Monday, June 30, 2008

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GRANDE OBRA
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Fé em Deus não substitui
Contacto vivo em Deus,
E, não crer em Deus, oh Tui!...
Pois, se 'té crêem ateus!
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Queres grande obra fazer?
Pois, faz bem coisas pequenas,
Acompanha seu crescer:
Não é assim com renas?
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Dez entre dez pessoas aspiram ser felizes, mas nem sempre sabem o que é ser feliz...e você , sabe o que a felicidade é?


Todas as formas de ser feliz

A felicidade tem muitas faces e há vários níveis de contentamento que podemos cultivar, segundo a milenar filosofia hindu. É possível reconhecer e acessar este tesouro interior, que garante um estado de bem-aventurança duradouro e menos dependente de variações de humor, emoção e fatos externos. Difícil dizer o que é, mas, quando surge, ninguém tem dúvida. Afinal, se há uma unanimidade no mundo, é a de que todas as pessoas querem ser felizes. Do simples prazer proporcionado por um abraço amigo à alegria de contemplar a grandiosidade do céu azul, o que denominamos felicidade é um estado feito de emoções e sensações diferentes.Mestres no assunto, budistas, hinduístas e escolas filosóficas, como a milenar ioga, estudaram e classificaram diversos níveis de felicidade. Para ter uma idéia, em sânscrito, antigo idioma hindu, existem pelo menos 30 palavras para descrevê-los. Entre elas, existe uma para identificar o prazer transitório (sukha), outra que indica o contentamento (santosha), uma para a felicidade espiritual (mudita) e uma quarta, que expressa a felicidade suprema (ananda).Essas filosofias orientais ensinam que, embora o mundo exterior nos dê prazer e alegria, é possível acessar níveis mais profundos e duradouros de felicidade. A principal receita para isso é depender cada vez menos de pessoas e circunstâncias. “Quando baseamos nossa felicidade apenas no que está fora, ela rapidamente pode se tornar infelicidade. É o que acontece quando as expectativas num relacionamento amoroso são frustradas”, exemplifica César Deveza, professor de ioga de pós-graduação das Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo.De dentro para foraPreconizando a rota oposta, os mestres do Oriente afirmam que o caminho para ser feliz está dentro de cada um de nós e nada tem a ver com os fatos bons ou maus da vida. “Ser feliz é nossa verdadeira essência. Precisamos lembrar disso mil vezes ao dia. Assim como escavamos a terra para encontrar água, podemos desbastar as camadas de nosso ser até acessarmos esse tesouro a nossa espera”, revela o monge indiano Sunirmalananda, da Ordem Ramakrishna da Índia, que atualmente está em São Paulo.Fazer ioga, meditação, manter uma prática espiritual e adotar certas mudanças de hábito e pontos de vista são algumas das técnicas que os especialistas recomendam para quem deseja trilhar esse caminho (veja quadro nas próximas páginas). Outro fator importante é compreender as diferenças entre os tipos de felicidade. Sukha, santosha, mudita e ananda, explicados a seguir, formam uma espécie de roteiro e mostram que, com treino e disposição, é possível acessar nosso tesouro interior e manter constante um estado de contentamento que depende exclusivamente de nós.Em busca do essencialSegundo a filosofia hindu, qualquer pessoa pode viver momentos cada vez mais profundos e duradouros de felicidade. O mestre Sunirmalananda descreve alguns passos importantes nesse caminho.• Lembre-se de que dentro de você existe um manancial inesgotável de felicidade. Você é a própria essência da plenitude.• A felicidade está presente aqui e agora. Procure lembrar-se disso várias vezes ao dia para renovar esse sentimento.• Aceite tudo o que a vida coloca em seu caminho. Isso traz a paz instantânea, que é o início do contentamento.• Não alimente centenas de desejos. Eles nos fazem andar em círculos sem chegar a lugar algum e nos deixam insatisfeitos.• Não se culpe por seus erros. Por acaso uma bailarina fica se lamentando porque caiu dez vezes enquanto praticava? Ela continua dançando até ser bem-sucedida. Cair mil vezes e levantar faz parte da vida.• Quando a mente está mais serena, você se torna senhor de seu mundo e deixa de ficar a reboque das emoções. Aquiete-se com métodos como meditação, ioga e exercícios de respiração.• Pratique a ação consciente. Preste atenção no que você faz e como faz. Monitore seus pensamentos e sentimentos, especialmente quando causam sofrimento e dor. Tente entender os mecanismos que os geram. Crie o hábito de perceber a ventura que existe em tudo.• Dê alegria aos outros. Essa é também uma forma de atraí-la.• Desenvolva uma prática espiritual, ore. Isso traz paz. Felizes à indianaSaiba como os hindus classificam os tipos de felicidade e inspire-se!


Sukha.
Sukha, o prazer transitório• Su: significa bom, excelente, certo, virtuoso, belo, fácil.• Kha: é espaço, paraíso, cavidade, vazio.Sukha descreve a felicidade rotineira, que alcançamos com experiências e sensações que nos dão o contentamento imediato, como ler um livro ou ir ao cinema. É a felicidade que cessa assim que o estímulo desaparece e é a que experimentamos com maior freqüência no dia-a-dia. Sukha expressa também a alegria proporcionada por um meio ambiente favorável e elementos e pessoas que identificamos como nosso porto seguro, nossa zona de conforto. “A alegria de estar rodeado por amigos ou pela família é uma forma de sukha. Voltar para o país depois de passar anos no exterior também”, exemplifica César Deveza, professor de ioga das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), de São Paulo. •


Santosha.
Santosha : o Contentamento
Saò: o que reúne, o que integra.• Toáa: satisfação, contentamento, prazer, alegria.Santosha descreve a capacidade de manter o contentamento e a satisfação diante de qualquer situação, positiva ou negativa. É um estado que aquieta a mente e a agitação interior. “Esse tipo de felicidade decorre da compreensão de que as situações, fáceis ou difíceis, trazem alguma experiência para a alma e, portanto, devem ser aceitas e assimiladas”, diz Deveza. Aceitar o que somos e o que temos faz parte da natureza desse tipo de contentamento. Santosha ajuda a sair do padrão mental de se comparar aos outros, considerado pelo budismo e hinduísmo como uma das causas de infelicidade e insatisfação.

Mudita
Mudita, a felicidade espiritual• Mud: exultar, deleitar, sentir prazer.Mudita é um estado de felicidade mais profundo que os anteriores. “A alegria que sentimos sem motivo aparente é uma das expressões de mudita. Essa felicidade vem do fundo da alma, transborda e dá a capacidade de enxergar beleza em todas as coisas, mesmo nas que aparentemente consideramos feias”, explica o swami Sunirmalananda, monge da Ordem Ramakrishna.Mudita está ligada a pequenos momentos transcendentais, como a alegria que se expande subitamente de nosso coração e pode mudar de um minuto para outro nosso dia. Esse tipo de felicidade suscita ainda sentimentos nobres, como gratidão e plenitude. Os hindus afirmam que esse estado de felicidade pode ser cultivado e grande parte das práticas espirituais tem justamente essa finalidade. Algumas formas devocionais de ioga, como a bhakti-ioga, se dedicam a desenvolver a mudita como um exercício espiritual.

Ananda.
Ananda, a felicidade suprema• Ä: em direção a, algo que permanece.• Nand: regozijar, deleitar, estar satisfeito.É o nível mais profundo de felicidade, o estado de felicidade absoluta. É quando você encarna a felicidade. Um exemplo claro do que é o ananda é o próprio dalai-lama. Segundo o vedanta, uma das filosofias do hinduísmo, ananda é a meta que deve ser alcançada por todos os seres. Esse estado de felicidade incondicional é a própria essência da felicidade, a que não depende de nada externo para existir. É a felicidade plena, imutável e eterna, o êxtase, a felicidade pela felicidade. “Essa é a felicidade que todos buscam, consciente ou inconscientemente. É a felicidade dos que atingiram a iluminação, mas, com meditação e ioga, pode ser alcançada por todas as pessoas”, garante o mestre Sunirmalananda.Nos Vedas, os textos sagrados do hinduísmo, a ananda é descrita como nossa verdadeira natureza, o eu mais profundo – ou divino, como algumas filosofias e religiões a designam. Essa essência que nos pertence ficou escondida, mas pode ser recuperada com determinação e práticas adequadas, como ioga e meditação.
Texto: Fanny ZygbandIlustração: Carlo Giovan
Fonte : Revista Bons Fluidos 2005 ,Ed Abril

Fonte: http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/yoga/yoga004.html
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NOW(Agora)
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Fixa isto muito bem,
Escreve-o no metal duro:
Felicidade, meu bem,
Não pode estar no futuro.
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A grande obra da vida
Nossa é o que estamos
A fazer Agora, Guida!
E, vê com que poder ficamos!
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Família, o sucesso,
O país, um contributo,
A fama ... Tudo bem... Peço
E dou-te ajuda, Bruto,
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Mas, e o ser responsável
Que conta, equilibrado?
Nega o tempo, Amável,
Só teu agora é lembrado,
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Porque o fazes com poder,
Concentrado, sem ego,
Com qualidade: ser
Assim é dar ver ao cego!
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Sunday, June 29, 2008

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DESPERTAR
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Despertar é vislumbrar
Consciência sem pensar:
Primeiro, com ajudar
De Deus, depois com amar.
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É mui urgente despertar:
P' ra negativo findar,
Para ego definhar,
Para alegria reinar!
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Consciência é 'spaço
Onde os pensamentos
Existem, quando passo
A responsável p' los eventos.
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Vislumbras a Consciência,
Isto é Deus, a Presença,
E não queres outra vivência:
Cessa toda a sentença!
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O problema é demais
Pensar, para muitos, claro;
Até pensar que com ais
Se pode melhorar não é raro!
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Einstein quis conhecer melhor
A mente de Deus, a consciência,
O resto é pormenor,
Disse, segunda ciência.
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Novo mundo, sem ego
É e com todo o povo
A reinar: no velho pego
E o faço consciente, novo.
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OBSERVAR RESPIRAR
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Concentra-te na respiração,
No inspirar e no expirar:
Dos pensamentos há cessação,
E do ego também, Aguiar.
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Funciona sempre: a brilhar
Vez luz, luz para pacificar,
Para iluminar, p'ra chegar
Até cego, seguro, ao lar!
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Agora são todos nossos filhos,
Todos os órfãos de mãe e pai:
Filhos são bênção e não cadilhos:
Pais sem filhos, talvez adoptai.
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Respiração nós bem observamos,
E, o que não vemos sem pensar!
Mas, mui mais importante, amamos
Até inimigo, a melhorar!
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Mais luz! E trevas vão acabar;
Com paz, não com dor e guerra:
São vida e gozo a brotar...
Que compreensão em toda a terra!
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Não tenhas medo de gozar:
Existimos p'ró dever prazer,
Existimos p'ra não abusar,
Existimos para Deus exaltar!
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E reencarnar é alternar;
E ao fazê-lo ao observar respirar
Vai pensar no bebé a mamar
E vai talvez isto comprovar.
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E existimos para musicar,
Para a beleza e perfeição:
Nunca cesses de bem pintar,
De semear e de vigiar!

Saturday, June 28, 2008

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SILÊNCIO!
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O silêncio não tem forma,
Mas têm-na os pensamentos;
Silêncio é Deus que vem
Falar-nos por meio de jumentos!
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Que cessem os vão pensamentos,
Que haja grande despertar:
Não vês que estando presentes,
Não fica nada por melhorar?
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Todos os seres inteligentes
São e todas as coisas, terra,
Sol, estrelas... ego indigente
E estúpido: rende-te à Erra!
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Praia da Foz, praia das Bicas,
Meco, Meca, ceca e meca,
Lama curativa e ricas
Aventuras, com meia leca?
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O PODER DO AGORA
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Há manifestamente um Poder e muitos poderes: um Poder, uma força donde emanam todos os demais, e, os vários poderes de cada ser e cada objecto.
Há também os poderes espirituais e anímicos, as forças físicas, mais o poder do saber, da união, do dinheiro, do amor, da amizade... Mais o poder religioso, o poder político, a força do positivismo, o poder da alegria, e, os poderes ocultos, invisíveis... Os poderes activos e as forças adormecidas.
Há outrossim o poder de fazer e de não fazer, os poderes do controlo e do equilíbrio, do não ter medo, e do medo, da verdade, da mentira.
Existe ainda o poder para o bem e o poder para o mal, para construir e para destruir, poderes superiores e poderes inferiores.
Há também o poder do agora. Este poder resulta de nos vermos em todos os seres e coisas, de só querermos\fazermos bem estar e não sofrer ou morrer para nós e demais, de não nos dividirmos nem separarmos nem de Deus, nem de Eva nem Adão, nem do momento presente.

