto se está vivo.

... Ainda não resolvemos a questão da morte..." - Krishnamurti, na obra supra citada.




A letra D tem sua origem na escrita hierática egípcia, seu ancestral mais antigo recebeu o nome de deret (mão), quando os fenícios o adotaram o mesmo passou a se chamar daleth (porta). Os gregos, ao empregarem a letra fenícia lhe deram o nome de Delta (Δ, δ) e a forma de um triângulo. Os etruscos e os romanos também empregaram o delta e foram os responsáveis pelo desenho do D que conhecemos hoje.

Fonte: Wikipédia
- Oh não, j. não.
O Acordo Ortográfico de 8 Países de Língua Portuguesa...

"Os críticos defendem que ainda se vai a tempo de travar a aplicação do Acordo Ortográfico e os defensores respondem que ele já está em vigor. A nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, parece partilhar as convicções do antecessor, José António Pinto Ribeiro, e diz que quanto mais depressa o aplicarmos, melhor será para afirmar a língua portuguesa no mundo. A ministra da Educação, Isabel Alçada, pede tempo para a introdução das novas regras nas escolas. Em que ficamos?

"O processo ainda pode ser parado", diz o escritor Vasco Graça Moura, um dos mais activos críticos. "Não pode avançar sem haver ratificação por todos os países. Se o objectivo é a unidade da grafia, basta que um não avance para que não faça sentido." Tal como o Governo recuou no caso da localização do novo aeroporto, também deve recuar no Acordo Ortográfico, defende. "Quem não está a aceitar isto são umas baratas tontas na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] que têm que arranjar um pretexto para terem alguma actividade."

"Não há nenhuma possibilidade de recuo, o acordo está em vigor", contrapõe José Mário Costa, fundador e coordenador do site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Favorável ao acordo (uma posição pessoal), justifica: "O português arrisca-se a ter não duas ortografias oficiais, mas oito e isso não pode acontecer numa língua que pretenda ser universal."

O linguista António Emiliano, outro crítico, considera que a decisão do Ministério da Educação de não avançar com o acordo já em 2010 é "do mais elementar bom senso". "Desafio qualquer pessoa a aplicar o Acordo Ortográfico. As ambiguidades são tão grandes que há casos em que não sabemos o que fazer." Neste momento "ninguém sabe aplicar o acordo".

Malaca Casteleiro, também linguista e um dos responsáveis pela elaboração do acordo, lamenta a forma "desorganizada" como se está a avançar para a aplicação (depois de o Ministério da Cultura ter dito que começaria a ser aplicado em Janeiro de 2010, a ministra esclareceu que seria apenas a agência Lusa a fazê-lo), e reconhece que, como em tudo, "há sempre coisas que podem ser melhoradas". Mas "fazer uma revisão agora seria muito complicado" num acordo que envolve oito países e que "foi aprovado há quase 20 anos".

Um dos pontos mais polémicos é o das consoantes mudas (acção/ação, óptimo/ótimo, baptismo/batismo, tecto/teto) que Portugal vai abandonar, aproximando-se da forma usada no Brasil. Graça Moura e Emiliano argumentam que as consoantes mudas cumprem a função de abrir a vogal que as precede e que a sua perda altera a pronúncia. "Não se pode correr o risco de começar a pronunciar com vogais fechadas palavras como espectáculo/espetáculo ou excepção/exceção. No Brasil isso não é um problema porque eles abrem as vogais, mas nós fechamo-las", diz Graça Moura.

Malaca Casteleiro discorda totalmente. "A oralidade precede a escrita. A palavra tem uma imagem acústica e uma imagem gráfica. É a gráfica que alteramos. A acústica mantém-se igual. E há palavras em que a consoante muda não abre a vogal: é o caso de "actual"." Além disso, a questão da perda (em Portugal) das consoantes mudas era fundamental para se chegar a acordo com o Brasil. "Se não o fizéssemos, como é que íamos unificar a ortografia? Exigíamos aos brasileiros que reintroduzissem as consoantes mudas?"

Para Emiliano o problema está precisamente na suposta necessidade de um acordo. "O português europeu [a norma seguida também nos PALOP] e o do Brasil estão em processo tão acelerado de divergência que é um disparate achar que um acordo vai resolver algum problema." Este tem sido um dos principais argumentos dos opositores: a unificação da ortografia não vai ultrapassar o facto de o português de Portugal e o do Brasil serem já muito diferentes.

Para o linguista, porém, o mais grave, sobretudo para o ensino, é o facto de "o acordo falar repetidamente de facultatividade". Um exemplo: "Posso passar a escrever o meu nome como António ou Antônio, as duas formas passam a ser oficiais. Posso até escrever António numa linha e Antônio na seguinte e ninguém pode dizer que está errado."

Três Vocabulários

É por causa de o acordo deixar várias opções em aberto que todos - críticos e defensores - consideram indispensável uma ferramenta prevista no acordo e que o Brasil já tem: um Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), uma autoridade máxima que, em caso de dúvidas, seja a referência oficial da língua.

Em Portugal há o risco de confusão, dado que tudo indica que possa haver três VOLP. Um já está editado, pela Porto Editora, e foi coordenado por Malaca Casteleiro. Outro está em preparação pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), será gratuito (foi apoiado pelo Fundo da Língua Portuguesa) e deverá estar disponível on-line no Portal da Língua Portuguesa a partir de 4 de Janeiro (150 mil palavras para já, enquanto um dicionário de nomes próprios, outro de gentílicos e topónimos e um conversor, e mais 50 mil palavras serão acrescentadas até Março). E um terceiro está a ser elaborado pela Academia das Ciências.

Margarita Correia é a responsável, no ILTEC, pelo projecto a que foi dado o nome de Vocabulário Ortográfico do Português. Faz parte do grupo restrito de pessoas que até agora pensaram na aplicação prática do Acordo Ortográfico. Como o fizeram? Em primeiro lugar definindo uma série de critérios que serão também tornados públicos.

"O acordo remete muitas vezes para uma tradição, mas em lugar nenhum define qual é essa tradição. Por isso optámos por regularizar bastante a ortografia". Em muitos casos isto significou tirar os hífens (de "cor-de-rosa", por exemplo, que o acordo admitia com hífens referindo a "tradição", ao mesmo tempo que deixava sem hífen "cor de vinho"). Quando a referência é a pronúncia optou-se por seguir a da região de Lisboa.

"O texto legal [do acordo] é aberto, mas é ambíguo e tem até contradições internas. Mas ninguém o vai ler quando tiver uma dúvida. O que se espera é que haja especialistas que façam a interpretação através do Vocabulário", diz Margarita Correia.

A grande dúvida, segundo José Mário Costa, é qual, entre os três VOLPs, virá a ser considerado oficial e quem tomará a decisão, dado que a língua envolve os ministérios da Cultura, Negócios Estrangeiros e Educação. "Falta definir quem manda na língua."

Nota: há coisas que não estão em cima e se encontram na fonte que se segue.

Fonte: http://www.publico.pt/Educação/aplicar-a-nova-ortografia-em-2010-e-uma-precipitacao_1415787
Mas, como ainda existe a dor...

Tuesday, December 29, 2009

Preocuparmo-nos suficientemente com tantos a sofrer e a morrer, nós incluídos...
Esquecermos de uma vez por todas o prazer/dor... Acabarmos com o sofrimento...: Uma enorme alegria!...
Meditação (cont.)

Meditar é estar
inocentemente desperto,
abertamente desperto,
longe e/ou perto,
trabalhando
e\ou meditando.
Mente desperta, observadora,
meditativa...
À noite descansa profundamente
ou medita ainda, sem sonhos
ou/e com belos sonhos
sem grande segurança protectora:
quem não deve teme e não teme,
quem ama/sabe tem tanto
amigos como inimigos.
Ao observarmos, ouvirmos, cheirarmos,
saborearmos, tocarmos
profundamente todos os viveres,
sobrevém o extraordinário silêncio
da cessação da divisão
de pessoas, bens, espaços, seres,
tempos...
E, onde há eu doentio não há amor;
e, onde existe amor não há eu doentio.
Meditação é o findar
do eu e o voltar
do amor!


Gama grego






Na língua etrusca, as consoantes oclusivas não tinham uma pronunciação específica, por isso, usaram o Γ (Gama) Grego para escrever o seu som /k/. No início, os romanos utilizavam o C tanto para representar o som /k/ como o /g/. Só mais tarde se acrescentou um segmento reto horizontal na zona central direita para produzir o G. É possível, ainda que incerto, que o C tenha apenas representado o /g/ no início,

Fonte: Wikipédia
Revolução sem conflito

Quando digo que não há evolução não estou a negar o óbvio do "progresso" da caverna ao palácio, do homem das cavernas ao "homo sapiens"(homem sábio), da roda ao jato, do bebé ao adulto, da erva ao antibiótico, da pedra à bomba atómica, etc..
Estou somente a recordar que jato ainda pode cair, que adulto ainda envelhece e morre, que bomba mata muito mais do que pedra,que antibiótico tem efeitos secundários, que novas pestes surgem, que ignorância ainda é muito grande.
Entretanto, Krish., que geralmente aceitou sem questionar a evolução biológica e tecnológica, declarou muitas vezes que ao levar e aplicar o facto desta evolução ao campo da consciência considerando que esta tem estado e continua portanto também a evoluir, a melhorar se limitou e condenou ao gradualismo, ao melhoramento aqui e ali, à reforma sempre carente de nova reforma, ao mero polimento,ao erro, ao passo em falso e ao sofrimento perpétuos, excluindo-se assim da revolução sem conflito, da grande libertação a efectivarem-se já agora pela percepção interior (e exterior, digo), nunca gradual, nunca logo, nunca amanhã ou no ano que vem, o que não quer dizer desprezar o futuro. Ou há mudança/melhoramento totais já, portanto, ou nunca os haverá. E, disto "eu" estou deveras tão certo como de que existo e de que existem os computadores e as secretárias e as mesas onde eles estão e, tudo o resto.
Entretanto, psicológico, tecnológico e biológico não podem continuar separados, se é que ainda o estão, não é?

