Monday, September 17, 2007

SESMARIAS
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Sesmarias são assim:
Não é teu se tu não tratas;
Digo: quanto a mim,
Assim acabam piratas!
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Sesmarias assim são:
Será teu, se tu cultivas:
Terás dinheiro e pão,
Com justo preço e ivas.
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Assim são as sesmarias:
Com o retorno às terras,
Mendigo, mendigarias?
Mas, às gentes te aferras!

AVERSÕES
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E aversões, para quê,
Se até as mal cheirosas
Fezes são para que dê
Tudo bem? Mas ruinosas
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São as podres, estragadas,
E, há que deitá-las fora,
Não podem nunca ser tragadas,
Não p’ró vizinho, na hora.
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E vão ser purificadas,
Dissolvidas, p’ra voltarem
A ser reunificadas,
Em fezes não se tornarem
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" FIBRAS NATURAIS (A sua importância nas doenças cardio-vasculares)
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As fibras naturais já são bem conhecidas pelo seu papel nas prisões de ventre, na prevenção dos cancros intestinais e na perda de peso. Mas é menos conhecida a sua eficácia no combate à hipertensão, colesterol, aterosclerose, AVC’s e enfartes do miocárdio.
Progresso e efeitos colaterais...
Há 100 anos atrás, o regime alimentar-tipo continha uma quantidade sufciente de fibras alimentares. O pão, que era sobretudo feito à base de farinha de trigo integral, continha farelo, que é parte fibrosa externa do grão de trigo.
Na mesma época, as doenças coronárias e a hipertensão eram raras. Poucas pessoas sofriam de apendicites, de diverticuloses, de cancros do intestino grosso, de obstipação, de hemorróidas, de diabetes ou de obesidade.
Depois, durante o último quarto do séc. XIX, a indústria agro-alimentar destacou-se por duas descobertas, aclamadas como importantes progressos tecnológicos.
A primeira foi a invenção de cilindros de grande velocidade para moer a farinha. A partir de então, era possível produzir farinha de trigo fina, que tinha um sabor melhor (?) do que a maior parte das farinhas de trigo integral e que era menos susceptível de se deteriorar.
O segundo avanço foi o desenvolvimento da indústria de conserva. No entanto, o processo de conservação reduzia grandemente o teor em fibras dos alimentos.
Como estas duas alterações se produziram ao longo de vários anos, ninguém notava que qualquer coisa estava mal. Mas, no séc. XX, os cientistas começaram a perder-se em conjecturas perante o elevado crescimento de certas taxas de mortalidade e de obesidade.
No decorrer dos anos 40 e 50, um cirurgião britânico, o Dr. Denis Burkit, observou que nunca tinah visto casos de doenças diverticulares ou de cancros do cólon entre os elementos de certas tribos rurais da África Oriental, depois de autopsiados.
Investigações mais profundas revelaram que a obesidade, a apendicite, os ataques cardíacos, a obstipação e as hemorróidas eram igualmente raras na região.
O Dr. Burkitt emitiu então a hipótese de que a base do problema residia na quantidade de fibras na alimentação. Ele e outros médicos procuraram saber o que acontecia à stribos que migravam para as grandes cidades africanas e adiptavam uma alimentação pobre em fibras.
Os resultados da investigação vieram confirmar a sua hipótese: ao adoptarem uma alimentação desprovida de farelo e outras fibras, inúmeros africanos tornavam-se obesos e desenvolviam todos os outros tipos de doenças próprias da civilização ocidental. O Dr. Burkitt estabeleceu igualmente uma relação entre a hipertensão e a falta de fibras no regime alimentar.
A investigação confirma
Mais recentemente, os investigadores demonstraram que uma alimentação rica em fibras podia reduzir de forma drástica os riscos de hipertensão.
Um dos estudos mais significativos para este efeito recaiu sobre mais de 30. 000 homens e visava determinar de que maneira as fibras alimentares influenciavam a tensão arterial. Os resultados são bem significativos: se comer menos de 12 g de fibras por dia, aumentará em 60% os riscos de desenvolvimento de hipertensão, comparativamente aos das pessoas que comem 12 g ou mais.
Este estudo, a par de muitos outros, sublinha portanto a importância primordial de incluir fibras na alimentação regular.
Dois tipos de fibras