Friday, June 27, 2008

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KUNDALINI - A TRANSFORMAÇÃO DA ENERGIA SEXUAL

(Também: ANANDA)
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No processo da auto-realizaçào, o mais alto objetivo, identificado com o despertar da kundalini, é reconhecido como uma versão macrocosmica do poder feminino de Shakti. Os tantrikas identificam o poder de Shakti com a Consciência cósmica, uma vez que ela projeta a unidade bilateral dos princípios masculino e feminino.
Para conseguir este objetivo, o discípulo das asanas tântricas desenvolveu uma formidável série de práticas psico-físicas que requerem o mesmo tipo de disciplina requerida na meditação. De acordo com o Tantra, a Kundalini Sakti pode ser despertada pelas asanas da Tantra yoga.
Por eras, o sexo tem sido associado com procriação e satisfação física grosseira. Os Tantrikas, entretanto, perceberam a imensa potencialidade da energia sexual, e através das tantra-asanas, transformaram a energia do sexo e a libertaram para um novo plano de consciência cósmica. O sexo é visto como divino e uma fonte inesgotável de energia vital capaz de agir com uma força tremenda no estado psico-físico que por sua vez reage num plano cósmico superior.
Na Kundalini Yoga, o fluxo cinético de Kundalini Sakti que em seu curso normal está direcionada para baixo, é revertida para um fluxo ascendente para uni-la a Shiva, a Consciência Cósmica. Neste estágio, as funções fisiológicas do corpo também passam por uma transformação progressiva.
O ritual de Tantra-asana é performado com um parceiro do sexo oposto. A parceira feminina é vista como o reflexo de Shakti, o princípio feminino dinâmico do universo. Antes do começo do ritual, a escolha do ambiente e a determinação de um momento e hora apropriados, são feitos com a ajuda de um Guru. Seria ótimo se fosse uma Bhairavi (guru feminina). Os Tantrikas enfatizam a necessiade de performar o ritual em lugares solitários, numa atmosfera longe de disturbios e poluição. Os atos de se banhar, se vestir e sentar-se para os rituais de oferendas das flores e dos outros ingredientes, juntamente com os rituais nyasa e bhuta-sudhi (purificação do corpo e dos elementos) são feitos para preparar a atmosfera adequada.
No ritual Pancha-makara, a figura feminina nua, venerada não é mais vista como um ser humano mas uma deusa, como Sakti que encorpora as forças fundamentais do cosmos. A transferência da divindade não é algo separado da realidade, e sim, considerada uma coisa dentro da experência. O homem e a mulher são, ambos, parte de um drama que eles se rendem em total permissão e lucidez. A interação é um movimento complementar de pensamento e sentimento não havendo lugar para para abstrações. Portanto, a experiência da transsubstancialização da mulher em deusa é vista como uma revelação muito especial da realidade, que pode ser vista, sentida e apreendida de uma única forma..
O homem e a mulher se encontram, e ao fazê-lo, eles se relacionam mais inteiramente consigo mesmos. Esta atividade contínua de verem-se no outro em vários rituais com climaxes em sexo-yoga-asana, imerge o grupo em um anonimato onde o sentido pessoal de ego é dissolvido para uma aceitação de um objetivo comum. Por um processo de projeção ritualística, os sdeptos são imbuídos com uma divindade até que ambos, masculino e feminino, que representam os princípios dialéticos, alcançam uma consciência existencial de unidade similar ao símbolo do círculo: "So ' ham = Eu Sou Ele" ou "Sa ' ham = Eu Sou Ela" pois NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE O EU E VOCÊ.
A energia sexual também pode ser desencadeada pela Hatha-yoga e outros processos como a Padmasana, Siddhasana, Yoni asana, Rati asana, e por meio de certos mudras, sendo os mais importantes: o Vajroli, Sahajoli, Yoni, Khechari, Asvani e o Mahamudra. Pelas bandhas, contrações da região pelvica, também é possível, sendo os mais efetivos a Uddiyana e a Mula-bandha.
As Asanas são usadas para controlar o corpo e a mente, para permitir o curso livre das forças psíquicas por meio de mecanismos fisiológicos. É um caminho de contemplação e união, um estado alterado de onde uma nova realidade se expande, uma nova unidade vem à existência. Nas palavras de Rajneesh, 'A união sexual tântrica é um apaixonar-se com o Cosmos, numa total entrega. Ao nos entregarmos, nós nos tornamos femininos, as profundezas femininas de nossa psique então se dissolvendo, transcendem em uma total experiência de Unicidade - e uma energia imensurável é liberada. Do ponto de vista tântrico, o ser humano consumado é homem e mulher fundidos em uma só unidade. Quando a idéia da unidade básica, que os dois são inseparáveis, surge o estado de ananda , de felicidade infinita ou benção perpétua, é alcançado. Este estado de benção é o mais perto que se irá chegar do estado de liberação total. A força vital interior jorra com toda a sua potência pelos processos místicos do despertar da Kundalini Sakti.
E quem alcançar a transformação que significa um renascimento espiritual, não manifesta mais desejos e se tornam meros canais de partes diferentes do Todo. E todos os meios que existem para isto estão dentro de nós mesmos.
Um outro método usado para este despertar é o uso de ervas (sasc.:aushadhi) podendo-se alcançar a ativaçao dos canais Ida , Pingali e até mesmo do Sushumna (com relação à este último significaria o despertar completo da Kul-Kundalini). É sempre bom lembrar que o uso destas ervas devem ser acompanhadas da assistência de um Guru. Portanto, o despertar por meio de ervas (Aushadhi) pode ser muito perigoso sendo necessário a consulta de alguem que tenha total conhecimento desta ciência.
Como todo estado alterado de consciência induzido por uma droga, os primeiros instantes da experiência pode ser muito incontrolável produzindo visões e sensações de regiões obscuras e estranhas à nossa consciência.
Portanto, apesar deste ser um método rápido, não se pode confiar muito nos resultados imediatos.

Fonte: http://www.salves.com.br/kuntransenersex.htm
O SIMBOLISMO DA SERPENTE

As origens da Kundalini Yoga se enverada pelos primordios da civilização Indiana sub-continental.
A serpente, tanto quanto o homem, distingue-se de todas as outras espécies animais. Se o homem se encontra no final de uma escala genétiva evolutiva, a serpente deve ser colocada no início. Homem e serpente são opostos. C.G. Jung dizia que a seprente é um vertebrado que encarna a psique inferior, o psiquismo obscuro, aquilo que é raro, incompreensível, misterioso.
A serpente não apresenta um arquétipo, mas um complexo de arquétipos ligado à noite fria, pegajosa e subterrânea das origens: todas as serpentes possíveis formam,juntas, uma única multiplicidade primordial, uma Coisa primordial invisível que não cessa de desenroscar-se, desaparecer e renascer. Esta Coisa, como diz Keyserling é a camada mais profunda da vida, o reservatório, o potencial em que se originam todas as manifestações.
A energia psíquica simbolizada pela serpente

(Rajastão, Séc. 18, tinta em papel)

O poder divino, Kundalini, brilha como uma haste de um pequeno lotus; como uma cobra, enroscada em si mesma.
Ela segura a sua calda em sua boca e se prosta descansando, meio adormecida na base de nosso corpo.

(Yoga Kundalini Upanishad (1.82))

Kundalini Sakti, a energia dormente e enroscada, é o potencial vasto da energia psíquica contida em todos nós.É normalmente simbolizada como uma serpente enroscada em três voltas e meia, com sua cauda na boca, e espiralando em torno de um eixo central ( sacrum ou osso sagrado) na base de nossa coluna. O despertar desta serpente e a manifestação de seus poderes é o objetivo primário da prática da Kundalini Yoga.
Temos o conhecimento que estas tecnicas básica do despertar da Kundalini foram desenvolvida nos monastérios da Índia e Tibet por um período de mais de mil anos. Lá os rishistestavam sistematicamente e aperfeiçoavam os movimentos precisos, posturas, sons e respiração que ativam as diferentes partes do corpo e do cérebro produzindo resultados específicos.
Kundalini com a Sakti no altar do fogo, simbolizando o elemento fogo associado com o Manipura ou Chakra do Umbigo.

(Rajastão. Séc.19, guache e, papel)

O objetivo da prática da Kundalini Yoga é despertar a serpente, Sakti. Quando ela está pronto para se desdobrar, ela ascende pelos chakras espinhais para se unir, acima do chakra corôa, com Shiva, a Consciência puras que permeia todo o universo.
Dentro das dobras de Devi, a Energia Cósmica, descanse Shiva, a Consciência Primordial. Devi (ou Kundalini) é o poder primordial ativo no grande drama do despertar de Shiva não-manifesto.

(Escola Pahari, Séc.18, guache em papel)

Fonte: http://www.salves.com.br/kunsimbserp.htm
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A lenda da flor de lótus
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Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário erguiam-se frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra.
- Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.
- É verdade - disse o ar. É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade.
- Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo.
- Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.
- Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união.
Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho.
Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram:
- E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela?
- A idéia pareceu digna de experiência. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes.
- Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste.
- Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta.
- Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores.
Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Consultaram-se os astros, e foi fixada a data de 8 de maio - quando a Terra está sob a influência da Constelação de Taurus, símbolo do Poder Criador - para a comemoração que desde épocas remotas se tem perpetuado através das idades. Foi espalhada esta comemoração por todos os países do Ocidente, e, em 1948, o dia 8 de Maio se tomou também o "Dia da Paz".