Monday, December 28, 2009

Meditação ...

A palavra também é
uma coisa, como a raridade
de um cão ladrando neste lugar...
Completamente vulnerável e assim
também indestrutível... Tal é a meditação
do silêncio no barulho que aumenta
no completo vazio do amor, do respeito,
da afeição, do esmero... A morte de todo
o conhecido é o florescimento de todo
o desconhecido... A meditação pode libertar poderes
que não são do eu, mas talvez possam ser
para alguns eus. Meditação não é concentração,
nem dizer mantras, nem contas de rosário,
nem auto-hipnose, nem respiração
rítmica, mas, não haverá meditação,
de medir, sem grande auto-conhecimento.
Meditação é atenção e compreensão
totais, sem comentário, sem opinião,
sem palavra para com todo o movimento da vida,
o que não quer dizer ser vegetal, amorfo,
não crítico, aceitador do mal, do abuso...
E, fazer com toda a atenção
é ação total: se tudo o que fizermos, ler,
conduzir, cozinhar, aprender, semear, construir, comer...
For feito com total atenção, algo de extraordinário
acontece...Deixaremos de dizer que noutro lado estar ou outro ser
é que era bom... E, talvez possamos ser felizes.
Inteligência prévia

Não tem graça imitar
e é crime plagiar,
mas, temos de usar
de outros o falar/pensar
que é nosso, não?

Sim, deixarmos
TODOS de ser idiotas,
novos e "cotas",
rudes e janotas.

Krishnamurti falou da inteligência antes do suceder,
que não tem nada a ver com esperteza egoísta nem com o desejar,
mas, com a perceção de todo o nosso ser
de que a verdadeira mudança, do errar
para o acertar, da inveja para o amar, da injustiça
para a justiça... Tem de vir de dentro completamente,
pela compreensão disto, nunca pela pressão, nunca pelo conflito que se atiça,
nunca pela justificação, nunca pelo sofrimento do grande incidente,
jamais pela rendição... E isto são factos, senhor Buiça,
senhor Rei... Temos nós esta inteligência, esta enorme graça, que actua antes do grande sofrer
e o impede assim? A inteligência que nem o prazer
sem dor busca, quanto mais o com dor?

Sunday, December 27, 2009

Mestre(a) e discípula(o)
também são um

Nosso interior
e nosso exterior
também são um:
como um somos
com observado
e com pensado:
tudo sem nada
pressionado,
como no grande
discipulado/mestrado.

Saturday, December 26, 2009

O fim do equívoco

A imitação não tem graça
nenhuma, mas, tudo conta, todos contam.
E, o fim do equívoco, do sofrimento,
é a rejeição de todo o mau desejo,
a negação de toda a acção que não resulte
da frágil, clara, não organizada,
não útil, não potente verdade...
A única ação completamente positiva...
É o quebrar do círculo vicioso
da acção perfeita seguida da imperfeita,
da acção sem fim de sair de um erro/pecado,
para entrar noutro, de fazer uma coisa boa
seguida de uma má...
O fim do grande equívoco é a rejeição
total do ódio e da cobiça em todas as suas formas,
a vitória da ação completamente positiva.

Friday, December 25, 2009

Dedicação ao prazer, até da vivência,
para dor, qualquer dor abafar,
é grave erro: temos de, firmes, ficar
com toda a dor, para ver sua dissolvência.
Muitas vezes nada mais importante do que o silêncio da meditação do amor eterno.

Thursday, December 24, 2009

Total integração

Quando digo ir mais além do que Krishnamurti estou a pensar na total integração do físico\fisiológico e do maravilhoso psicológico que Krishnamurti nos dá, coisa que aliás ele ensinou e experimentou ao nível da atenção profunda e do cérebro, como por exemplo na pág. 70 de: "Será que a humanidade pode mudar", da Dinalivro, Lisboa, Portugal: "... Tudo isto são feridas que foram lesionando o nosso cérebro e a única coisa que o pode curar é escutar (e ler, digo "eu", Krishnamurti, por suposto, que não só não fundou religião, como demonstrou muito bem que toda a religião e todo o "ismo" não só não são a solução, como fazem parte do problema a resolver/em solução, mas não só Krishnamurti, suponho) atentamente. Escutar e, nesse escutar ter a percepção interior daquilo que se diz. E imediatamente há uma mudança nas células cerebrais e, por conseguinte, na total ausência da identificação (com a dor e sua recordação, por exemplo, digo)".
Já o ficar mais aquém refere-se à possibilidade de J.K. ter eventualmente desequilibrado para o lado espiritual, se é que tal é possível.

Wednesday, December 23, 2009

Bondade e justiça

Uma das coisa que por vezes me faz confusão é os "orientais" não falarem de justiça. Já o amor incondiconal, expresso por exemplo nas palavras de Cristo: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem", parece falar-se e praticar-se aqui e ali.
Entretanto, não será que, por exemplo, quando, seguindo a prática de Krishnamurti para sermos bondosos, pacíficos, belos, criadores e criativos, não ferindo nem reagindo a feridas, isto é, não alimentando ira e ódio pelos pensamentos, não os reprimindo embora, que é outra forma de violência, mas, deixando-os florescer... que acabam por morrer, não será que se está precisamente a fazer justiça?
É que, nem sempre, senão nunca o amor incondicional será eficaz.

Tuesday, December 22, 2009

Amigo Dr. Paulo Coelho,

Associar o vazio com o mal (http://colunas.g1.com.br/paulocoelho/) nunca tinha ouvido.
Cada vez me convenço mais que J. Krishnamurti é o grande mestre dos últimos tempos, só nos cabendo porventura ir mais além, ou aquém, conforme os casos.
Ora, J.K., não interessa que já tenha falecido, e que assenta todo o seu ensino nos factos, afirma que no bem não há mal nem no mal bem, pois, o bem, o amor não é o oposto do mal, do ódio. Mesmo no dia a dia, não só em sentido absoluto. E, ele deve estar certo, embora eu já tenha escrito que o bem está no mal e o mal no bem – talvez interpretação errada do taoismo…
A sua argumentação é a seguinte, pág. 43 de “Será que a humanidade pode mudar?”, da Dinalivro, Portugal: “…Sou ganancioso, isso é um facto. Tento tornar-me não-ganancioso, o que é um não-facto, mas, se permanecer com o facto de que sou ganancioso, posso, efectivamente, fazer alguma coisa a esse respeito (ele não defende disciplinas, nem esforços neste fazer – o “milagre” acontece com a compreensão disto). Assim, não há oposto(s)”.
Ora, sendo bem conhecido que um copo/casa/etc podem ser bem melhores vazios do que cheios, permita-me citar J. K: Pg 24 de: http://www.esnips.com/doc/1088413e-9239-4fe1-973d-0d00b4047884/Krishnamurti---A-Arte-da-Medita%C3%A7%C3%A3o, sobre o caso do pensamento: “… A ambição e o amor não podem coexistir. Como pode a beleza estar relacionada com o homem ambicioso? Só há beleza quando a vista não é contaminada pelo pensamento, pois, a beleza é a própria essência do vazio (ausência, sem repressão, mas pela compreensão, por exemplo, de que pensamento é tempo, memória) do pensamento. A beleza não é uma experiência nem uma sensação de prazer. A beleza, do mesmo modo que o amor, é o abandono do centro…”
Ação perfeita

Ser nada! Não buscar o prazer/dor. Não buscar nada.
Percepção interior, acção imediata.
Um avião melhor do que uma carroça?: roda, barco, carroça, cavalo, bicicleta, carro, avião, espaço, andar, cair, levantar, morrer, renascer? Prazer sem dor? Parto sem dor, morrer a dormir e acordar no inferno, na terra ou no céu?
Bem e mal, ou acção perfeita e ação imperfeita?
Vacuidade, paz estranha?, desvanecimento da raiz de todos os problemas, fim da memória? Um mundo sem dor, só com prazer. Buscar prazer sem dor: não há prazer sem dor?
Mostrarmo-nos a quem não se mostra? Amor sem justiça?
Não mais separação do físico e do psicológico.
Não faz sentido procurar|fazer coisas que dão prazer e dor, não é verdade.
Descobrir, saber sem sofrer?
Relativo e absoluto: acabar com relativo?
Ação perfeita, o que interessa é a acção perfeita, não é?

Monday, December 21, 2009

Preguiça? Medo? Mesquinhez? Prazer/dor?








Legenda (da direita para a esquerda): hieróglifo egípcio para casa; casa proto-semítica; Beta fenício; Beta grego; B romano

O símbolo utilizado para representar a letra B começou, provavelmente, por ser o pictograma da planta térrea de uma casa, presente nos hieróglifos egípcios ou no alfabeto proto-semítico.


Cerca de 1500 a.C., os fenícios deram à letra um aspecto linear que serviu de base para as formas posteriores, aparecendo tanto com linhas arredondadas como retilíneas. O seu nome deveria aproximar-se ao do beth hebreu.

Quando, na Antiga Grécia, se adotou o alfabeto, mudaram-lhe o nome para beta, inverteram-no e, mais tarde, acrescentaram-lhe outra curva fechada. Nas primeiras inscrições que se conhecem, a letra dispõe-se para a esquerda, mas no alfabeto grego mais tardio, já está virado para a direita, ainda que se mantivessem variações (retilíneas ou curvas) das linhas fechadas.

Os etruscos trouxeram o alfabeto grego para a península itálica, deixando a letra sem alterações de maior. Os romanos, mais tarde, adotaram o alfabeto etrusco para escrever o latim. A letra usada, com curvas fechadas, foi preservada no alfabeto latino, utilizado na escrita de diversas línguas.

