OBSERVAÇÃO
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O infindo, o eterno,
A força poderosíssima,
Suavíssimo e terno,
A luz pura e branquíssima!
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Vá, não te identifiques
Com a crise e com a dor,
P’ra que mesmo lá não fiques,
Vítima ou agressor.
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Sem opostos não há dor:
Vence o oposto e deixa
Oposto ser vencedor.
Olha dor, que se desleixa!
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Observe bem, não rejeite,
Não desligue, não anseie,
Tudo, bem e mal aceite,
E, que bem se balanceie!
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Exemplo tenho de ser
De justiça, perfeição.
E tu também tens de ser
Mui bom na observação!
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Aceita o que agora
É, à vida não resistas,
E verás que o que chora
Sorrirá ‘té com vistas!
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Dor é como ilusão:
Quando a observamos
Bem, dá-se separação,
Foge, e, livres ficamos.
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Trevas, dor, p’ra combater
Não são: são p’ra observar.
E mal se vai converter
Em bem se eu aceitar.
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Mar, já não divides, unes!
Dor, já não fazes doer,
Já não móis e já não punes!
E, que fazer do prazer?
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Se prazer já tem a dor,
Prazer vai ter de morrer
Também p’ra superior
Gozo se enaltecer!
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O passado já morreu,
Só presente é real;
O futuro não nasceu,
Só agora não tem mal.
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Observa, não tenhas pressa:
Bebeste um pouco mais
Do que devias: impressa
Fica: observa mais, mais…
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!?
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Comunhão com o Altíssimo
E também com o Sereníssimo,
Luz levar por toda a parte,
Pois, se há Engenho, Arte!
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Lutar p’ra conflituoso
É; e é o Observar
Para o grande virtuoso:
Shekina, presente ‘star!
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Louvar com vero sentir:
Deus está em tudo; vir
Louvá-La e também ir,
Exaltá-Lo e ouvir.
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Ultrapassamos a porta
Do dualismo, da dor
E do prazer e na horta
Entramos do céu em flor.
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