Sunday, December 31, 2006


UNIFIED
There is no separation between spirit and body, you and me, old and new, bad and good, what is seen and what sees, noise and silence, live and dead, pleasure and pain, etc., etc..



RELAÇÕES
Relativo e absoluto completam-se.
A agitação exagerada das mentes e de todos os seres, não lhes dá gozo mas sim dor.
“ O sol brilha porque temos olhos para o ver brilhar”
A iluminação, o êxtase, o orgasmo, o prazer são tudo experiências umas mais espirituais outras mais físicas, de inter-relação, de boas relações! Já a dor resulta da não relação ou de más relações!
Tudo é nosso e nada é nosso, e, a vida é um paradoxo: duas coisas que parecem excluir-se mas não se excluem, antes se completam, ambas sendo verdadeiras. O mesmo para a independência e para a interdependência: a independência é uma relação connosco próprios, como quando nos fixamos na respiração, p.e., mas, não há independência sem interdependência, pois, por exemplo, como respiraríamos sem o puro ar?
Inspiração: Taisen Deshimaru e Alan W. Watts

PLEASURE/PRAZER
Pois é, em face da dor, a ausência desta, o alívio, já é um prazer.
Vendo bem, em qualquer idade podemos ter dor\mal estar e/ou prazer\bem estar: todas as idades são portanto boas… para eliminarmos a dor e aumentarmos o prazer/bem estar.
A maior parte dos animais, se não das pessoas tem um lado que lhes dá para fazer mal mesmo a quem lhes faz bem. Acabamos com isso não lhes dando oportunidade para fazerem o mal/dor.

That’ s rigth, in face of the pain, the absence of this, the releif, is already a pleasure.
Looking well, in any age we can have pain/bad being and/or pleasure\well being: all ages are then good… to eliminate pain and increase pleasure/well being.
The great part of the animals, if not of the people as a side that leads them to make bad even to beings who make them good. We finish with that not giving them the oportunity to make bad/pain.
hôji
Vida e Morte

"… Não caia no erro de pensar que a vida se transforma na morte. A vida é uma fase completa em si mesma... A morte também é uma fase completa em si mesma… Portanto, quando a vida vem, encare e realize a vida; quando a morte vem, encare e realize a morte. Nem as rejeite nem se apegue a elas.
… Entretanto, não tente representar isso em sua mente, não tente dizê-lo em palavras. Apenas abandone o seu corpo e a sua mente, esqueça-se deles, e jogue-os na morada do Buddha/Deus, vivendo, sendo movido e guiado pelo DEUS/Buddha. Continuando dessa maneira, seguindo sem qualquer esforço pessoal, você se liberta da vida-e-morte e se torna um Buddha/Deus. Quem se demoraria na mente?
Existe uma caminho fácil de torna-se deus/buddha: não faça o mal, não se apegue à vida ou à morte, tenha compaixão por todos os seres, respeite o que é superior e não negue simpatia ao que é inferior, liberte a sua mente de todos os desejos e aversões, não pense em nada e não se preocupe com nada – isso é o Buddha. Não o busque em nenhum outro lugar.”
Fonte: http://www.dharmanet.com.br/zen/shoji.htm

Saturday, December 30, 2006


INSPIRAÇÃO
Há processos e resultados ou objectivos. Ambos são importantes, apesar dos processos talvez o serem mais. Ambos podem funcionar bem, felizmente, connosco sendo um com eles.
TEMPO
O tempo não é nem linear, nem circular. É o tempo. Vivemo-lo momento a momento, concentrados no que estamos a fazer, intensamente, sem ignorar nem passado nem futuro.
Inspiração: Alan W. Watts: "O Zen e a Experiência Mística", da Culturix
TUDO
Integrar tudo e todos, com energia e vigor, é reduzir todos e tudo ao absoluto, à perfeição, ao bem estar.
Não podemos limitar-nos nem à respiração nem às posturas normais. Há que, periodicamente, inspirar/expirar fundo e pausadamente, concentrando-nos na respiração…
Obviamente, quanto mais simples o ser, menor os seus prazeres e dores, e, aceitarmos, por vezes, que tudo está bem pode ser útil ao bem estar, mas, não o melhora. Por outro lado ainda, é verdadeira a afirmação druída de que, p.e., a minhoca que é comida pela ave passa a um nível superior. Todavia, a minhoca ao cair no estômago ácido da ave sofre. Os vermes têm pois de esconder-se das aves, como estas fogem dos homens. E, se o verme tiver de ser mesmo comido, convém então entregar-se e aceitar, compreendendo, que assim dói menos, se não nada!
Quanto ao facto de moscas, mosquitos, aranhas, etc…. morrerem com o frio, tão pouco isso prova que o frio excessivo esteja bem.

Friday, December 29, 2006


FELICIDADE
Muito possivelmente não há tal coisa como espírito desencarnado: nós, corpo e espírito, emergimos da terra e dos nossos pais, que dos frutos, água e ar daquela se alimentam, ao nascermos, para a ela voltarmos ao morrermos, e, isto eternamente. Esta é pois uma fortíssima razão para amarmos terra, ar, universo e todos os seres como a nós próprios. Mas, se houver tal espírito, é igual. Não me parece, entretanto, neste caso, que seja possível ou conveniente, no meio de tanta matéria, um espírito ser possível ou poder ser feliz, sem reencarnar.
Além do mais, é evidente a total interdependência de toda a matéria e de todos os seres vivos: nós somos toda a matéria e todos os seres, não sendo só os nossos restos depois de mortos que dão origem a outros seres (nós, noutras formas incluídos): também o que sobra de nós em vida, nomeadamente os chamados excrementos/excreções, o faz. Estamos pois continuamente a renascer e a reencarnar em muitos seres, superiores e inferiores
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Thursday, December 28, 2006

ALIMENTAÇÃO
Arroz e pão integrais, feijões, azeite, grãos, vegetais, frutos e chá são muito bons na alimentação. Em contrapartida, o excesso de carne, de fast food, de doces, de sal, de fritos, de gorduras e de álcool são muito prejudiciais.
PENSAMENTOS/DESEJOS
Pensamentos/desejos claros, repetidos e não contraditórios mais cedo ou mais tarde acabam por se concretizar, por se materializar.
A nossa realidade, o que somos e temos é fruto do nosso pensamento, daquilo em que acreditamos, e, o nosso pensamento é fruto da nossa realidade.
Se desejarmos muito melhorar a nossa realidade podemos obter um efeito contrário, o que não quer dizer que não devemos desejar, quanto baste, melhorá-la.
ATENÇÃO/ATENTION
Podemos treinar a atenção concentrando-nos, por exemllo, na nossa respiração, que se quer nem longa nem curta, e, tanto consciente como inconsciente. Sempre que a mente/acção divagar, devemos trazê-los de volta à respiração, às bordas do nariz, p.e..
We can train atention concentrating ourselves, for example, in our respiration, which must not be nor short nor long, and, so conscious as inconscious. Always that mind/action wander/divagate, we must bring them again to respiration, f.e., to border’ s nose.
PROCURAR/TO LOOK FOR
“Aquilo que você procura, faz com que você procure”.
“What you look for, makes that you look for.”
Fonte: “Visão da Montanha: um Centro para a Prática da Meditação ZEN Budista”

Wednesday, December 27, 2006

VERDADE

“De Vasumitra para Buddhanandi

Buddhanandi era um especialista em filosofia e dialética. Ao encontrar o mestre Vasumitra, decidiu desafiá-lo.

Buddhanandi: Vim debater com você sobre a natureza da verdade.
Vasumitra: Meu caro amigo, a verdade não tem dois lados; logo, nunca foi e nunca poderá ser debatida. Qualquer coisa que seja debatida, por mais profunda que seja, simplesmente não é a verdade. Tudo o que é declarado sobre a verdade, por mais coerente e correto, permanece apenas no nível da discussão. Sempre há alguma perspectiva, em que qualquer afirmação pode e deve ser debatida. Até mesmo a menor intenção de afirmar ou discutir já encobre o que é real. Nenhuma afirmação verbal, como dizer que "a mente e seus objetos não estão fundamentalmente separados", pode ser a verdade. A afirmação verbal de que "a verdade está além das palavras e dos pensamentos" também não é a verdade. Afirmar que "sujeito e objeto são esquecidos na iluminação", ou expressar que "sujeito e objeto não são esquecidos na iluminação", também não são a verdade.“

Fonte: http://www.dharmanet.com.br/zen/koan.htm

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DESEJO

Desejar o melhor e as melhores coisas para todos os seres jamais pode ser causa de dor.

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EXTRACTOS DO LIVRO: “ZEN, Magia e Intuição”, de Inês Diane Stein, da MADRAS, S. Paulo:

ILUMINAÇÃO

“ ”Similitude” é ver as coisas como elas são em si mesmas; elas são vistas como tal, tal como elas são; nem mais nem menos. A obtenção dessa consciência é a iluminação. É chamada de satori… O que é exactamente o satori? É a percepção intuitiva que vai além da linguagem e do raciocínio. Nenhuma lógica pode colocar de lado essas compreensões. Quando o Satori é obtido, há um sentimento de alegria avassaladora e de aceitação. O indivíduo torna-se mais que o seu eu individual.”

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MAGIA

“Magia é uma transformação por meio do controle do eu e a transformação do eu. É uma mudança do externo por meio da mudança do interno. A auto-transformação é a mais alta forma de magia… Mudando aquilo em que acreditamos, mudamos as nossas opiniões… Como as nossas crenças criam a nossa realidade, mudando os nossos pensamentos, mudaremos a nossa realidade e as nossas experiências… Quando permitimos que o subconsciente se torne consciente, temos acesso às nossas habilidades psíquicas… Quando se prejudica alguém (algum ser) o prejuízo volta-se contra quem o provocou. Isso porque somos parte dos padrões de energia que estão interconectados.”

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TEMPO

“Construímos prisões com a mente ao tentarmos segmentar o tempo e ao fixar o início e o fim das coisas. Quando tentamos criar “coisas” no tempo e no espaço, perdemos o nosso Presente Absoluto. Somente quando não vemos “coisa alguma”, (nem ser algum), apenas processos, retornamos ao eterno agora. O eterno agora trata-se de onde o passado e o futuro são conhecidos em um único pensamento, atinge-se o todo-conhecimento (omnisciência). Isso é a supraconsciência. Você se encontra em um estado de intemporalidade. A partir deste único Instante cria-se o tempo divisível” – Suzuki.