Fonte: Wikipédia

Sunday, December 20, 2009

Humano e divinal

A percepção do ódio
acaba com o ódio:
até dejectos mal cheirosos
findando, sem ódio.
E, total liberdade
igual a total responsabilidade.

Estás de acordo?
Se estás, nos amamos
com um amor não sensual,
intemporal e temporal,
humano e divinal!

O conhecimento, o pensamento
são condicionantes: eu não ensino,
como Krishnamurti eu não ensino:
só o Amor resolve, Lino!

A verdade liberta, toda a Verdade.
Após a vermos deveras já podemos morrer,
descansar, distrair-nos, o que é vida!
Mas, ainda temos de a comunicar:

Não há evolução:ou vemos já disto a Verdade,
ou continuamos no erro e no sofrimento!
SEMPRE NOVO

Café, pau de canela,
açúcar mascavado,
não refinado...

Comunicação,
aproximação,
individualização,
massificação.

Perceber, entender
verdadeiramente,
desfrutar, ver, descrever...
Para além e para cá da palavra,
da imagem, da lavra...

Ver e agir sempre novos,
sempre como sendo a 1ª vez.
Poderemos pensar sem palavras e imagens,
ou, o que é o mesmo, com todas as imagens
e todas as palavras? Tornámo-nos num mundo de imagens
e palavras! Mas,substância, realidade são infinitamente
mais do que sabores, palavras, toques, cheiros, sons, imagens!...
Ou antes, são TUDO ISTO simultaneamente, não uma só coisita
ou nada de cada vez!!

Claro, identificando-nos assim
com a Realidade toda, quase
desaparecemos, sim,
e, eles/ela aparecem.

Fantástico e ao mesmo tempo assustador, não é?
Mas, há que prosseguirmos. Real não é dos medrosos.
Grande alegria, permanente vitória valem a pena!

Saturday, December 19, 2009

SOBRE O AMOR

Há muito pensamento, muita possessividade,
muito sentimentalismo e emoção,muito arrependimento,
muita devoção e muita oração no mundo...
E, tão pouco Amor...
Possuir não é amar: possuir só leva ao ciúme
e ao ódio.
Perdoar também pode não ser amar,
se for só para perdoador superior se considerar.
Sentimentalismo, emoção, choro
também nascem do pensamento, nada têm a ver com o Amor,
são mera expressão e expansão, e, quando
não têm saída transformam-se outrossim em crueldade
para com outros ou os próprios.
Do mesmo modo, não há Amor na devoção, na prece
destinadas a adquirir, a possuir,
ao sentimentalismo, à emoção.
Só conhecemos o AMOR quando todas estas coisas cessam.
E, não podemos pensar o AMOR, ou cultivá-LO
e praticá-LO: isso ainda é Mente, que é zanga e ódio: o AMOR
só acontece quando a mente termina!
AMOR é respeito por inferiores e superiores,
afortunados e desafortunados;
AMOR é afecto, ternura, compaixão, misericórdia,
solidariedade, fraternidade.
Se amamos só que seja uma flor, um animalzito,
podemos amar todo o mundo!
Já o inverso é falso.
Tanto falso amor e tão pouco Amor verdadeiro!
E, só o amor sem condição é verdadeiro amor;
só o amor incondicional beneficia realmente:
há seres tão carenciados que só o amor sem condição
pode melhorar a sua condição!
Quando AMAMOS deveras, não há bons nem maus,
nem muitos nem poucos: SÓ HÁ AMOR, AMOR!
Que não é um hábito.
A verdadeira solução

Criação é sem pensamento,
é alegria profunda,
é auto-esquecimento
sem reação do eu,
que se afunda.

Pobre mente, causadora
de todos os nossos problemas!

E porquê o dantesco
problema do sexo?
Por ser o único meio
de auto-esquecimento,
de desaparecimento do eu
de tantos,não é?

Porquê o prazer no acto sexual?
Porque nele nos esquecemos, por alguns
segundos, totalmente de nós próprios. Certo?
E, daí a escravatura do sexo!

Só que, escravatura é dor.
E, vá de luta pela libertação! O que
só mais nova força ao eu dá, e, mais dor:
o eu é dor.

Qual a solução, qual o caminho então?
Só pode ser mesmo o fim do eu, do apego, da ambição,
da avidez, da sofreguidão, da contradição...
Nunca o sentidão!!
Mas, sempre pela compreensão,
jamais pela repressão!!

Deus, o novo(a), a criação,
a verdadeira origem, a inspiração,
o desconhecido, a verdade,
o eterno, a criatividade,
a causa, a vera felicidade...
Não se encontram pelo muito buscar:
A pessoa, a entidade contínua só no findar,
no silêncio, na quietude pode o Novo vivenciar!
Tudo certo

Somos parte da Realidade,
do Indestrutível, do Intemporal,
do Ilimitado, da Verdade,
da Sabedoria, do Eternal...

Vamos aqui e neste momento,
ao belo e grande passado,
ao perto, ao distante alimento,
ao futuro promissor, trabalhado.

Quietos, unidos, separados,
sereníssimos... Vêm a nós, ao bem bom,
à Luz.... À bebida... Aos preparados:
Há e não há dona e dom.

Agora não comparamos,
nem sequer observamos
ou pensamos:
somente amamos.

É a paz, o céu... Tudo considerado,
todos presentes... Nada exagerado!

Não nos comparamos... Nem vegetamos.
Que lucidez, meu Deus!
E, que alívio, que calma. E, que cheirinho!

Atenção total
com todo o nosso ser
a tudo/todos,
e também parcial.
Com e sem espiral,
com e sem Natal,
com e sem fronteiras...

Tudo certo,
tudo bem!

Friday, December 18, 2009

Tanta agitação,
pseudo ação
que nada resolve!
Ou, então depressão.
Mas, Deus não pode estar
longe!...
E tanta superficialidade!
A vida é profunda
e exige profundidade de vida:
viver superficialmente
é a garantia de muitos problemas.
Ação verdadeira

O pensamento pode dar prazer:
é a velha questão de uma mentira
não se apresentando só, mas, acompanhada
de outra disfarçada de verdade.
Mas, a verdadeira acção nasce de tudo o que somos,
não só da ideia, de um ideal.
A ação, a actividade somente da ideia é parra sem uva,
é espasmo, é mera tentativa, inutilidade, improdutividade: sempre
a tentar ligar o ser e o dever, nunca o(s) concretizando. É como o
avarento, ou o estúpido, ou o pobre, ou o sujo: reconhecendo/compreendendo verdadeiramente que somos avarentos, ou estúpidos, ou pobres ou sujos... E vendo a absoluta
necessidade de sermos generosos, inteligentes, ricos ou limpos, agimos imediatamente para ficarmos a ser mesmo isto. Mas, se tal for um ideal a atingir, tudo será atingido superficialmente ou adiado.
A ação que nos melhora, regenera, redime mesmo, como quisermos, não tem nada a ver com prémio ou castigo, nem com pensamento nem ideias, nem ainda com cálculos, análises e divisões. É uma acção intemporal.
E, a verdade é que é entrando nos problemas profundamente, com toda a clareza, sem qualquer corrupção que eles deixam de existir. E isto acontece quando a mente fica efectivamente em silêncio perante os problemas, ao invés de ficar falando alto sozinha, manipulando, somando, subtraindo, supondo, esforçando-se até estoirar de dor, ou dando cabeçadas na parede, ou debandando,ou ameaçando, ou destruindo tudo o que lhe aparece à frente ou que mexe!
Não é o problema, se o amamos, tão belo como uma chuva continuada no sertão?
As ideias tornaram-se mais importantes do que a ação: uma tragédia, a separação das ideias,passado, e das acções, presente - pelo medo de ser e de viver.
Pensamento é memória, não é? O pensamento tanto pode sustentar e dar continuidade ao prazer ontem fruído, como ao medo e à dor. Mas, que interesse tem o prazer que é um misto de medo, de dor e de prazer? E, o pensamento está sempre a exigir, ainda que dissimuladamente, em palavras tais como lealdade, ajuda, oferta, serviço... Mais e mais do seu mui duvidoso prazer.
Mas, tal não acontece com a felicidade/beatitude/prazer da meditação, do silêncio, do sagrado, da virtude, da pureza, do justo, da liberdade, da vida, da compreensão, do desprendimento...
Ó pensamento problema, violento, subtil, dualista, hábil, contraditório, deformador, faminto e exigente de prazer-dor...: Não vales nada, és sum opressor... E no entanto eu te adoro! Tu és eu e eu sou tu!
Em nós, pensamento e silêncio, prazer e beatitude, sagrado e mundano, feminino e masculino, hoje, amanhã e ontem... Estão perfeita e totalmente fundidos num(a) só eterno!...
Desapego é vida

Quando sofremos, não criamos.
Os males que não faz a sofreguidão pelo poder!
O pensamento cria muitas coisas, muitas ilusões...
Mas, o pensamento é limitado, repetitivo,
conflituoso, não criativo.
Paremos então o pensamento
mas, pela compreensão, não pelo pensamento
deliberado, forçando-nos a não pensar,
(o que também seria conflito).
Se compreendemos isto,
há quietude do pensamento.
Onde há o medo, a ansiedade
do desejo, da ambição,
da acumulação...
Não há liberdade,
nem virtude.
Que pode criar/inovar um cérebro
profundamente condicionado, hiperactivo,
que não pára, sempre astucioso,
enganador, maldoso,
na defensiva, sempre na mesquinhez,
no sem valor, no medícore,
no que é de segunda?...
Muito pouco e inferior, não é?
Que contradição: tanta conversa sobre amor, paz, redução de CO2, criatividade...
E, poluindo cada vez mais, sempre repetindo, fabricando mais e novas armas,
homens/mulheres bomba até!
A verdadeira criatividade é com a percepção, compreensão sagradas, nas quais
o ego, o "eu", a personalidade não contam nem entram.
A procura da solução não pode impedir a solução, que não é sem a compreensão
do problema. O caminho tem de ser a cessação das causas dos problemas,
o que se consegue pela investigação e compreensão.
A solução não pode ser a mudança\reforma que tem de ser seguida por outra
mudança|reforma. Não deveria ser óbvio?
Que contradição: fazendo bem e fazendo mal; construindo e destruindo; dando vida e matando!...
Qual a causa disto?
O mundo está cada vez pior? E está (vejam-se governos aprovando casamentos homossexuais e a corrupção. A terra treme (pudera!)? Que fazer?
Nós somos o mundo, nós somos a terra... Temos de nos conhecer muito bem e de nos salvar a nós mesmos, antes de podermos ajudar.
O apego: o apego é a causa de tantos e grandes problemas: apego ao muito ou ao pouco, ao próprio ser..., E, claro, medo, por vezes pânico, de perder, de parar, de morrer, de deixar de ser!...
Mas, desapego é vida sem medo!
Desapego é criar!

