MENTE/CORPO
Amar tanto o morto, como vivo, como o semi-morto/vivo. Não ter nem corpo/bens nem espírito a mais nem a menos.
Tudo começa na mente. Controlar a mente e o corpo é preciso.
Resistir fortalece e apoiar também.
Tudo começa no corpo. Controlar o corpo e o resto é possível.
Se queremos ser viajantes, ricos, tranquilos, controlados, sábios, saudáveis… devemos começar a viver como tal…
Há pessoas, livros, filmes, músicas, comidas, lugares, telas, casas, animais, barcos, carros, aviões… que são fora do comum: é preferível estar com eles (neles), ouvi-los, falar-lhes repetidas vezes do que com outros (noutros) novos mas banais, mas, não podemos ignorar nada nem ninguém: aqules também já foram como estes.
SOMOS
Somos uns vermes;
Somos génios;
Somos uns Hermes,
Uns convénios.
“FILOSOFIA DO NÃO-PROVEITO:
MUSHOTOKU
Mushotoku significa: não proveito, não desejo de adquirir (mu =negação, shotoku = proveito).
Shikan significa tal como mushotoku: sem objectivo, sem pro¬veito.
Um dos princípios mais importantes do Mestre Dogen é que não se deve nem desejar adquirir, nem dar com a ideia de receber. Mushotoku é o princípio essencial. Está concretizado em shikantaza: a arte de se sentar sem objectivo (posição do Buda) é disso significante.
Quando o Homem age ou dá quer receber compensação, mas o zen é a filosofia do não proveito.
Em zazen, o discípulo deve tentar obter «o mais elevado de si» com um perfeito desinteresse. Se há desejo de atingir um objectivo, esse objectivo falha. O puro torna-se impuro.
Do mesmo modo, em toda a obra de arte, toda a criação, o artista deve dar-se por inteiro, sem se ocupar em atingir a glória, a beleza, a riqueza e sem se sacrificar a modas. Deve exprimir-se no seu melhor, sem compromisso. Então a obra poderá ser bela, pura, humana.
Acontece o mesmo na procura da sabedoria. O discípulo não deve desejar a sabedoria nem a felicidade. Mas obterá a sabedoria se dia após dia procurar conhecer-se, ultrapassar-se, dar-se, sem esperar memhum proveito pessoal nenhum proveito pessoal. Se obtém a gratuidade dos seus , a felicidade vem por acréscimo.
Todo o apego, qualquer que seja a sua natureza, aliena a liberdade humana.
Quebrar os laços, os hábitos, amar sem apego, agir sem objec¬tivo pessoal.
Manter as mãos abertas, dar, abandonar todas as coisas sem medo de perder, nunca procurar adquirir, essa é a disciplina do adepto zen.
A verdade reside na simplicidade.
Atentos, viremos o nosso olhar para o interior, o lado nocturno do ser, a nossa noite humana. A aurora levantar-se-á. O mundo da experiência existe só no nosso espírito.
A paz, o desapego, serão a prova da eficácia da nossa procura.
A nossa vida não se torna, assim, nem pequena, nem estreita, nem solitária.
O nosso corpo e o universal são unos.
O nosso ego e o universal são unos.
O satori, nirvana, é a liberdade.
O satori exige o dom total de si.
O satori exige o total desapego de interesses privados, espirituais e materiais.
O satori exige o amor perfeito.
A comunicabilidade é fonte de amor, de força, de alegria.
Mestre Dogen diz: «Mantenham as mãos abertas; toda a areia do deserto passará através delas. Fechem as mãos; obtereis alguns grãos de areia.
Sejam vigilantes, disponíveis a todo o instante, afinem a vossa do que a espada mais afiada. Só então estareis na Via.”
Fonte: “Verdadeiro Zen”, de Taisen Deshimaru, da Sete Estrelo - Lisboa
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