Comentário: dividimos o tempo para melhor compreender as coisas ou processos, mas, ao fazê-lo, “matamos” o tempo. Também estes dois contrários: passado, presente e futuro, e, só presente, têm de ser unidos. Fazendo isto, “tornamo-nos abertos à eternidade. Ficamos abertos à intemporalidade”.

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MELHORAMENTOS

“ Na prática Zen, a mudança ocorre quando não se nega aquilo que é. Admita a situação em que se encontra, e a si próprio. Isso é essencial antes que qualquer transformação possa acontecer… Primeiro é necessário que você veja como faz com que determinadas coisas aconteçam, antes de poder modificar essas coisasVocê não pode livrar-se de uma coisa. Precisa aceitá-la, sem ter medo dela (nem a odiar), e assim ela não terá mais poder sobre si…Quando cessamos a nossa resistência ao que existe, detemos o nosso apego às nossas ideias sobre como algo deveria ser, permitindo a nós próprios estar no momento presente (unos, felizes, potentes…). Abandonamos as nossas devoções/ideias, obtendo o que desejamos. (Não é preciso que deixemos para trás o nosso objecto de desejo, apenas a fixação.)

Além do mais, ao abandonar a fixação, percebemos que existem outras possibilidades…

Se quisermos muito uma coisa, estaremos afastando aquilo que desejamos. Isto é assim porque todo o positivo cria um negativo (e vice-versa)… Por exemplo: se uma pessoa quer muito ser respeitada, com a ideia do respeito vem o seu oposto, o desrespeito… e, o respeito não se obterá.

Se você deseja intensamente que algo se modifique, pode tratar-se de uma indicação de convicções internas conflituantes. Se for este o caso, permita que ambas coexistam…

A coisa exige resistência a fim de continuar a existir. O rancor e a tentativa de nos vermos livres de algo fortalecem-no… A partir do momento em que não resistirmos, ele começa a dissolver-se.

Inicialmente só mudam os nossos pensamentos e sentimentos, a nossa atitude, apesar disso já implicar melhoria e liberdade. Mas, nossos novos padrões de pensamento e comportamento acabarão por resultar em melhoramentos externos também.”

Comentário: realmente, de tanto querermos fazer bem e depressa, acabamos por fazer mal, tendo depois tendência a esquecer que fomos mesmo nós que o fizemos. Mas, mesmo que a "coisa" tenha atingido grandes proporções, o mal pode ser corrigido. E, não desprezando e odiando nem a própria merda e mijo, veremos como eles se transformam em perfume! Pois, não fomos também nós que fizemos as grandes e boas coisas? Não nos menosprezemos nem nos superconsideremos!

FILHOS DE DEUS
“ A verdadeira beleza só existe onde não há relações de interesse” – Kant
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“[Quanto ao zazen,] za significa sentar e zen é uma transliteração do chinês ch'an, o qual, por sua vez, é também uma transliteração do sânscrito dhyana, que significa meditação. Zazen é, assim, sentar-se em meditação simplesmente. Partindo-se de uma estabilização da mente através de uma prática de observação da respiração, passa-se a seguir ao "simplesmente sentar-se" [jap. shikantaza]. E isto é feito com aquela exata "plena atenção não-reativa" que mencionamos acima. Adota-se aqui o modo "simultâneo" de atenção. Tudo que aparecer diante da consciência deve ser percebido, mas sem envolvimento. O "simplesmente sentar-se" é a pura atenção a todos os fenômenos que vão acontecendo. “
(Ricardo Sasaki, O Caminho Contemplativo)
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Saber todas as causas da dor, do desagradável, e, ter força para evitá-las.
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Quem faz sofrer injustamente, por ganância, p.e., não se admire de vir a sofrer justamente.
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Fazer bem a pelo menos quem nos faz bem.
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Podemos descobrir que o preço do pão pode aumentar só porque não comemos menos. Mas, podemos comer menos, ou mais!
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Somos filhos de Deus e deus é nosso filho.

Tuesday, December 26, 2006


A BELEZA
Depois de fazermos o bom que tem de ser feito, uma voz se pode levantar a dizer que tal não devia ter sido feito, mas, isso, não esqueçamos, é porque há outra coisa boa a fazer que não podia ser realizada sem aquela feita.
Fazemos parte de uma multidão de seres da qual somos como uma gota de água dos oceanos: por um lado o nosso egoísmo/individualismo tem de ser proporcional à parte que somos dessa multidão, quase zero, por outro, tem de ser tamanho do universo – a gota de água tem todas as propriedades do resto de todo o volume de água de todas as galáxias.
O ideal é vivermos uma vida totalmente equilibrada, em todos os aspectos.
Tenho aprendido com os orientais a prática do não-pensar, a qual, no meio da agitação e das tempestades pode ser muito boa e útil. Mas, pensar, e, eventualmente falar alto, nunca pode deixar de ser importante.
A beleza está de tal modo no equilíbrio, que, até um movimento\acção radical que tem por fim restabelecer esse equilíbrio pode ser belo!
Fazer tudo com o máximo de concentração e cuidado, da maneira mais perfeita, graciosa e firme…
Preocuparmo-nos, sem obcessão com todos os seres que sofrem mais do que nós…
Deus existe, e, nós também.
Não tenhamos medo do silêncio, não só do não falar, do não som, mas, até do não pensar… Nem, de adoptar peridicamente as grandes posições: sentados, de joelhos, prostrados, de pé…

Monday, December 25, 2006

EQUILÍBRIO
Sem dúvida que o mais importante será vivermos bem, da melhor maneira possível, o tempo presente, mas, também é bom recordarmos vida(s) passada(s) e antever vida(s) futura(s).
Verdadeiramente, só o presente existe, só o presente é real: não faz pois sentido temer o futuro, nem sequer pensar muito nele.
O que é bom deve ser desejado. Até o impossível deve ser desejado: de outro modo como se tornará possível? Mas, não devemos desejar descontroladamente.
Também o querer e a acção para o concretizar devem estar em equilíbrio.
Num sentido os dias são todos iguais, não podemos fazê-los diferentes.
Ajudarmos outro ser a ser feliz é ajudarmos à nossa própria felicidade.
Quantas vezes não é usado o nome de Deus para oprimir, em vez de para libertar, para atormentar, em vez de para fazer feliz!
Não é preciso ser muito inteligente para ver que quem faz sofrer animais ou pessoas injustamente, atrai para si sofrimento!

Thursday, December 21, 2006

SATORI
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Satori é uma palavra japonesa usada no Zen Budismo para o fenómeno do Despertar Repentino,o Lugar da distinção entre experimentador e experiência,sabedor e saber, é o apagar, o extinguir do sentido do eu pessoal ("Eu sou eu,e você não é"). Moksha é uma palavra do Sânscrito que significa "liberação de todas as amarras"(incluindo o desejo, ou para tudo o mais!) através da União com Deus ou da Realização do Eu.
A experiência directa de realização da Mente,cda obliteração do ego,ca experiência do Viver, do Eu na sua forma sagrada. Satori demonstra além de qualquer dúvida que nós somos parte da essência divina, que Deus e nós somos um só. Até que se experimente o Satori, nós meramente acreditamos que há o esparsos elementos divinos dentro de nós.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Satori
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Satori
- (Japanese satori; Chinese: wù - from the verb Satoru) is a Japanese Buddhist term for enlightenment. The word literally means "to understand". It is sometimes loosely used interchangeably with Kensho, but Kensho refers to the first perception of the Buddha-Nature or True-Nature, sometimes referred to as "awakening". Kensho is not a permanent state of enlightenment, but rather a clear glimpse of the true nature of creation. Satori on the other hand refers to "deep" or lasting enlightenment. According to DT Suzuki, "Satori is the raison d'etre of Zen, without which Zen is no Zen. Therefore every contrivance, disciplinary and doctrinal, is directed towards satori."[1] Satori can be found in every moment of life, it is wrapped in all daily activities, its goal to unwrap them to see satori.
As an analogy, we may think of a baby when it first walks. After much effort, it stands upright, finds its balance and walks a few steps (kensho), then falls. After continued effort the child will one day find that it is able to walk all the time (satori).
Once the True-Nature has been seen, it is customary to use satori when referring to the enlightenment of the Buddha and the Patriarchs, as their enlightenment was permanent.
The Zen Buddhist experience commonly recognizes enlightenment as a transitory thing in life, almost synonymous with the English term epiphany, and satori is the realization of a state of epiphanic enlightenment. Because all things are transitory according to Zen philosophy, however, the transitory nature of satori is not regarded as limiting in the way that a transitory epiphany would be in Western understandings of enlightenment.
The transitory nature of satori, as opposed to the more enduring Nirvana that is sought in the Buddhist traditions of India, owes much to Taoist influences on Chán Buddhism in China, from which Zen Buddhism of Japan evolved. Taoism is a mystical philosophy that emphasizes the purity of the moment, whereas the Hindu roots of Indian Buddhism lend a longer view toward escaping the Karmic prison of perpetual reincarnation in the material world.
Fount: http://en.wikipedia.org/wiki/Satori

Wednesday, December 20, 2006

NO SENSE/NÃO FAZ SENTIDO
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Makes no sense to punish those who fail: they are the ones who more need our love anda care.
Não faz sentido punir os que falham: eles são os que mais precisam do nosso cuidado e amor.

Tuesday, December 19, 2006



CASA DO POVO DE MONTARGIL
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Montargil, o Grupo de Promoção Sócio-Cultural, a Junta de Freguesia, o Rancho Folclórico, a Banda Filarmónica e outras Instituições locais há muito que têm na Casa do Povo uma Sala para os seus espectáculos e encontros culturais, que não são poucos.
Também na mesma Casa do Povo (haverá uma Federação das Casas do Povo) funcionou uma Biblioteca e funcionam ainda Serviços do Ministério da Segurança Social e do Trabalho.
Mas, o Edifício precisa urgentemente de obras de conservação e melhoramento: há telhas partidas, infiltrações de água, janelas sem vidros, tacos levantados, cadeiras sem o mínimo de conforto, Sala(s) gelada(s) no Inverno e a escaldar no Verão…
Entretanto, fala-se num protocolo da Câmara Municipal de Ponte de Sôr, da Junta de Freguesia de Montargil e da própria Casa do Povo, certamente com o envolvimento do Ministério da Segurança Social e do Trabalho... para Obras na mesma “Casa”, onde uma pequena divisão é ocupada, e bem, pelo Grupo de Promoção, a ser partilhada posteriormente também pela Junta de Freguesia, talvez também com outra divisão para o Grupo Desportivo, enquanto este não tiver as almejadas e prometidas instalações próprias, com o retorno da Biblioteca e Internet. Em que fase estará este Projecto? Quem terá a honra de o concretizar em Obra?