Thursday, December 17, 2009

Morrer é viver

Não há mais além, não há além:
Há aqui e agora!
Que estupidez: primeiro
Afastais ou afastai-vos, dividis,
Criais opostos, e, depois
Quereis unir, explicar
A divisão, fazer pontes!
Vida e morte são
Uma só coisa,
A mesma coisa:
Vida é continuar e cessar:
Quem só continuar
Quer, não se renova
E morre, mesmo vivo
É um morto vivo.
Em contrapartida, quem morre
Para o passado em cada momento
E para todos os opostos,
É novo e criativo a cada momento.
Eterno mesmo.
Não deveria ser óbvio que o que
Continua não se renova, cansa, morre!
E, a morte é assim o fim e a morte para tantos.
Mas, a morte não existe para quem
Vive e morre em cada momento.
Quem é que vem do outro lado
Para nos contar
Como é lá?
É, obviamente, quem para lá não
Vai, quem está sempre vivendo e morrendo.
Nós e Deus, conhecido
E desconhecido,
velho e novo,
futuro e passado
também um só somos.
Como podem pois a nossa
Segurança, a felicidade nossa,
O nosso ser,
Estar em coisas mesquinhas?
Figura central

Afirmações/atitudes rígidas e unilaterais não parecem ser muito inteligentes, e, dois não podem agir como quando são um.
E, sem dúvida que inteligência, amor e justiça são fundamentais.
Nem abusar dos prazeres nem combatê-los parece ser inteligente.
Há um silêncio vivo,
uma paz não morta;
um verdadeiro bem anónimo,
uma morte para o conhecido;
uma coisa que não tem a ver
com o pensamento, que é perversão,
que não tem a ver com o desejo,
que também é pensamento;
que não é do tempo, que é memória;
que não é retrato, nem imagem;
que é imobilidade do pensamento,
mas, pela compreensão, não pela força...
Um silêncio que se renova constantemente,
que é sempre novo, que o pensamento não toca
(onde este toca tudo morre!)...
Olhemos, amemos, comuniquemos neste silêncio,
sem possuir nem ser possuído;
sem ciúme, sem medo, sem sentimentalismos,
sem crueldade, sem pensamento, sem sensações,
que nascem do pensamento...
Com respeito, com compaixão, com consideração
por todos, superiores e inferiores...
Nunca ou sempre sendo a figura central!!
Portugal treme com sismo de 6.0 na escala de Richterpublicado
08:27
17 Dezembro '09 Texto Vídeo

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, reuniu-se de emergência com a Autoridade Nacional de Protecção Civil
RTP
Um abalo sísmico com uma intensidade de 6.0 na escala de Richter foi sentido esta madrugada em todo o país, sobretudo na região do Algarve. A Autoridade Nacional de Protecção Civil adianta que "não são conhecidos quaisquer danos materiais ou pessoais" causados pelo sismo, cujo epicentro foi situado a cerca de 100 quilómetros da costa Sul.
Portugal treme com sismo de 6.0 na escala de Richter
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O abalo teve início à 1h37 e fez-se sentir em vários distritos do país, em particular na região de Lagos e Portimão, no Algarve. Mas foi também sentido em Aveiro e Braga, a Norte. De acordo com o Instituto de Meteorologia, que avaliou a magnitude do sismo em 6.0 graus na escala de Richter, o epicentro localizou-se a cerca de 100 quilómetros a sudoeste do Cabo de São Vicente.
A agência de geofísica dos Estados Unidos (United States Geological Survey) calculou a intensidade do abalo em 5.7 na escala de Richter e situou o epicentro a 185 quilómetros de Faro e a 265 quilómetros de Lisboa. O site da USGS indica ainda que o sismo ocorreu a dez quilómetros de profundidade.

Ao início da manhã havia registo de 12 réplicas de menor intensidade, a última das quais às 7h57, com 2.1 graus de intensidade. Em menos de duas horas, na sequência do tremor, o portal da Autoridade Nacional de Protecção Civil na Internet contabilizou perto de seis mil visitas.

Autoridades reuniram-se de emergência

O ministro da Administração Interna esteve reunido de emergência com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide. Numa primeira fase, as autoridades procuraram apurar a eventual existência de danos materiais ou vítimas. Disponibilizar informações à população foi outra das prioridades.

"Não há registo de danos pessoais nem de danos materiais. Podemos concluir que houve, depois, algumas réplicas de menor intensidade", afirmou Rui Pereira à RTP, acrescentando que "o sistema funcionou, mais uma vez, bem".

O governante destacou o "volume de consultas muito significativo", logo após o sismo, ao site da Protecção Civil, "onde se pode recolher conselhos muito elementares, mas muito úteis nestas circunstâncias". Rui Pereira assinalou também a "boa comunicação entre todos os responsáveis".

Sismo "foi benéfico"

Os técnicos da Autoridade Nacional de Protecção Civil sustentam que o sismo desta madrugada foi "normal" e "benéfico".

O epicentro, explicou à RTP Henrique Vicêncio, da Protecção Civil, "foi a cerca de 100 quilómetros a sudoeste da costa portuguesa, daí que, apesar de a sua magnitude ter sido relativamente elevada, a distância permitiu que as ondas sísmicas não provocassem danos nos edifícios.

Henrique Vicêncio fala de uma actividade sísmica "normal": "É normal e benéfica, porque há libertação de tensões ao longo do tempo e, assim, estamos a evitar sismos de maior magnitude no futuro".

Fonte: http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Portugal-treme-com-sismo-de-60-na-escala-de-Richter.rtp&article=303866&layout=10&visual=3&tm=8

Wednesday, December 16, 2009

"DORMIR É UM HÁBITO"

J. Krishnamurti
Rosa

Mui bela, inconsciente
da sua magnificência,
sem estar sempre
a considerar
que está a salvar
o mundo...
É assim que a rosa
faz maravilhas.
Como diferente
havia de ser
connosco?
Eventualmente
fazemos algo tão
naturalmente
que, ajudamos então.
Os chamados mediadores: sacerdotes, mestres, professores, gurus,pastores, padres, guias, mentores... entre os nossoos problemas e Deus ou a Verdade/Realidade tornaram-se também em exploradores. Não podemos continuar a ser máquinas imitativas.
Quando há problema, dor, mal estar pensa-se em resolver, melhorar,e, quando não há, também: compreender e descobrir é fundamental para resolver.
Exploramos e somos explorados, ou somos justos?
Consideramo-nos inteligentes e procuramos a satisfação?
Procurar satisfação não é solução, e, resolver individual ou localmente só excepcionalmente o será. O mesmo para as minorias eleitas.
Continuo, Krishnamurti, teu ensino a ver, a grande maioria das vezes concordando.

Tuesday, December 15, 2009





Macacos dão pistas sobre origem da linguagem humana
por PEDRO SOUSA TAVARES

Ao combinar três chamamentos ('hok', 'krak' e 'boom') e um sufixo (oo), o macaco de Campbell produz um conjunto diversificado de 'frases', com significados muito distintos. Esta proto-sintaxe terá sido uma adaptação natural ao meio, permitindo a esta espécie africana comunicar com os membros do seu grupo e alertá-los para predadores e outros perigos iminentes
O macaco de Campbell (cercopithecus campbelli), que vive nas florestas de vários países africanos, poderá ter eliminado mais um suposto marco diferenciador dos humanos em relação a outros seres vivos - a capacidade de desenvolver e utilizar uma linguagem - ao demonstrar possuir o mais complexo tipo de comunicação descrito entre animais.
Estudos realizados durante dois anos no Tai National Park, na Costa do Marfim, revelam que o símio em questão não só é capaz de emitir seis tipos distintos de chamamentos de alerta, como os combina em sequências vogais. Por outras palavras: constrói frases rudimentares.
A investigação foi coordenada por peritos em etologia (comportamento animal) do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês, em articulação com universidades da Escócia e da Costa do Marfim.
O processo consistiu no registo dos diferentes sons produzidos pelos macacos de Campbell, tendo depois sido testada a sua reacção a gravações e estímulos visuais. Por exemplo, recorrendo a sons e até exemplares empalhados de predadores presentes no seu habitat natural.
Os testes permitiram identificar três "vocábulos' básicos, todos com um significado específico: hok, krak e boom, que são duplicados em mais três pelo uso do sufixo 'oo'". Mas o que verdadeiramente impressionou os investigadores foi a capacidade dos animais para combinarem estes termos de diferentes formas, com uma variedade de significados distintos
“Dicionário de macaco:
“Hok” – está uma águia no ar!
“Krak” – atenção, um leopardo
“Boom” – atenção, está a cair o ramo de uma árvore. Afastem-se!
“Boom-boom” – venham ter comigo!
“Boom-boom”
“Hok-oo”
“Krak-oo”
“Hok-oo” – está outro grupo de macacos nas imediações

no que descreveram como uma "proto-sintaxe" desta espécie.
De resto, ficou demonstrado que só raramente os macacos emitem estes sons de forma isolada, sendo muito mais frequente a sua combinação em sequências de até 25 chamamentos.
Os autores do estudo - publicado na página da Internet da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, dos Estados Unidos - admitem que esta capacidade de combinar diferentes sons terá sido desenvolvida para compensar uma limitada flexibilidade vocal. Quando comparados, por exemplo, com as aves, os macacos são mais limitados no tipo de sons que podem emitir.
Um argumento que conduz, inevitavelmente, à hipó-tese de a linguagem humana ter tido, na sua origem, vocalizações animais bastante mais primárias.
No caso específico do macaco de Campbell, uma espécie arborícola (que vive sobretudo nas árvores), a reduzida visibilidade do seu habitat torna particularmente importante a existência de uma forma alternativa de manter o contacto e trocar informação - sobretudo alertas - com os da sua espécie.
Este símio vive em grupos de até 10 elementos, habitualmente constituídos por um único macho dominante, várias fêmeas e os descendentes ainda jovens.
Até agora, as tentativas de ensinar as bases da sintaxe humana a animais - não confundir com a capacidade de imitação demonstrada por várias espécies de aves - revelaram-se pouco produtivas.
Ao longo dos anos, realizaram--se várias experiências com chimpanzés - o animal geneticamente mais próximo do homem -, treinados para reconhecer e reproduzir sons humanos com o auxílio de equipamentos (como computadores). Mas, embora sendo capazes de reconhecer o significado de várias palavras, estes não conseguiam combiná-las em frases. .
Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1447467&seccao=Biosfera