A maior parte das pessoas tem tendência para agrupar todas as fibras numa única categoria. Os investigadores são porém mais minuciosos. Eles dividem aquilo a que nós chamamos simplesmente as fibras em dois grupos:
as fibras solúveis
as fibras insolúveis
Estes dois tipos de fibras provêm de certas partes das plantas. Pode tratar-se de sementes, de cereais, de legumes ou de frutos, que o organismo não consegue digerir porque os enzimas do aparelho digestivo não as conseguem decompor (os alimentos animais não contêm fibras).
No entanto, certos alimentos contêm os dois tipos de fibras, embora a maior parte contenha mais fibras solúveis do que insolúveis. De qualquer modo... é importante consumir-se os dois tipos de fibras.
Fontes naturais de fibras insolúveis: bananas, bróculos, arroz integral, couve de bruxelas, couve-flor, milho, lentilhas, massas, batatas, espinafres, cereais de farelo de trigo, gérmen de trigo, pão de trigo integral, bolachas de trigo integral..
Fontes naturais de fibras solúveis: maçãs, damascos, cevada, bagas, couve, cenouras, aipo, grão de bico, toranjas, nectarinas, farelo de aveia, flocos de aveia, laranjas, pêssegos, ervilhas, feijões, batata doce, nabos, courgetes...
As fibras insolúveis:
... Não se dissolvem na água. Elas ajudam, entre outras coisas, a prevenir a obstipação. Mas, quando em grande quantidade, podem agravar os sintomas de diarreia. As fibras insolúveis atravessam o aparelho digestivo e mantêm praticamente a mesma consistência que no momento em que foram ingeridas.
Uma vez nos intestinos, as fibras insolúveis reduzem consideravelmente o tempo durante qual os alimentos se mantêm no aparelho digestivo. O que provoca igualmente uma redução nos efeitos nefastos desencadeados pelos resíduos que se alojam demasiado tempo nos intestinos. É uma das razões pelas quais os investigadores crêem que as fibras insolúveis ajudam a prevenir o cancro do cólon.
As fibras solúveis:
As fibras solúveis têm a propriedade de se dissolverem na água. Ajudam a reduzir as taxas de substâncias gordas e de colesterol no sangue. Ao entrarem nos intestinos, as fibras solúveis impregnam-se de água e, literalmente, incham.
Foi demonstrado que as fibras alimentares se ligam aos ácidos biliares para serem evacuadass do aparelho digestivo (lembremos que o fígado produz ácidos biliares a fim de facilitar a digestão. Ora, a evacuação dos ácidos ajuda a retardar a formação de micélios, indispensáveis à absorção do colesterol e dos outros lípidos.
Menos micélios significa portanto menos colesterol e consequentemente também menos açúcares digeridos que podem passar para o sangue.
As fibras solúveis contribuem para nos manter de boa saúde, reduzindo a quantidade total de colesterol que circula no sangue e, mais particularmente, o colesterol LDL ou o "mau colesterol". Deste modo, reduzem os riscos de hipertensão, de aterosclerose, de doenças coronárias ou de acidente vascular cerebral (AVC).
Assim, no âmbito de um estudo, um grupo de 20 homens cujas taxas de colesterol eram superiores a 260, foram submetidos a um regime diário compreendo 17 g de fibras, acrescentando-se assim ao regime destes homens produtos á base de aveia e de feijão (com efeito, isto equivale a uma porção de cereais quentes com farelo de aveia e a cinco biscoitos com farelo de aveia por dia ou várias porções de feijão cozido ou de sopas á base de feijão).
Após somente três semanas de uma dieta rica em fibras solúveis, os pacientes constataram que a sua taxa de "mau" colesterol (LDL) baixava, em média, 24%.
Por outro lado, elas ajudam igualmente os diabéticos a regularizar as taxas de glicémia e, por esse motivo, a fazer baixar as suas necessidades em insulina.
Contudo, para além de uma descrição geral do efeito que as fibras solúveis exercem sobre os ácidos biliares, os investigadores não conseguiram ainda explicar ao certo porque é que estas fibras são benéficas...
... É razoável esperar uma redução de 10 a 20% no colesterol ao consumir em cada dia uma quantidade moderada de fibras solúveis.
Indicações e prevenções das fibras:
Insolúveis – prisão de ventre, cancro do cólon, cancros do inetstino, perda de peso...
Solúveis – colesterol, hipertensão, aterosclerose, obesidade, enfartes e AVC’s, diabetes..."
Fonte: Espiral – Centro de Alternativas, Praça Ilha do Faial, 14-A/B e 13 –C – Lisboa – Tel. 213663990 – ALIMENTAÇÃO – Nº 197 – Jan/Fev 07

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