NOVA ETAR DE MONTARGIL
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É com agrado que assistimos à continuação das obras da nova ETAR de Montargil. A Câmara e o seu presidente, Dr. Taveira Pinto, estão de parabéns.

CERIMÓNIAS
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É bom simplificar, se não anular, cerimónias e protocolos escravizantes.
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VIDA E MORTE
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Muitas vezes, por gostarmos muito de nós própri0s e da vida, temos medo de morrer. Mas, o medo faz sofrer, havendo que eliminá-lo, pelo entendimento/conhecimento.
O que é viver? Viver é como que andar: a fim de andarmos damos um passo em frente, no sentido do desequilíbrio, seguido de outro, para qualquer dos lados, reequilibrativo.
O que é cair? Cair é ir ao chão, por falta de concentração\atenção\perfeição no andar, no viver.
E, o que é morrer? Morrer é a queda máxima.
Entretanto, como nos levantamos de uma pequena queda, parece que até da queda máxima nos levantaremos, pela reencarnação.

Monday, December 18, 2006




PENSAMENTOS/THOUGHTS
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“Desde os tempos mais antigos que a ética ocidental e oriental se opõem em numerosos pontos. A atitude oriental é muito calma, sem actividade exterior, sem agressividade; ela é negativa e passiva. Procurando a paz interior, o ideal oriental não é tornar-se um herói de renome, mas um santo pacífico. Prefere tornar-se um Buda do que um Hércules” - From the most ancient times that ocidental and oriental éthic opposed themselves in many points. Oriental position is very calm, without external activity, without agressevity; she is negative and passive. Shearching internal peace, the oriental ideal is not to become a renamed heroe, but a pacific saint. He prefers to become a budha than an Hercules” - TAISEN DESHIMARU
Os pensamentos bons e maus vêm, mas, não nos prendemos a eles: somos verdadeiramente livres – Good and bad thoughts come, but, we are don´t catched by them: we are truly frees.
Ladrões e roubados, assassinados e assassinos, doentes e saudáveis, fortes e fracos, aborrecedores e aborrecidos… São os que mais necessitam da nossa ajuda - Thieves and robbedes, murders and murdereds, seaks and healthies, strongs and weaks, borring people and borried ones … are whom need more our help.
Respirar periodicamente mais fundo e compassadamente, sem dor, é bom. Nada que cause dor pode ser bom – To bread extensively and compassed, from times to times, without pain, is good. Nothing that causes pain can be good.
VIDA
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Há o só espírito, só energia, só poder, e, o materializado, o mais denso, o espírito e matéria, o alma e corpo. Há seres de uma só célula, de mais células e de muitas células. Há divisão de células e fusão de células. Há seres que não têm nem dor nem prazer, e, seres com capacidade para a dor e para o prazer. Há seres que sofrem muito, e, seres que gozam muito, seres que oscilam muito e seres que oscilam pouco. Há seres mais racionais e menos racionais.
Tudo indica que inicialmente só havia um sexo, que não havia nem oposição, nem guerra, nem morte nem sofrimento. Mas, não há movimento, nem vida, nem prazer, nem morte, nem nada sem desequilíbrios controlados, equilibrados. O sexo é também um destes desequilíbrios. O sofrimento e a morte são desequilíbrios graves, para um lado ou para o outro.

Sunday, December 17, 2006

“QUAL É A VERDADEIRA RELIGIÃO
DO HOMEM CIVILIZADO?




O que é que tem mais valor num adulto ou numa criança?
O que é um homem civilizado? Em que é que consiste verdadei­ramente uma vida civilizada: comer chocolate, viver num grande pré­dio, conduzir um esplêndido automóvel ou trabalhar e transpirar numa fábrica, usar roupas pobres?
Outro dia, observei duas raparigas no metro: uma estava pobre­mente vestida, com um furoshiki - um quadrado de tecido para embrulhar objectos ou provisões como num saco - atado à volta da cabeça como um folar. Era muito simples, natural e sem pinturas. A outra parecia refinada, cuidadosamente maquilhada e lindamente vestida. Qual das duas tinha mais valor?
Qual é a mais feliz: a que vive no campo ou a que vive na cidade? As pessoas do campo pensam que a cidade é melhor, mas as da cidade pensam que no campo há bom ar, paisagens bonitas e alimentação sã.
Se não trabalharmos, não podemos comer, mas muitas vezes, sonhamos ser possível poder talvez comer sem trabalhar, não fazendo mais nada senão distrairmo-nos e dormir. Então, o que é que vale mais: trabalhar e comer ou comer sem trabalhar?
Os homens civilizados enganam-se frequentemente porque pensam demasiado. A civilização torna-os inquietos, agitados mental­mente, criam doenças, tornam-se neuróticos e queixam-se de insónias. Mesmo bem alimentados não conseguem estar de boa saúde. Pensar em demasia é uma doença. É inútil. Muitas vezes nós só julgamos apenas com o nosso pensamento. Então decidimos entre o rico e o pobre qual é o maior. Por isto, se um homem que herdou riquezas as perde, ele torna-se tão miserável como um caranguejo que tenha perdido as suas tenazes. Mas se um pobre não pode ter dinheiro, nem carro, fica privado de toda a comodidade. Por conse­guinte, não se sabe qual é a melhor condição.
No palco, qual é o maior actor, o rei ou o serviçal? Nos bastido­res do palco, no camarim, o rei pode bem ser um actor medíocre e o serviçal um actor famoso. Qual deles é o maior?
Enganamo-nos muitas vezes a este respeito. O povo quer pro­duzir arroz com a ajuda de máquinas; quer comer sem trabalhar.
A civilização atingiu um elevadíssimo desenvolvimento nos dias de hoje; é muito prático, mas a vida ideal está realmente aí? Há muitos aviões. As distâncias desaparecem. Mas obter um visto e os docu­mentos requer bastante tempo. «Nos nossos dias, a velocidade tornou-se um inconveniente», disse Paul Morand. Isto significa que as técnicas estão mais desenvolvidas e avançadas do que os assuntos de ordem política. Podemos constatar que por ocasião de convulsões sociais que trazem por exemplo greves, todas as vantagens da civili­zação desaparecem. Esta civilização é muito frágil.
Como podemos nós fazer progressos? A civilização moderna afasta-nos das coisas verdadeiras e vivemos mais no meio das imi­tações que no seio das belezas da natureza. É possível encontrar beleza numa pedra, no fundo de um rio. No Oriente, os monges zen preferem a beleza verdadeira de uma pedra natural à de um dia­mante artificial.
Os citadinos têm mais preocupações e mais ideias convencionais que as pessoas do campo: uma mulher elegante vê-se mais vezes ao espelho, uma mulher primitiva não precisa disso. As mulheres que usam bâton têm de ter mais cuidado do que as outras sempre que comem, ou bebem, ou beijam! Quando as pessoas cultas se apaixo­nam, tornam-se ansiosas, irritáveis, impacientes.
Penso que a civilização é assim, devemos reflectir mais uma vez ainda a propósito da verdadeira civilização. Se é feita de ideias con­vencionais ou de imitações, devemos suprimi-las. Mas como pode­mos fazê-lo?
Nos tempos primitivos, os humanos nem sonhavam no que era preferível ou melhor: o seu espírito era muito aberto e natural, como um céu claro.
A civilização trouxe a decadência, a corrupção e as preocupações no seio dos povos primitivos. Por exemplo, na Indonésia, em África, desconheciam o chocolate, os sapatos de salto alto, as máquinas. Dançava-se cada noite sob a claridade da lua, comia-se as frutas do país, as bananas; toda a gente tinha uma vida muito simples e natu­ral. A vida era fácil, não se fazia economias penosas. Mas estes países foram absorvidos pela cultura e pela civilização - e a partir daí, pas­sou-se a trabalhar para ganhar dinheiro! Há máquinas, armas, aviões...
Depois da Segunda Guerra Mundial, estes países opuseram-se aos seus colonizadores e obtiveram a sua independência: deste modo, os países ricos levaram a civilização aos primitivos e finalmente per­deram as suas colónias.
A civilização engendra uma «luta pela vida» severa. Isso vê-se não apenas entre nações, mas entre o homem e a mulher, entre o aluno e o professor, entre o irmão e a irmã, o patrão e os empregados, entre os amigos e até no nosso espírito que se torna complicado: o bem e o mal debatem-se aí severamente. Esta civilização produz cada vez mais ansiedade, irritação, etc..
Dado que devemos vencer na luta pela existência, vencer no amor, ganhar dinheiro, o nosso espírito torna-se muito calculista e a nossa vida mentirosa e falsa. Queremos então escapar a este espírito complicado, a este mundo difícil. Os citadinos aspiram subir à mon­tanha ou a acampar à beira-mar para aí viverem de um modo sim­ples. Eis o que desejam os civilizados, mas não podem escapar ao seu próprio espírito! É por isso que temos necessidade duma religião ver­dadeira que possa abrir o nosso espírito e libertá-lo.
Os civilizados só pensam naquilo que podem obter para si pró­prios e que faça parte do seu mundo próprio. O seu pensamento está limitado por isto e não pode abraçar o universo inteiro. Preferem viver de acordo com modas que mudam, a viver de uma maneira natural. Estão longe do real, do verdadeiro, da sinceridade, da espon­taneidade e da honestidade. Vivem na mentira e na ficção. São extra­viados pelas modas efémeras.
É necessário regressar à claridade do nosso verdadeiro espírito. Devemos voltar ao real, à verdade, ao natural, tornarmos a ser íntimos com a natureza. Podemos chamar a isto o retorno a nós próprios.
A nossa imaginação e os nossos devaneios, o nosso julgamento ou a nossa actividade mental são apenas quimeras: não têm nada a ver com a verdade, com a verdadeira vida. Ao pormo-nos em har­monia com o universo, devemos criar uma vida feliz: esta é a razão de ser da nossa religião.