Fonte: http://www.ananda.org.br/flor.htm
PRANA E A ESPIRAL KUNDALINI
PRANA E A ESPIRAL KUNDALINI
Quando falamo em prana temos que discutir o movimento espiral da energia na consciência cósmica.Existe um ponto de estresse que surge na consciência quefaz com que uma partícula de energia entre em órbita. Se a partícula volta ao seu lugar de origem, o ciclo se completa e o movimento não se perde mais, e você obtem a consciência pura que as pessoas chamam de "Deus" ou o "Divino". Kundalini é apenas um outro nome para esta força vital cósmica. Esta força vital cósmica ou prana passa por certos campos da consciência. E quando isto acontece, um movimento é gerado. Agora, porque este movimento erra o seu próprio ponto de partida e se espiral para fora e para longe do seu centro é algo que não sabemos. Só sabemos que acontece.
A energia Kundalini não é minha energia e a noção de desejo não tem nada a ver com ela. Não podemos nos sentar em uma postura de yoga e simplesmente desejar que a energia Kundalini suba. Este sentido de Ego com todos os seus complexos são obstáculos que aparentemente fazem a Kundalini parecer adormecida. É muito comum ouvirmos alguem dizer da Kundalini "adormecida" mas isto nunca pode acontecer. A energia pode estar estática mas nunca adormecida; nem hipoteticamente
Quando a Kundalini erra em seu primeiro ciclo, ela se perde e aí, ela começa a procurar por uma conclusão de seu ciclo e acaba se afastando mais e mais.Mas como o movimento é espiralado, há uma constante atração para o seu centro. Como o curso da água em seu ciclo que acaba encontrando o seu caminho de volta à fonte ou local de origem.
Portanto, a despeito de seu curso errático, a Kundalini está num constante movimento para o seu centro, o que eventualmente a trará para seu local de origem. Esta é uma das mensagens da Yoga. Não importa se você se afastou de seu centro ao partir em sua jornada. Pode levar cem anos, ou cem vidas, mas este movimento constante em diração ao centro, um dia lhe trará de volta. Não existe tal coisa como danação eterna.
Esta atração gravitacional em direção ao centro é também espiralada e a energia se move para baixo, do topo da cabeça até a base. Os canais por onde a energia passa são, em si, correntes nervosas psíquicas chamadas "nadis" . As nadis são como ondas de rádio no sentido de não serem visíveisaos nossos olhos. "Nadi" normalmente é traduzido como "nervo" mas sua raíz significa "movimento". Uma nadi é simplesmente energia em movimento.
Existem cerca de 350.000 nadis. Isto é uma estimativa pois por estar em movimento é simplesmente impossivel quantificá-la. Os Yogis dizem que todas as nadis se encontram em lugares determinados no corpo humano. Como se o corpo humano fosse uma junção, um ponto de encontro dessas energias.
O nosso corpo não é sólido e sim uma modificação dea energia permeada por milhares de nadis onde somente três são as principais. E estas são a Ida nadi, a pingala nadi, e a sushumna nadi .
A prana toma um caminho central que os yogis referem como sushumna. Normalmente, a prana não flui pelo canal central e sim pelos dois laterias que o cruzam entrecortando da direita para a esquerda e da esquerdapara a direita. Quando a energia espirala para a esquerda dizemos que a energia está fluindo na Ida nadi ou "chandra nadi" ou "lua nadi". Por seu fluxo no lado esquerdo considera-se que a força lunar está dormente. Quando a espiral dá a volta para a direita, dizemos que a energia está fluindo na pingala nadi; ou "surya nadi" ou "sun nadi" porque quando está no lado direito considera-se a força solar dormente.
Hatha yoga é o reunir das forças lunares e solares. Quando a divisão de "Ha" ou "lua" e the "Tha" ou "sol" desaparece; todo o movimento distraído cessa; cessa toda a perda de energia e a prana torna-se capaz de fluir pelo canal central, o sushumna. Quando isto acontece, a prana descobre o seu caminho de volta direto para o centro. O movimento da energia então não é mais multidirecional. O movimento está em si mesmo, logo, não há movimento.
Quando não há movimento nenhum, não há nenhuma sensação de espaço também. A energia tem o poder para se mover, e por isso, por um processo de expansão, há uma noção de espaço. ë um pouco complicado, mas vamos lá. Na consciência pura, não há espaço! oO espaço'só é trazido à existência pelo movimento. Em repouso profundo não há espaço. Da mesma forma, quando estamos em total aquiescência, ou unicidade, o espaço não existe. E não é que o primeiro movimento da energia cria o espaço; o primeiro movimento de energia na cosnciência é o próprio espaço.
Quando a espiral gira, os elementos são trazidos à existência. O primeiro movimento, em si , é o próprio espaço. O próximo movimento, que o traz para o segundo arco da espiral, está se movendo no espaço. Movimento é simplesmente um campo em uma combinação específica de oxigênio, hidrogênio e nitrogênio; um campo para "algo" que os yogis chamam de espaço. Movimento no espaço é movimento no ar, mas não o ar no sentido convencional. É por isso que os yogis dizem que o elemento "ar" é criado no segundo arco, ou chakra". A criação do próximo elemento vem com a expansão da espiral que se move, agora, no espaço, encontrando pequenos obstáculos(gases e partículas) com os quais entra em colisão. A colisão cria uma fricção que cria calor e depois o fogo. Os yogis dizem que o elemento fogo é criado no terceiro chakra. Os movimentos posteriores provocam mais colisões e, como numa reação química, o oxigênio e o hidrogênio explodem numa combinação e a água é formada. O elemento água começa a se precipitar e , no próximo chakraela se solidifica formando o gêlo. Esta água sólida se torna o elemento terra.
A mesma espiral de energia gira e traz todos os elementos que na realidade são como ondas eletromagnéticas de diferentes freqüências, assim, a única diferença entre todos os elementos é de dimensão, sendo em suas essências um único e mesmo elemento.
No Vedanta encontramos a palavra tanmatra que siginifica "elemento básico". O tanmatra é indiferenciado e portanto não pode ser visto. De acordo com esta teoria, água não é simplesmente água. Ela traz consigo todas as outras qualidades de substâncias sólidas, como também do calor ou fogo, e do ar e espaço. Em outras palavra, não existe tal coisa como a água pura. O elemento água pura é somente um conceito. O mesmo valeria para a terra. A terra é somente uma vibração, um movimento de energia, uma certa forma de energia experienciada em uma certa dimensão e a mesma energia vista a partir de uma outra dimensão "se torna" água, terra, ar.....
No Hatha Yoga é pedido a você para contemplar cada um dos chakras. POrtanto é importante se lembrar que os chakras não são fatores físicos fixos mas também espirituais por natureza. Eles são centros psíquicos e cada um não só representa um elemento que por sua vez pode ser interpretado cosmologicamente, metafisicamente e psicologicamente numa gama enorme de simbolismo conectado à eles.
Você encontrará outras informações sobres os chkras nesta página. Mas antes é preciso que você saiba que existem discrepâncias no que se refere à eles. Alguns dizem que o segundo chakra se localiza perto dos orgãos sexuais, outros dizem que ele está perto do baço. Por favor, não se incomode com isto. Você só tem que saber que ele está lá embaixo. Somente algumas descrições variam, mas não a verdade. Não tente compreender algo que está para além dos sentidos com os seus sentidos habituais. E tente ficar além das expressões sintáticas para você poder ver a verdade e não achar que tudo não passa de uma grande baboseira.
E você não precisa se prender a nenhuma ideologia. Muitos acham que o que estamos falando aqui é muito "Hindu", onde muitos hindus nem acreditam nisso. Por isso , podemos ver tudo isto por uma prespectiva neutra. Cada chakra pode ser visto como um seletor de canais ou dial onde sintonizamos uma certa freqüência de energia.
Isto é possível porque a energia espiral me toca em um ponto onde o arco microcósmico é formado , assim como todo o universo, neste ponto de contato forma o arco macrocósmico. uma vez que o arco microcósmico está conectado com o arco macrocósmico, a espiral energética envolve todo o universo a cada formação do arco. E cada elemento é encontrado, tanto no micro quanto no macrocosmo. Entrando em contato com este princípio numa meditação do chakra, você se sintoniza com todo o universo. Os chakras são as janelas para o cosmos.
Desta forma, cada um destes centros o levam para além do "Eu". Isto não acontece em 'mim'; é o arco macrocósmico que em um ponto, toca o arco microcósmico. E como dissemos, não é a "minha Kundalini". Esta expressão é absurda. Kundalini é energia cósmica que atua em sete planos cósmicos. O plano individual é apenas um grãozinho de poeira flutuando no espaço. Mas, uma vez que este grão de poeira é parte do ser cósmico, a Kundalini é relevante para ele também.
Tentemos agora examinar o simbolismo existente nas descrição dos chakras pelos Yogis. O primeiro chakraI, o muladhara,está localizado perto de um ponto ondo o corpo entra em contato com a terra e é chamado o 'centro da terra'. Desenhos deste chakra representam pétalas ou nadii que são as quatro direções. Como todos os outros chakras, há também um padrão geométrico que representa um elemento, e, neste caso, a terra. Um quadrado amarelo representa o elemento terra. ( E por favor, não me pergunte porque é um quadrado amarelo, ou porque é um quadrado, ou porque é amarelo. Tudo isto tem um significado místico que você vai acabar descobrindo.)
Cada chakra possui um som, uma sílaba mística chamada bija mantra associada a ele. A bija para terra é ' lam'. A bija "lam" possui todos os tipos de significados mas o mais forte é 'terra'.
Cada chakra possui também um animal associado a ele. O muladhara, está associado ao elefante. A razão é óbvia. O elefante é forte, vigoroso, e firme, estável. Os chakras também possuem um deus ou uma deusa neles para que você possa meditar sobre eles e seus significados mais profundos. (Antes que você se alarme, saiba que existem deus diferentes em várias versões para os mesmos chakras.).
Na meditação dos chakras, a visualização é muito importante. E or isso que existem tantas representações simbólicas associadas aos chakras. Existem cores variadas para as pétalas, para o pericarpo, para o mantra semente "bija", para os quadrados geométricos. São tantas variáveis para que você preste atenção e se fixe em sua visualização e para, desta forma, se tornar mais acurada. Portanto, não tentar 'guardar' tudo de uma só vez. Vá colhendo os detalhes , um a um, adicionando-os em suas visualizações à medida que você prossegue em sua prática.

Fonte: http://www.salves.com.br/kunpranespiral.htm
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS CHACRAS
1. CHACRA CORONÁRIO:
Localização: topo da cabeça; Correlação Física: ligado à Glândula Pineal (epífise); Cor: Violeta, branco-fluorescente ou dourado.
É o chacra mais importante, pois é o responsável pela irrigação energética do cérebro. Bem desenvolvido, facilita a lembrança e a conscientização das projeções da consciência. É muito importante na telepatia, na mediunidade, nas expansões da consciência e na recepção de temas elevados. É o chacra por onde penetra a energia cósmica.
2. CHACRA FRONTAL:
Localização: fronte; Correlação Física: ligado à Glândula Hipófise (pituitária); Cor: Índigo, branco-azulado, amarelo ou esverdeado.
É o responsável pela energização dos olhos e do nariz.
Bem desenvolvido, facilita a clarividência e a intuição
Por vezes, a sua atividade cria uma palpitação na testa ou sensação de calor (parece um coração batendo na testa).
3. CHACRA LARÍNGEO:
Localização: garganta; Correlação Física: ligado à Glândula Tireóide (e paratireóides); Cor: azul-celeste; lilás, branco prateado ou rosa.
É o responsável pela energização da boca, garganta e órgãos respiratórios.
Bem desenvolvido, facilita a psicofonia e a clariaudiência. É considerado também como um filtro energético que bloqueia as energias emocionais, para que elas não cheguem até os chacras da cabeça. É o chacra responsável pela expressão criativa (comunicação) do ser humano no mundo.
4. CHACRA CARDÍACO:
Localização: centro do peito; Correlação Física: ligado à Glândula Timo; Cor: verde e amarelo-ouro.
É o chacra responsável pela energização do sistema cárdio-respiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. É o chacra mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Quando existe um bloqueio nesse chacra, a pessoa sente depressão, angústia, irritação ou pontadas no peito.
5. CHACRA UMBILICAL:
Localização: cerca de 1 cm acima do umbigo; Correlação Física: ligado ao pâncreas; Cor: Amarelo, verde-forte e vermelho.
É responsável pela energização do sistema digestório. É considerado o chacra das emoções inferiores. Quando está bloqueado, causa enjôo, medo ou irritação.
Bem desenvolvido, facilita a percepção das energias ambientais.
6. CHACRA SACRO:
Localização: baixo-ventre; Correlação Física: ligado aos testículos (homem) ou ovários (mulher); Cor: laranja, roxo ou vermelho (dependendo das circunstâncias).
É o responsável pela energização dos órgãos sexuais. Quando está bloqueado, causa impotência sexual ou desânimo. Quando superexcitado, causa intenso desejo sexual. Bem desenvolvido, estimula o melhor funcionamento dos outros chacras e ajuda no despertar da kundalini. É o chacra da troca sexual e da alegria.
7. CHACRA BÁSICO:
Localização: base da coluna; Correlação Física: ligado às Glândulas supra-renais; Cor: vermelhão.
É o responsável pela absorção da kundalini (energia telúrica) e pelo estímulo direto da energia no corpo e na circulação do sangue.
Obs: Aqui estão listados os sete principais chacras considerando as suas ligações com as glândulas endócrinas correspondentes. O chacra do baço não está listado entre os sete devido a ser um chacra secundário e também pelo fato de não ter nenhuma glândula endócrina ligada a ele. Porém, como ele é incluído em alguns sistemas de estudos energéticos, seguem abaixo as suas características:
CHACRA ESPLÊNICO:Localização: em cima do baço; Correlação Física: não possui ligação com nenhuma glândula; Cor: Várias, predominando o rosa, o amarelo e o verde-claro.
É o responsável pela energização do baço.
É considerado um “dínamo do corpo humano”, pois é através dele que penetra uma parte da energia (prana) do ambiente. Bem desenvolvido, favorece a soltura do duplo etérico e, conseqüentemente, o desenvolvimento da mediunidade, bem como a soltura do psicossoma em relação às projeções da consciência.

Fonte: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=Sections&file=index&req=viewarticle&artid=56&page=1

Thursday, June 26, 2008

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SORRISO
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As formas: objectos,
Seres, sons, ciência,
Um tanto abjectos
São sem consciência.
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Formas e consciência
Ambas se limitam,
E, sem penitência
Se transcendem, levitam.
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Não sejas tão sério,
Sorri, ri até
De ti, oh Quitério,
Como faz André.

