Mas, o prazer por si só não pode ser o guia, a pedra de toque: veja-se, por exemplo, o gozo que pode existir na violência, em não gostar de alguém, em odiar grupos ou raças, em nutrir sentimentos hostis, e, que pode levar ao aniquilamento total (o vencedor não subsiste sozinho).
Contudo, a alegria, a felicidade podem e devem ser a pedra de toque: considere-se a alegria do estado mental em que a violência desaparece completamente, muito diferente do prazer da violência, vivificante, perene, construtiva, harmoniosa, resolutiva, contagiante, sem medo, ao invés de conflituosa, destruidora, manhosa, rancorosa, invejosa e medrosa...
E, algures, há alguém (podemos ser nós) não ávido, não ganancioso, não violento... que pode ser muito bem o que vai ganhar os milhões...
E ainda, quando Caim pergunta: "Como posso viver num mundo cheio de violência?..." está não só tentando justificar o seu assassinato, como, eventualmente, mostrando o medo de alguém lhe fazer o mesmo, o que pode, claro, não ter acontecido (pode ter sido problema ainda maior).
Enfim, a violência não resolve mesmo nada, antes só complica e agrava.
Se ainda somos violentos, na cólera, nos apetites sexuais, alimentares, de poder..., no ódio, no ciúme... como podemos chegar à não violência, à paz? Certamente não lutando arduamente por isto, o que é ainda violência. Certamente compreendendo, no mais fundo de nós mesmos, que a violência, mesmo e em especial a que dá prazer, não leva a lado nenhum a não ser ao lugar da grande e terrível dor.
E, agora sim por fim e claramente, a poesia e a prosa também são UM(a)!
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