DEVEMOS VIVER LIVREMENTE UMA VIDA FELIZ

Os civilizados cansam-se e morrem vivendo uma vida artificial; nunca têm dinheiro suficiente, boa comida, satisfação no seu trabalho e bem-estar no amor. Estão cheios de medo, temem tudo. Assim, devemos respirar profundamente o ar natural e criar um mundo novo. É preciso fazer a revolução do espírito, o espírito que é o impulso vital de Bergson. Devemos ir para além do bem-estar e do mal-estar, do agradável e do desagradável, da vida e da morte. E a última e suprema alegria e a melhor maneira de o conseguir é zazen.
Zazen não é uma imitação. Devemos sentar-nos, a coluna verte­bral muito direita e o queixo recolhido. Através desta prática, encon­traremos o nosso verdadeiro eu, natural, original; poderemos encontrar a verdadeira espiritualidade, a verdadeira luz e a saúde. Isto só se consegue treinando o nosso corpo no zazen.”
In: pgs 129-133 de “Verdadeiro Zen”, de TAISEN DESHIMARU, da Assírio & Alvim

ABORTO
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Vai-se fazer, a 11 de Fevereiro, o 2º referendo em Portugal, e, logo sobre o aborto outra vez. Não era melhor introduzir outro tema, o da Monarquia/República, p.e..? É que, sobre o aborto está tudo ou quase tudo dito e escrito: não defende, e bem, a Constituição o direito à vida uterina? Não permite a lei o aborto, oficialmente assistido, nos casos excepcionais, como por exemplo a violação ou a grave má formação?
A pergunta do referendo do dia 11 de Fevereiro será a seguinte: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez, semanas em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”, e, entrará em vigor se merecer o sim de mais de 50% dos eleitores inscritos. O que é que isto quer dizer? Isto só pode querer dizer uma grande irresponsabilidade, com amor e aborto livres! A irresponsabilidade e a estupidez, com o sofrimento que acarretam, não podem passar!
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ALIMENTAÇÃO

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As vatangens de uma alimentação não carnívora são várias: melhor digestão, melhor saúde, não só digestiva mas geral, menos sofrimento, fezes menos pútridas. Mas, mesmo só comendo peixe em casos excepcionais (não haver mais nada, p.e.) há erros a evitar, como por exemplo: comer só muito feijão ou pão a uma refeição. Quanto à fruta, deve ser comida no intervalo das mesmas refeições, ou só muito pouca, pois, sendo a sua digestão mais rápiuda do que a dos restantes alimentos, origina tal facto gases intestinais causadores de mal estar.
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POLÍTICA/TÉCNICA
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Técnica e política têm de evoluir lado a lado: de pouco nos vale, p.e., ter bons transportes públicos e privados, e, não sermos capazes de gerir com eficiência e justiça salários e lucros, impedindo greves/lock-outs (abertos ou ocultos) e o esbanjamento sem investimento.

Thursday, December 14, 2006


ZAZEN
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A postura de zazen perfeita não é realmente de prática fácil no Ocidente. Todavia, sem termos de estar sempre em zazen ou em sentido, o moderado descanso é bom, é manifesto que quando estamos, p.e., sentados numa mesa, devemos adoptar a postura mais correcta e desperta, que é a do zazen, claro, até por uma questão de saúde.
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MEMÓRIA
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Vimos/ouvimos/lemos o melhor para nós... Agimos em conformidade, ficamos bem... Voltamos ao mesmo lado, voltamos a ficar mal... Recordamos o que aprendemos(lemos/ouvimos/vimos)... Agimos correctamente, voltamos a ficar bem.
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EGOÍSMO
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Num mundo, universo ou local de mais de um o egoísmo não faz sentido, só cooperação e o dar e receber fazem sentido.

Wednesday, December 13, 2006

OPPOSED COMPLETE THEMSELVES
OPOSTOS COMPLETAM-SE
As all the great opposed complete themselves, a.f.e. (as for example): rich-poor; ocident-orient; famale-male; old-new; left-right; hot-cool; north-south; life-death; matter-spirit; weak-strong; ignorant-wise; worker-lazy; inteligent-stupid; carnivorous-vegetarian; saint-sinful; dirty-clean; teacher-pupil; healthy-sick; doctor-pacient; internal-external; etc.; etc.;… doesn’t make any sense to consider some more important/better than others.
Como todos os grandes opostos se completam, c. p.e. (como por exemplo): rico-pobre; ocidente-oriente; fêmea-macho; velho-novo; esquerda-direita; quente-frio; norte-sul; vida-morte; matéria-espírito; fraco-forte; ignorante-sábio; trabalhador-preguiçoso; inteligente-estúpido; carnívoro-vegetariano; santo-pecador; sujo-limpo; professor-aluno; saudável-doente; doutor-doente; interior-exterior; etc.; etc.;… não faz nenhum sentido considerar uns mais importantes do que os outros.


RESPIRAÇÃO
Geralmente, não ensino o método de respiração antes de me ter assegurado que a postura é mantida correctamente, durante um período de tempo razoável. Efectivamente, dois inconvenientes poderiam resultar de um ensinamento prematuro: o primeiro seria a impos­sibilidade de assegurar uma respiração correcta se a postura não for boa; o segundo seria que a concentração na respiração prejudicaria a atenção que o praticante deve ter sobre os cinco pontos principais de uma postura correcta.
A respiração zen não é comparável às respirações do yoga, as quais visam antes estabelecer efeitos fisiológicos e psicológicos parti­culares. Ela pretende, antes de tudo, estabelecer um ritmo lento, forte e natural. Através de uma respiração normal, podemos viver muito tempo de boa saúde, com um espírito equilibrado; pelo contrário, uma respiração anormal traz a fraqueza, a doença, a instabilidade de espírito e mesmo a morte.
O corpo e o espírito estão ligados, estão em tal unidade que a acção da respiração sobre o espírito é surpreendente: uma respiração profunda, lenta, calma, poderosa, varre as complicações da mente.
O espírito torna-se limpo, claro como um céu sem nuvens, lumi­noso e doce como o luar. Ele poderá assim aceder a mushin, à não­ mente, a ku, o vazio. Mushin, como disse mais acima, é o espírito sem objectivo, sem actividade, sem percepção nem não-percepção, em perfeita atenção.
Vou agora descrever o método de respiração do verdadeiro zen, insistindo no ponto de que ela deve ser natural, jamais forçada, jamais artificial, sempre a mesma, tanto em zazen e em kin hin como nas outras actividades da vida.

Inspiração

Viva, profunda. Mas não se deve contar.

Expiração

Lenta, profunda, poderosa. O ar é expirado lentamente para o exterior, enquanto a força da expiração descende poderosamente para o ventre. Podemos compará-la ao mugir da vaca ou ainda à expira­ção do bebé que grita logo que nasce.
A inspiração viva e curta e a expiração lenta e poderosa são sinais de força, de vitalidade, características do bebé ou da vaca.
Pelo contrário, a inspiração incompleta e a expiração superficial, curta, são sinais de fraqueza ou de estados depressivos. Vejam como o agonizante busca o ar aspirando com pequenas inspirações curtas e irregulares, sem expirar; vejam também a pessoa que soluça ou que tem medo - a sua expiração está bloqueada.
Este método de respiração zen é denominado uni shu, un, é o «om» sânscrito, aquela profunda e poderosa vocalização que é bija, isto é, semente. Ela acompanha a invocação de um grande número de divindades; mais esotericamente, ela pretende dar a ideia da real essência da verdade, de onde todas as energias derivam. Shu é a prá­tica de zazen, un é também o mugir da vaca.
O homem comum, quando inspira, não enche mais do que a metade dos pulmões, o ar estagna na parte superior; em zazen, a res­piração é profunda e a parte superior dos pulmões é bem ventilada.
O homem comum respira em média quinze vezes por minuto, os doentes vinte ou trinta vezes nesse mesmo tempo, mas pela prática de zazen e da sua respiração, um número de cinco a nove respirações por minuto torna-se usual, e podemos até fazer melhor: a minha res­piração no fim de uma sesshin é de uma por minuto; o meu recorde, registado por um dos meus companheiros, foi de uma respiração para três minutos.
Se as psalmodias do Maka Hannya Haramita Shingyo produzem excelentes efeitos, tal não se deve ao som, mas sim à longa duração e profundidade das respirações.
Se a respiração é boa, todas as coisas na vida se tornam fáceis.

Eis aqui uma história que ilustra a importância da respiração:

Um monge zen viajava no mar quando se levantou uma tem­pestade terrível. Todos pensavam na morte com horror. O monge disse para si: «Se devo morrer agora, quero morrer em zazen.» Tomou a postura. O barco afundou-se, o monge foi levado para o fundo. Mas a duração pouco comum da sua respiração permitiu-lhe voltar à superfície. Aí, agarrou uma tábua flutuante que o levou para uma praia. Todos os outros tinham morrido, todos os que tinham o desejo de viver; apenas ele, que tinha abandonado esse desejo, sobreviveu.”
Fonte: “VERDADEIRO ZEN”, de TAISEN DESHIMARU, da Assírio & Alvim, 2005
Comentário: por vezes penso que estas coisas são muito importantes, outras nem tanto. Além do mais, apesar de certas coisas normalmente importantes para todos, como por exemplo a higiene, não comer o que faz mal, um ambiente nem frio nem quente, não sobrepor a estética ao bem estar (p.e., uso permanente de saltos altos), umas são manifestamente mais importantes para uns do que para outros, seguramente porque uns, nesta ou noutras vidas, já praticaram mais umas coisas do que outros. É por isso que o bom mestre não fala só do que lhe parece mais importante, mas, fala de tudo.
VIDA = IMPULSO VITAL
LIFE= VITAL IMPULSE
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ESPÍRITO
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O espírito não cheira, não come, não pensa, não toca, não dorme, não faz nada... nem sequer tem objectivos, e, no entanto é absoluto, omnisciente, omnipresente.

Tuesday, December 12, 2006

TODOS IGUAIS/TODOS DIFERENTES
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Todos os seres procuram não sofrer (eliminar a dor), ser felizes em todas as cirunstâncias, e, viver o máximo de tempo possível. Cada um à sua maneira.
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LETRAS
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As letras representam sons, e, os sons podem ter sete tons os quais podem ter várias durações, originando músicas/canções/textos mais ou menos belas, conforme a inspiração.
As palavras são conjuntos de letras que representam coisas, seres ou ideias.
As línguas são famílias de palavras com determinado alfabeto (símbolos\letras diferentes para os mesmos sons e regras (gramática).
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POESIA
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Poesia será a arte da combinação das palavras por significados e sons.