Monday, December 14, 2009

PAZ

Estar ao lado da violência
sem ser violento: compreender
o espaço: falta de espaço ceder
nos faz à violência?

Há uma não violenta tensão
na bela vida: evitar ventos
bárbaros, sim: eles se tornam lentos:
cuidado até com não violenta? afrontação!

Jesuíta não morreu
mas podia ter morrido,
como Ghandi e o Cristo querido...
Morte alguma coisa resolveu?

Sen defender,
sem condenar,
sem louvar
posso todos ser\ver.

Ó cólera, ó ira, ó avidez:
um somos, nos amamos,
não cedemos, não disparamos,
não reagimos: paz de vez!
Comida e longevidade

O mistério do motivo porque comer menos aumenta a longevidade está mais perto de ser resolvido.

Estudos mostraram que uma severa restrição de calorias prolonga de forma acentuada a vida em ratos e em muitas outras espécies mas as razões para isso permaneciam esquivas. Mas agora, investigadores americanos que trabalham com vermes nemátodos descobriram um gene associado a este estranho efeito.

Futuramente, a descoberta pode levar à descoberta de drogas que imitem as consequências da restrição de calorias mas não obriguem a regimes de jejum severos.

As propriedades de prolongamento da vida da redução da ingestão de calorias foram primeiro descobertas na década de 30 do século passado, quando ratos de laboratório alimentados com uma dieta muito severa passaram a sobreviver mais tempo que os seus amigos bem alimentados.

Desde então, este efeito tem sido observado em organismos tão diversos como as leveduras, as moscas, vermes e cães.

As consequências para os humanos da redução da ingestão de calorias em cerca de 60% mas mantendo o nível de nutrientes essenciais ainda não são claros, apesar dos seguidores desta dieta extrema serem numerosos.

Andrew Dillin, autor do artigo publicado na revista Nature e professor associado no Salk Institute for Biological Studies, refere: “Se reduzirmos demasiado o alimento, passamos para a fome e vivemos menos. Se comermos demais passamos para a obesidade e vivemos menos. As restrições na dieta correspondem a um ponto intermédio difícil de localizar. Desde há 72 anos que o sabemos mas não percebemos como funciona.”

Um estudo com vermes nemátodos Caenorhabditis elegans revelou que o gene pha-4 desempenha um papel crucial nesta situação. A equipa descobriu que vermes a quem se removia o gene pha-4 não viviam mais tempo mesmo com uma dieta restrita. Mas também descobriram que fazendo a experiência inversa, aumentando a expressão do gene pha-4 nos vermes, aumentava a longevidade quando havia uma dieta restrita.

“Este é o primeiro gene que descobrimos ser absolutamente essencial para a resposta da longevidade à restrição de dieta”, explica Dillin. “Finalmente temos evidências genéticas para deslindar o programa molecular necessário para aumentar a longevidade em resposta à restrição de calorias.”

Apesar do estudo ter sido levado a cabo com vermes, a descoberta também pode ser importante para outras espécies.

Os mamíferos, incluindo o Homem, têm genes muito semelhantes ao pha-4, explica Dillin. Estes genes desempenham um papel importante no desenvolvimento e, mais tarde na vida na regulação do glucagom, uma hormona com papel importante na manutenção dos níveis de glicose no sangue, especialmente durante o jejum.

De facto, os cientistas acreditam que o factor que leva ao aumento da longevidade devido à restrição calórica pode estar associado ao reforço das possibilidades de sobrevivência em tempos de escassez.

“O gene pha-4 pode ser o primeiro a ajudar o animal a superar condições de stress e a viver muito tempo com uma dieta restrita”, diz Dillin.

O próximo passo para os cientistas é analisar o efeito do gene noutras espécies.

Se a ligação com longevidade se aplicar ao Homem, pode abrir a porta ao desenvolvimento de drogas que imitem os efeitos da restrição de calorias e ainda assim permitam às pessoas manter a sua dieta normal, dizem os cientistas.

Richard Miller, do Instituto de Gerontologia da Universidade do Michigan, comenta: “É realmente difícil adivinhar se as associações que estamos a ver entre o sistema pha-4 e as restrições de calorias em vermes têm paralelo nos mamíferos, cujo reportório de resposta às várias formas de escassez de alimentos, a curto e a longo prazo, são de longe mais complexas que as dos vermes.

“Mas o artigo de Dillin fornece tanto motivação para a busca como pistas para onde procurar. Penso que é provável que seja influente, mesmo se as implicações para os mamíferos acabem por ser um beco sem saída.”

Fonte: http://comidaviva.wordpress.com/2007/05/04/descobertas-novas-pistas-acerca-do-gene-da-longevidade/
VIDA BIOLÓGICA

Muitos biólogos tentam definir a vida como um "fenômeno que anima a matéria".

De um modo geral, considera-se tradicionalmente que uma entidade é um ser vivo se exibe todos os seguintes fenômenos pelo menos uma vez durante a sua existência:

Crescimento, produção de novas células
Metabolismo, consumo, transformação e armazenamento de energia e massa; crescimento por absorção e reorganização de massa; excreção de desperdício.
Movimento, quer movimento próprio ou movimento interno.
Reprodução, a capacidade de gerar entidades semelhantes a si própria.
Resposta a estímulos, a capacidade de avaliar as propriedades do ambiente que a rodeia e de agir em resposta a determinadas condições.
Estes critérios têm a sua utilidade, mas a sua natureza díspar torna-os insatisfatórios sob mais que uma perspectiva; de facto, não é difícil encontrar contra-exemplos, bem como exemplos que requerem maior elaboração. Por exemplo, de acordo com os critérios citados, poder-se-ia dizer que:

O fungo tem vida (facilmente remediado pela adição do requisito de limitação espacial, ou seja, a presença de alguma estrutura que delimite a extensão espacial do ser vivo, como por exemplo a membrana celular, levantando, no entanto, novos problemas na definição de indivíduo em organismos como a maioria dos fungos e certas plantas herbáceas).
As estrelas também poderiam ser consideradas seres vivos, por motivos semelhantes aos do fungo.
Mulas e outros híbridos do tipo não são seres vivos, porque são estéreis e não se podem reproduzir, o mesmo se aplicando a humanos estéreis ou impotentes.
Vírus e afins não são seres vivos porque não crescem e não se conseguem reproduzir fora da célula hospedeira, mas muitos parasitas externos levantam problemas semelhantes.
Se nos limitarmos aos organismos terrestres, podem-se considerar alguns critérios adicionais:

Presença de componentes moleculares como hidratos de carbono, lípidios, proteínas e ácidos nucleicos.
Requisito de energia e matéria para manter o estado de vida.
Composição por uma ou mais células.
Manutenção de homeostase.
Capacidade de evoluir como espécie.
Toda a vida na Terra se baseia na química dos compostos de carbono, dita química orgânica. Alguns defendem que este deve ser o caso para todas as formas de vida possíveis no universo; outros descrevem esta posição como o chauvinismo do carbono.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida#Uma_defini.C3.A7.C3.A3o_convencional-biol.C3.B3gica

MORTE BIOLÓGICA

Biologicamente a morte pode ocorrer para o todo o organismo ou apenas para parte dele. É possível para células individuais, ou mesmo órgãos, morrerem e ainda assim o organismo continuar a viver. Muitas células individuais vivem por apenas pouco tempo e a maior parte das células de um organismo são continuamente substituídas por novas células.

A substituição de células, através da divisão celular, é definida pelo tamanho dos telómeros e ao fim de um certo número de divisões, cessa. Ao final deste ciclo de renovação celular, não há mais replicação, e o organismo terá de funcionar com cada vez menos células. Isso influenciará o desempenho dos órgãos num processo degenerativo até o ponto em que não haverá mais condições de propagação de sinais químicos para o funcionamento das funções vitais do organismo; o que seria morte natural por velhice.

Também é possível que um animal continue vivo, mas sem sinal de atividade cerebral (morte cerebral); nestas condições, tecidos e órgãos vivem e podem ser usados para transplantes. Porém, neste caso, os tecidos sobreviventes precisam ser removidos e transplantados rapidamente ou morrerão também. Em raros casos, algumas células podem sobreviver, como no caso de Henrietta Lacks (um caso em que células cancerígenas foram retiradas do seu corpo por um cientista, continuando a multiplicar-se indefinidamente).

