FALARES de MONTARGIL e ARREDORES
A
.
"À coca" = à espreita
"À bispola" = à coca
"Abóbora bacoreira" = variedade de abóbora especialmente dada aos porcos, mas também usada no cozido de grãos: abóbora, grãos e carne de porco
“Ainda bem não” = subitamente
"Alambanzar-se" = exceder-se,
"Abêspera" = vespa
"Abespreiro" = ninho das vespas
"Acabrunhado" = triste
"Acaçapado" = agachado e escondido
"Acarretar" = transportar
"Açucre" = açúcar
“Achincalhar” = enxovalhar
"Afrontado" = enjoado; ansioso; impaciente
"Agachar-se" = fazer as necessidades; abaixar-se
"Aguamento" = doença que por vezes dá nas bestas quando passam por um lugar onde habitualmente lhes é dada uma pequena ração de incentivo e ocasionalmente não é dada. Também se diz que as crianças podem "aguar" se ficarem com o sentido nalguma comida apetitosa ou nalguma guloseima que alguém possa estar a comer diante delas e não oferecer
"Alcatruzes" = vasos da nora, para tirar água dos poços
"Alpragatas" = sapatilhas; alpercatas
"Alumiar" = iluminar
“Almêcere” = líquido que sobrava da feitura do queijo e se comia com sopas de pão
"A meitade" = a metade
"Amouchar-se" = Curvar-se baixando a cabeça
“Apanhar uma lebre” = dar um trambolhão
“Apanhar uma raposa” = ficar mal num exame
“Aperreado” = preso, apertado
"Apor-se" = tomar a iniciativa; dispor-se a
"Aprisco" = lugar onde dormem as ovelhas; redil
"Argolada" = gafe; engano; deslize
“Arr burro!” = anda burro!
"Arrancada" = tirada humorística espontânea; gargalhada estrondosa; grande quantidade de trabalho desenvolvido de uma só vez
"Arranques" = impulsos antes de vomitar, ataques de ansiedade
“Arrear o calhau” = defecar
"Arrebanhar" = apanhar, varrendo com a mão; apanhar com avidez
"Arrecuas" (ir ou andar às) = fazer marcha atrás (com um veículo); andar de costas
"Arreganhado" = a rir
“Arregoado” = fruto, figo, p.e., com a pele fendida
"Arreliado" = zangado; preocupado
"Arriar ou arrear" = bater; espancar
"Arriba" = acima; de pé; upa
"Arrimar" = encostar; arrumar
"Arrochada" = pancada
"Arremedar" = imitar
"Arvela ou cabeça de arvela" = cabeça no ar; pessoa distraída
"Arremedeio" = poupança; ajuda monetária; pequeno arranjo ou reparação; jeito
"Arrombo" = gasto exagerado de uma coisa; arrancada
“Arrotes chocos” = arrotos com mau sabor
"À soalheira" = a apanhar sol
"Assanhado" = zangado; enraivecido
"Assento" = banco; terreno para construir uma casa
"Atabafado" = com falta de ar"Atão" = então
“Atabua” = planta de rios e ribeiros usada, por exemplo, para forrar mouchos e cadeiras
"Atarantado" = atrapalhado; assustado; com medo
"Atazanado" = desajeitado; enrascado; com pouca habilidade
B
“Babujado” = com saliva
“Bacorada” = asneira
“Bácoro” = porco novo
“Badalhocas” = mal arranjado, suja
“Bages” = vagens
“Balança romana” = balança com gancho, haste grande e “quilão”, utilizada para pesar os porcos nas matanças
“Balda” = indisciplina
“Balho” = baile
“Balofo” = mole, amorfo
“Baraço” = cordel
“Baranda” = varanda
“Barbeiro” = muito frio
“Barrageiro” = pessoa de fora que veio trabalhar na Barragem, por cá tendo ficado
“Barrasco” = porco de cobrição, varrasco
“Barranco” = arriba ou encosta de difícil acesso
“Barranhão”= grande alguidar de barro em que era servida a refeição e de onde toda a gente comia
“Barraqueiro” = bobo
“Barrela” = Castigo infligido a um rapaz, por um grupo de outros rapazes, que consistia em imobiliza-lo, desapertar-lhe a braguilha, e encher-lhe as calças com terra, folhado, pasto ou outro lixo
“Barreira” = declive de uma estrada ou caminho
“Barroca(o) = vala funda escavada por enxurradas
“Barranceira” = ribanceira.