Saturday, December 09, 2006

TENTAÇÃO
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Pode ser tentador vivermos/fazermos como fazem os outros seres, comendo-se uns aos outros, enganando-se uns aos outros, mas, como temos mesmo sempre de viver é nunca fazendo mal a nenhum ser sensitivo a não ser em legítima defesa, e, fazermos sempre bem a todos os seres que o merecem. E, até prova em contrário, todos os seres merecem que lhes façamos bem.

Monday, December 04, 2006

RELUTÂNCIA
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É sempre com relutância que como o mais pequeno pedaço que seja de um ser sensitivo (com capacidade para a dor e para o prazer), mas, por vezes tem de ser: aparentemente, algum ser tem de ser sacrificado/castigado para benefício de outros e dele próprio. O problema é que, finalmente, é o castigador\sacrificador que é castigado/sacrificado!
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DESEJO
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O que desejo mesmo, por vezes, é conviver o menos possível com as pessoas, a fim de fazer o menos mal possível a todos os seres!
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INDEPENDÊNCIA
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Estou cansado,
Nada me interessa.
Tanta perda,
Tanto problema.
O melhor é nada fazer.
Morremos,
Renascemos,
Há bons e maus pais
Nada está dividido
Desejo muito ser independente,
Só arranjamos problemas
Ao resolver problemas
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EQUILÍBRIO
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Um alimento, sal ou miso, por exemplo, na quantidade certa sabe e faz bem; na quantidade errada, a mais ou a menos, fica sem sabor e causa problemas e dores. O mesmo se aplica às demais coisas da vida: sexo, descanso, trabalho, arte…
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ERRO!
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É um erro muito grande pensar-se que, por um animal nos ser inferior, podemos fazê-lo sofrer e matá-lo sem sofrermos, no mínimo, o equivalente sofrimento!
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O PROBLEMA E A SUA SOLUÇÃO
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O problema não é a morte, é a dor, é a fraqueza, é a ignorância…
Para o budismo, se entendo bem, quanto mais dependência, mais ignorância; quanto mais ignorância, mais esperança (só haverá uma esperança boa: a de nos tornarmos melhores); quanto mais esperança, mais medo; e, quanto mais medo, mais sofrimento. Mas, logo, nem sequer em nos tornarmos budistas dependentes haverá mérito!

Saturday, November 25, 2006

ILUMINAÇÃO/ILUMINATION
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We can't, nevertheless, at all, to cess to go with/help freely beings who make bad to others beings. On the other hand, how can we iluminate and liberate them?
Não podemos todavia, de todo, deixar de acompanhar\ajudar voluntariamente seres que fazem mal a outros seres. De outro modo, como como podemos iluminá-los e libertá-los?

Thursday, November 23, 2006

Perguntas mais Frequentes sobre Budismo


· Como nasceu o Budismo?
· Como definir o Budismo?
· Qual é o objectivo do Budismo?
· Quais são os princípios de base do Budismo?
· Quais são os métodos do Budismo?
· Como posso ser budista?
· Quais são os compromissos a que fico ligado depois de tomar Refúgio?
· Onde posso tomar contacto com a prática budista?