A irreversibilidade é normalmente citada como um atributo da morte. Cientificamente, é impossível trazer de novo à vida um organismo morto. Se um organismo vive, é porque ainda não morreu anteriormente. No entanto, muitas pessoas não acreditam que a morte física é sempre e necessariamente irreversível, enquanto outras acreditam em ressuscitação do espírito ou do corpo e outras ainda, têm esperança que futuros avanços científicos e tecnológicos possam trazê-las de volta à vida, utilizando técnicas ainda embrionárias, tais como a criogenia ou outros meios de ressuscitação ainda por descobrir.

Alguns biólogos acreditam que a função da morte é primariamente permitir a evolução.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte#Considera.C3.A7.C3.B5es

GENES DA LONGEVIDADE
2008-03-13

Brian Kennedy
Cientistas norte-americanos identificaram 25 genes que regulam o ciclo de vida de dois organismos separados por mais de 1.500 milhões de anos de evolução, tendo 15 deles versões semelhantes às dos seres humanos.

A descoberta abre a possibilidade desses genes poderem ser guiados para travar o processo de envelhecimento e os problemas de saúde relacionados com a idade - assinala um estudo hoje publicado pela revista Genome Research.


Os dois organismos estudados, o fungo unicelular da levedura e o nemátodo C. elegans, usam-se geralmente nos estudos geriátricos e o facto de se terem descoberto os mesmos genes em ambos é muito importante, sublinham os autores do estudo, investigadores da Universidade de Washington e de outras instituições académicas.

Essa importância deriva do facto de ambos estarem muito separados na escala evolutiva, mais ainda do que os nemátodos dos seres humanos. Na perspectiva dos cientistas, isso e a presença de genes semelhantes no homem indica que estes poderiam regular a longevidade humana.

"Agora sabemos quais são realmente estes genes, o que nos dá objectivos potenciais a procurar nos seres humanos", declarou Brian Kennedy, professor auxiliar da Universidade de Washington e um dos autores do estudo.

"Esperamos poder no futuro influir nesses objectivos e prolongar não só a longevidade, como aumentar o período de vida em que uma pessoa pode manter-se saudável, sem sofrer as doenças características da velhice", acrescentou.

Os cientistas referem ainda no estudo que também descobriram que alguns dos genes do envelhecimento estão envolvidos numa reacção chave do organismo aos nutrientes. Essa descoberta constitui uma nova prova de apoio à teoria de que o consumo de calorias e a reacção aos nutrientes incidem na longevidade e que uma restrição na dieta pode aumentar a vida de uma pessoa.

"Em última instância, o que gostaríamos era de replicar os efeitos da restrição dietética através de um medicamento", afirmou Matt kaeberlein, professor de patologia da Universidade de Washington e outro dos autores do estudo.


Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=25488&op=all#cont


SÃO PAULO- Pesquisadores descobrem que humanos com longevidade excepcional herdaram genes que são mais capazes de manter o comprimento de seus telômeros.


Essas estruturas são seções curtas de DNA que ficam no final de todos os cromossomos. Cada vez que uma célula se divide, seus telômeros se encurtam um pouco até que, eventualmente, eles se tornam tão curtos que a célula para de se dividir. Isso resulta na falência de tecidos e órgãos e no aparecimento dos sinais de velhice.

A partir desses dados já conhecidos uma equipe do Albert Einstein College of Medicine, da Yeshiva University, em Nova York, realizou um estudo para ver se realmente as pessoas que vivem mais tempo têm telômeros maiores.


Para estudar o papel dessa estrutura no envelhecimento, os pesquisadores escolheram uma população homogênea cujos genes já haviam sido catalogados: os judeus Ashkenazi.


O grupo de pesquisa era formado por 86 pessoas com idade média de 97 anos e 175 de seus descendentes. Além disso, havia 93 pessoas em um grupo de controle (descendentes de pais que tiveram expectativa de vida normal).


As análises mostraram uma relação direta entre viver até os 100 anos e possuir uma versão hiperativa de uma enzima que reconstrói as pontas dos cromossomos. A conclusão é a de que parte dessa longevidade encontrada no grupo é atribuída a variações vantajosas dos genes envolvidos na manutenção do telômero.


O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, também revela que esses indivíduos também não sofriam de doenças relacionadas à idade, como problemas cardiovasculares e diabetes.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/identificados-genes-da-longevidade-16112009-20.shl

Sunday, December 13, 2009







Legenda: da direita para a esquerda: hieróglifo (pictograma) egípcio de cabeça de bovídeo; cabeça de bovídeo proto-semítica; Alef (A) fenício; A romano


A letra "A" é a primeira letra em quase todo os alfabetos do mundo, com exceção do mongol, tibetano, etíope e outros menos conhecidos. A forma do "A" encontra aparentemente sua origem num hieróglifo (pictografia) egípcio simbolizando uma águia (ahom) na escrita hierática cursiva. Os fenícios renomearam a letra aleph (boi/touro), a partir de uma semelhança imaginada com a cabeça e os cornos deste animal. No alfabeto grego mais antigo, aleph passa a ser a letra alpha. Em seguida, ela se tornou o A romano de onde a forma e o valor em geral foram transmitidos aos povos que mais tarde adotaram o alfabeto latino. Representa nos povos antigos um grande poder místico e características mágicas, associadas ao número um. É assim o Aleph hebraico, o Az dos Eslavos e o Alpha grego.

A (Alef hebraico):
Letra de Imprensa:
א
Nome da letra: Alef
Valor fonético: "Muda"
Valor numérico: 1
Natureza: Gutural


Fonte: Wikipéida
Baião de dois

Extraordinárias as palavras,
a música, Paulo Coelho, as quentes
águas do Nordeste, a vida, o amor,
a magia, o computador,
o frio, a piza, o calor...
Magia, do persa, é sabedoria:
quem diria?
Luiz Gonzaga,
forró incrível:
"Ana Maria",
"Petrolina-Joazeiro",
"Sabiá", "Baião" de dois!
Não fazer sofrer

Desejar bem estar
a todos os seres:
não fazer sofrer
nenhum ser nem
directa, nem
indirectamente,
pois,fazer sofrer
é sofrer.
Avaliar bem situações:
causar sofrimento
directo traz mais dor
do que se for
sofrimento
indirecto.

Saturday, December 12, 2009

Tempo e palavras

O tempo não existirá.
E as palavras, não esconderão elas coisas que devemos conhecer?
Possivelmente o tempo é uma ilusão. Ser(-se) velho ou novo, cedo ou tarde
não tem pois importância: importante mesmo é bem estar em todos os seres.
Ainda possivelmente, o tempo não é nada, os fenómenos são tudo.
"O tempo é apenas um ser abstracto, que não é, por conseguinte, susceptível das propriedades que a imaginação lhe atribui" - da autoria de Jean-Henri-Samuel Formey, citado por Jean-Jacques Rousseau, na Enciclopédia de Diderot e de Alembert, in: "O Tempo..." de Étienne Klein, da caleidoscópio.
Sacralidade

"Je" é francês;
"ão" é português";
"áléf" é hebraico;
"I" (ai) é inglês...
E, escrita é desenho,
registo fraco, ou rico
das falas que são sons
em que nos empenhamos
porque nos amamos...
Já "'stá bem"
lembra vem
a quem preso e livre
espera, por esperar.
E ainda, quando nos damos,
deram nomes somos
palavras que são números
e são sons...
Mas, somos muito mais
do que números, palavras,
imagens, sons...:
Somos vida, dignidade,
igualdade, sacralidade...

Friday, December 11, 2009

Governação Portuguesa:

- Já havia portugueses a divorciar-se porque separados pagam menos impostos (IRS);

- Muitos ricos continuam, de vários modos, a fugir impunemente ao pagamento de impostos (IRC e IRS), mas remediados não;

- Ultimamente, de verdadeiramente positivo, mais não estou a ver do que os apoios para a produção de energias renováveis;

- O aborto foi incentivado, mas a natalidade não;

- Agora estão a promover o casamento "gay"...

Haverá alguma conspiração para a destruição deste país?

Bem sei que os países não são, de um modo geral, mais do que tribos promotoras dos mais diversos conflitos e violências. Mas, vejam lá bem, que não é para se acabar com os países pela negativa, com medidas destruidoras como estas, mas, por todo o incremento da verdadeira comunidade das nações.

Thursday, December 10, 2009

Concorrência\competição, cooperação/compreensão, ou, um misto de ambas?

Comida, bebida, sexo e afins em abundância por morte poder ser em qualquer momento? E, religião que tal permite-vende? Não será estupidez a mais?

Desistir desta vida? Cansar talvez, desistir de modo algum, pois, "que culpa tem a vida que alguns não a saibam viver?"
O Universo como um Holograma

Michael Talbott

Existe a Realidade Objetiva ou o Universo é um Fantasma?

Em 1982 um evento notável aconteceu. Na Universidade de Paris uma equipe de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect realizou o que pode vir a ser um dos mais importantes experimentos do século XX. Você não ouviu sobre isto nos noticiários. De fato, a menos que você tenha o hábito de ler revistas científicas, você provavelmente nem mesmo tenho ouvido o nome de Aspect, embora haja alguns que acreditem que a descoberta dele pode mudar a face da ciência. Aspect e sua equipe descobriram que sob certas circunstâncias as partículas sub-atômicas como os eletrons são capazes de se comunicarem instantaneamente umas com a outras a despeito da distância que as separam. Não importa se elas estão a 10 pés ou a 10 bilhões de milhas separadas.

De alguma forma uma partícula sempre parece saber o que a outra está fazendo. O problema com este feito é que ele viola o princípio de longo prazo de Einstein que nenhuma comunicação possa viajar mais rápido do que a velocidade da luz. Já que viajar mais rápido do que a velocidade da luz é equivalente a quebrar a barreira do tempo, esta perspectiva assombrosa tem feito com que alguns físicos tentem vir com meios elaborados de descartar as descobertas de Aspect. Mas isto tem inspirado outros a oferecerem até mesmo explicações mais radicais.