Wednesday, June 25, 2008

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DES-MENTE!!
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O tempo é uma ilusão
Resultante de entre momento
Presente e factos confusão
Fazermos: é só um pensamento.
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Não o tempo cronológico, claro,
Mas o psicológico, infinda
Preocupação da mente. Paro
De antes e depois exaltar, Linda.
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Oh ego, sê um com o presente,
Aceita o Agora plenamente,
E, oh que glória, finalmente
Tu és um com Deus eternamente!
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O Agora não é nem um meio,
Nem um obstáculo ou inimigo,
O Agora é a Vida, sei-
-O de fonte segura, amigo!
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Quanto ego mais e forma mais,
Menos ser, menos felicidade,
Menos vida... Mas, tu não vais
Poder ser sem teres, oh Verdade.
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ABUNDÂNCIA
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Que riqueza, que sol,
Que chuva e que terra,
Que árvores, que lençol,
Que perfumes, que Erra!
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Que frutos e que flores,
Que vida abundante,
Que prazeres sem dores,
Tudo estimulante!
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Pequenos, somos grandes,
Enormes: recebemos
E damos: desde os Andes
Até à Lua nos vemos!
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Aprecia riquezas
E prazer, e, a dor
E a morte põe-nas presas,
Sem violentador.

Tuesday, June 24, 2008

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SATORI
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"... Um dos primeiros despertares deste género a que assisti deu-se há muitos anos. A campainha de minha casa tocou por volta das onze da noite. A voz carregada de ansiedade da minha vizinha Ethel soou através do intercomunicador: «Precisamos de falar, é muito importante. Deixe-me entrar, por favor.» Ethel era uma mulher de meia-idade, inteligente e muito instruída. Além disso, tinha um ego forte e um corpo de dor denso. Fugira da Alemanha nazi em adolescente e muitos dos membros da sua família tinham morrido em campos de concentração.
Ethel sentou-se no meu sofá, agitada e com as mãos trémulas. Retirou cartas e documentos da pasta que trazia consigo e espalhou-as pelo sofá e pelo chão. Tive de imediato uma estranha sensação, como se um regulador de intensidade tivesse elevado o interior de todo o meu corpo para a potência máxima. Não podia fazer mais nada, a não ser manter-me receptivo, alerta e intensamente presente - presente em cada célula do meu corpo. Olhei para ela, livre de pensamentos e de juízos de valor, e ouvi em silêncio, sem fazer qualquer espécie de comentário mental. Uma torrente de palavras jorrou da sua boca: «Hoje mandaram-me mais uma carta inquietante. Eles querem vingar-se de mim, tem de me ajudar. Temos de os combater juntos. Nada detém aqueles advogados desonestos que eles têm. Vou perder a minha casa. Estão a ameaçar-me com a expropriação da minha casa.»
Deduzi das suas palavras que ela se recusava a pagar as despesas de manutenção, pois os gestores do imóvel não tinham levado a cabo certas reparações. Por sua vez, eles ameaçavam levá-la a tribunal.
Ela falou durante cerda de dez minutos. Limitei-me a observá-la e a ouvi-la. De repente, parou de falar e olhou para os papéis que tinha à sua volta, como se tivesse acabado de acordar de um sonho. Ficou calma e dócil. Todo o seu campo energético se alterou. Depois, olhou para mim e disse: «Isto não é nada importante, pois não?» «Não, não é» respondi eu. Ela permaneceu em silêncio durante mais alguns minutos, depois pegou nos papéis e foi-se embora. Na manhã seguinte interceptou-me na rua, olhando para mim de uma forma desconfiada. «O que é que me fez ontem? Esta foi a primeira noite, desde há anos, em que dormi bem. De facto, dormi como um bebé.»
Ethel acreditava que eu lhe «tinha feito alguma coisa», mas eu não lhe fiz nada. Em vez de me perguntar o que é que eu lhe tinha feito, talvez devesse perguntar o que é que eu não tinha feito. Ou seja, eu não reagi, não confirmei a realidade da sua história e não alimentei a sua mente com mais pensamentos nem o seu corpo de dor com mais emoções. Permiti que ela sentisse tudo o que estava a sentir naquele momento, e o poder da permissão reside na não interferência, na não acção. Estar presente é sempre infinitamente mais poderoso do que qualquer coisa que se possa dizer ou fazer, embora, por vezes, estar presente dê origem a palavras ou acções.
O que aconteceu a Ethel ainda não foi uma mudança permanente, mas um vislumbre do que é possível, um vislumbre do que já existia dentro dela. No budismo zen, este tipo de vislumbre denomina-se SATORI. Satori é um momento de Presença, um breve afastamento da voz que existe dentro da nossa cabeça, dos processos mentais e do seu reflexo no corpo sob a forma de emoções. É o surgimento de uma amplidão (espaço) interior onde antes se encontrava o ruído dos pensamentos e o turbilhão das emoções.
A mente pensante não consegue entender a Presença, por isso geralmente interpreta-a mal. Afirma que estamos insensíveis, distantes, que não temos compaixão, que não estamos a estabelecer uma ligação. A verdade é que estamos, mas a um nível mais profundo do que o pensamento ou a emoção. Na realidade, a esse nível existe uma verdadeira fusão, uma verdadeira união que vai muito para além da ligação. Na quietude da Presença, somos capazes de sentir a essência informe(sem forma) em nós próprios e nos outros como uma só. Reconhecer esta unicidade entre nós e os outros constitui o verdadeiro amor, a verdadeira atenção, a verdadeira compaixão."

Fonte: pgs 146-148 de "Um Novo Mundo", de Echart Toll, da Pergaminho, Portugal
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QUEIXUMES
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Há quem pense que a revolta, a repressão, o ressentimento, o castigo, o negativismo (desejar por exemplo, que algo de mau aconteça) e a infelicidade são o caminho para a felicidade. Nada de mais errado: o caminho para a felicidade é o da aceitação do que é, que não pode ser alterado, e do melhoramento, sendo caso disso, de nós próprios e das nossas circunstâncias (só pelo despertar da presença e da consciência podemos ajudar-nos e aos demais a melhorar).
Primeiramente, transmitimos talvez não muito da consciência, que logo alguém/alguma coisa melhora. Depois sempre mais e mais. E, também quem\o que ajudamos ou outros nos ajudam de seguida.
O presente, como consequência do passado, não pode ser de outra forma. Resistir ao presente, ao invés de o exaltarmos e nele nos alegrarmos, mesmo descansando, é pois erro a evitar. E assim fazendo estamos a garantir um presente e um futuro melhores.
Também não podemos nem devemos levar demasiado a sério as queixas, revoltas e choros quer de crianças quer de adultos crianças - só temos de nos preocupar quanto baste, que é amor/amizade equilibrados.
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CORPO/ESPÍRITO DE PRAZER
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Pensamentos e emoções positivos e equilibrados, tais como amor, perdão, alegria, paz, enaltecimento, optimismo... fortalecem o sistema imunitário e revigoram e curam o corpo/espírito. Mas, de quanto mais perto do Ser\Deus vierem, e, de mais longe do ego, aquela parte de nós que por vezes deixa de ver Deus ou dele se esquece ou desliga, melhor, pois tudo o que vem do ego está contaminado da dor.
Não podemos alimentar com a energia dos pensamentos a dor/infelicidade que possa vir do passado ou que se origine no presente. Basta aceitarmos, não resistirmos aos pensamentos\emoções de infelicidade para, presentes e divinos, ficarmos num estado superior de consciência, de gozo inefável.
Também não são necessários esforços sacrificiais, heróicos e muito menos suicidários para combatermos as trevas e o mal, levarmos a Presença e a Consciência a todo o mundo-universo, sem as quais não há libertação-salvação: só temos de ser/estar cada vez mais presentes e conscientes.

Monday, June 23, 2008

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TRIUNFO do PRAZER
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Ideias, acções, reacções e emoções negativas, como agredir, meter medo, invejar, não desejar todo o bem... com origem no erro/esquecimento de pensarmos que os(as) outros(as), por piores que sejam, não são nós, originam dor.
Pensamentos, acções, reacções e emoções positivos, como preocuparmo-nos com os outros, ajudarmo-nos, desejarmo-nos tudo de bom... com origem no perfeito entendimento de que todas as outras pessoas\seres, por mais caídos ou simples que estejam, somos nós, originam prazer e bem estar.
Assim, para o fim da dor e o triunfo do prazer e do bem estar, só temos de ser cada vez mais positivos para nós e para os(as) outros, que também são nós, isto, claro está, partindo do princípio claríssimo de que preferimos o prazer à dor.
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FOTO
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Uma fotografia,
Uma grande lavra,
Boa gastronomia,
Uma bela palavra.
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Descalço é que rega,
Cuidado com lacraus,
(Em tudo não pega).
E "piais" são degraus.
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Brincar é muito bom,
Muito melhor que sexo?
Pois é de Deus dom,
De Deus é um reflexo.
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Produzir é mui bom,
Maçãs, arroz e tudo
O resto. E, é com
Qualidade que mudo.
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ABEL e CAIM
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Te perdeste, oh homem,
E te separaste
Do teu irmão: vá, tomem
Ambos juízo que baste!
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Te perdeste, Caim,
E tu até mataste
O teu irmão: Abel, fim
A isso põe, ressuscitaste
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Na filha de Caim
Quer tu queiras ou não.
É melhor quereres, sim...
Que 'stupidez solidão!
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SERENÍSSIMO
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Abandona a tua história:
Todos te respeitam e dão
Valor; não tens de ter vitória
Na luta pela conservação.
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A vida não nos desilude,
E o dinheiro sempre chega;
Mereces tudo, o que mude
E não mude: amor sem nega.
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E vai para além dos opostos:
Do amor que ódio tem,
Da paz que contém fogos postos,
Do prazer donde a dor vem.
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Observa raiz do sobreiro,
Profunda, firme, alimento
Assegurando, e, sombreiro,
Sereníssimo, um com vento.
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Fixos no amor só amor,
No tempo só tempo, presente
Eterno, no prazer sem dor,
Só gozo, somos um com Ente.
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Sunday, June 22, 2008

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ILUMINAÇÃO
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Nós não somos a mente,
Os pensamentos: luz
Somos e consciente,
Sem opinar, Ormuz.
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Observo dor e vejo
Observador: se vai.
Durmo sesta na Tejo
Beira: vinde, entrai.
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O primeiro evento
Já foi, e, um sucesso
É: vero monumento
Ao sem ego te peço.
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Não excluas, inclui
Sempre: mais e mais,
Até diabo, Guy:
Nada "esbornecais".
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Era melhor unido?
Mas, também dividido
Pode ser produtivo:
Talvez até mais, Ivo.
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Que todos mesmo, vós
E eu muito felizes
Sejamos: é que, Ju...,
Também é como dizes!
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Viva toda boa sorte,
Até do tal corrupto
P'lo dinheiro e do Norte:
Mas, não quero ser corrupto.
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Nem individual
Ego nem colectivo:
Ego faz muito mal,
E é improdutivo.
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A iluminação
Diz que formas diferem
Mas que na união
Real não interferem
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Friday, June 20, 2008

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SERENA
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Totalmente serena,
Mas não morta, parada,
Medita a bela Helena,
Consciente, inspirada.
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A si própria ligada,
E ao profundo Ser,
É maior que entronada
De Tróia: sem se perder.
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No meio de estridentes
Ruídos, oh Gaudêncios,
De velhas guerras, entes
Serenos ouvem silêncios!
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E, ficam sem pensar,
Helena, serenamente
Atentos... Te libertar
Vão d' agitação, mente.
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Que brisa tão tranquila,
E tão enraizada
Aquela bela vila
De paz, no ser, Ada!
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E aqueles sobreiros,
E a grande azinheira,
Também os castanheiros...
Que serenos, Machoqueira!
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E ficas mui serena,
Helena: cessa guerra,
Dor fica mui pequena,
Somos unos na serra
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Com todos que percebemos
Nesta serenidade:
Vero amor vertemos,
Amor de qualidade!
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SEGREDOS
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Tu, não cries mais dor,
Não fiques infeliz,
Aceita impostor
Até: e és feliz.
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Não sejas negativo,
Não critiques: aceita.
Não julgues, e, motivo
Não tenhas para a peita.
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Se podes melhorar
Situação, melhora,
Mas se não, o chorar
Não envergonha, Dora.
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Contrariado não
Dá qualidade
Nem alegria tão
Queridos, Piedade!
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A mulher invisível,
Espiritual, à ofensa
Ou ruído insensível
É; perdoa, não tensa.
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O segredo da morte
Sem dor não é morrer
Cada momento, Norte,
P' ró passado, e Ser?