“Bate-cu” (de) = queda desamparada, batendo com o cu no chão
“Bater a orelha” = o que os porcos dos rodeios efectivamente faziam quando gostavam muito da comida, por ser boa
“Basto” = muito junto
“Bedelho” = garoto; pessoa acriançada ou imatura
"Bela de morrer" = muito bela mesmo!
“Bem bonda” = já não bastava…
“Bença” = bênção
“Benzedor” = curandeiro
“Bésperas” = véspera
“Bexigas” = Varicela
“Bicho(a) = modo de chamamento dos gatos
“Bichos-carpinteiros” (ter) = ser irrequieta(o)
“Bifar” = roubar
“Biqueiro” = esquisito com a comida; pontapé com bico da bota; biqueirada
“Bocho(a)” = modo de chamamento dos cães
“Bodega” = coisa reles, sem préstimo
“Boêr “ = beber“Bofes” = pulmões
“Bojarda” = pedrada; asneirada
“Bolachada” = bofetada
“Boleta” = bolota
“Bonda” (bem) = basta, chega
“Borna” = morna
“Bornal”= bolsa com ração em que mete o focinho das cavalgaduras e se prende no cabresto; sacola; saco da merenda
“Bornicos” = excrementos de alguns animais
“Borra Botas” = pessoa pouco importante, sem notoriedade
“Borralho” = brasas da lareira, braseiro
“Borralheira” = grande quantidade de borralho
“Borrega” = bolha na pele provocada por aperto ou fricção; ovelha nova
“Borregum”= sabor do sebo da carne de borrego
“Bóstia” = excrementos de gado vacum
“Braçado” = porção coisas que um braço pode cingir
“Brando” = morno; mole; macio
“Brocha(o)” = prego pequeno
“Bugalhas” = bolinhas das carvalheiras que os garotos usavam como berlindes
“Bulha” = zaragata, desentendimento“Bulir” = mexer
“Buxa” = pequena refeição para enganar o estômago; gordo
C
“Cabaça(o)” = fruto de aboboreira em forma de 8 que, depois de esvaziado e limpo, é usado para guardar água ou vinho por curtos períodos de tempo; recusa por parte da rapariga em dançar com um rapaz.
“Cabeça de cebola” = cabeça oca
“Cabeça-gacha” (andar de) = tristonho(a), deprimido(a) que anda cabisbaixo
“Cabo” = fim, fundo; também a haste de madeira de enxada, ancinho, etc..
