VERDADE
“De Vasumitra para Buddhanandi
Buddhanandi era um especialista em filosofia e dialética. Ao encontrar o mestre Vasumitra, decidiu desafiá-lo.
Buddhanandi: Vim debater com você sobre a natureza da verdade.
Vasumitra: Meu caro amigo, a verdade não tem dois lados; logo, nunca foi e nunca poderá ser debatida. Qualquer coisa que seja debatida, por mais profunda que seja, simplesmente não é a verdade. Tudo o que é declarado sobre a verdade, por mais coerente e correto, permanece apenas no nível da discussão. Sempre há alguma perspectiva, em que qualquer afirmação pode e deve ser debatida. Até mesmo a menor intenção de afirmar ou discutir já encobre o que é real. Nenhuma afirmação verbal, como dizer que "a mente e seus objetos não estão fundamentalmente separados", pode ser a verdade. A afirmação verbal de que "a verdade está além das palavras e dos pensamentos" também não é a verdade. Afirmar que "sujeito e objeto são esquecidos na iluminação", ou expressar que "sujeito e objeto não são esquecidos na iluminação", também não são a verdade.“
Fonte: http://www.dharmanet.com.br/zen/koan.htm
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DESEJO
Desejar o melhor e as melhores coisas para todos os seres jamais pode ser causa de dor.
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EXTRACTOS DO LIVRO: “ZEN, Magia e Intuição”, de Inês Diane Stein, da MADRAS, S. Paulo:
ILUMINAÇÃO
“ ”Similitude” é ver as coisas como elas são em si mesmas; elas são vistas como tal, tal como elas são; nem mais nem menos. A obtenção dessa consciência é a iluminação. É chamada de satori… O que é exactamente o satori? É a percepção intuitiva que vai além da linguagem e do raciocínio. Nenhuma lógica pode colocar de lado essas compreensões. Quando o Satori é obtido, há um sentimento de alegria avassaladora e de aceitação. O indivíduo torna-se mais que o seu eu individual.”
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MAGIA
“Magia é uma transformação por meio do controle do eu e a transformação do eu. É uma mudança do externo por meio da mudança do interno. A auto-transformação é a mais alta forma de magia… Mudando aquilo em que acreditamos, mudamos as nossas opiniões… Como as nossas crenças criam a nossa realidade, mudando os nossos pensamentos, mudaremos a nossa realidade e as nossas experiências… Quando permitimos que o subconsciente se torne consciente, temos acesso às nossas habilidades psíquicas… Quando se prejudica alguém (algum ser) o prejuízo volta-se contra quem o provocou. Isso porque somos parte dos padrões de energia que estão interconectados.”
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TEMPO
“Construímos prisões com a mente ao tentarmos segmentar o tempo e ao fixar o início e o fim das coisas. Quando tentamos criar “coisas” no tempo e no espaço, perdemos o nosso Presente Absoluto. Somente quando não vemos “coisa alguma”, (nem ser algum), apenas processos, retornamos ao eterno agora. O eterno agora trata-se de onde o passado e o futuro são conhecidos em um único pensamento, atinge-se o todo-conhecimento (omnisciência). Isso é a supraconsciência. Você se encontra em um estado de intemporalidade. A partir deste único Instante cria-se o tempo divisível” – Suzuki.
Comentário: dividimos o tempo para melhor compreender as coisas ou processos, mas, ao fazê-lo, “matamos” o tempo. Também estes dois contrários: passado, presente e futuro, e, só presente, têm de ser unidos. Fazendo isto, “tornamo-nos abertos à eternidade. Ficamos abertos à intemporalidade”.
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MELHORAMENTOS
“ Na prática Zen, a mudança ocorre quando não se nega aquilo que é. Admita a situação em que se encontra, e a si próprio. Isso é essencial antes que qualquer transformação possa acontecer… Primeiro é necessário que você veja como faz com que determinadas coisas aconteçam, antes de poder modificar essas coisas… Você não pode livrar-se de uma coisa. Precisa aceitá-la, sem ter medo dela (nem a odiar), e assim ela não terá mais poder sobre si…Quando cessamos a nossa resistência ao que existe, detemos o nosso apego às nossas ideias sobre como algo deveria ser, permitindo a nós próprios estar no momento presente (unos, felizes, potentes…). Abandonamos as nossas devoções/ideias, obtendo o que desejamos. (Não é preciso que deixemos para trás o nosso objecto de desejo, apenas a fixação.)
Além do mais, ao abandonar a fixação, percebemos que existem outras possibilidades…
Se quisermos muito uma coisa, estaremos afastando aquilo que desejamos. Isto é assim porque todo o positivo cria um negativo (e vice-versa)… Por exemplo: se uma pessoa quer muito ser respeitada, com a ideia do respeito vem o seu oposto, o desrespeito… e, o respeito não se obterá.
Se você deseja intensamente que algo se modifique, pode tratar-se de uma indicação de convicções internas conflituantes. Se for este o caso, permita que ambas coexistam…
… A coisa exige resistência a fim de continuar a existir. O rancor e a tentativa de nos vermos livres de algo fortalecem-no… A partir do momento em que não resistirmos, ele começa a dissolver-se.
Inicialmente só mudam os nossos pensamentos e sentimentos, a nossa atitude, apesar disso já implicar melhoria e liberdade. Mas, nossos novos padrões de pensamento e comportamento acabarão por resultar em melhoramentos externos também.”
Comentário: realmente, de tanto querermos fazer bem e depressa, acabamos por fazer mal, tendo depois tendência a esquecer que fomos mesmo nós que o fizemos. Mas, mesmo que a "coisa" tenha atingido grandes proporções, o mal pode ser corrigido. E, não desprezando e odiando nem a própria merda e mijo, veremos como eles se transformam em perfume! Pois, não fomos também nós que fizemos as grandes e boas coisas? Não nos menosprezemos nem nos superconsideremos!
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