Thursday, June 19, 2008

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Oh My God!
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Exalta o sucesso,
Aceita o fracasso:
És mui mais que processo,
És um vero ricaço!
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Não sejas só a mente
Egóica e pensante,
Mas também um que sente,
´té verme rastejante.
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Morre para o passado
Mui continuamente,
Se não ficas marado,
E mais doridamente.
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Morre para o futuro
Também: agora és
Eterno, não és duro
Nem mole, nem marés.
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Agora és prazer,
Paz e transparência,
Tira caraça: ver
Céu é a urgência!
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Céu é a perfeição,
O amor, a beleza,
O gozo total, São
E Morte, fortaleza!
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Esquece belas formas
E formas ficam belas;
Exalta-as a elas,
"Oh my God", e que formas!
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Formas para os olhos,
Formas para os ouvidos,
Muitas flores, aos molhos,
Formas para os sentidos!
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Tu, tu, too, too...que sons,
Oh meu Deus, oh my God!
Mesmo que todos dons
Cessem, cessar Deus não pode!
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Não resistas a Deus,
Nem sequer ao prazer,
Nem ao dinheiro, Zeus,
Nem à dor, oh comer!
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E toma banho mais
Vezes, tudo melhora
Agora, não logo: ais
E dores cura agora!
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E descansa, confia:
Deus é mesmo bom, é,
E justo; e, Maria
Goza como o André.

Tuesday, June 17, 2008

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CICLOS
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Claro que há muita gente que tem é corpo a mais, não mente! Mas, sem dúvida que muitos "inteligentes" necessitam, para seu e nosso mais bem estar, de menos mente!
E, cuidado com a luta contra os ciclos de energia fraca, c.p.e., cafés contra a sonolência ao volante ou afins, em vez da sesta ou do "passar pelas brasas", ciclos absolutamente naturais e vitais à regeneração, que pode ocasionar muitos acidentes e dor.
Outro paradoxo é (o Tao é o livro dos paradoxos): quanto menos dependemos interior e efectivamente das condições externas para o nosso bem estar, mais coisas, pessoas, ocorrências, seres que pensávamos serem essenciais vêm ao nosso encontro ( a vida só não é, não pode ser um paradoxo para Deus , e, quanto mais perto de Deus, menos paradoxos, claro).
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MUDANÇA
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- Morrer é mudar, e, mudança é vida!

- Não aceitar o que é, é remar contra a maré, o que só convém fazer se a corrente for demasiado forte, como travão, ou se falhámos no equilíbrio energético, tendo de gastar a energia excessiva adquirida, em falta noutra parte, claro! E, há água, terra, ar e outras coisas e seres para melhorar, sendo caso disso!
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FORÇA...
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O pensamento e os pensamentos são uma grande dádiva, mas, não podemos tornar-nos escravos do pensamento que, se mal orientado ou abusado pode originar grandes males (vejam-se as armas, os conflitos, as tragédias naturais - estas influenciadas pelos estados mentais e de espírito dos seres mais evoluídos). Aliás, mesmo os maus comportamentos de animais derivarão das atitudes erradas dos seres que lhes são superiores.
Temos portanto por vezes de parar de pensar deliberadamente, é o que fazemos, por exemplo, quando dormimos, mas inconscientemente, identificando-nos então mais com todo o nosso ser e com o Ser, sentindo, p.e., a respiração e os demais órgãos e funções corporais (quando dormimos também podemos sentir o corpo e a mente). Ficamos deste modo na plenitude do ser, totalmente e não só em parte presentes. E, quanto mais conhecido e mais íntimo o ser com quem estamos, (e pode sê-lo muito mais do que pensamos... ah, o pensamento em excesso!) mais presença, cuidado, aceitação e atenção se requer de nós.
Também é muito bom morrermos a cada momento para o passado. Tudo/todos estão continuamente a ir em frente, para o futuro. Ficarmos presos a qualquer coisa ou ser no passado, por mais interessante ou importante que nos pareçam, só nos pode fazer sofrer -estamos como que a ser esticados... E foi assim que a mulher de Ló se transformou numa estátua de sal (Bíblia Judaica)!
Não nos podemos ver separados, considerar superiores ou inferiores seja a quem for. E, ferir
qualquer ser sentitivo, com capacidade para a dor e o prazer, é como ferirmo-nos a nós próprios. Como pode ser de outro modo, se a Vida é só Uma, embora em miríades de formas? E, se temos aqueles pontos fracos, para não abusarmos dos pontos que nos parecem fortes, como podemos cair na asneira do abuso de uns e de outros? A verdade é esta: o corpo é fraco, e, como tal tem de ser tratado, a fim de chegar a ser forte. E, o caminho para a fortaleza dos corpos só pode ser o da força espiritual.
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Monday, June 16, 2008

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O MAIOR DOS PRAZERES
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Qual o maior dos prazeres? Os relativos, dependentes, é claro de necessidades relativas a satisfazer, como comer, beber, ver, descansar, etc., não podem, por essa mesma relatividade, incluir o maior, que tem de ser absoluto. O maior dos prazeres só pode portanto consistir na satisfação da necessidade da Vida plena, que é Deus, e inclui a imortalidade, a indestrutibilidade,
o gozo, o êxtase, o prazer, a dor, o bem estar, o mal estar, a justiça, a força, a omnipotência, a omnisciência, todo o saber, toda a beleza, a feiura...
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ESSENCIAL
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Nós não somos, basicamente, o que dissemos, fizemos ou deixámos de fazer no passado: somos muito mais do que isso, somos parte da vida, do Ser essencial, do sagrado, do amor, da alegria, do Presente e da paz que transcendem todo o entendimento. Em particular, nós de modo algum podemos ser o que dissemos, fizemos ou deixámos de fazer por erro, por culpa nossa ou do ambiente envolvente, em tempos passados.
E, há dois erros graves de que nos temos de libertar: 1) sermos comandados só pela negatividade, pelo conflito, pela dor; 2) sermos comandados só pelo optimismo, pela paz, pelo prazer.
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SEMPRE AGORA
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Não podemos reduzir o presente a um meio para chegar ao futuro. Temos de pôr o Agora em primeiro lugar, fazendo o que temos de fazer, aceitando o que não podemos melhorar.
Estamos afectados por sentimentos de culpa, vaidade, ressentimeno, raiva ou pena de nós próprios? Não pode ser: temos de nos perdoar e aos demais, temos de ser humildes, temos de nos reconhecer em todos(as) os outros(as) seres e pessoas... Nos quais há sempre muito mais e melhor para conhecer e experimentar, com o(a) qual há sempre muito mais bom e entusiasmante para partilhar e fazer.
Sintamos o poder de Deus, do Ser no momento, compreendamos sempre mais profunda e vastamente o seu e nosso poder e amor.
Estamos preocupados, temos muitos pensamentos e "ses", temos mesmo medo? Mas, isso é futuro imaginário, não existente, que não nos pode dominar!
Sintamos/vejamos o ar a entrar e a sair dos nossos pulmões. Fiquemos totalmente presentes - só o Presente é real - a solução, o recurso, a justiça, a inspiração, a amizade, a força, a bondade não se manifestam, estão sempre presentes quando são mesmo necessários?! Há algum problema Agora?
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Resistir ao momento presente causa mal estar, e, quanto mais aderimos ao Agora, quanto mais presentes, mais poder, mais prazer.
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Sunday, June 15, 2008

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MAIS ALÉM
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Vamos mais além,
Com cuidado, sem
Medo, e, um vem
Não contra nós, bem.
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Um fazia rede?
E casal prazer
Que parou, e, vede,
Tanto cão sem correr.
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Vi dois patos
Bravos, pai e filho,
O outro nos pratos?
Porquê o gatilho?
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Não quero saber,
Evito conflito,
Que nos faz morrer;
Socorro aflito.
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CORPO DE PRAZER (2)
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Há três tipos de prazer: o que geramos agora, o que vem do gerado no passado com boas recordações, e o que resulta de antevisões felizes, que se manifestam no nosso cérebro/mente e corpo. Mas, é no poder do Agora que todos são experimentados.
Toda a negatividade, falar mais na dor do que no prazer é negatividade, deve ser excluída e todo o conflito evitado.
Qualquer coisa pode despertar o corpo de prazer, como por exemplo o brincar de crianças, que nos faz lembrar do gozo de brincar, entregues essencialmente ao que fazem no momento, ao Agora (isto é inspiração).
O corpo de prazer, o verdadeiro Deus/Deusa, Eu Sou gosta muito de ser observado, ao contrário do de dor. E, não só observado, também exaltado, em particular pelo artista/mestre.
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SUAVE BRISA
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Depois do calor
A fresca, suave
Brisa: meu senhor,
Minha doce nave!
.
Com calor, bebida
Fresca, mergulho
No mar: rica vida,
Em Agosto, Julho...
.
Também no Inverno,
Que poda excesso,
Que obriga a terno
Ser: mais nada peço.
.
Água pura
Da torneira fonte...
E folha madura
É no verde Monte.
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Agora a brisa
É aqui a deusa
Que o prazer frisa
Leve, não é Neusa?
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A planta delira
Comigo: dorido
Cala-se e gira
O pano florido!

Saturday, June 14, 2008

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O CORPO DE PRAZER
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Os prazeres físico/espirituais contêm em si a dor: não podemos pois desfrutar deles erradamente ou deles abusar. Mas, também não os podemos ignorar nem deles fugir!Em princípio precisamos doutro(a) para os prazeres. Não podemos pois ser egoístas: temos de dar como nos dão, mesmo que seja fantasiando. E, claro, muitas vezes temos de nos ficar pela fantasia, sendo que existem limites para a própria fantasia, que também tem de ser equilibrada com a realidade, com o que convém (todos os verdadeiros prazeres, não causadores de dor, resultarão dos equilíbrios dos opostos\complementares).Também não podemos ter nada contra o bom passado, pois, muitas vezes é só o que temos para o único prazer possível - a fantasia!Pensar que pode haver mal nos prazeres, p. e., de ver, ouvir, cheirar, tocar, provar Deus/Agora, na beleza, no trabalho, na felicidade, no descanso, na perfeição, na força, no prazer, no bem estar... só pode ser erro a evitar. O mal está no sofrimento e na dor, nunca no prazer!
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BATUCAR
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Carteiras pelo ar,
Pensar e não pensar,
Por vezes trabalhar,
Respirar, respirar.
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Assobiar, criar,
Batucar, musicar,
Observar e gravar,
Ouvir o aguar.
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Alegrar e cantar,
Chorar e contar,
Inspirar/expirar,
Calar e gritar.
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Cantarolar, alegrar,
Expressar, chegar
Ao triste, visitar,
Contentar, amar!
Com o Cap. 2 de: A Prática do Poder do Agora, de E. Tolle, da Pergaminho

O Medo

O medo psicológico não tem nada a ver com situações reais. O tédio, o enfado, o nervosismo, o stress, a preocupação, a pressão, a fobia... ocorrem por a nossa mente não estar onde nós estamos, mas sim no futuro ou no passado.
Que problemas temos no momento presente? Nenhuns, não é? E, se os temos, vêde como desaparecem quando os observamos, e até aceitamos sem julgar. Por que havemos então de nos deixar dominar por pensamentos cumpulsivos, egoístas, errados, medrosos e injustos que se apoderam da nossa cabeça, vindos do nosso interior ou exterior, de outros ainda mais perdidos do que nós? Pensamentos que nos desgastam e levam abaixo (é o que os ignorantes querem, pensando que isso é bom para eles, esquecendo que temos de ganhar todos).
O Agora é poderoso, simples, está dentro de nós, tem a solução para todos os nossos problemas. Tudo/todos estão no nosso presente, mesmo os que já morreram e os que estão por nascer e os que estão longe. E, o Agora também é muito mais o vasto e infinito espaço onde tudo acontece do os acontecimentos em curso propriamente ditos.
E, como podemos ajudar os que estão mal, cheios de desequilíbrio (só se identificando com o corpo ou só com a mente), sempre agindo e reagindo, atacando e defendendo? Estando sempre cada vez mais todos presentes e conscientes. O que nos dá gozo é ajudar à vida geral e total, humana, animal, vegetal e mineral. Não nos podemos pois deixar embarcar nem manipular por perdidos inconscientes, mesmo que muito doentes, fracos ou aflitos.
A vida não é só mente, pensamentos. É também sentir e fazer. Se nos identificamos só com pensamentos e palavras estamos sujeitos a muitos medos e dores: medo de perder, de errar, de falhar, de ser magoados, de nos magoarmos, de ficar sem nada/ninguém, de não sermos isto ou aquilo, de morrer...
Mas, claro, o problema também pode ser pensar pouco, não vendo as más consequências, p.e., do abuso da comida, da bebida, do sexo, do esforço exagerado, do pouco esforço, de nos contentarmos em não sofrer...
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SENTE
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Sente o corpo por dentro,
Sente-o dentro de ti,
Sê exterior e centro,
Sente que não te menti.
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Não tenhas medo de estar
Só: tu és a consciência
Eterna, p'ra melhorar
Todos/tudo és ciência.