"Cabo dos trabalhos" = uma complicação
“Cabrum” = cheiro ou sabor característicos da carne de cabra ou bode
“Caqueirada ou cacada” = brincadeira de carnaval que consistia, pelo resguardo da noite, (nessa altura não havia iluminação pública) em partir em cacos uma vasilha velha de barro, à porta de alguém
“Cachaço” = pescoço
“Cachopa(o) = rapaz, rapariga
“Caga, caganeira” = sorte
“Caga tacos” = pessoa fraca, com pouco valor
“Cagaço” = susto
“Cagadouro” = local onde as pessoas iam defecar
“Cagalhota” = insignificância, coisa pequena
“Cagança” = vaidade
“Caganeira” = diarreia
“Cagão, caguinchas” = medroso; que tem muita sorte
“Caldeiro” = balde cilíndrico em chapa de zinco com o diâmetro da base maior que a altura ao qual se dão várias utilizações, desde tirar água do poço até para fazer a comida do porco
“Calhandrar” = fazer calhandrices
“Calhandreira” = alcoviteira, que ouve num lado e conta no outro
“Calhandrice” = andar na calhandrice é o mesmo que calhandrar
“Calhau” = pedra de arremesso
“Calhoada” = pedrada com calhau
“Canada” = pancada com cana
“Canalha” = infame
“Canetas” = pernas finas
“Cangalhada” = coisas sem valor
“Cangalhas” = armação colocada no dorso de animais para transporte de carga; óculos
“Canhota(o) = esquerdina(o), mão esquerda
“Cantareira” = prateleira fixa para arrumação de pratos
“Cântra” = cântaro pequeno
“Capote” =
“Caramelice” = mimo, bajulação, lisonja
“Caramelo” = gelo que se forma nos charcos ou nos tanques das hortas por acção do frio
“Carantonha” = máscara, cara feia
“Carapeta” = mentira leve
“Carolo” = parte interna, dura, da maçaroca do milho
“Carapela” = camada superficial do leite formada por nata; parte exterior de ferida a cicatrizar
“Cargumelo” = cogumelo
“Carreiro” = caminho estreito
“Cascos-de-rolha” = expressão que designa um local imaginário situado a grande distância
“Castanha, castanhada” = pancada
“Catano”(cum) = expressão indicativa de admiração ou encorajamento
“Catano” (ir p’ró) = ir-se lixar
“Catarral” = gripe forte
“Catrefa” = muitos
“Catraio(a)” = gaiato(a)
“Caximónia” = cabeça
“Ceifadeira(o) = ceifeira(o), máquina de ceifar
“Cesões” = febres
“Chamiços”= ramos pequenos de lenha
“Chanca” = pé grande
“Chincalhar” = coisa que está solta ou desapertada
“Chanfrado” = doido, irresponsável
“Charinga” = borrifador
“Charneca, charnecoso” = terreno meio árido, de mato
“Chavelho” = chifre pequeno dos bezerros
“Chiba(o)” = cabra ou bode pequenos
“Çabola” = cebola; cebola;cebola de albarrã (sabola d’albarrã) = bolbo existente nos montados. Dizia-se, na raia de Castelo Branco, que o seu suco possuia propriedades analgésicas e era utilizado pelos garotos da escola que untavam as mãos para aguentar a dor das reguadas do(a) professor(a),
“Chapado” = completo
“Cilha” = correia para apertar a albarda das bestas
“Cobrão” = doença de pele que se julgava devido a ter passado cobra por cima
“Coca” = entidade imaginária que se dizia levar as crianças quando não queriam comer a sopa
“Coalhar” = acção de solidificação do queijo
“Cobrão” = doença da pele
“Comezaina” = refeição farta
“Cortiça de falca” = cortiça da lenha ou paus de esgalhas
“Cortiça virgem” = cortiça branca, da primeira tiragem
“Cortiça preta” = cortiça normal
D
"De caixão à cova" = grande bebedeira
“De trás da orelha” = muito bom
“Derreado” = coxo, cansado, que se arrasta
“Desabelhar” = retirar-se rapidamente, fugir
“Desacorsoado” = desanimado, inconsolável
“Desinsaibido” = sem gosto, pouco apaladado, mal temperado
“Diacho” (que) = que diabo, mas com sentido menos contundente
“D ‘implica” (estar) = nú
“Dintuça” = dentadura, prótese dentária
E
“Embarrar” = subir por uma parede, pau ou uma árvore; pendurar-se
“Embasbacado(a)” = admirado(a), boquiaberto(a)
“Embezerrado” = amuado, com cara de poucos amigos
“Emperreado” = aperreado
“Empanturrar-se” = encher muito barriga
“Empolado” = com bolha, inchado
“Empernar” = encostar a perna
“Ençaime” = açaime
“Encardido” = muito sujo
“Encortiçado” = com textura de cortiça
“Encrenca” = problema, coisa causadora de problemas
“Engadanhado” = com as mãos enregeladas e não conseguir mexer os dedos
“Engalfinhado” = emaranhado, preso
“Engatar” = encaixar; correr bem
“Engavelar” = comer avidamente, comer muito
“Engives” = gengivas
“Enteirar-se” = tomar conhecimento
“Enxogar” = enxaguar
“Esbarrondar”= demolir; fazer ruir; em sentido figurado quando alguém se descai ou não resiste a
“Esborralhar” = desfazer torrões de terra, cavada ou lavrada, para preparar as leiras numa horta.