O físico da Universidade de Londres, David Bohm, por exemplo, acredita que as descobertas de Aspect implicam que a realidade objetiva não existe; a despeito de sua aprente solidez, o universo está no coração de um fantasma, um gigantesco e esplendidamente detalhado holograma.

Para entender porque Bohm faz esta surpreendente avaliação, devemos primeiro entender um pouco sobre hologramas. Um holograma é uma fotografia tridimensional feita com a ajuda de um laser. Para fazer um holograma, o objeto a ser fotografado é primeiro banhado na luz de um raio laser. Então um segundo raio laser é ricocheteado da luz refletida do primeiro e ao resultante padrão de interferência [a área onde os dois raios laser se encontram] é capturado em um filme. Quando o filme é revelado, ele parece um rodamoinho sem significado de luz e linhas escuras. Mas logo que o filme revelado é iluminado por um outro raio laser, uma imagem tridimensional do objeto original aparece.

A tridensionalidade de tais imagens não é a única caraterística notável dos hologramas. Se um holograma de uma rosa é cortado na metade ele ainda contém a imagem inteira da rosa. De fato, cada metade conterá a imagem inteira da rosa. Se as metades são divididas novamente, cada fragmento do filme sempre será descoberto conter uma versão menor mas intacta da imagem original. Diferente das fotografias normais, cada parte de um holograma contém a informação completa possuida pelo todo.

A natureza “do todo em cada parte” do holograma nos fornece um modo inteiramente novo de entender a organização e a ordem. Pela maior parte de sua história, a ciência ocidental tem trabalhado sob a tendência que o melhor meio para entender um fenômeno físico, seja um sapo ou um atómo, é dissecar isto e estudar suas partes respectivas. Um holograma nos ensina que algumas coisas no universo podem não se render a estas abordagens. Se tentarmos separar algo construido holograficamente, não obteremos os pedaços do que isto é feito, apenas obteremos inteiros menores.

Este insight sugeriu a Bohm um outro meio de entender a descoberta de Aspect. Bohm acredita que a razão porque as partículas sub-atômicas são capazes de permanecerem em contacto uma com a outra a despeito da distância que as separam não é porque estejam enviando um algum tipo de sinal misterioso, mas porque a sua separação é uma ilusão. Ele argumenta que em algum nível mais profundo da realidade tais partículas não são entidades individuais, mas realmente sejam extensões do mesmo algo fundamental.

Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que ele quer dizer, Bohm oferece a seguinte ilustração. Imagine um aquário contendo um peixe. Imagine também que você seja incapaz de ver o aquário diretamente e seu conhecimento sobre ele e o que ele contém venha de duas câmeras de televisão, uma dirigida a frente do aquário e a outra a seu lado. Quando você olha fixamente os dois monitores de televisão, você pode assumir que o peixe em cada uma das telas é uma entidade em separado. Afinal, porque as câmeras estão colocadas em ângulos diferentes, cada um a das imagens será ligeiramente diferente. Mas quando você continua a observar os dois peixes, você eventualmente se tornará ciente que há um certo relacionamento entre eles. Quando um se volta, o outro também faz uma volta ligeiramente diferente, mas correspondente. Quando um fica de frente, o outro está de lado. Se você continua inconsciente do escopo completo da situação você pode até mesmo concluir que o peixo deve estar instantaneamente se comunicando com o outro, mas este claramente não é o caso.

Isto, diz Bohm, é precisamente o que está acontecendo entre as partículas sub-atômicas no experimento de Aspect. Segundo Bohm, esta ligação aparentemente mais rápida do que a luz entre as partículas sub-atômicas realmente está nos dizendo que há um nível mais profundo da realidade a qual não temos acesso, uma dimensão mais complexa além da nossa que é análoga ao aquário. E, ele acrescenta, vimos os objetos tais como as partículas sub-atômicas como separadas uma da outra porque estamos vendo apenas uma porção de sua realidade. Tais partículas não são partes separadas, mas facetas de uma unidade mais profunda e subjacente que é ultimamente tão holográfica e indivisível como a rosa anteriormente mencionada. E já que tudo na realidade física está compreendido destes “eidolons”, o próprio universo é uma projeção, um holograma.

Além de sua natureza fantasmagórica, um tal universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas sub-atômicas é ilusória, isto significa que em um nível mais profundo da realidade todas as coisas no universo estão infinitamente conectadas. Os elétrons em um átomo de carbono no cérebro humano estão conectados as partículas sub-atômicas que compreendem cada salmão que nada, cada coração que bate, e cada estrela que brilha no céu. Tudo interpenetra tudo, e embora a natureza humana possa buscar categorizar e arquivar e subdividir, os vários fenômenos no universo, todas as partilhas são de necessidade artificial e toda a natureza é ultimamente uma teia sem costuras.

Embora Bohm admita que não tenhamos meio de saber o que mais está oculto no super-holograma, ele se aventura a dizer que não temos razão para assumir que isto não contenha mais. Ou como ele coloca isso, talvez o nível super-holográfico da realidade seja um ‘mero estágio’ além do qual jaz “uma infinidade de desenvolvimento posterior”.

Bohm não é o único pesquisador a encontrar evidência de que o Universo seja um holograma. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista de Stanford, Karl Pribram também tem se tornado persuadido da natureza holográfica da realidade. Pribram estava desenhando o modelo holográfico do cérebro para o enigma de como e onde as memórias são armazenadas no cérebro. Por décadas, os estudos tem mostrado que muito mais do que estarem confinadas a uma localização específica, as memórias estão dispersas pelo cérebro.

Em uma série de experimentos principais na década de 1920, o cientista cerebral Karl Lashley descobriu que não importava qual porção do cérebro de um rato ele removia; ele era incapaz de erradicar sua memória de como realizar tarefas complexas que ele havia aprendido antes da cirurgia. O único problema era que ninguém foi capaz de vir com um mecanismo que pudesse explicar esta curiosa natureza do “todo em cada parte” do armazenamento da memória.

Então na década de 1960 Pribram encontrou o conceito da holografia e entendeu que ele havia descoberto a explicação que os cientistas cerebrais haviam estado procurando. Pribram acredita que as memórias estão codificadas não nos neurônios, ou pequenos agrupamentos de neurônios, mas nos padrões dos impulsos nervosos que se entrecruzam no inteiro cérebro do mesmo modo que os padrões da interferência da luz do laser se entrecruza na área inteira de um pedaço de filme contendo uma imagem holográfica. Em outras palavras, Pribram acredita que o próprio cérebro seja um holograma.

A teoria de Pribram também explica como o cérebro humano pode armazenar tantas memórias em tão pouco espaço. Tem sido estimado que o cérebro humano tenha a capacidade de memorizar algo da ordem de 10 bilhões de bits de informação durante um período de vida médio [ou a grosso modo a mesma quantidade de informação contida em cinco conjuntos da Encyclopaedia Britannica].

Similarmente, tem sido descoberto que em adição suas outras capacidades os hologramas possuem uma capacidade estonteante de armazenar informação – simplesmente ao mudar o ângulo no qual os dois raios laser atingem um pedaço de filme fotográfico, é possível registrar muitas imagens diferentes na mesma superfície. Tem sido demonstrado que um centimetro cúbico de filme pode manter tanto quanto 10 bilhões de bits de informação.

Nossa desconcertante capacidade de rapidamente recuperar seja qual for a informação que precisamos do imenso armazenamento de nossas memórias se torna mais compreensível se o cérebro funcionar sob os princípios holográficos. Se um amigo lhe pedir para dizer a ele o que vem a mente quando ele diz a palavra “zebra” você não tem que escolher desjeitadamente de volta a um gigantesco arquivo cerebral alfabético para encontrar a resposta. Ao invés, asociações como “semelhante a um cavalo”, “listrada”, “animal nativo da África” todos pulam imediatamente na sua cabeça. De fato, uma das coisas mais surpreendente sobre o processo do pensamento humano é que cada pedaço de informação parece imediatamente se inter-relacionar com cada outro pedaço de informação – uma outra característica intrínsica ao holograma. Porque cada porção de um holograma está infinitamente interconectada com todas as outras porções, talvez este seja o supremo exemplo da natureza de um sistema interelacionado.

O armazenamento da memória não é o único enigma neurofisiológico que se torna mais tratável à luz do modelo holográfico do cérebro de Pilbram. Um outro é como o cérebro é capaz de traduzir a avalanche de frequências que ele recebe via os sentidos [frequências de luz, frequências de som etc] para o mundo concreto de nossas percepções.

Codificar e descodificar frequências é precisamente o que um holograma faz melhor. Exatamente como um holograma funciona com um tipo de lente, uma aparelho de tradução capaz de converter um borrão aparentemente sem sentido de frequências em uma imagem coerente, Pribram acredita que o cérebro também inclui uma lente e usa os princípios holográficos para converter matematicamente as frequências que ele recebe pelos sentidos para o mundo interno de nossas percepções.

Um corpo impressivo de evidência sugere que o cérebro usa os princípios holográficos para realizar suas operações. A teoria de Pribram, de fato, tem recebido um apoio crescente entre os neurofisiologistas.

O pesquisador argentino-italiano Hugo Zucarelli recentemente estendeu o modelo holográfico ao mundo do fenômeno acústico. Intrigado pelo fato de que os humanos possam localizar a fonte dos sons sem mover suas cabeças, até mesmo quando possuem a audição em um só ouvido, Zucarelli descobriu que os princípios holográficos podem explicar esta habilidade.

Zucarelli tem também desenvolvido a tecnologia do som holofônico, uma técnica de gravação capaz de reproduzir situações acústicas com um realismo quase desconcertante.

A crença de Pribram que nossos cérebros constróem matematicamente a “dura” realidade ao contar com o input de um domínio de frequência também tem recebido uma boa quantidade de apoio experimental.