Friday, June 13, 2008

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DAFUNDO
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Restrinja vida, Dafundo,
A este momento: quando
Mais restrito, mais profundo;
Livre-se do negro manto.
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Desfrute da aventura
Do(e) Agora e da força
Da multidão: ela cura
E avança; vá lá, torça!
.
Vá, perca-se no momento!
A fim de se encontrar
Não precisa do lamento,
Nem sequer de viajar.
.
Não queiras acumular
Mais do que convém à Obra
De todo, tudo renovar
Com agora que se desdobra.

JMM


Introdução

Desde a sua primeira publicação em 1997, The Power of
Now (O Poder do Agora, Editora Pergaminho, 2001) já teve um
impacto na consciência colectiva do planeta que ultrapassa
em muito tudo o que eu pudesse ter imaginado. Foi traduzido
para quinze línguas e todos os dias recebo correio de
todas as partes do globo terrestre de leitores que me contam
que as suas vidas foram modificadas quando entraram em
contacto com os ensinamentos expressos no livro.
Apesar de os efeitos da loucura da mente egocêntrica serem
ainda visíveis por toda a parte, algo de novo está de facto a
despontar. Nunca antes tantas pessoas estiveram dispostas a
escapar aos padrões mentais colectivos que desde tempos
imemoriais mantêm a humanidade presa ao sofrimento. Um
novo estado de consciência está a despertar. Já sofremos o
suficiente! Esse novo estado surge no leitor até mesmo nes-
te preciso momento, enquanto segura nas mãos este livro e
lê estas linhas que falam da possibilidade de viver uma vida
livre, em que já não cause sofrimento a si e aos outros.

Muitos dos leitores que me escreveram expressaram o desejo de ver os aspectos práticos dos ensinamentos contidos em O Poder do Agora apresentados num formato de acesso mais imediato, para os usarem na sua prática diária. Esse pedido desencadeou a concepção deste livro.
No entanto, para além dos exercícios e das práticas, este
livro contém ainda algumas passagens mais curtas da obra
original, que podem servir para recordar determinados conceitos
e ideias, podendo por isso tornar-se um livro de instruções
que incorpore esses conceitos no dia-a-dia.
Muitas das referidas passagens são particularmente adequadas
à leitura meditativa. Quando se põe em prática este
tipo de leitura, não se lê com o intuito de recolher novas
informações, mas sim de entrar num estado de consciência
diferente enquanto se está a ler. É por este motivo que se
pode voltar a ler a mesma passagem muitas vezes e de cada
uma delas essa mensagem lhe parecer original e singular. Só
palavras que foram escritas ou ditas num estado de presença
possuem este poder transformador, que é o poder de
despertar a presença no leitor.
Recomenda-se a leitura lenta destas passagens. Com frequência,
o leitor pode querer fazer uma pausa e permitir-se
um instante de reflexão tranquila ou de silêncio. Outras vezes
pode limitar-se a abrir o livro ao acaso e ler algumas
linhas.
O presente livro pode ainda servir de introdução para os
leitores que se sentiram amedrontados ou confusos com
O Poder do Agora.

Eckhart Tolle,
9 de Julho de 2001

Parte Um

Aceder ao Poder do Agora

Quando a sua consdênda
está direccionada para o exterior,
a mente e o mundo despertam.
Quando está direccionada para o interior,
apercebe-se da sua própria Origem
e regressa a casa) ao Não Manifesto

CAPiTULO 1

O Ser e o Iluminado

Há uma Vida Única eterna e sempre presente para além
da miríade de formas de vida que estão sujeitas ao
nascimento e à morte. Muitas pessoas recorrem à palavra
Deus para a descrever. Eu chamo-lhe muitas vezes Ser.
A palavra Ser não explica nada, mas o mesmo acontece com
a palavra Deus. No entanto, Ser tem a vantagem de se apresentar
como um conceito aberto. Não reduz o invisível infinito
a uma entidade visível. É impossível formar uma imagem
mental da palavra. Ninguém pode reclamar a posse exclusiva
do Ser. Ele é a própria presença do leitor e torna-se-lhe
acessível enquanto sensação da sua própria presença. Assim,
existe apenas uma pequena distância entre a palavra
Ser e a experiência de Ser.


O SER NÃO ESTÁ APENAS ALÉM, MAS ESTÁ TAMBÉM NA
PROFUNDIDADE INTERIOR de todas as formas como a
essência invisível mais secreta e indestrutível das mesmas.
Esta realidade significa que ele está acessível ao
leitor neste exacto momento na qualidade do seu pró-
prio ser mais profundo, da sua verdadeira natureza.
Contudo, não procure compreendê-lo com a mente,
leitor. Não tente entendê-lo.
O leitor só pode conhecer o Ser quando a sua mente
está tranquila. Quando o leitor está presente, quando
a sua atenção está intensa e completamente concentrada
no Agora, pode sentir o Ser, embora nunca o
possa entender em termos mentais.
Recuperar a consciência do Ser e permanecer nesse estado
de «sentir-realização» é iluminação.
A palavra iluminação evoca a ideia de alguma espécie de
feito sobre-humano e o ego gosta de manter as coisas a esse
nível, embora esse seja apenas o estado natural de unidade
com o Ser. É um estado de conexão com algo imensurável
e indestrutível, algo que, quase de forma paradoxal, é essencialmente
o leitor e, apesar disso, é muito superior a si.
É encontrar a sua verdadeira natureza para além do nome e
da forma.
A incapacidade de sentir esta conexão dá azo à ilusão do
afastamento, face a si mesmo e ao mundo que o rodeia.
Nesse momento, a pessoa vê-se a si própria, de maneira consciente
ou inconsciente, como um fragmento isolado. Surge
então o medo e os conflitos interiores e exteriores tornam-
-se uma regra.
O maior obstáculo à experimentação da realidade da ligação
do leitor é a sua identificação com a mente, que faz
com que o pensamento se torne compulsivo. Não ser capaz
de parar de pensar é um padecimento terrível, porém não
nos apercebemos deste facto porque quase toda a gente sofre
dessa mesma maleita, sendo que por isso é considerado normal.
Este ruído mental incessante impede o leitor de encontrar esse reino de calma interior que é inseparável do Ser. Gera um eu falso engendrado pela mente que lança uma sombra de medo e sofrimento.
A identificação do leitor com a sua mente cria uma divisória
opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, juízos
e definições, que bloqueia todo o relacionamento verdadeiro.
Interpõe-se entre o próprio leitor, entre o leitor e o próximo,
entre o leitor e a sua natureza, entre o leitor e Deus.
É esta divisória de pensamento que gera a ilusão de afastamento,
a ilusão de que há o leitor e um «outro» completamente
distinto. Nessa altura, o leitor esquece o facto essencial
de que, sob o nível da aparência física e das formas
separadas, o leitor é uno com tudo o que existe.
A mente é um instrumento maravilhoso se usado adequadamente.
No entanto, quando utilizada de forma errada,
torna-se muito destrutiva. Para ser mais preciso, não se
trata tanto de o leitor usar a mente de maneira errada: em
geral, o leitor nem sequer a utiliza. Ela é que o usa a si. É
esta a doença. O leitor acredita que é a sua mente. É esse o
engano. O instrumento apoderou-se de si.
É quase como se o leitor estivesse possuído sem saber
que o estava e, por esse motivo, tomasse a possessão como
sendo você mesmo.

O INÍCIO DA LIBERDADE é a percepção de que o leitor
não é a entidade que possui - o pensador. Sabê-lo
permite-lhe observar a entidade. Na altura em que o
leitor começar a observar o pensador, desperta um
nível superior de consciência.
Nesse momento, o leitor começa a aperceber-se de que
existe um vasto mundo de inteligência para além do pensamento, que este é apenas um aspecto ínfimo dessa inteligência. Apercebe-se ainda de que todas as coisas realmente importam (a beleza, o amor, a criatividade, a alegria, a paz interior) nascem além da mente.
O leitor começa a despertar.

LIBERTAR-SE DA MENTE

A boa notícia é que é possível ao leitor libertar-se da sua
mente. É esta a única libertação verdadeira. O leitor Pode
dar o primeiro passo neste exacto momento.

COMECE A OUVIR AVOZ DENTRO DA SUA CABEÇA com tanta
frequência quanto possível. Preste especial atenção a
quaisquer padrões de pensamento repetitivos, às velhas
cassetes que têm passado dentro da sua cabeça,
porventura já há anos.
É a isto que me refiro quando digo «observar o pensador
», que é outra forma de dizer: ouvir a voz dentro da
sua cabeça, estar lá como a presença que testemunha.
Quando o leitor escutar essa voz, faça-o com imparcialidade,
ou seja, não emita juízos. Não julgue nem condene
aquilo que ouve, pois fazê-lo implica que a mesma
voz voltou a entrar pela porta dos fundos. Em breve
perceberá: ali está a voz e aqui estou eu a observá-la.
Esta percepção aqui estou, esta sensação da sua própria
presença não é um pensamento. Surge além da mente.
Assim, quando a pessoa escuta um pensamento, está
consciente não só deste, mas também de si própria como testemunha do pensamento. Introduziu-se uma nova dimensão da consciência.

ENQUANTO O LEITOR OUVE O PENSAMENTO, sente uma
Presença consciente (o seu eu mais profundo) por trás do pensamento ou sob o mesmo, por assim dizer. Nesse momento, o pensamento perde o poder que tem sobre si e depressa abranda, porque o leitor já não está a transmitir energia à mente ao identificar-se com ela. Trata-se do início do fim do pensamento involuntário e compulsivo.
Quando um pensamento se aquieta, a pessoa experiência uma
descontinuidade da corrente mental, um hiato de
«ausência de mente».No início, os hiatos serão pequenos, talvez apenas de alguns segundos, mas a pouco e pouco tornar-se-ão mais longos. Quando
estes hiatos ocorrem, a pessoa sente uma certa tranquilidade e
paz interior. É este o início do seu estado natural de união sentida com o Ser, que em geral é obscurecido pela mente.
Com a prática, a sensação de tranquilidade e paz aprofundar-
se-á. De facto, não há fim para a sua profundidade.
O leitor sentirá ainda uma emanação subtil de alegria
que nasce da profundidade do ser: a alegria de Ser.

Neste estado de conexão interior, a pessoa está muito
mais alerta, mais desperta do que no estado de identificação
com a mente. Está totalmente presente. Este estado faz também
aumentar a frequência vibratória do campo de energia
que dá vida ao corpo físico.
Conforme se entra com mais profundidade neste reino
de ausência de mente, como por vezes lhe chamam no Oriente, a pessoa apercebe-se do estado puro de consciência.
Nesse estado, sente-se a própria presença com tal intensidade
e tal alegria que todo o pensamento, todas as emoções, assim
como todo o mundo exterior, se tornam relativamente
insignificantes em comparação. E, no entanto, este não é
um estado egoísta, mas sim de abnegação. Conduz a pessoa
para além daquilo que antes considerava o «seu ser».Essa
presença é, em essência, o leitor e, ao mesmo tempo, é inconcebivelmente
maior que você.
EM VEZ DE «OBSERVAR O PENSADOR», o leitor também
pode criar um hiato na corrente do pensamento, dirigindo
simplesmente o foco da sua atenção para o Presente.
Basta tornar-se intensamente consciente do momento
Presente(não é tanto os acontecimentos a ocorrer, como o Espaço onde ocorrem!).
É algo que dá uma satisfação profunda. Deste modo, o
leitor afasta a consciência da actividade mental e cria um hiato
de ausência de mente no qual está muitíssimo alerta e consciente,
embora sem pensar. É esta a essência da meditação.

NA SUA VIDA DIÁRIA, o leitor pode pôr esta acção em
prática pegando numa qualquer actividade rotineira,
que, em geral, é somente um meio para um fim, e
prestando-lhe o máximo da sua atenção, de modo a
que ela se torne um fim por si própria. Por exemplo,
cada vez que o leitor subir e descer as escadas em casa
ou no seu local de trabalho, preste muita atenção a
cada passo, a cada movimento, até à sua respiração.
Esteja completamente presente.
Ou quando lavar as mãos, preste atenção a todas as
percepções dadas pelos sentidos que estão associadas
à actividade: o som e o sentir da água, o movimento
das suas mãos, o cheiro do sabonete, etc.
Ou quando entrar no seu carro, depois de fechar a
porta, pare por alguns segundos para observar o fluir
da sua respiração. Torne-se consciente de uma sensação
de presença silenciosa, embora também poderosa.
Há um determinado critério, segundo o qual é possível
medir o nível de sucesso que o leitor tem nesta
prática: o nível de paz que sente interiormente.

O único passo mais vital da sua viagem para a iluminação
é este: aprenda a não se identificar com a sua mente.
Cada vez que criar um hiato na corrente do pensamento, a
luz da sua consciência torna-se mais forte.
Um dia, o leitor pode dar por si a sorrir por causa da voz
que está dentro da sua cabeça, tal como faria com as travessuras
de uma criança. Este facto significa que o leitor já não
leva o conteúdo da sua mente tão a sério, na medida em que
a sua noção do eu não depende disso.

ILUMINAÇÃO: ERGUER-SE PARA
ALÉM DO PENSAMENTO

Conforme o leitor vai crescendo, forma uma imagem
mental sobre quem é, com base no condicionamento pessoal
e cultural a que está sujeito. Podemos chamar a este eu
ilusório o ego. Ele consiste em actividade mental e só pode
ser mantido através do pensamento constante. O termo ego
significa coisas diferentes para pessoas diferentes, mas quando eu o utilizo neste livro tem o significado de um falso eu,
criado pela identificação inconsciente com a mente.
Para o ego, o momento presente praticamente não existe.
Só o passado e o futuro são tidos como importantes.
Esta contraposição total da verdade explica o facto de no
modo ego a mente ser tão disfuncional. Preocupa-se sempre
em manter o passado vivo, porque sem ele... quem é
você? Ele projecta-se constantemente no futuro para garantir
a sua sobrevivência contínua e para procurar lá algum
tipo de libertação ou realização. Diz: «Um dia, quando isto,
aquilo ou tal acontecer, vou ficar bem, feliz, em paz.»
Até quando o ego parece estar virado para o presente,
não é o presente que ele vê: o ego interpreta o presente de
forma totalmente errada porque o observa com os olhos
do passado. Ou reduz o presente a um meio para atingir um
fim, um objectivo que se encontra sempre num futuro projectado
na mente. Observe a sua mente e verá que é assim
que funciona.

O momento presente contém a chave da libertação. Porém,
o leitor não pode encontrar o momento presente enquanto
estiver dentro da sua mente.
A iluminação significa erguer-se além do pensamento.
No estado iluminado, o leitor também utiliza a mente pensante
quando é preciso, mas fá-lo de uma maneira muito
mais concentrada e eficaz do que antes. Utiliza-a, geralmente,
para finalidades práticas, mas está livre do diálogo interior
involuntário e a tranquilidade interior existe.
Quando o leitor utiliza a mente, em especial quando uma
solução criativa é necessária, oscila de poucos em poucos
minutos entre o pensamento e a tranquilidade, entre a mente
e a ausência de mente. A ausência de mente é o consciente sem pensamento. Somente desse modo é possível pensar
de forma criativa, porque só dessa forma o pensamento
tem algum poder real. Por si só, quando já não está ligado
ao mundo bem mais vasto do consciente, o pensamento
depressa se torna estéril, alienado e destrutivo.

EMOÇÃO: A REACÇÃO DO CORPO À MENTE

A mente, no sentido em que utilizo a palavra, não é apenas
pensamento. Inclui as emoções, bem como todos os
padrões reactivos inconscientes mentais e emocionais. A emoção surge no lugar em que a mente e o corpo se encontram.
É a reacção do corpo à mente ou, poder-se-ia dizer, um
reflexo da mente no corpo.
Quanto mais o leitor se identificar com o seu pensamento,
com aquilo de que gosta e de que não gosta, com juízos
e interpretações, o que é o mesmo que dizer que quanto
menos presente estiver como observador consciente, mais
forte será a carga de energia emocional, esteja você a par
disso ou não. Se não conseguir sentir as suas emoções, se
estiver afastado delas, acabará por experienciá-las a um nível
puramente físico, como um problema ou sintoma físico.

SE TEM DIFICULDADE EM SENTIR AS SUAS EMOÇÕES, comece
por concentrar a atenção no campo energético
interior do seu corpo. Sinta-o a partir de dentro. Este
posicionamento também vai pôr o leitor em contacto
com as suas emoções.
Se quer, de facto, conhecer a sua mente, o corpo dar-
-lhe-á sempre um reflexo exacto, por isso observe a
emoção, ou antes sinta-a no seu corpo. Se existir um
conflito aparente entre a emoção e o pensamento, este será
a mentira e a emoção a verdade. Não a derradeira verdade sobre quem o leitor é, mas a verdade relativa do
seu estado de espírito na altura.
O leitor pode também não ser capaz de levar a sua
mente inconsciente à consciência, enquanto pensa-
mento, mas ela estará sempre reflectida no corpo enquanto emoção e o leitor pode tornar-se consciente deste facto.
Observar uma emoção desta forma é praticamente o
mesmo que ouvir ou observar um pensamento, o que
descrevi anteriormente. A única diferença é que enquanto
o pensamento está na cabeça da pessoa, a emoção
tem um componente físico forte e, assim, é sentida
fundamentalmente pelo corpo. Depois, pode permitir-
se que a emoção esteja presente sem que seja controlado
por ela. O leitor deixa de ser a emoção e passa
a ser o observador, a presença observadora.

Se praticar este procedimento, tudo o que é inconsciente
dentro de si será trazido para a luz do consciente.

TORNE O FACTO DE PERGUNTAR A SI MESMO «O QUE É
QUE SE PASSA DENTRO DE MIM NESTE MOMENTO?» UM
HÁBITO. A pergunta vai levá-lo na direcção certa. No
entanto, não analise, limite-se a observar. Concentre a
atenção no interior. Sinta a energia da emoção.
Se não estiver presente nenhuma emoção, conduza a sua
atenção até um ponto mais profundo do campo
energético interior do seu corpo. É essa a entrada do Ser.

Cap. 1, de: "A Prática do Poder do Agora", de E. Tolle, da Pergaminho
.
MELHORE MENTE
.
Queres melhor mente,
E melhor cabeça?
Olha realmente:
Que ela não teça
.
Tão inutilmente;
Morre p'ró passado
No momento presente,
Oh maravilhado!
.
Só nos passageiros
Prazeres do sexo,
Comida, dinheiros
Pensas, oh complexo?
.
Para de pensar,
Relê mas escreve
Também, respirar
Olha. Te atreve!
.
Sê mesmo eterno
Agora, no Agora
Podes sê-lo e inferno
Fica de fora!
.
O portão
Que conduz à vida
É o agora, tão
Sem problemas, Rida!
.
Sinta palpitar
Do coração,
Sem nada arrancar,
E o pé no chão!
.
Pense no prazer:
Não deixe a dor
Só, satisfazer
Entusiasmador!
.
Ouça, cheire, faça,
Toque... Sem julgar.
E deixe a caça
Crescer, sem matar.

Thursday, June 12, 2008

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DORME
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Mesmo mau será?
Será mesmo bom?
E, não haverá
Meio termo, dom?
.
Prazer passageiro
Do sexo, do comer...
Antes lisonjeiro...
Mui presente ser.
.
Se tens sono dorme,
Se tens fome come;
Tu vens do informe,
E, nada se some!
.
.
GRANDE LENTE(que lê)
.
Experimenta não te defenderes
Ao seres atacado por ego
Mental inseguro: se de te veres
Todo fores capaz, não és cego.
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Mas, aceita tal eu mutilado,
Com medo de falhar, de perder,
De ser magoado: de meado
Passará a inteiro, ao Ser.
.
Vê se entendes: mente, saber
Não é tudo: o subconsciente
Também manda: será que nem sofrer
Te faz compreender, grande lente?
.
.
TODOS MERECEM
.
A alegria, o prazer
Estão dentro de nós: são
A Presença e o Ser
Que dão gozo à acção.
.
Meio é mais que fim
A atingir: meio Agora
É de paz, de Joaquim,
De Maria, de pai, nora...
.
Não somos só os sentidos,
Pois somos também a luz,
Os poderes, e, egos idos
Não podem voltar com pus.
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Aceita problema, dor,
Complicado, 'té corrupto,
Ladrão, até impostor...
Não roubes, sê doador.
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O grande já foi pequeno;
Sem dor não há despertar?
Inteligente sereno
É, não egóico, quer dar.
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Todos merecem ser ricos,
Famosos, patrões, doutores,
Sábios, artistas, xicos,
Felizes, não sofredores.
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Wednesday, June 11, 2008

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NAU CONSCIENTE
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O animal, inconsciente,
É uno com a natureza;
Nós, em consciente pureza,
Somos do Ser recipiente,
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Que natureza e animal
E homem cheios d' ego mau
Iluminamos com a nau
Que transporta o bem e o mal.
.
Desculpa-me, forma amiga,
Se não te dou mais atenção,
Mas, é para mais formação
E desenvolver da formiga.
.
Activa corpo de prazer
Mas lembrando corpo de dor:
Seja que inimigo for,
Nunca o deixes a sofrer.
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Tuesday, June 10, 2008

CORPOS de DOR
e de PRAZER

Se há um corpo de dor, e há, o qual devemos conhecer, e, com o qual devemos aprender, também há um corpo de prazer, no qual nos devemos transformar. Sendo que: a) dificilmente os espíritos existem sem suporte material; b) a reencarnação é uma tremenda realidade; c) somos espírito/consciência ; d) a memória não é para desprezar; e, e) há uma inteligência muito maior do que o pensamento (não precisamos, p.e., de pensar para respirar).
E, seguramente que existimos para criar beleza, alegria, bem estar e felicidade em nós, no próximo e em todo o universo.

Há dois lados em todo
O lado: de um ao
Outro vamos: e, tao
É p'ra chinês e godo.

Friday, June 06, 2008

A Descoberta do Espaço Interior

Segundo uma antiga história sufista, havia um rei de um território
do Médio Oriente que estava permanentemente dividido
entre a felicidade e o desânimo. A mínima coisa provocava nele
uma enorme perturbação ou uma reacção intensa, e a sua felicidade
rapidamente se transformava em decepção e desespero. A uma
dada altura, o rei ficou farto de si próprio e da vida, e começou a
procurar uma saída. Mandou chamar um sábio que vivia no seu
reino e que tinha a reputação de ser iluminado. Quando o sábio
chegou, o rei disse-lhe: «Quero ser como tu. Podes dar-me alguma
coisa que traga equilíbrio, serenidade e sabedoria à minha vida?
Pago-te o que tu quiseres.»
O sábio respondeu: «Talvez o possa ajudar. Mas o preço é tão
elevado que todo o seu reino não seria suficiente para o pagar. Por
isso, será uma dádiva para si, se a honrar.» O rei deu-lhe as suas
garantias, e o sábio partiu.
Algumas semanas mais tarde, o sábio voltou e deu ao rei uma
caixa ornamentada esculpida em jade. O rei abriu a caixa e encontrou
um singelo anel de ouro no seu interior. O qual tinha uma
inscrição. Esta dizia: Também isto irá passar. «O que quer isto
dizer?», perguntou o rei. O sábio respondeu: «Use sempre este anel.
Aconteça o que acontecer, antes de dizer se é bom ou mau, toque no anel e leia a inscrição. Desta forma, estará sempre em paz.»

