Saturday, July 12, 2008

Libertação do pensamento
compulsivo condicionado (III)
(Com PCA: http://www.cuidardoser.com.br/pca/ e outros, muitos outros …)

Sabemos bem o que é pensar quando estamos envolvidos num problema, quando nos sentimos ameaçados ou quando existe algum tipo de confusão, nomeadamente relacionada com a solução de problemas técnicos. O pensamento é um grande instrumento, que pode até dar grande gozo, por exemplo quando ajuda a eliminar grandes problemas.
Mas, o pensar em demasia pode transformar-se num pesadelo, como é o caso do pensamento obsessivo, martelante, que pode vir quando menos se espera, não se sabendo donde. Podendo até o seu causador não ser talvez quem parece…
Temos pois de dominar o processo de pensamento, e não ser dominado por ele. A observação relâmpago do pensamento, sem escolher nem tomar partido, não nos cansamos de o dizer, é o caminho urgente do bem estar geral, da felicidade e da inteligência criativa. O pensamento tem de estar confiadamente ao serviço da acção criativa amorosa.
De qualquer modo, o pensamento por si só nunca pode mais do que ver certos aspectos dos problemas, pois, ele é só teoria; não é assim com o pensamento total, inteligência criativa ou ser completo que, com a observação atenta, não divisória e nunca escolhendo vê a realidade como um todo, como experiência sentida e vivida.
Além do mais, a mente condicionada por mil e uma coisas erradas e sem valor tem de ser descondicionada. Temos, p.e., de nos descondicionar do “outro”, do “agente exterior”, da “crença”. Somente por meio da observação sem escolhas, no lugar do pensar conflituoso, podemos ser psicologicamente independentes e adultos.
O que é a crença? A crença é o refúgio da mente infantil, incapaz de descobrir a saída para os seus conflitos: cessar de pensar!
Infelizmente, na actualidade quase poderíamos dizer que pensar é conflituar. O pensamento e os “grandes crânios” só se sentem bem no conflito. Como podem ser felizes, se ser feliz é tudo observar, escolhendo o menos possível ou escolhendo sempre bem?
Conceitos e condicionamentos amedrontam, e, diante desses medos inventam-se sistemas de crença que acabam por aprisionar as mentes. Uma “mente que acredita é uma mente condicionada e uma mente condicionada nunca poderá saber o que é o estado de liberdade proveniente da inteligência criativa”. Mas, “uma mente livre de conceitos, crenças, dogmas e condicionamentos é uma mente sem medo, sem ansiedade”.
Pôr fim aos condicionamentos não é, como é lógico, acabar com os relacionamentos. Mesmo que findássemos todos os relacionamentos físicos, a mente permaneceria relacionada. Primeiramente precisamos de nos conhecer não como desejaríamos de ser, mas como somos na realidade. Os condicionamentos podem impedir-nos de ver o que somos, algo considerado menos bom, sem querer mudá-lo. Esse próprio desejo de mudança, se muito acentuado, torna-se noutra forma de condicionamento causador de dor e impeditivo do vivenciarmos o despertar da plenitude criativa.
Claro ques estamos a falar de coisas muito subtis, refinadas, perfeitas, evoluídas... do género de: a salvação não se pode comprar. E,claro, não se pode comprar porque o dinheiro não tem essa função: uma coisa tão material, pelo menos para alguns, não pode libertar de males tão pouco materiais, para outros?E, o próprio desejo, a própria busca, o próprio melhorar produz conflito, competição e insatisfação crónica. Primeiro em nós e depois com os outros. O que não poderá acontecer se deixarmos de querer mudar! Isto é, de que bem estar comum e felicidade e gozo inauditos e continuados não podemos desfrutar!

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