“Escanzelado” = magro
“Escarapantado” = surpreso, sobressaltado
“Escarrapachado” = montado com uma perna para cada lado
“Escarranchado” = de pernas abertas
“Esgravatar” = mexer com os dedos ao de leve
“Especado” = parado(a), sem se mexer
“Espeque” = escora
“Espernangado” = sentado de pernas abertas ocupando muito espaço
“Espingardar” = mandar vir
“Esterco” = estrume
“Estouro” = trambulhão, grande queda desamparada
“Estrafegar” = apertar o gasganete a, estrangular
“Estrafonar” = esbanjar, desbaratar, usar sem usufruir
"Estróina" = que estraga tudo
F
“Fanha, fanhoso” = gago, que fala pelo nariz
“Fanicos” (fazer em) = partir em pedaçinhos
“Fanoco” = porção desmesurada de pão, queijo ou outro alimento que se parta à mão ou à faca
“Farnel” = comida para semana de trabalho
“Fatiota” = roupa domingueira
“Fazer pouco” = troçar, gozar, ironizar
“Ferral” = variedade de uva
“Fogaça” = oferta
“Foguetório” = celebração efusiva
“Foita” (andar à, ir à ) = andar livremente, à vontade, sem vigia; andar à rédea solta; abordar uma situação descontraidamente, à confiança
“Forca” = vara com uma ponta bifurcada que serve de espeque, principalmente para suster as pernadas das árvores quando estão muito carregadas de fruta
“Fox” = lanterna a pilhas
“Fragoso” = escarpado
“Frangalho” (estar num) = estar de rastos
“Frasco” = mulher muito magra e pouco atraente
“Fronha” = cara; cobertura do travesseiro
“Fundilhos” = parte posterior das calças
G
“Galfarro” = rapaz que não inspira confiança, delinquente
“Galgar” = passar por cima
“Galheta” = estalada
“Gambuzinos” = insectos ou pássaros imaginários que andam de noite
“Gamela” = pia em pedra ou madeira onde comem dos animais
“Gacha-gacha” = forma de chamamento das galinhas
“Gaiteira” (velha) = velha alegre
“Gavela” = pequeno monte de cereal que se ceifa que se vai juntando para formar os molhos
“Gomitar” = vomitar
“Gosma” = bebedeira
“Gravatos” = lenha miúda
“Grado” = grande
“Gravanada, gravaneiro” = bátega de água
“Gravanços” = grão de bico
“Gravata” = prancha de cortiça que se pendura na barriga dos bodes ou dos carneiros durante o cio das fêmeas
“Guita” = cordel
I
“Impar” = gemer
“Impostrice” = vaidade
“Ir a nove” = ir a correr muito
J
“Javardice” = nojice
L
“Laje= ladrilho em pedra de xisto rudimentar utilizado na execução de pavimentos; lajedo
“Lambada” = chapada, pancada com a mão
“Lambão” = mandrião, preguiçoso
“Lambino” = guloso
“Lambisqueiro” = biqueiro; de mau bico; só come o que lhe agrada
“Lambusado” = rapaz ou rapariga com a cara suja de comida
“Lampeiro, limpeiro, lampeirão” = oportunista; desembaraçado; expedito
“Lançar fora” = vomitar
“Lapada” = bofetada
“Lavascar” = lavar tudo
“Leituga” = erva muito nutritiva
“Lonjura” = distânca
M
“Maçãzeira” = macieira
“Maçã de cunha” = variedade de maçã; maçã riscada
“Maçã de leite” = variedade de maçã local
“Maçã larioa” = variedade de maçã
“Machada falcoeira” = machada de gume arredondado, fazendo lembrar a “falcata”, espada arredondada, dos Lusitanos
“Manco” = incompleto; coxo
“Manducar” = comer; ditado: quem não trabuca não manduca
“Mangar” = troçar; ironizar em tom de brincadeira
“Manta lobeira” = manta quente e pesada usada no Alentejo, com pelos
“Maquia” = antiga medida; quantidade
“Marrafa” = penteado
“Marreco” = corcunda
“Matacão” = coisa grande e desajeitada
“Matança” = morte do porco
“Mecha” (Ir na) = ir a correr bastante
"Mensa" = mesa. Mensa significa mesa em latim.