Também isto irá passar. O que é que existe nestas simples palavras
que as torna tão poderosas? Olhando à superfície, poderia
parecer que estas palavras são susceptíveis de proporcionar algum
conforto numa situação adversa, mas também podem diminuir a
satisfação concedida pelas coisas boas da vida. «Não estejas demasiado
feliz, porque a felicidade não dura muito.» Parece ser isto que
as palavras estão a dizer, quando aplicadas a uma situação percepcionada
como boa.
A importância total destas palavras torna-se evidente se as considerarmos
no contexto das outras duas histórias que abordámos
anteriormente. A história do Mestre zen cuja resposta era sempre
«A sério?» revela o bem que deriva da não-resistência aos acontecimentos,
ou seja, de sermos unos com o que acontece; a história do
homem cujo comentário era invariavelmente um lacónico «Talvez» ilustra a sabedoria do não-julgamento; e a história do anel
aponta para o facto de a impermanência, ao ser reconhecida, conduzir
ao não-apego. A não-resistência, o não-julgamento e o não-
-apego constituem os três aspectos da verdadeira liberdade e da
vida iluminada.
As palavras inscritas no anel não nos dizem que não devemo
desfrutar das coisas boas da nossa vida, nem se destinam a dar
conforto em alturas de sofrimento. Elas têm um propósito maior:
tornar-nos conscientes da efemeridade de todas as situações, que
se deve ao carácter transitório de todas as formas, sejam elas boas,
ou más. Ao tomarmos consciência da transitoriedade de todas as
formas, o nosso apego a elas diminui e deixamos em certa medida
de nos identificar com elas. Desapegarmo-nos não significa que
não podemos usufruir das coisas boas que o mundo tem para nos
oferecer. Na realidade, passamos a gozá-las mais. Quando vemos e
aceitamos a transitoriedade de todas as coisas e a inevitabilidade
da mudança, podemos desfrutar dos prazeres do mundo enquanto eles duram, sem que o medo da perda ou a ansiedade em relação ao futuro se apoderem de nós. Quando nos desapegamos, ficamos numa posição mais vantajosa para ver os acontecimentos que ocorrem na nossa vida, em vez de ficarmos presos a eles. Somos como
um astronauta que vê o planeta Terra rodeado pela imensidão do
espaço e que se apercebe de uma verdade paradoxal: a Terra é preciosa
e, ao mesmo tempo, insignificante. O reconhecimento de
que Também isto irá passar traz consigo o desapego e, com o desapego,
ootra dimensão entra na nossa vida - o espaço interior. Através
do desapego, bem como do não-julgamento e da não-resistência,
ganhamos acesso a essa dimensão.
Quando deixamos de nos identificar totalmente com as formas,
a consciência - quem somos - é libertada do seu aprisionamento
à forma. Esta libertação é o despontar do espaço interior.
Chega como uma espécie de quietude, uma paz subtil que se
apodera do fundo de nós mesmos, inclusive perante algo aparentemente
negativo. Também isto irá passar. De repente, cria-se um
espaço à volta do acontecimento. Há igualmente um espaço em
redor dos altos e baixos emocionais, e até mesmo à volta da dor.
E, acima de tudo, existe um espaço entre os nossos pensamentos.
E desse espaço emana uma paz que não é «deste mundo», pois
este mundo é a forma, e a paz é o espaço. Esta é a paz de Deus.
Agora podemos apreciar e honrar as coisas deste mundo sem
lhes dar uma importância e um significado que elas não têm. Podemos
participar na dança da criação e ser activos sem apego aos
resultados e sem fazer exigências despropositadas ao mundo: faz-me
sentir realizado, faz-me ser feliz, faz-me sentir seguro, diz-me
quem sou. O mundo não nos pode dar estas coisas e, quando deixamos
de ter estas expectativas, todo o sofrimento criado por nós
próprios chega ao fim. Todo este sofrimento deve-se a uma sobrevalorização da forma e a uma inconsciência da dimensão do espaço
interior (e exterior). Quando esta dimensão está presente na nossa vida,
podemos desfrutar das coisas, das experiências e dos prazeres dos
sentidos sem nos perdermos neles, sem um apego interior a eles, ou seja, sem nos viciarmos no mundo.
As palavras Também isto irá passar são indicadores da realidade. Ao apontarem para a impermanência de todas as formas, implicitamente também estão a a pontar para o eterno. Apenas o que há de eterno em nós pode reconhecer a impermanência como impermanência.
Quando a dimensão do espaço é perdida, ou, melhor, quando não é reconhecida, as coisas do mundo adquirem uma importância absoluta, uma seriedade e um peso que na verdade não possuem. Quando o mundo não é visto segundo a perspectiva da ausência de forma, converte-se num sítio ameaçador e, em última análise, num sítio de desespero. O profeta do Velho Testamento deve ter sentido isso ao escrever: «Todas as coisas se afadigam, mais do que se pode dizer.»
Páginas 183-186, de “Um Novo Mundo”, de Echart Tolle, da Pergaminho, 2007, Cascais
BRINCA
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Até cega com a brinca,
A criança... Isto é: não
Vê mais nada, nem trinca...
E, é feliz, homenzão!
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Entusiasmo a mais
Não convém, mas, verdade
É: formas melhorais?
Deus é materialidade!
.
E, também aprofundais
Consciência? As formas
Passam, e, as integrais
Todas, com ou sem as normas?

Thursday, June 05, 2008

AGORA
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Não há problemas no presente:
Agora não é o melhor
Tempo do mundo? Vá, atente
Bem: melhor, nunca pior.
.
Meio para atingir um fim
No futuro não é Agora,
Nem é obstáculo ruim:
Agora é Amigo, hora!
.
Tempo muito menos inimigo
É: Vida não é resolver
Problemas: não invente, amigo,
Problemas. Vamos cá viver!
O Ego e o momento presente
A relação importante e primordial da nossa vida é aquela que temos com o Agora ou, melhor dizendo, com qualquer forma assumida pelo Agora, ou com o que é, ou com o que acontece. Se a nossa relação com o Agora for disfuncional, essa disfunção refelectir-se-á em todas as relações e situações com que nos deparamos. O ego pode ser definido de um modo muito simples: é uma relação disfuncional com o momento presente. É neste momento que podemos decidir que tipo de relação queremos ter com o momento presente.Quando atingimos um determinado nível de consciência, isto é de Presença (e, se está a ler isto, é porque com certeza já o atingiu), somos capazes de decidir que tipo de relação queremos ter com o momento presente. Eu quero que o momento presente seja meu aliado ou meu inimigo? O momento presente é indissociável da vida, por isso estamos a decidir que tipo de relação queremos ter com a vida. Quando decidimos que queremos que o momento presente seja nosso aliado, cabe-nos a nós dar o primeiro passo: tornarmo-nos aliados dele, acolhê-lo independentemente do disfarce que assume, e em breve veremos resultados. A vida tornar-se-á nossa aliada; as pessoas tornam-se prestáveis e as circunstãncias cooperantes. Uma decisão altera toda a nossa realidade. Mas esta é a decisão que temos de tomar vezes sem conta, até passar a ser natural viver desta forma.A decisão de transformarmos o momento presente em nosso aliado é o fim do ego. O ego nunca pode estar em sintonia com o momento presente, ou seja, em consonância com a vida, pois a sua própria natureza leva-o a ignorar, resistir ou desvalorizar o Agora. O ego vive com base no tempo. Quanto mais forte for o ego, mais tempo domina a nossa vida. Quando a domina, quase todos os pensamentos que temos se centram no passado ou no futuro, e a nossa noção do eu depende do passado para nos dar uma identidade e do futuro para ela ser realizada. O medo, a ansiedade, as expectativas, a mágoa, a culpa e a ira são as disfunções do estado de consciência ligado ao tempo.O ego pode tratar o momento presente de três formas: como um meio para atingir um fim, como um obstáculo ou como um inimigo. Vamos analisar cada um em pormenor, para podermos recenhecer esse padrão quando ele nos afectar e... decidir novamente.Para o ego, o momento presente só é útil, na melhor das hipóteses, como um meio para atingir um fim, conduz-nos a um momento futuro que é considerado mais importante, apesar do futuro nunca existir a não ser na forma do momento presente, não passando, por isso, de um pensamento na nossa cabeça. Por outras palavras, nunca estamos plenamente aqui porque estamos sempre ocupados a tentar chegar a outro sítio.Quando este padrão se torna mais vincado, o que é muito comum, o momento presente é considerado e tratado como se fosse um obstáculo a ultrapassar. É aqui que surge a impaciência, a frustração e o stresse (e as dores ) que, na nossa cultura, faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, sendo esse o seu estado normal. A vida, que é o agora, é vista como um «problema» e nós vivemos num mundo cheio de problemas que precisam de ser todos resolvidos (sorriso...) para podermos ser felizes, para nos sentirmos realizados ou para começarmos a viver - é assim que pensamos. O problema é que quando resolvemos um problema aparece outro. Enquanto o momento presente for encarado como um obstáculo, os problemas não vão ter fim. «Eu sou o que tu quiseres que eu seja», diz a Vida ou o Agora. «Eu trato-te da mesma forma que tu me tratas. Se me vires como um problema, eu serei um problema para ti. Se me tratares como um obstáculo, eu serei um obstáculo.» (Se me tratares como os gozos, a vitória, eu serei um Gozo, uma Vitória).Na pior das hipóteses, e apesar de ser muito comum, o momento presente é tratado como se fosse um inimigo. Quando detestamos o que estamos a fazer, quando nos queixamos do que nos rodeia, quando dizemos mal das coisa que estão a acontecer ou já aconteceram, ou quando o nosso diálogo interior é feito de «devias fazer isto» ou «não devias fazer aquilo», de culpas e acusações, estamos a discutir com o que é, a discutir com aquilo que é em si a questão. Estamos a fazer da vida uma inimiga e a Vida diz: «se é guerra que queres é guerra que terás». A realidade exterior, que reflecte sempre o nosso estado interior, é sentida então como hostil.Uma pergunta fundamental que devemos colocar a nós mesmos regularmente é a seguinte: Qual a minha relação com o momento presente? Depois, esteja alerta para descobrir a resposta. Estou a tratar o Agora simplesmente como um meio para atingir um fim? Estou a vê-lo como um obstáculo? (Estou a vê-lo como o gozo, a alegria, o(a) grande amigo(a), a felicidade, o prazer, uma brincadeira, a paz, o divino jogo?...). Estou a fazer dele meu inimigo? Uma vez que o momento presente é tudo o que temos, uma vez que a Vida é inseparável do Agora, o que pergunta realmente quer dizer é: qual é a minha relação com a Vida? Esta pergunta é uma excelente forma de desmascarar o ego que existe dentro de nós e de nos conduzir a um estado de Presença. Embora esta pergunta não contenha a verdade absoluta (em última análise, eu e o momento presente somos um só), é um indicador útil que nos aponta a direcção certa. Faça essa pergunta a si mesmo com regularidade, até já não precisar de a fazer.Como se pode ultrapassar uma realidade disfuncional com o momento presente? O mais importante é vê-lo no nosso eu, nos nossos pensamentos e nas nossas acções. No momento em que vemos, em que nos apercebemos de que a nossa relação com o Agora é disfuncional, estamos presente. Ver sgnifica que a Presença está a surgir. No momento em que constatamos a disfunção, ela começa a desaparecer.Algumas pessoas riem à gargalhada quando vêem isto. Juntamente com a capacidade de ver vem o poder da escolha - a escolha de dizer «sim» ao Agora, de o transformar em nosso aliado.
Páginas 166 - 169 de: "Um Novo Mundo", de Echart Tolle, da Pergaminho