Como nasceu o Budismo?
O Budismo nasceu há 2500 anos na Índia. O seu fundador, o Buda histórico, nasceu príncipe na família dos Shakya. Aos 29 anos renunciou ao reino para procurar respostas aos problemas essenciais da humanidade.
Depois de seis anos de estudo junto de alguns Mestres e de meditação solitária na floresta, atingiu a Libertação ou Iluminação. Buda não é um deus nem um profeta. Buda é um estado que qualquer ser humano tem o potencial de alcançar.
Como definir o Budismo?
Contrariamente a muitas outras religiões, o Budismo é não teísta. Quer isto dizer que não contempla e existência de um Deus (mas, não nega a existência de Deus) criador,(o homem é quem se cria e cria o seu mundo) se preocupa sobretudo em resolver os problemas humanos essenciais.
Os Budistas tibetanos designam-se a si próprios nangpa, "aqueles que procuram dentro de si". Na verdade o budismo é uma via de busca e aperfeiçoamento espiritual.O seu carácter aberto e não dogmático leva cada vez mais pessoas a considerá-lo como uma filosofia, uma arte de vida e mesmo, segundo a opinião de muitos Mestres budistas contemporâneos, uma ciência do espírito.
Qual é o objectivo do Budismo?
Todos os seres procuram a felicidade. Essa busca rege todos os nossos actos e é a finalidade essencial da nossa vida. O objectivo do Budismo é permitir aos homens alcançar a serenidade e a paz mediante a transcendência do sofrimento. A finalidade é o Estado de Buda, um estado de total liberdade e serenidade.
Quais são os princípios de base do Budismo?
O próprio Buda definiu o seu ensinamento nestes termos:
· não cometer acções negativas
· realizar acções positivas
· ter mestria sobre o espírito
Um dos princípios essenciais do Budismo é o princípio de não violência e de respeito por todas as formas de vida.
Conceitos como o de karma, ou lei da causalidade dos nossos actos, e o de renascimento, ou de uma continuidade da consciência numa sucessão de vidas, são também princípios fundamentais da sua filosofia.
Quais são os métodos do Budismo?
Todos os métodos e técnicas budistas desenvolvidos ao longo dos últimos dois mil e quinhentos anos baseiam-se na combinação equilibrada de dois aspectos: a Sabedoria e a Compaixão.
A Sabedoria é a visão filosófica budista que fala da interdependência (e da independência, digo eu) e da (não) existência de uma realidade intrínseca dos fenómenos.
A Compaixão é o desenvolvimento das qualidades de solidariedade, amor e não partidarismo do espírito humano, abrindo-nos para os outros e para nós mesmos.O resultado é a experiência directa da natureza do mundo e do nosso espírito.
Como posso ser budista?
Qualquer pessoa que adira à filosofia budista de vida pode considerar-se simpatizante, podendo mesmo sentir-se budista "em espírito". Porém, a entrada na via budista passa-se no momento da cerimónia do Refúgio.
Trata-se de um pequeno ritual realizado por um Mestre budista, durante o qual o adepto toma alguns compromissos em relação a esta via.
Em primeiro lugar reconhece que o seu objectivo é atingir o Estado de Buda, para bem de todos os seres. Depois compromete-se a seguir o método do Dharma, os ensinamentos budistas. Por fim, compromete-se a ter como guias e companheiros nesta via espiritual o Sangha, ou seja, outros praticantes budistas.O Buda, o Dharma e o Sangha são chamadas as "Três Jóias" e são os Objectos de Refúgio.
Quais são os compromissos a que fico ligado depois de tomar Refúgio?
Três coisas a evitar
· Depois de se ter tomado Refúgio no Buda, não se deve tomar Refúgio em divindades mundanas.· Depois de se ter tomado Refúgio no Dharma, não se deve ter actividades que façam mal aos seres.
· Depois de se ter tomado Refúgio no Sangha, não se deve acompanhar voluntariamente com pessoas cujas actividades sejam nefastas aos seres.Três coisas a fazer:
· Depois de se ter tomado Refúgio no Buda, deve-se manifestar respeito às imagens que representam as Três Jóias, mesmo que estejam danificadas. · Depois de se ter tomado Refúgio no Dharma, deve-se manifestar respeito aos textos sagrados.· Depois de se ter tomado Refúgio no Sangha, deve-se manifestar respeito aos mestres, instrutores e praticantes budistas.
Onde posso tomar contacto com a prática budista?
Em Portugal o interesse pelo Budismo está em pleno despertar. No entanto ainda não estamos ao nível de outros países da Europa onde existem inúmeros centros budistas pertencentes a variadíssimas escolas e onde há dezenas de Mestres residentes. No entanto existem cada vez mais livros traduzidos em Português e algumas escolas de Zen e Budismo tibetano, nomeadamente, onde poderá dirigir-se para obter mais informações, desenvolver os seus conhecimentos e começar a praticar.
Fonte: http://www.uniaobudista.pt/dharma.php?show=faqs
Nota: se bem entendo, para o budismo o ideal é a independência = sabedoria = coragem = felicidade...
dzongsar jamyang khyentse, thubten chökyi yamtso
·a roda da vida
Estou certo de que muitos de vocês já viram a pintura da Roda da Vida. É uma pintura muito popular que vocês podem ver na frente de quase todos os monastérios buddhistas [tibetanos]. De fato, alguns eruditos buddhistas acreditam que esta pintura existiu antes mesmo das estátuas de Buddha. Este é provavelmente o primeiro símbolo buddhista que existiu.
A pintura é, de forma livre, uma representação da vida. Suponho que a curiosidade sobre a vida é uma grande curiosidade que nós temos. Mas a definição de vida é uma coisa bem diversa, então temos de chegar a um acordo mútuo sobre isto. Sei que muitos se referem a isto como a Roda da Vida, sidpa'i khorlo. Mas, realmente, a palavra tibetana sidpa não é realmente "vida". Sidpa realmente significa "existência possível"talvez seja existente, talvez não, mas é possível que exista. Essa é uma interpretação da vida de acordo com o buddhismo. A interpretação em si é muito profunda, eu penso. E então khorlo significa "a roda", "o chakra", "a mandala", o que novamente em si mesmo possui algum significado profundo porque, quando falamos sobre "mandala", estamos falando sobre o caos; ao mesmo tempo, estamos falando sobre a ordem. Então, estamos falando sobre uma ordem caótica acerca da vida.
Eu estava perguntando às pessoas sobre a definição da palavra "vida". Há muitas definições, mas uma que me chamou a atenção foi "vir à vida", "tornar-se animado". Tenho um sentimento de que, quando falamos sobre "animado", estamos falando sobre algo como a consciência. Então, basicamente, quando falamos sobre "vida", penso que de algum modo estamos falando sobre algo que tem a ver com a mente, a consciência, o estado desperto. Vocês concordariam com isso?
Então, tudo bem, há esta pergunta: Qual é o propósito da vida? Mas antes de falarmos sobre o propósito da vida, o que é vida? Agora, de acordo com o buddhismo, a vida é nada mais é que uma percepção, uma percepção contínua. Isto tornou-se o assunto principal e fundamental dos ensinamentos buddhistas, que é ensinado de muitos modos diferentes, e um modo é através da pintura, eu suponho. Então, se olharem para a figura, vocês verão a interpretação buddhista da vida. Se perguntarem aos buddhistas, "O que é vida?", eles responderão, "É isto, isto é vida". De qualquer modo, como disse, a vida é uma percepção. Uma percepção do quê? Quem é o percebedor? O porco preto no centro. É muito difícil ensinar sobre isto. Isto tem sido o assunto principal dos estudos buddhistas porque vocês têm de definir o que é ignorância. No buddhismo, quando julgamos o que é ignorância e o que não é ignorância, não julgamos algo como ignorante ou mau baseado na moralidade ou na ética. Isto tem de ser julgado com base na sabedoria. Então, quando falamos sobre ignorância, estamos falando sobre uma mente que está no nível da anormalidade. Quando a mente está no nível da normalidade, então isso é sabedoria.
Brevemente, como vocês definem o que normal ou o que não é normal? A definição de Nagarjuna do que é normal é quando algo não é dependente. Se uma entidade depende de uma outra entidade, então nunca estamos certos se a cor ou a qualidade desta entidade presente é realmente a natureza última, porque ela é dependente de uma segunda entidade. Há sempre uma possibilidade de que a segunda entidade possa corromper a primeira entidade. Então, do mesmo modo, uma mente que é dependente de um objeto, uma mente que é dependente de todos os tipos de educação, influência, meditação, é uma mente anormal de acordo com Nagarjuna. Então, o que é uma mente normal? É quando vocês renunciam completamente a todos estes objetos, todas estas entidades das quais sua mente é total ou parcialmente dependente.
Então, agora vocês podem dizer que o porco, que representa a ignorância, é aquele que causa toda esta percepção. Esta não é a melhor pintura. Idealmente, o galo e a cobra deveriam ser vomitados da boca do porco, porque o porco faz nascer a paixão — o galo — e a agressão — a cobra. Agora, por favor, não venham com aquela mentalidade pequena sobre isto ser uma coisa politicamente incorreta, um porco representando a ignorância e assim por diante. Isto é um debate inútil! Por favor, vocês têm de entender que isto é um ensinamento simbólico. E, de algum modo, não sei por quê, os porcos sempre têm sido desafortunados. Os buddhistas têm representado os porcos como o símbolo da ignorância e os muçulmanos até mesmo se privaram de comê-los.
De qualquer modo, o porco representa a ignorância. Da ignorância vem a esperança, que é realmente como a mãe da paixão, e então da ignorância vem o medo, que é como a mãe da agressão. Então, temos três tipos de fatores mentais. É claro que o original é a ignorância, que faz nascer a agressão e a paixão. Então, vocês podem dizer que estes três são os que percebem as coisas. Estávamos falando sobre a percepção. Estes três percebem as coisas de muitos, muitos modos diferentes.
Às vezes, a partir da ignorância vem a esperança de querer ser bom. A partir deste querer sem bom, uma pessoa comporta-se ou manifesta-se de um modo compassivo e não-violento. Neste caso, as percepções dessa pessoa são mais saudáveis, então vocês podem dizer que este tipo de pessoa experiencia percepções como o reino humano, o reino dos deuses e o reino dos semideuses (ou deuses invejosos). Às vezes, a partir da ignorância vem a paixão ou agressão, que criam muita confusão — matam, roubam, destroem a si mesmo ou os outros e fazem nascer percepções não-saudáveis, dolorosas, agressivas. Isso é representado no que chamamos de "três reinos inferiores" — o reino do inferno, o reino dos fantasmas famintos e o reino animal. Então, estes são os seis reinos.
Aqui, há uma mensagem muito importante. Quando os buddhistas falam sobre o inferno, eles não estão falando de um lugar concreto em algum lugar sob a Terra. E quando falamos sobre o céu, não estamos falando sobre algum lugar onde tudo funciona. Não estamos falando de lugar ao qual se migra, basicamente. Quando falamos sobre ir para o inferno, não estão falando sobre ser punido. Penso que o conceito de punição é uma coisa muito nova para os buddhistas, realmente. Apesar de podermos dizer, "Se vocês fizerem tal e tal karma negativo, por causa deste karma negativo vocês irão para o inferno", não estamos falando que há alguém chamado "karma" que irá então forçá-los a experienciar os reinos inferiores como uma punição. Como falamos antes, é uma percepção, dependente da sua mente, dependendo do seu estado mental.
Vamos discutir os seis reinos. Já que o reino do inferno é o pior, vamos falar sobre ele primeiro, de modo que possamos tirá-lo do caminho. Isto é realmente muito profundo. No reino do inferno, todos os tipos de sofrimento são representados. No centro do reino do inferno senta-se Yamaraja, que é como o Senhor do Inferno. Um Hell's Angel [Anjo do Inferno], eu suponho, não uma Harley Davidson, mas sentado confortavelmente sobre um trono feito de crânios. A pergunta interessante é, "Quem é este cara?"
A partir de muitos textos Mahayana, sabemos quem ele é. Este é ninguém mais que o bodhisattva Manjushri. E quem é Manjushri? Manjushri é o símbolo da sabedoria. Então, novamente aqui, o Senhor do Inferno, que decide quem deve sofrer o quê, por assim dizer, é realmente a sua própria natureza última de sabedoria, sentada lá. Então, há coisas como ser queimado no inferno quente, cair na armadilha no gelo e nas montanhas de neve do inferno frio, e então há todos os tipos de animais.
Há uma coisa que preciso dizer a vocês. Uma das razões pela qual a Roda da Vida era pintada fora dos monastérios e sobre os muros (e foi realmente incentivada até mesmo pelo próprio Buddha) é para ensinar esta filosofia buddhista muito profunda de vida e percepção aos fazendeiros ou vaqueiros de mentes mais simples. Então, estas imagens sobre a Roda da vida são apenas para se comunicar com a audiência geral. O Senhor do Inferno, Yamaraja, segura um espelho. Novamente, isto é muito simbólico — para estarem livres do inferno, vocês não procuram por uma fonte externa, vocês olham para si mesmos: a meditação, como meditação shamatha ou meditação vipashyana.
Agora, há algo muito interessante sobre o reino do inferno. Dentro deles, vocês podem ver uma luz branca subindo, que simboliza que o inferno também é impermanente. Não é que, se vocês forem uma vez para o inferno, então é isso e não há mais saída. Não é assim. Afinal, é a percepção que vocês têm. Se mudarem sua percepção, vocês também podem sair do inferno. Então, há uma pessoa que é representada deixando o inferno.
Então há o reino animal, com todos os tipos de animais. Os tibetanos não viam muitos animais. Os australianos seriam melhores pintando este reino. Os animais nos oceanos e os animais sobre a terra — suponho que eles devem ter esquecido os animais no céu, como os pássaros.
E então há o reino dos fantasmas famintos. Os seres aqui têm um estômago muito grande, um pescoço muito fino e uma boca muito pequena, e estão sempre com fome e com sede, procurando por comida em todo lugar. De modo bem interessante, há alguns fantasmas famintos sentados lá que têm jóias, mas eles são tão mesquinhos que não as dão às outras pessoas. Claro que não! Mas também não as usam para si mesmos. Apenas as guardam para o próximo dia ou para o próximo ano.
Então há o reino dos deuses — castelos, garotas dançando, belas árvores que têm todos os tipos de ornamentos, pessoas passando sua vida apenas ouvindo música, tocando música, tomando banhos, tudo é muito perfeito.
E há o reino dos deuses invejosos. Eles são tão ricos quanto os deuses, mas têm um problema, que é a briga. Eles adoram brigar porque são invejosos todo o tempo. Por exemplo, eles lutam muito com os deuses. Esta árvore é chamada "a árvore que realiza desejos". Ela nasce realmente no reino dos deuses invejosos. Os deuses invejosos ficam ocupados tomando conta desta árvore, mas ela é tão grande que, quando dá flores e frutas, geralmente o faz bem lá em cima, e apenas os deuses podem alcançá-las. Então, o esforço de todos os deuses invejosos em tomar conta da árvore é desperdiçado. Isso realmente engatilha muita raiva e inveja, que então cria muita briga entre o reino dos deuses invejosos e o reino dos deuses. Tristemente, os deuses sempre ganham, mas os deuses invejosos simplesmente não desistem. Eles sentem que um dia poderão derrubar aqueles no reino dos deuses.
No reino humano, vemos sofrimento e dor — nascimento, morte, velhice, doença. Ao mesmo tempo, vemos pessoas se divertindo, por exemplo. Também vemos pessoas pensando, contemplando e descobrindo. Então, temos seis reinos. De forma livre, vocês podem dizer que, quando a percepção vem mais da agressão, vocês experienciam as coisas de um modo infernal. Quando a percepção é filtrada através do apego, agarramento ou avareza, vocês experienciam o reino dos fantasmas famintos. Quando a percepção é filtrada através da ignorância, então vocês experienciam o reino animal. Quando têm muito orgulho, vocês renascem no reino dos deuses. Quando têm inveja, renascem no reino dos deuses invejosos. Quando têm muita paixão, renascem no reino humano.
Mas a palavra "nascer" ou "renascer" significa muito. Ela não necessariamente significa que, bem agora, estamos todos no reino humano e que não estamos nos outros cinco reinos. Dependendo de qual tipo de karma criamos, nós podemos ir aos outros reinos. Se o karma para experienciar o reino do inferno for o mais forte, então, eu suponho, vocês mudarão esta forma e então, com uma outra forma. experienciarão o tipo infernal de percepção. Mas de acordo com o buddhismo Mahayana, os seis reinos são algo que podem acontecer no decorrer de um único dia!