“Medrar” = crescer
“Melhano” = milhafre
“Metediço” = onflituoso, provocador, que procura a briga constantemente
“Milhã” = erva infestante muito tenra, espontânea nas margens dos ribeiros ou em terras com muita água
“Melharuco” = Abelharuco
“Mofêda” = mato ou ervas daninhas que se criaram muito densamente; amontoado de lixo ou coisas dispostas de forma muito confusa
“Mocho” = sem cornos
“Moio” = medida de cereal equivalente 60 alqueires
“Moeira” = mangual
“Morder” = ter comichão; ter ardor nalguma parte do corpo
“Morte lenta” = pessoa molengona; paz-de-alma“Mosca-morta” = sonso
“Cadela” = pequeno banco de madeira feito de uma única peça aproveitando um ramo de árvore com galhos dispostos de forma a fazer as pernas (geralmente 3)
“Moucho” = banco com quatro pés e parte superior feita de entrançado de “atabua” ou cordel
N
“Nalgada” = palmada nas "nalgas"
“Nalgas” = nádegas, traseiro
“Nascido” = tumefacção, quisto, tumor
“Noitibó” = pássaro nocturno
O
“Odespois” = depois, no sentido de mais tarde
“Ôi ou ôia” = interjeição que designa espanto, admiração
“Oitão” = empena de uma casa
“Ovos-chocos”= ovos podres, que depois de partidos têm um cheiro muito nauseabundo
P
“Pagamento” (dia de) = andar com a braguilha aberta
“Palheiro” = barraca ou casa do burro e da palha
“Palpos-de-aranha” (estar, ver-se ou ficar em) = ver-se em dificuldades
“Palrar” = falar
“Palrante” = muito falador
“Pantemineiro” = malandro
“Passareco” = pardal
“Pásada” = pancada com pá
“Passarinha” = sexo das raparigas
“Pechota” = sexo dos rapazes
“Pechote” = pessoa com pouco valor
“Pilheira” = pequeno rebordo nas casas antigas, para pôr objectos de enfeitar
“Peneiras” = vaidade, manias
“Peneirento(a)” = que tem peneiras
“Perua” = bebedeira
“Pifar” = ir-se abaixo, acabar
“Pildra” = prisão
“Piléria”(sem) = sem graça
“Pimparote” = sopapo
“Pinchavelho” = pequena peça metálica
“Pisado” (sangue) = sangue por baixo de unha ou pele, na sequência de entalão, por exemplo
“Pisadura” = ferida infectada num pé, em particular quando se andava descalço
“Pisar ovos” = andar devagar
“Poça” = buraco
“Pragana” = palha de cereal
Q
“Queimoso” = picante
“Quinto”= trabalho de apanha de azeitona que era tomado de empreitada em que o pagamento aos apanhadores era a quinta parte da produção
R
“Rabicho” = sem rabo
“Ralo” = aguado, pouco consistente; o contrário de basto
“Regadeira” = pequena vala para regar
“Regato” = menos que ribeiro
“Rijo= de boa saúde
“Ripar” = forma de colher a azeitona em que se arrancam também folhas
“Rodilha” = pano de peça de vestuário que já não se vestia, usado para limpezas; enchumaço em tecido para por na cabeça a suportar pesos, servindo de almofada
“Ronco” = barulho feito pelos porcos
“Roufenho” = rouco
S
“Saída” = fêmea com o cio