Tem sido desoberto que cada um dos nossos sentidos é sensível a um alcance muito mais amplo de frequências do que previamente suspeitado.

Os pesquisadores tem descoberto, por exemplo, que nossos sistemas visuais são sensíveis a frequências de som, que nosso sentido de olfato é em parte dependente do que agora é chamado “frequências cósmicas” e que até mesmo as células em nossos corpos são sensíveis a um amplo alcance de frequências. Tais achados sugerem que é somente no domínio holográfico da consciência que tais frequências sejam escolhidas e divididas nas percepções convencionais.

Mas o aspecto mais fascinante do modelo holográfico do cérebro de Pribram é o que acontece quando ele é colocado junto da teoria de Bohm. Porque se a concretividade do mundo nada mais é do que uma realidade secundária e o que está “lá” é realmente uma mancha holográfica de frequências, e se o cérebro também é um holograma e somente seleciona algumas das frequências desta mancha e as transforma matematicamente em percepções sensoriais, o que vem a ser a realidade objetiva?

Falando muito simplesmente, isto cessa de existir. Como as religiões do oriente há muito tem mantindo, o mundo material é Maya, uma ilusão, e embora nós possamos pensar que somos seres físicos nos movendo em um mundo físico, isto também é uma ilusão.

Realmente somos “receptores” flutuando em um mar caledoscópico de frequências, e o que extrairmos deste mar e transmodificamos em realidade física nada mais é do que um canal dos muitos extraídos do super-holograma.

Esta impressionante nova imagem da realidade, a síntese das opiniões de Bohm e Pribram, tem vindo a ser chamado o paradigma holográfico, e embora muitos cientistas tenham recebido isto com ceticimo, isto tem galvanizado outros. Um grupo pequeno mas crescente de pesquisadores acredita que este possa ser o modelo mais acurado da realidade a que a ciência já tenha conseguido chegar. Mais do que isto, alguns acreditam que possam resolver alguns mistérios que nunca antes tem sido explicáveis pela ciência e até mesmo estabelecer o paranormal como parte da natureza.

Numerosos pesquisadores, incluindo Bohm e Pribram, tem notado que muitos fenômenos parapsicológicos se tornam muito mais compreensíveis em termos do paradigma holográfico.

Em um universo no qual os cérebros individuais são realmente porções indivisíveis de um holograma maior e tudo está infinitamente interconectado, a telepatia pode meramente ser o acesso do nível holográfico.

É obviamente muito mais fácil entender como a informação pode viajar da mente do indivíduo ‘A’ para aquela do indivíduo ‘B’ a um ponto a longa distância e ajuda a entender um número de enigmas não resolvidos em psicologia. Em particular, Stanislav Grof, um fundador do campo de psicologia transpessoal, sente que o paradigma holográfico ofereça um modelo para o entendimento de muitos fenômenos embaraçosos vivenciados pelos indíviduos durante estados alterados da consciência.

Criação – Universo Holográfico

Na década de 1950, enquanto realizava pesquisa nas crenças do LSD como um instrumento psicoterapêutico, Grof tinha uma paciente que subitamente se tornou convencida que ela havia assumido a identidade de uma fêmea de uma espécie de réptil pré histórico. Durante o curso da alucinação dela, ela não apenas deu uma descrição rica e detalhada do que ela sentia como estar encapsulada em uma tal forma, mas notou uma porção da anatomia masculina da espécie, o que era de um parte de escamas coloridas no lado de sua cabeça. O que foi surpreendente para Grof foi que embora a mulher não tivesse conhecimento anterior sobre tais coisas, uma conversa com um zoologista mais tarde confirmou que em certas espécies de répteis as áreas coloridas na cabeça de fato desempenham um papel importante como gatilhos do arrebatamento sexual.

A experiência da mulher não foi única. Durante o curso de sua pesquisa, Grof encontrou exemplos de pacientes regredindo e identificando-se com virtualmente todas as espécies da árvore revolucionária [achados de pesquisa que ajudaram a influenciar o cenário "homem a partir do macaco" no filme "Estados Alterados"]. Sobretudo, ele descobriu que tais experiências frequentemente continham obscuros detalhes zoológicos que acabavam por se mostrar acurados.

As regressões ao reino animal não eram o único fenômeno intrigante que Grof encontrou. Ele também teve pacientes que pareciam “grampear” algum tipo de inconsciente coletivo ou racial. Os indivíduos com pouca ou nenhuma educação subitamente davam descrições detalhadas de práticas funerárias do Zoroastrismo e cenas da mitologia hundu. Em outras categorias de experiência, os indivíduos davam narrativas persuasivas de experiências fora do corpo, de visualizações pré-cognitivas do futuro, de regressões a aparentes encarnações de vidas passadas.

Na última pesquisa, Grof descobriu este mesmo alcance de fenômenos manifestados nas sessões de terapia que não envolveram o uso de drogas. Por causa que o elemento comum em tais experiências parecia ser a transcendência da consciência do indivíduo além das fronteiras usuais do ego e/ou limitações de espaço e tempo, Grof chamou a tais experiências de “experiências transcendentais” e no final da década de 1960 ele ajudou a formar um ramo da psicologia chamado “psicologia transpessoal” devotado inteiramente ao estudo delas.

Embora a recém fundada Associação de Psicologia Transpessoal de Grof reunisse um número rapidamente crescente de profissionais de mente similar e tenha se tornado um ramo respeitado da psicologia, por anos nem Grof nem seus colegas foram capazes de oferecer um mecanismo para explicar o bizarro fenômeno psicológico que eles estavam testemunhando. Mas isto tem mudado com o advento do paradigma holográfico.

Como Grof recentemente notou, se a mente é realmente uma parte de um continuum, um labirinto que está conectado não apenas a todas as outras mentes que existem ou tem existido, mas a todos os átomos, organismos, e regiões na vastidão do próprio espaço e tempo, o fato que ela seja capaz de ocasionalmente fazer investidas no labirinto e ter experiências transpessoais não mais parece tão estranho.

O paradigma holográfico também tem implicações para as chamadas ciências duras como a biologia. Keith Floyd, um psicólogo da Universidade Virginia Intermont, tem ressaltado que se a concretividade da realidade nada mais é que uma ilusão holográfica, não mais seria verdade que o cérebro produza a consciência. Muito mais, é a consciência que cria o aparecimento do cérebro – bem como do corpo e de tudo mais ao redor de nós que interpretramos como físico.

Uma tal reviravolta no modo em que vemos as estruturas biológicas tem feito com que os pesquisadores ressaltem que a medicina e o nosso entendimento do processo de cura pode também ser transformado pelo paradigma holográfico. Se a aparente estrutura física do corpo nada mais é que a projeção holográfica da consciência, torna-se claro que cada um de nós é mais responsável por nossa saúde que a atual sabedoria médica permite. O que agora vemos como remissões miraculosas de doenças podem realmente ser devido a mudanças na consciência que por sua vez afetam mudanças no holograma do corpo.

Similarmente, novas técnicas controvertidas de cura tais como a visualização podem funcionar tão bem porque no domínio holográfico do pensamento as imagens são ultimamente tão reais quanto a “realidade”.

Até mesmo visões e experiências envolvendo uma realidade “não ordinária” se tornam explicáveis sob o paradigma holográfico. Em seu livro, “Gifts of Unknown Things,” o biólogo Lyall Watson descreve seu encontro com uma mulher shamã na Indonésia que, ao realizar uma dança ritual, foi capaz de fazer um inteiro grupo de árvores instantaneamente desaparecer no fino ar. Watson relata que ele e um outro espectador atônito continuaram a observar a mulher, e ela fez as árvores reaparecem, então desaparecerem novamente e assim novamente por várias vezes em sucessão.

Embora o atual entendimento científico seja incapaz de explicar tais eventos, experiências como estas se tornam mais defensáveis se a “dura” realidade é apenas uma projeção holográfica.

Talvez concordemos sobre o que seja “lá” ou “não lá” porque o que chamamos consenso da realidade é formulado e ratificado a nível do inconsciente humano ao qual todas as mentes estão infinitamente interconectadas.

Se isto é verdade, é a mais profunda implicação do paradigma holográfico de todas, porque isto significa que as experiências tais como as de Watson não são lugar comum apenas porque não temos programado a nossa mente com as crenças que as fazem assim. Em um universo holográfico não há limites na extensão em que podemos alterar o tecido da realidade.

O que percebemos como realidade é apenas uma tela que nos espera para desenhar nela qualquer imagem que quisermos. Tudo é possível, desde curvar colheres com o poder da mente até os eventos fantasmagóricos vivenciados por Castaneda durante seus encontros com o bruxo Yaqui Don Juan, porque o mágico é nosso direito inato, nem mais nem menos miraculoso do que a nossa habilidade de computar a realidade que queremos quando estamos em nossos sonhos.

De fato, até mesmo nossas noções mais fundamentais sobre a realidade se tornam suspeitas, porque em um universo holográfico, como tem ressaltado Pribram, até mesmo eventos aleatórios tem sido vistos como baseados nos principios holográficos e portanto determinados. As sincronicidades ou coincidências significativas subitamente fazem sentido, e tudo na realidade teria que ser visto como uma metáfora, porque até mesmo os eventos mais casuais expressariam alguma realidade subjacente.

Se o paradigma holográfico de Bohm e Pribram se torna aceito pela ciência ou morre uma morte ignóbil, permanece a ser visto, mas é seguro dizer que ele já tenha uma influência no pensamento de muitos cientistas. E até mesmo se é descoberto que o modelo holográfico não fornece a melhor explicação para as comunicações instantâneas que vemos estar ocorrendo para diante e para trás entre as partículas sub-atômicas, ao menos, como notado por Basil Hiley, um físico da Universidade Birbeck em Londres, as descobertas de Aspect “indicam que devemos estar preparados para considerar radicalmente novas visões da realidade”.

Fonte: http://conspireassim.wordpress.com/2008/10/14/o-universo-como-um-holograma/