Então, temos seis reinos. De forma livre, vocês podem dizer que quando a percepção vem mais da agressão, vocês experienciam as coisas de um modo infernal. Quando sua percepção é filtrada através do apego, agarramento ou avareza, vocês experienciam o reino dos fantasmas famintos. Quando sua percepção é filtrada através da ignorância, então vocês experienciam o reino animal. Quando têm muito orgulho, vocês renascem no reino dos deuses. Quando têm inveja, renascem no reino dos semideuses. Quando têm muita paixão, renascem no reino humano. Mas a palavra "nascer" ou "renascer” significa muito. Não necessariamente significa que, bem agora, estamos todos no reino humano e não nos outros cinco reinos. Dependendo de que tipo de karma criarmos, nós iremos para os outros reinos. Se o karma para renascer ou experienciar o reino do inferno for o mais forte, então vocês, eu suponho, mudarão esta forma e então, com uma outra forma, experienciarão um tipo infernal de percepção. Mas de acordo com o buddhismo Mahayana, os seis reinos são algo que pode acontecer no decorrer de um dia!
Por exemplo, quando acordam de manhã, vocês podem estar bem entorpecidos e meio estúpidos, ou ainda sonolentos. Talvez estejam atravessando o reino animal — passaram a última noite fora, ou uma noite sem dormir, ou deprimidos. Talvez, depois de acordarem, alguém que vocês não gostam telefona e o seu dia é arruinado na primeira hora da manhã. Então, vocês realmente ficam raivosos e isso é o reino do inferno. A fim de se livrar dessa situação infernal, vocês assistem televisão. Talvez aconteça de vocês assistirem SOS Malibu. Estou falando sobre um homem, aliás, um homem direito. Vocês se sentem um pouco nauseados com todas essas vistas no SOS Malibu. E então, talvez naquela hora, vocês atravessam o reino humano. Uma vez que terminem de assistir aquilo, vão dar uma caminhada e acontece que o seu vizinho, que efetivamente é bem velho e de aparência nerd, está caminhando em sua direção com a mais bela garota em seus braços. Então vocês sentem um pouquinho de inveja ou ciúme, "Meu Deus, de todas essas pessoas, ele?" Isso é o reino dos semideuses.
Depois disso, vocês vão a um protesto antiguerra, mas não necessariamente com uma boa intenção. É mais com a intenção de "Esta é a coisa politicamente correta a se fazer", e isso é arrogância, não é? E suponho que, quando vocês passando nesse protesto antiguerra, xingando alguns dos bodes expiatórios que elegemos com nosso próprio voto, isso é o que chamo de reino dos deuses — auto-retidão, um tipo de compaixão politicamente correto, uma atitude "faça a coisa certa". Isso é muito divino, muito, muito arrogante. E, provavelmente, em alguma hora durante o dia, vocês passarão uma hora legal, e esta hora legal vocês não vão querer compartilhar com os outros. Talvez este seja o reino dos fantasmas famintos. Então, quando falamos dos seis reinos, efetivamente estamos falando sobre experiências que podem vir no decorrer de um dia. Não é um lugar diferente.
Agora, o aspecto mais importante desta roda da vida é isto: onde quer que estejam — não importa se estejam no inferno, no céu, no reino dos fantasmas famintos ou onde quer que seja —, vocês estão sob uma lei, sob uma autoridade, sob um ditador. Quem é ele? É este homem horrível; estão sob suas garras, sob suas presas. Quem é ele? O Tempo. Este monstro representa o tempo. E o que é tão ruim quanto a ele? Oh, tempo significa incerteza, impermanência, mudança.
É claro, ele tem seus pontos positivos, mas geralmente não os percebemos muito. Por exemplo, vocês poderiam estar experienciando o reino dos deuses, mas isto é mutável. Se não mudar hoje, mudará amanhã. Poderiam estar experienciando o reino dos infernos — mutável! Neste caso, é uma boa notícia. Onde quer que estejam, incluindo a experiência dos três venenos (ignorância, paixão e agressão), isto é impermanente e isso é o tempo. Então, qual é o propósito de nossa vida? Livrar-se desta roda da vida. A liberação é quando você sai desta existência.
O que é que é liberado?
Boa pergunta — este porco. Então, portanto, a cobra e o pássaro também são liberados. Liberados do quê? Destes seis reinos. Trabalhar com a percepção é efetivamente o principal caminho do buddhismo. Tudo tem a ver com a percepção que está ditando sua vida, não é? Por exemplo, quando amam alguém, é uma percepção que está ditando seu romance, seu relacionamento. Se essa percepção é perturbada, mesmo que levemente, sua visão quanto a esta pessoa é definitivamente mudada. Talvez alguém finalmente lhes diga que uma pessoa que vocês namoraram por vinte anos tem um rabo que cresce em certo dia de lua cheia. E se vocês puderem ser convencidos disso, então sua percepção desta pessoa, que vocês namoraram por vinte anos, muda. Da próxima vez que ela telefonar, vocês terão de pensar duas vezes!Estas percepções são, muito livremente, divididas em seis. Isso é tudo. Efetivamente, os próprios buddhistas dizem que estas não são as únicas percepções que temos, mas isto é a generalização das percepções que temos. Trabalhar com a percepção é realmente a base fundamental do caminho buddhista, especialmente no Vajrayana. Por exemplo, nos ensinamentos dos sakyapas sobre o Caminho e Fruto, há todo um segmento chamado Visão Tripla e isto é muito ensinado lá.É muito estranho, até mesmo algumas culturas são mais orientadas a animais, algumas são mais orientadas aos deuses e algumas são mais orientadas aos humanos. Apesar, pelo benefício da comunicação, de termos dividido as percepções em “três reinos inferiores” e “três reinos superiores”, não estamos necessariamente dizendo que um é melhor que o outro. Os buddhistas não estão julgando. Vocês sabem por quê? Porque, de acordo com o buddhismo, qualquer um que esteja na pegada deste homem é inútil, esteja no reino dos deuses ou no reino do inferno. A hierarquia não tem muita importância aqui. São todos igualmente inúteis, igualmente sem importância. Alguém pode facilmente dizer que a guerra que tem acontecido na Palestina e Israel mostra o reino dos asuras, o reino dos semideuses. E se vocês virem a fome e inanição da Etiópia, da Índia ou de Bengala, vocês podem quase dizer que este é o reino dos fantasmas famintos. E se vocês virem a mente infinita, insaciável, que requer todos os tipos de brinquedos horríveis para estimulá-la, como couro, correntes e coisas assim, penso que vocês estão experienciando um pedaço do reino animal, não estão?Se falarmos sobre hierarquia, ou se precisarmos julgar o valor destes seis reinos, os buddhistas diriam que o melhor reino é o reino humano. Por que este é o melhor reino? Porque vocês têm uma escolha. De onde vem esta escolha? Os deuses não têm uma escolha. Por quê? Eles estão muito felizes. Quando vocês estão muito felizes, não têm escolha. Vocês se tornam arrogantes. O reino do inferno — sem escolha, muito doloroso. Quando vocês não estão muito felizes e não estão com muita dor, o que isso significa? Um passo mais próximo da normalidade da mente. E quando estão totalmente com dor, vocês também não experienciam a normalidade da mente. Então, alguém no reino humano tem a melhor oportunidade de adquirir essa normalidade da mente. E é por isto que nas preces buddhistas vocês sempre lerão — idealmente, possamos nos livrar deste renascimento, mas se não pudermos fazer isto dentro desta vida, possamos renascer no reino humano, não nos outros. O reino humano é preferível ao reino dos deuses.
O Sr. Tempo parece bastante imponente. Todo o objetivo disto é escapar do Sr. Tempo, livrar-se de suas garras?
Sim, isso é a liberação. Temos de ir além do tempo. Se nos liberarmos do tempo e do espaço, é isso. Teremos feito nossa tarefa. Não há passado, não há presente, não há futuro. Então não há Sr. Sigmund Freud. Não podemos pensar quanto à nossa infância passada e todas aquelas coisas!
Estamos começando a falar sobre os doze elos da originação interdependente, e a primeira coisa da qual falaremos é a ignorância. Já falamos sobre a ignorância, que é simbolizada pelo porco no centro da roda da vida. O que é ignorância? De modo muito simples, posso dizer que ignorância é, efetivamente, distração. Quando a mente é distraída por algo, então isso é ignorância. Todo o ato de se distrair é ignorância.
Baseado na teoria buddhista, a evolução da ignorância é uma idéia. Vamos pegar uma idéia abstrata, como uma mesa. Primeiro, criamos um rótulo como "uma mesa", mas esse rótulo é, efetivamente, uma entidade abstrata. Por exemplo, quando olhamos para uma mesa, vocês não vêm realmente uma entidade que é a "mesidade". Há pernas, há madeira, há pregos, tudo isso. Se desmontarem a mesa em partes, cada uma delas é um fenômeno diferente: madeira é madeira, prego é prego. Dentro do fenômeno "mesa", há muitas, muitas partes que não são necessariamente referenciadas como "uma mesa". Mas quando estão todas juntas, então há a idéia ou o rótulo de "uma mesa", e criamos essa mesa, criamos esse rótulo. Isso ainda está bem, isso ainda não é uma grande falha. A falha vem em seguida, quando vocês pensam que essa idéia abstrata não é abstrata, mas sim concreta; quando pensam que há efetivamente uma mesa existindo, realmente existindo. Entenderam?
Efetivamente, para colocar isto de modo muito simples, é apego ao rótulo. Ignorância é apego a um rótulo. A partir de toda esta rotulação — flores, mesa, cadeiras, terra, água, fogo —, há um rótulo que é provavelmente o mais perigoso. Não é apenas perigoso; ele tem o maior potencial, é o mais destrutivo, construtivo e, ao mesmo tempo, o mais elusivo. Basicamente, a raiz de todos os outros rótulos é o rótulo de "eu", de "mim mesmo".
Novamente, como a mesa à qual estávamos nos referindo anteriormente, quando dizemos "eu", estamos nos referindo a algo abstrato. Isso está bem; mas o que não está bem é o forte apego a este "eu", que é representado pela figura de uma pessoa cega [1] bem abaixo das presas do Tempo, o monstro irado. O que esta ignorância faz? O "eu" é essa forte noção que pode destruir todo o mundo se a ele for dado autoridade, equipamento, dinheiro, poder. Todos temos o potencial para sermos — e somos de nosso próprio modo — um pouco de Saddam Hussein, um pouco de Osama bin Laden, um pouco de George Bush, um pouco de Donald Rumsfeld. Todos nós temos esse potencial. Por quê? O apego ao "eu" é muito forte. Por que esse apego ao "eu" é tão forte? Porque, ironicamente, ele ainda não confirmou que existe, é por isso. É muito irônico, não é? Quando algo não está certo, vocês têm este impulso obsessivo de confirmá-lo. Têm de conseguir a confirmação. É por isso. E isso vem acontecendo para sempre. Esta incerteza — se o "eu" existe ou não — precisa ser confirmada constantemente e vocês precisam confirmá-la.
E o que vocês fazem? Vocês agem — fazem amigos, fazem compras, fazem sexo, usam chicotes e algemas, ou cera derretida, o que faz com que vocês realmente sintam que existem. Este é o segundo elo, a ação, que é representada por uma pessoa fazendo um pote [2]. Nos termos buddhistas clássicos, karma é ação. Quando estamos inseguros, vocês sabem como temos de fazer algo, desde tomar Prozac até fazer meditação, ou cantar mantras, o que quer que seja — todas estas são ações para provar que vocês existem. E quando falamos sobre estes elos, ele estão em um tipo de ordem. Mas não pensem que estas coisas demoram — como se primeiro houvesse a ignorância, e então houvesse uma pequena pausa, e então houvesse ação. Não é assim. É realmente, realmente rápido. É muito rápido, quase ao mesmo tempo.
No momento em que vocês têm a ação, ela é acompanhada pela consciência, que é representada por um macaco [3] — esperto, muito esperto, pulando todo o tempo, indo a todo lugar. Aqui, lá, vocês pensam que ele está aqui e no próximo minuto ele está lá. Mas, vocês sabem, esses macacos domados estão acorrentados com todos os tipos de cordas. Não importa o quão espertos eles sejam, eles ainda não sabem como desfazer estes elos e correm daquele que os abusam. Basicamente, a consciência emerge da ignorância. Os macacos são espertamente estúpido, isso é tudo. Eles são idiotas espertos. (É um tipo de injustiça quanto aos macacos!)
Então, o que aconteceu? Vocês precisam confirmar esta ignorância, esta insegurança. Vocês criam uma ação; a ação é acompanhada por esta consciência, como a consciência do olho, a consciência do ouvido, a consciência do nariz, a consciência da língua e a consciência do tato. Isto então se desenvolve nama e rupa, o que é representado na quarta imagem da roda da vida, nome e forma. Poderia ser João, Paulo, democracia, uma tendência ou uma moda. Mas estritamente falando, aqui há um bote que simboliza a identidade, e dentro do bote há cinco agregados que são representados pelos cinco viajantes [4]. Aonde quer que vá este rótulo, esta identidade, este tendência, de algum modo os cinco agregados, sem muita escolha, vão junto. Aonde eles vão? Eles não alcançam lugar nenhum. Apenas rodam e rodam neste oceano do samsara. Basicamente, estamos falando sobre construir a identidade, auto-identidade, si mesmo. Vocês agora construíram com sucesso uma identidade — mim mesmo, eu, buddhista, hindu.
Então, uma vez que construam isso, do que vocês precisam? Este "mim", este "eu", sem todo o resto, é inútil. Novamente, ele se tornará muito solitário. Ele precisa de um lugar para se distrair, para se ocupar, como um emprego ou um entretenimento, que é representado por uma casa vazia com cinco portas [5] — os objetos dos sentidos como visão, som, odor, sabor, toque. Com esta identidade, esta noção de "eu", atravessamos ou entramos nesta casa dos objetos dos sentidos. É uma casa vazia; não há nada dentro, mas pensamos que há algo muito valioso dentro dela. Ou, se acontecer de estarem dentro dela, vocês pensam que deve haver algo muito valioso do lado de fora, e então vão para fora. Então, isto faz nascer o quê? O contato [6]. Os tibetanos são incorrigíveis quando pintam; isto é supostamente um homem e uma mulher se beijando. Basicamente nos encontramos, temos contato entre o sentido e o objeto do sentido, a consciência e o objeto. Há o contato, e a que este contato conduz? Conduz ao sentimento, que é representado por ser cegado por uma flecha em um olho [7].
Vamos voltar ao "eu". Temos o "eu", a ignorância — inseguro e ao mesmo tempo muito, muito, muito orgulhoso. Muito egoísta, mas ao mesmo tempo muito inseguro, e por causa disso temos de fazer algo. Conforme fazemos, criamos consciência, forma, criamos um certo tipo de identidade, uma tendência ou algum tipo de moda à qual pertencemos. Sem a ajuda da forma, da tendência, deste sentimento, saímos para os objetos dos sentidos, e quando saímos, encontramos o objeto. No momento em que nos encontramos, então sentimos — não necessariamente sentimentos bons, às vezes sentimentos ruins. Um sentimento é criado. O sentimento conduz ao apego, que é representado por uma pessoa bebendo álcool [8]. Este "eu" inseguro está atravessando esta forma e sentimento, e toda esta identidade, e então encontramos um sentimento muito bom. Claro, cobiçamos por mais.
Mas às vezes encontramos contato ruim, sentimento ruim, e então cobiçamos dissipá-lo, para desfazê-lo, para ganhar algum tipo de vitória. Vocês sabem como somos tão apegados para consertar o problema, não somos? Em ambos os casos, basicamente, o que está acontecendo — estejam vocês simplesmente desfrutando a experiência, ou talvez não necessariamente desfrutando-a — é que há um tipo de sentido de vício para se liberar do problema, para consertar o problema. Em ambos os casos, vocês obtiveram cobiça, cobiça por mais.
A cobiça conduz ao tomar, que é representado por uma pessoa pegando alguma fruta [9]. Então tomamos — informações, posses, comida, bebida. Uma vez que vocês tomem, o tomar conduz ao apego que é simbolizado pela mulher grávida. Então vocês seguram o que cobiçam e o que acabaram de obter ao tomar. Esse segurar é o que chamamos de existência, e isso é representado pela mulher grávida [10], que então conduz ao nascimento [11]. O nascimento automaticamente conduz ao envelhecimento; o envelhecimento conduz à morte [12].
Estes são, brevemente, os doze elos da originação interdependente. O que estive explicando a vocês é apenas realmente, realmente o básico. Este é um assunto muito grande; ele é ensinado no Abhidharmakosha e no Abhidharmakosha-karika de forma realmente extensiva.
Não estamos apenas falando sobre uma evolução humana natural — primeiro a ignorância, então a ação e assim por diante. Definitivamente é isso, mas também estamos falando sobre o que acontece dentro de um instante. Quando vamos a uma cafeteria e pedimos um cappuccino, há ignorância, que conduz à ação, que conduz a tudo... Até vocês terminarem seu cappuccino, que é a morte, que então conduz a um aperitivo, a uma dor de cabeça ou alguma outra coisa. Em cada ação, em cada aspecto de nossa vida, há os doze elos da originação interdependente.

Wednesday, November 22, 2006

PENSAMENTOS BUDISTAS
"Não crie sofrimento. Pratique a virtude.Seja senhor de sua mente." (Buda)
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"Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele." (Buda)
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"O ódio não destrói o ódio, só o Amor destrói o ódio. Sêde como o sândalo, que perfuma o machado que o corta." (Buda)
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"O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoas forem alimentados na mente. Ele desaparece, tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos." (Sakyamuni)
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"Aquele que protege sua mente da cobiça, e da ira, desfruta da verdadeira e duradoura paz." (Sakyamuni)
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"Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente." (Sakyamuni)
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"Não seja impaciente. A felicidade nem sempre está longe de si." (Jossei Toda)
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"Assim como as pedras preciosas são tiradas da terra, a virtude surge dos bons atos e a sabedoria nasce da mente pura e tranqüila. Para se andar com segurança, nos labirintos da vida humana, é necessário que se tenham como guias a luz da sabedoria e virtude." (Sakyamuni)
O OBJECTIVO
Claro que, todos concordaremos, o objectivo é não só não sofrer, como ter o máximo de alegria, felicidade ou prazer possíveis, o que, não pode ser atingido à custa do sofrimento de outros seres sensitivos, isto é com capacidade para a dor e para o prazer, claro. E, há felicidades mundanas e supra-mundanas. Segundo o Budismo, as supra-mundanas são a da libertação e da iluminação.
OH!
Oh, se nenhum ser desejasse mal e morte a outro ser!
Oh, se nenhum ser matasse outro ser!
Oh, se só desejássemos e só fizéssemos bem a todos os seres, que são nós próprios!
SORTE
Não haverá boa ou má sorte, haverá boas ou más consequências de boas ou más acções!
ELA
Sendo ela como é, não devemos chamar a atenção para, p.e., uma barata num restaurante.
ENGANO
Só a sabedoria vence o engano.
MENTE
Segundo o budismo, nem a mente/espírito nem o tempo tiveram início ou terão fim, e, qualquer outro ser vivo pode ter sido nossa mãe, pai ou nós próprios. Matá-lo é pois matar mãe, pai ou a si próprio…

Claro que, todos concordaremos, o objectivo é não só não sofrer, como ter o máximo de alegria, felicidade ou prazer possíveis, o que, não pode ser atingido à custa do sofrimento de outros seres sensitivos, isto é com capacidade para a dor e para o prazer, claro.

Tuesday, November 21, 2006

BUDA
Os ensinamentos do Budismo estão fundamentados em quatro nobres verdades:
1. Existência do sofrimento
2. A causa do sofrimento: os apegos humanos, como a cobiça, raiva, etc
3. A extinção do sofrimento: desapego
4. O caminho que leva a extinção do sofrimento: pratica do óctuplo . O caminho do óctuplo é um guia para alcançar o objetivo final do budismo, a liberdade e felicidade:
1. Visão correta
2. Pensamento correto
3. Fala correta
4. Ação correta
5. Meio de vida correto
6. Esforço correto
7. Atenção correta
8. Meditação correta

Monday, November 20, 2006


COMPREENDER
TO UNDERSTAND
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Compreender antes de diagnosticar, antes de projector, antes de aconselhar, antes de julgar, antes de decidir é de facto muito importante, mas, permanece ainda o facto de existirem coisas quase incompreensíveis, quase inaceitáveis.
Understand before diagnose, before project, before judge, before decide it is in fact very important, but, stays yet the fact that there are things almost incomprehensible, almost unacceptable.
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TO MASTICATE
MASTIGAR

To masticate well it’s very healthy.
Mastigar bem é muito saudável.

BENFICA
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Vi, na Televisão, em Montargil, o jogo Braga-Benfica. Não percebi porque teve o Quim de oferecer o 1º golo ao Braga. E, também não entendi porque prejudicou o senhor Benquerença mais uma vez o Benfica.
I saw, in TV, at Montargil, the game Braga-Benfica. I didn’t understood why Quim has to offer the first goal to Braga. And, I didn’t understood also why mister Benquerença damaged Benfica another time.

Sunday, November 19, 2006

RETORNAR
TO RETURN
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Há quase sempre coisas novas, belas e boas no(s) já visto(s). É por isso que voltamos. É por isso que há seres eternos ou quase!
There are always new, beautiful and good things in the already view. That is why we return. That is why there are eternal or almost eternal beings.