“Salgadeira” = caixa de madeira onde se conservava a carne do porco com sal
“Samarra= casaco ou sobretudo de Inverno, com gola de pele de raposa ou borrego
“Sarapintado” = pintalgado, salpicado
“Sarnosa” = pessoa desagradável
“Saroulas” = ceroulas
“Sarrabulho” = confusão, algazarra
“Sarrar” = serrar
“Soleira” = parte de baixo do pão que fica em contacto com o forno
“Soltura” = diarreia
“Sortes” (ir às) = inspecção militar
“Sovina” = agarrado, avarento.“Surra” = sova
T
“Tiborna” = massa de pão untada com azeite, que se levava ao forno após a cozedura do pão nos fornos a lenha
“Tabefe”= estalada
“Talego” = saco pequeno de pano
“Talha”= Grande pote de barro para conservar as azeitonas. Também de zinco, para o azeite.
“Taloca” = pequeno buraco
“Taludo” = crescido
“Tama” = toma
“Tanganho” = chamiço
“Terço” = trabalho de apanha de azeitona ou outro que era tomado de empreitada em que o pagamento aos apanhadores era a terça parte da produção
“Testo” = tampa de vasilha
“Tirada de Cortiça” = descortiçamento de sobreiros
“Topar” = ver
“Tortulho” = cogumelo
“Tosa” = tareia
“Trafulha” = vigarista
“Trapeço” = assento de cortiça
“Treçolho” = inflamação exterior na vista
“Trogalhada” = cangalhada
“Trombas” = cara
“Tronga” = mulher brejeira
“Trugia, turgia” = coisa velha sem préstimo
V
“Vaca-loura” = insecto rastejante, preto com anéis vermelhos
“Vargalhudo” = valente, corajoso
“Vargontea” = ramo novo, rebento crescido
“Ventas” = cara
X
“Xingar o juízo” = aborrecer
“Xungaria” = coisa sem valor ou com muito pouco
Z
“Zunir” = zumbir, silvar
Ditos e lenga-lengas
A burro dado não se lhe olha ao denteDepois de porta arrombada, trancas de ferro
Está a chover e a fazer sol, e as bruxas a comer pão mole
Enquanto se capa não se assobia
Para onde vai a corda, vai o caldeirão
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Deus o deu e o diabo o levou
O quê? O Q é uma letra
Passámos as passas do Algarve
Odespois… morreram as vacas e ficaram os bois
Custou-me os olhos da cara
Comemos o pão que o diabo amassou
Quanto mais prima, mais se lhe arrima
Quem não arrisca não petisca
Quem não trabuca não manduca
Quem nunca se enganou mais burro ficou
Expressões
“Mijar fora do penico” = abusar, desobedecer, faltar ao respeito
“Cair-nos o coração aos pés” = panhar um susto, ficar atónito.
“Cabeça de alho chocho” = esquecido
“Ferrar o cão” = mentir; faltar a um encontro; não pagar uma dívida
“Ir num pé e vir no outro” = ir e vir sem se demorar
“Três vezes nove vinte e sete” = a esta expressão seguia-se um estalar de dedos como quem diz: este já não o vês mais
“Subiu-lhe o sangue à cabeça” = teve uma atitude tresloucada
“Vá atão!” = vamos a isso; então está bem; assunto resolvido
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment